TRUMP PÕE FIM EM NEGOCIAÇÕES POR ESTÍMULOS E TRAZ AVERSÃO AO RISCO PARA MERCADOS

Bastaram alguns tuítes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para azedar completamente o humor dos investidores. Já perto da hora final de negócios, ele não só disse que não aceitaria a proposta democrata para um novo pacote fiscal, como instruiu os republicanos a pararem com as negociações até depois das eleições. Para piorar, essa decisão vem no mesmo dia em que o presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que, sem estímulos fiscais, a economia americana perderá vigor. Por ora, no entanto, o esperado pacote de estímulos vai esperar, pelo menos, mais um mês, o que fez as bolsas em Nova York, até então no território positivo, migrarem para o vermelho, renovarem mínimas e terminarem o dia com perdas de mais de 1%. Essa reviravolta não poupou os ativos domésticos, ainda que a intensidade do impacto tenha sido distinta. O Ibovespa, que chegou a superar a marca de 97 mil pontos pela manhã, na esteira do otimismo trazido pela reaproximação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, já subia menos à tarde, mas não resistiu à piora dos pares em Wall Street e terminou com queda de 0,49%, aos 95.615,03 pontos. No caso dos juros futuros, a derrocada dos demais mercados apenas acentuou uma piora que já havia se concretizado, também relacionada à possibilidade de um adiamento: o da definição da origem dos recursos para bancar o Renda Cidadã, que deve demorar mais e pode, inclusive, ficar para depois das eleições municipais, mantendo o quadro de incertezas fiscais por ainda mais tempo. Com isso, as taxas dos DIs, que caíam pela manhã repercutindo as pazes entre Maia e Guedes, subiram de forma generalizada, sobretudo as de longo prazo, trazendo inclinação para a curva a termo. E o real também não escapou de uma piora significativa. Até porque, a busca por segurança após as declarações de Trump deu força ao dólar ante várias outras divisas. Por aqui, após testar a casa de R$ 5,48 antes do almoço, com queda próxima a 1,5%, o dólar foi ganhando terreno e operava perto da estabilidade até o presidente americano mudar a cara dos mercados. Passou a subir e a renovar máximas, encerrando o dia com alta de 0,50%, a R$ 5,5952 no segmento à vista e oscilando R$ 0,13 entre a mínima e o pico do dia.

 

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu os republicanos a suspenderem as negociações de um pacote fiscal até depois da eleição de 3 de novembro e desencadeou uma onda de aversão a risco nos mercados internacionais. As bolsas de Nova York, que haviam se firmado em alta depois de abrirem a sessão sem direção única, encerraram o pregão com perdas superiores a 1%. Os investidores migraram do mercado acionário para a renda fixa, o que fez com que os juros longos dos Treasuries também invertessem o sinal e passassem a operar em baixa. No mercado cambial, a busca por segurança deu força ao dólar, que se mantinha perto da estabilidade antes da mudança no humor do mercado e passou a subir em relação a outras divisas principais. O petróleo, que já havia fechado quando Trump se pronunciou, registrou ganhos, com sinais de que um furacão no Golfo do México pode paralisar parte da produção da commodity no sul dos EUA.

 

“Imediatamente após minha vitória, aprovaremos uma importante lei de estímulo que se concentra nos americanos trabalhadores e nas pequenas empresas”, escreveu Trump em sua conta oficial no Twitter, em referência à eleição presidencial. O republicano disse que a proposta da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de US$ 2,4 trilhões em estímulos à economia só serviria para resgatar Estados democratas “mal administrados”. Ele, então, ordenou que as negociações sejam paralisadas e que o Senado se concentre na confirmação da juíza Amy Conley Barret para a Suprema Corte. Pelosi respondeu, por meio de nota, que o líder da Casa Branca “se coloca em primeiro lugar às custas do país” e “se recusa a colocar dinheiro no bolso das pessoas”.

