MESMO COM FERIADO EM NY, BOLSA BATE RECORDE E ATIVOS LOCAIS TÊM MÊS POSITIVO

Sem a referência de Wall Street, devido a um feriado que manteve os mercados fechados por lá, os ativos brasileiros, na véspera do PIB do primeiro trimestre, passaram por correções pontuais e divergentes, mas fecham o mês majoritariamente positivos. O Ibovespa, amparado pelas ações de Vale e siderúrgicas após o minério de ferro subir e se reaproximar de US$ 200 por tonelada, começou a semana com ganho de 0,52%, aos 126.215,73 pontos. Com isso, termina maio na máxima histórica e engata o terceiro avanço mensal consecutivo, desta vez da ordem de 6,16%, elevando o ganho no ano a 6,05%. Esse desempenho se deu em meio à melhora das expectativas para atividade, após indicadores positivos conhecidos recentemente e possível avanço da vacinação, além de um quadro fiscal menos deteriorado do que se antecipava, com surpresas positivas na arrecadação. Tal conjunto de informações fez o real ganhar espaço ante o dólar mesmo num momento em que o Federal Reserve sinaliza disposição em iniciar o debate sobre a redução de estímulos, via corte na compra mensal de ativos. Assim, o dólar caiu 3,81% ante o real em maio, a despeito do leve avanço de 0,25% de hoje, a R$ 5,2249 no mercado à vista. Foi o segundo mês seguido de baixa da moeda americana, que agora reduziu a alta acumulada em 2021 ante a brasileira para apenas 0,70%. Com o câmbio acomodado e preocupações com a inflação aqui e no mundo, a curva a termo de juros perdeu inclinação neste mês, com as taxas longas perto da estabilidade e as curtas em alta importante, uma vez que os investidores precificam um Banco Central mais agressivo na condução da política monetária. Hoje, assim como o dólar, as taxas subiram de forma generalizada, apenas monitorando declarações de autoridades. Na sessão estendida, contudo, os juros bateram máximas, após o Broadcast informar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, confidenciou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que o presidente Jair Bolsonaro não quer a aprovação do texto da reforma administrativa e não trabalhará por ela. No exterior, com as bolsas fechadas em Nova York, o dólar recuou ante moedas rivais, em compasso de espera por mais sinalizações do Fed quanto à recuperação da economia, que podem vir com a divulgação do Livro Bege e do payroll de maio, ambos nesta semana.

BOLSA

Mesmo sem a referência de Nova York no feriado americano pelos militares mortos em ação, e em dia majoritariamente negativo nas praças europeias, com feriado também em Londres, os investidores domésticos encontraram fôlego para levar o Ibovespa mais adiante, em renovação conjunta de recorde intradia e de fechamento pela segunda sessão consecutiva. Hoje, o índice da B3 encerrou exatamente na nova máxima histórica, em alta de 0,52%, aos 126.215,73 pontos, saindo de mínima a 125.539,68 na sessão, com giro moderado, de R$ 25,2 bilhões nesta última sessão de maio. No mês, o Ibovespa acumulou ganho de 6,16%, o terceiro avanço mensal seguido, vindo de alta de 1,94% em abril e de 6% em março – foi o maior avanço mensal desde dezembro passado (9,30%). No ano, o índice sobe agora 6,05%.

Destaque nesta segunda-feira na B3 para mineração (Vale ON +2,86%) e siderurgia (Usiminas +1,33%) com a alta na casa de 4% para o minério de ferro na China, que reaproximou a tonelada da linha de US$ 200, no dia em que o PMI chinês veio a 51 em maio – leituras acima de 50,0 indicam expansão da atividade, na margem. Na ponta do Ibovespa, Cosan subiu 6,61%, seguida por Eneva (+4,59%) e Raia Drogasil (+3,11%). No lado oposto, Braskem (-3,23%), Equatorial (-2,71%) e Iguatemi (-2,61%).

