A maior parte dos ativos globais e brasileiros teve importante correção negativa, mas o Ibovespa operou em ritmo próprio e terminou com pequena alta, interrompendo uma sequência de três quedas. Enquanto praticamente todos os mercados sofreram depois que um dirigente do Fed, James Bullard, declarou que o banco central americano já abriu oficialmente os debates para reduzir a compra de ativos e afirmou esperar um aperto monetário por lá ainda em 2022, a bolsa local se aproveitou do noticiário corporativo favorável. Além do avanço dos papéis de Vale e siderúrgicas, a disparada das ações da Eletrobras, depois que o Senado aprovou a MP que permite a privatização da estatal, deu o suporte necessário para a correção do Ibovespa, que subiu 0,27%, aos 128.405,35 pontos. Tal comportamento foi completamente na contramão dos pares em Wall Street, onde os principais índices acionários caíram cerca de 1% e o Dow Jones teve o pior desempenho semanal desde outubro. Enquanto isso, os juros futuros viram toda a desinclinação da curva, após o Copom mais hawkish, ruir, com avanço de mais de 20 pontos nos DIs de prazo mais longo. Além de refletir a possibilidade de a liquidez global ser reduzida antes do que se previa, afetando os fluxos para o Brasil, o dólar pressionado ante a maioria das demais moedas, inclusive em relação ao real, também ajudou. A moeda americana, que chegou a bater na mínima de R$ 4,98 pela manhã, virou assim que as declarações de Bullard foram conhecidas, apagando os efeitos da euforia com o avanço do texto de venda da Eletrobras. No fim, o dólar terminou com valorização de 0,92%, a R$ 5,0687 no mercado à vista, ainda que tenha cedido 1,05% na semana, diante da possibilidade de uma Selic maior no Brasil, o que tenderia a atrair recursos para o País.
- BOLSA
- MERCADOS INTERNACIONAIS
- JUROS
- CÂMBIO