 

As bolsas de Nova York haviam começado o pregão sem direção única, com um movimento de realização de lucros após o rali de ontem, firmaram-se em alta à tarde, mas encerraram em queda após o anúncio de Trump. O Dow Jones recuou 1,34%, a 27.772,76 pontos, o S&P 500 cedeu 1,40%, a 3.360,95 pontos, e o Nasdaq registrou baixa de 1,57%, a 11.154,60 pontos. Os índices acionários também foram pressionados por ações de grandes empresas de tecnologia, que aprofundaram a queda com relatos de que um subcomitê da Câmara poderia recomendar a divisão dessas companhias e limitar o escopo para futuras aquisições. Apple recuou 2,87% e Amazon, 3,10%. Os papéis da Boeing também cederam (-6,81%), depois de a fabricante de aviões divulgar uma projeção de impacto da covid-19 no setor que somaria US$ 200 bilhões em 10 anos.

 

A fuga de ativos de risco levou os investidores a buscar refúgio no dólar e nos Treasuries de longo prazo. No final da tarde em NY, o índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA ante seis rivais, subia 0,25%, a 93,745 pontos, depois de ter operado durante a maior parte do pregão perto da estabilidade. Na mesma marcação, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,152%, mas o da T-note de 10 anos recuava a 0,742% e o do T-bond de 30 anos cedia a 1,548%, depois de terem subido no começo da sessão.

 

O petróleo já havia fechado, com ganhos, quando Trump se pronunciou no Twitter. A commodity foi impulsionada pelo avanço do furacão Delta no Golfo do México, o que pode paralisar parte da produção de petróleo no sul dos EUA. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro subiu 3,70%, a US$ 40,67 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para dezembro avançou 3,29%, a US$ 42,65 o barril.

 

Durante o pregão, ainda houve discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Em um evento virtual, o dirigente enfatizou, justamente, a importância de mais apoio fiscal para que a recuperação econômica dos EUA continue. “A retomada será mais forte e veloz se as políticas monetária e fiscal atuarem juntas”, disse Powell.

 

Nesta quarta-feira, 7, as atenções devem se voltar para a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Fed. Analista do BMO Capital Markets, Ian Lyngen comenta que o mercado quer detalhes sobre um possível aumento das compras de Treasuries de longo prazo, algo que era esperado na decisão de setembro, mas não ocorreu. “Embora a grande maioria dos comentários do Fed tenha sugerido que a compra atual está ‘em um bom lugar’, é provável que o assunto tenha surgido e, eventualmente, essa alavanca de política será puxada”, diz Lyngen.

 

O mercado também deve seguir acompanhando a evolução do quadro de saúde de Trump, que recebeu alta do hospital ontem, mas segue em tratamento para covid-19 na Casa Branca. Diretora de Comunicação do governo, Alyssa Farah disse hoje à Fox News que o republicano melhorou “de modo dramático”, mas não está fora de perigo. (Iander Porcella – [email protected])

Volta

 

BOLSA

 

No exterior, a renovação da expectativa por vacina para Covid-19 e, aqui, a trégua entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), firmada em jantar na noite de ontem, encaminhavam o Ibovespa a emendar sessão positiva, após o avanço de 2,21% na anterior, que havia sido o maior desde 1º de setembro. No meio do caminho, a rejeição do presidente dos EUA, Donald Trump, à proposta de pacote fiscal dos democratas e a orientação dada aos republicanos de que suspendam as conversas sobre novos estímulos até a eleição de 3 de novembro, inverteram o sinal em Nova York, levando consigo o Ibovespa, que depois passou a limitar as perdas em relação à referência americana, chegando mesmo a oscilar de volta a terreno positivo antes do encerramento.