Mesmo com o Brent em alta em torno de 1% na sessão, negociado perto de US$ 70 por barril, o dia foi moderadamente negativo para as ações de Petrobras, com a ON em baixa de 0,22% e a PN, de 0,44% no fechamento, em leve realização após os fortes ganhos da última sexta-feira, quando reagiram à recomendação de compra do JPMorgan. “A reunião de Opep+, que acontece entre hoje e amanhã, pode trazer mais novidades sobre níveis de oferta e demanda do produto”, observa Pietra Guerra, analista da Clear Corretora.

No quadro macro, “melhores perspectivas de crescimento econômico, a melhora nos números fiscais e alguns avanços nas discussões das reformas contribuem para cenário favorável, inclusive para o fortalecimento do real frente ao dólar, que acumulou valorização de 3,8% (em maio), com o câmbio a R$ 5,22”, acrescenta a analista. A relativa recuperação dos fundamentos brasileiros, refletida também na temporada positiva de resultados corporativos no primeiro trimestre, resultou em ingresso líquido de recursos estrangeiros até aqui em maio.

De acordo com dados divulgados hoje pela B3, os investidores estrangeiros ingressaram, em ternos líquidos, com R$ 1,781 bilhão na última quinta-feira, 26, quando o Ibovespa fechou em alta de 0,30%, aos 124.366,57 pontos, e giro financeiro reforçado a R$ 51,4 bilhões. Em maio, as entradas de recursos externos somam R$ 10,845 bilhões até o dia 26, elevando o fluxo positivo a R$ 30,025 bilhões em 2021.

Em maio, em dólar, o Ibovespa foi a 24.156,58 pontos, o maior nível do ano, comparado a 21.887,67 pontos no fim de abril e a 20.721,62 no encerramento de março. No fechamento de 2020, o índice da B3 em dólar estava em 22.937,77, vindo de 20.368,35 pontos no encerramento de novembro, quando se iniciou recuperação significativa do Ibovespa, com o índice de ações em alta de 15,90% naquele mês – uma retomada interrompida entre janeiro e fevereiro. Assim, no primeiro mês do ano, o Ibovespa em dólar foi a 21.018,82 e, no encerramento de fevereiro, oscilou para 19.629,85 pontos.

Em nota, os analistas Heloise Sanchez e Régis Chinchila, da Terra Investimentos, também chamam atenção para desdobramentos recentes, positivos para a perspectiva doméstica. “Os investidores seguem de olho em Paulo Guedes e Roberto Campos Neto. O ministro disse que a dívida pública brasileira fechará o ano perto de 85% do PIB, no mesmo evento em que Bolsonaro afirmou que o governo está comprometido com as reformas”, observam. Além disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apontou que até o final do ano todos os brasileiros estarão vacinados contra a Covid-19, acrescentam os analistas da Terra.

“O posicionamento dos BCs ao redor do mundo, de que os estímulos devem continuar, ajuda a manter os níveis recordes das bolsas. Acreditamos que o discurso deve permanecer nesse sentido por ora, dado que choques inflacionários temporários já estão nos modelos”, aponta Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos. Ela destaca também, amanhã, a divulgação do PIB do Brasil no primeiro trimestre como importante fator de orientação para o mercado, que vinha melhorando as estimativas para o período assim como para o ano, especialmente desde a última leitura do IBC-Br.

