Uma espiral de notícias negativas, sobretudo no exterior, trouxe correção importante para os mercados acionários e também causou ajuste no real. Com as tensões entre Washington e Pequim como pano de fundo dos negócios nos últimos dias, o aumento acima do esperado nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, justamente no momento em que os casos de covid-19, bem como as medidas restritivas, crescem por lá, despertaram temores sobre o ritmo de retomada econômica. Para piorar, Amazon, Apple, Facebook e Google sentiram o golpe da confirmação, pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, de uma audiência na próxima semana sobre investigações antitruste envolvendo as empresas. Os papéis das quatro gigantes tiveram perdas importantes e fizeram os principais índices acionários em Wall Street cederem, com destaque para o Nasdaq, do qual fazem parte, que perdeu 2,29%. No Brasil, com as novidades sobre a reforma tributária já absorvidas, em grande medida, e sem novos catalisadores, o Ibovespa cedeu à pressão externa e também passou por uma realização de lucros, perdendo cerca de 2 mil pontos de uma só vez, ao cair 1,91%, aos 102.293,31 pontos. Entre os destaques de baixa da Bolsa, TIM e Telefônica desabaram após a Highline do Brasil fazer uma oferta pela Oi Móvel. Nesse ambiente mais pesado, o dólar retomou um pouco de espaço ante o real, após três pregões seguido de forte baixa, quando saiu de R$ 5,38 para R$ 5,11. Hoje, em linha com o comportamento ante demais emergentes, a moeda dos EUA subiu 1,92% no mercado à vista de balcão, a R$ 5,2138. O mau humor generalizado trouxe alguma inclinação para a curva de juros, ainda que os movimentos tenham sido moderados. Enquanto os vencimentos curtos seguiram de lado, à espera do IPCA-15 de julho, amanhã, e indicando apostas divididas entre corte e manutenção da Selic em agosto, os longos subiram um pouco, pressionados também pelo dado da arrecadação federal em junho, que ficou abaixo da mediana das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast.
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