 

Ao final, com queda em NY acima de 1%, o índice da B3 apontava baixa de 0,49%, a 95.615,03 pontos, com mínima a 95.211,05, saindo de 96.091,15 na abertura. Na máxima desta terça-feira, o Ibovespa retomou o nível dos 97 mil pela primeira vez desde 25 de setembro, hoje aos 97.404,54 pontos. O giro financeiro de hoje, a R$ 26,9 bilhões, superou com folga o do dia anterior, que havia ficado abaixo de R$ 22 bilhões. Na semana, o índice avança 1,70%, com ganho a 1,07% em outubro e perda a 17,32% no ano.

 

Contribuindo para que o Ibovespa amenizasse o ajuste ante Nova York na sessão, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC do Pacto Federativo e também do Orçamento para 2021, disse hoje esperar que possa apresentar, na próxima semana, e não amanhã, parecer sobre o Pacto e sobre a PEC Emergencial com Renda Cidadã. “Vamos gastar mais uns dias com o Renda Cidadã para ter algo consensuado”, explicou o senador.

 

Mais cedo, a indicação do presidente Jair Bolsonaro de que não daria aval a qualquer opção de financiamento sobre o Renda Cidadã antes da eleição municipal de novembro, por um lado, fez supor elaboração mais cuidadosa da proposta que virá a ser apresentada, mas, por outro, deixa a questão em aberto, uma incerteza que incomoda o mercado, atento às idas e vindas na costura do programa.

 

Após a sinalização ontem, de Bittar, de que a solução para o auxílio social ficará dentro do teto e terá o “carimbo” de Guedes, “é preciso uma resposta efetiva do governo, com o avanço da agenda de reformas, para o prêmio da curva de juros ser devolvido e justificar um maior alívio com relação ao rumo do fiscal”, aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. “Apesar das pazes entre Maia e Guedes, existem muitas dúvidas sobre a forma de financiamento do Renda Cidadã e os investidores aguardam na defensiva pelo projeto”, acrescenta o analista.

 

Na primeira metade da sessão, em desdobramento positivo no exterior, a Agência Europeia de Medicamentos informou que foi iniciada análise de estudos laboratoriais da BNT162b2, alternativa contra a Covid-19 desenvolvida em conjunto pelas farmacêuticas BioNTech e Pfizer, que poderá acelerar o processo de aprovação da vacina, o que contribuía para ganhos incrementais nesta terça-feira nas bolsas europeias e também em Nova York, até a reaparição de Trump bloqueando a discussão sobre novos estímulos.

 

Até então, o desempenho da B3 nesta terça-feira era mais uma vez beneficiado por avanço das ações de Petrobras, embora em grau mais acomodado do que no dia anterior, e de bancos. Ao final, Petrobras PN e ON mostravam perda de 0,50% e 0,65%, respectivamente, enquanto os ganhos entre os bancos, bem moderados, ficaram restritos a Itaú (+0,18%) e Santander (+0,25%).

 

Na ponta do Ibovespa, destaque para o segmento de viagens e turismo, com CVC em alta de 9,34%, e Gol, de 7,30%, ambas com ganhos na casa de dois dígitos até a fala de Trump, limitados então assim como Azul, em avanço de 6,50% no fechamento. Nesta sessão, o setor foi estimulado pela expectativa em torno de vacina, para breve, em um quadro de estagnação durante a pandemia que depreciou acentuadamente os papéis deste segmento de serviços associado à mobilidade.

 

No lado oposto, IRB cedeu hoje 17,11%, após recomendação de venda feita pelo UBS BB, que retomou a cobertura do papel, com preço-alvo bem abaixo do fechamento de ontem. Completando a lista das maiores perdas do Ibovespa na sessão, Marfrig (-3,65%) e B3 (-3,57%). (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

17:23

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 95615.03 -0.49346

Máxima 97404.54 +1.37

Mínima 95211.05 -0.91

Volume (R$ Bilhões) 2.68B

Volume (US$ Bilhões) 4.86B

 

 

 

 

17:37

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 95625 -0.33872

Máxima 97480 +1.59

Mínima 95125 -0.86

 

 

 

JUROS

O alívio da curva de juros, em meio à aparente pacificação entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durou somente até o começo da tarde, quando então as taxas inverteram a queda e passaram a segunda etapa com alta de mais de 15 pontos-base nos principais contratos. Um conjunto de sinais vindo de Brasília desencadeou um movimento de realização de lucros que recolocou na curva boa parte dos prêmios queimados ontem. Entre eles, um possível adiamento da definição sobre o programa Renda Brasil para depois das eleições municipais por decisão do presidente Jair Bolsonaro. Para piorar, a poucos minutos do fim da sessão regular, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não somente rejeitou a proposta dos democratas em relação ao pacote fiscal como também instruiu os republicanos a pararem de negociar até a eleição presidencial de 3 de novembro.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,35%, de 3,234% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2023 encerrou em 4,82%, de 4,675% ontem. A do DI para janeiro de 2025 fechou em 6,66%, de 6,514% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 7,55%, ante 7,444% ontem no ajuste.

 

“O mercado se excedeu no otimismo com Maia e Guedes fazendo as pazes e achou que tudo tinha voltado ao normal. Mas a verdade é que o Tesouro continua precisando tomar um caminhão de dinheiro nos leilões”, disse um gestor para quem atualmente os juros são o pior ativo para investir. “O dólar sofre menos porque é crescente a ideia de que o BC vai ter de voltar a subir a Selic no curto prazo”, completou.

 

Um dos motivos para o mercado “voltar à realidade” à tarde teria sido a notícia, divulgada pelo colunista da GloboNews Valdo Cruz, de que Bolsonaro teria dito a interlocutores que avalia deixar a definição sobre o financiamento para o Renda Cidadã para depois das eleições municipais. Com isso, segundo o colunista, o presidente evitaria gerar notícias negativas para seus candidatos e aliados no pleito.

 

“Temos de separar o que é ruído do que é sinal. Quando Bolsonaro diz que prefere adiar a definição para depois da eleição, ele dá sinais de que prefere abrir mão do que é urgente”, afirmou o gestor de renda fixa da Sicredi Asset Cassio Andrade Xavier, que, no entanto, afirma ainda acreditar numa solução razoável para o Renda Cidadã e no viés reformista do Congresso. Para Xavier, o mercado deve ficar nessa indefinição por algum tempo, “pois não há bala de prata para resolver a questão fiscal num horizonte de curto prazo” mas também não vê “nenhuma bomba”.

 

De maneira geral, o mundo da política trouxe hoje várias notícias que reforçaram a percepção de que pouca coisa deve andar em termos da pauta fiscal e de reformas nas próximas semanas, contribuindo para a redução das posições vendidas. A começar pelo adiamento da entrega do relatório sobre o Renda Cidadã, prevista para amanhã. O senador Márcio Bittar (MDB-AC) afirmou que a proposta deve ser entregue apenas na semana que vem. Além disso, a análise de vetos do presidente no Congresso ficou para o dia 4 de novembro, entre eles o da desoneração da folha salarial e do novo marco do saneamento básico. Por fim, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), cancelou pela segunda vez a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO), marcada para hoje.

 

Além da influência negativa do quadro doméstico, a virada das taxas no fim da manhã se deu também pela piora do desempenho das moedas emergentes ante o dólar. E, já no fim da sessão regular, a declaração de Trump pegou o mercado de juros já deteriorado, o que fez as taxas ampliarem a queda de forma moderada, fazendo estragos maiores na Bolsa e no câmbio. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:37

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.91

Capital de Giro (%a.a) 5.56

Hot Money (%a.m) 0.42

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

 

CÂMBIO

O dólar teve dia de forte volatilidade. Caiu a R$ 5,48 pela manhã e foi a R$ 5,61 no final da tarde. Mais cedo, a trégua acertada entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ajudou a fortalecer o real, mas nos negócios da tarde foi o noticiário externo que ditou o ritmo das cotações. Primeiro veio o alerta do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a necessidade de estímulos fiscais para reaquecer a economia americana, que está perdendo fôlego. Em seguida, o dólar voltou a superar R$ 5,60 quando Donald Trump anunciou ter instruído os republicanos a pararem as negociações para o pacote emergencial até depois das eleições, movimento que deve seguir pressionando as moedas de emergentes, segundo profissionais das mesas de câmbio.

 

No fechamento, o dólar à vista encerrou em alta de 0,50%, cotado em R$ 5,5952. No mercado futuro, o dólar para novembro subia 0,34% às 17h, cotado em R$ 5,5980, com volume de negócios de US$ 17 bilhões, acima da média recente, de pouco mais de US$ 11 bilhões.

 

Entre a mínima e a máxima, o dólar oscilou 13 centavos. Primeiro, a reconciliação entre Maia e Guedes foi recebida com alívio pelas mesas de operação, uma sinalização que as coisas podem começar a andar novamente no Congresso e as reformas voltatem à pauta principal.

 

Para o estrategista chefe da Infinity Asset, Otávio Aidar, o jantar ontem dos dois ajudou a clarear o ambiente, mostrando que as lideranças estão falando a mesma língua. Até a semana passada, Maia e Guedes vinham publicamente trocando farpas, no que o economista Delfim Netto chamou nesta tarde de passagem para a maioridade após terem agido como crianças. Mas os investidores andam tão mal humorados com o Brasil que é preciso mais no lado fiscal, ressalta Aidar. “Se o Brasil der sinalização crível que vai cumprir o teto e vai ter responsabilidade fiscal, o mercado melhora”, afirma ele. “O real tem apanhado bastante. Tudo tem girado em torno do fiscal no mercado doméstico”, destaca.

 

Ainda sobre a questão fiscal, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) havia prometido divulgar nesta quarta-feira detalhes sobre o financiamento do Renda Cidadã, mas adiou a apresentação para a próxima semana. “Vamos gastar mais uns dias com Renda Cidadã para ter algo consensuado”, disse nesta tarde, ajudando a manter o câmbio pressionado.

 

Já a declaração de Powell ao pedir mais estímulos fiscais ajudou a piorar o mercado internacional de moedas, ressalta o estrategistas da Infinity. O dólar passou a ganhar força ante moedas fortes e emergentes, movimento que se acelerou após o pedido de Trump aos republicanos de pararem as negociações até depois das eleições, em 3 de novembro.

 

“As moedas desabaram quando Trump tirou o plugue das conversas sobre os estímulos”, observa a diretora da BK Asset Management, Kathy Lien. O inesperado anúncio, avalia ela, pode desencadear um movimento maior de aversão a risco no mercado financeiro mundial. Uma das evidências é que o dólar ganhou força de forma generalizada e o iene foi uma das poucas divisas a se valorizar. A moeda japonesa se transformou no maior porto seguro dos mercados em momento de fuga do risco. Para a executiva, esta tendência deve continuar pela frente, na medida em que os mercados vinham se apoiando nos últimos dias na promessa de um acordo no Congresso.

 

Os investidores que vinham desde ontem desfazendo posições contra o real, interromperam este movimento na tarde de hoje, segundo traders. Ontem, investidores estrangeiros reduziram posição comprada em dólar futuro (que ganha com a alta da moeda americana) em 4.725 contratos, o equivalente a US$ 237 milhões. Já os fundos locais aumentaram posição vendida em dólar futuro (que ganha com a queda da divisa dos EUA) em 5.400 contratos, ou US$ 270 milhões. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:37

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.59520 0.5011 5.61670 5.48430

Dólar Comercial (BM&F) 5.6717 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5596.000 0.29573 5621.500 5487.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5576.481 02/10

 




Leave a Reply

Your email address will not be published.


Comment


Name

Email

Url