Com a renovação das máximas intradia e de fechamento nestas duas últimas sessões, o Ibovespa precisará superar resistência imediata aos 126.250 pontos para buscar objetivos seguintes aos 128.290 e 131.580 pontos, aponta o analista gráfico Igor Graminhani, da Genial Investimentos, com base em projeções de Fibonacci. No primeiro fechamento de maio, no dia 3, o índice da B3 estava em 119.209,48 pontos, vindo de 118.893,84 no último de abril. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:32

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 126215.73 0.52115

Máxima 126215.73 +0.52

Mínima 125539.68 -0.02

Volume (R$ Bilhões) 2.52B

Volume (US$ Bilhões) 4.82B

17:32

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 126200 0.54575

Máxima 126330 +0.65

Mínima 125400 -0.09

CÂMBIO

O dólar caiu 3,81% em maio, a maior baixa mensal desde novembro do ano passado. É o segundo mês consecutivo de perdas da moeda americana ante o real, ajudado pela melhora observada na situação fiscal do Brasil com a atividade econômica mais forte que o esperado, os superávits na balança comercial e a alta de juros pelo Banco Central. Tudo isso em um ambiente de dólar fraco no mercado internacional, em meio a indicadores mistos da economia americana e reforço do Federal Reserve de que a inflação é transitória. Esse ambiente levou a um desmonte importante de posições contra o real no mercado futuro da B3. Só os estrangeiros reduziram suas apostas compradas em dólar, que ganham com a valorização da moeda americana, em US$ 7,4 bilhões este mês.

Nesta segunda-feira, dia de definição do referencial Ptax de maio, usado em contratos cambiais e balanços de empresas, o mercado operou volátil. No fechamento, terminou em alta de 0,25%, a R$ 5,2249. No mercado futuro, o dólar para julho, que passou a ser o contrato mais líquido a partir de hoje, operava estável às 17h, a R$ 5,240.

Pela manhã, a moeda americana caiu com a divulgação do superávit primário de R$ 24,2 bilhões em abril, acima do esperado e recorde para o mês da série histórica do Banco Central. Quando saiu o número, o dólar caiu para as mínimas do dia, a R$ 5,1995. “O resultado mostrou uma melhora significativa”, comenta o economista-chefe do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Mas com a disputa pela Ptax os comprados na moeda americana, que esperam sua valorização, forçaram a alta, especialmente perto das quatro janelas de coleta das cotações pelo BC para a definição do preço do dia. Na máxima, a R$ 5,26, foi antes da coleta final, que ocorreu pouco depois das 13h.

Após a definição do referencial, a pressão de alta se reduziu. O feriado nos Estados Unidos acabou limitando a liquidez hoje. “O dólar teve pequena queda no exterior, mas câmbio no Brasil teve alta à tarde, influenciada pela disputa anterior entre comprados e vendidos na formação da Ptax do mês”, comenta o economista e gestor da JF Trust, Eduardo Velho.

Nos negócios da tarde, as mesas de câmbio monitoraram participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em eventos. O dirigente declarou que a atividade tem mostrado força e já há previsão de PIB crescendo acima de 4% este ano. Ele, contudo, enfatizou que a situação de endividamento do Brasil é “bastante frágil”, por conta dos gastos com a pandemia, e reforçou a necessidade de o Brasil atrair mais investimento estrangeiro. “Estamos vendo recuperação extraordinária da economia.”

“Contas públicas mostrando superávit e a propensão do governo de vacinação total até o final do ano certamente contribuem”, afirma o economista da Amplla Assessoria em Câmbio, Alessandro Faganello. Ele observa que até há pouco tempo, as projeções indicavam que a dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) poderia bater em 100% este ano. Hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou da chance do indicador cair abaixo de 85% e bancos começaram a rever seus números.

Entre eles, o americano JPMorgan melhorou a previsão para as contas fiscais brasileiras, revertendo uma tendência de recentes pioras nas estimativas. A melhora da arrecadação e o crescimento mais forte que o esperado da economia devem levar a redução importante da dívida bruta em relação ao PIB este ano para 86,3%. A estimativa anterior do JP era de 91,3%. Para 2022, houve redução de 94,8% para 88,7%. “A aceleração do crescimento do PIB, combinado com inflação mais alta, vem estimulando a arrecadação este ano”, comentam os economistas do JP, Cassiana Fernandez, Cristiano Souza e Vinicius Moreira, em relatório.

A movimentação técnica dos investidores mostra contínuo desmonte de posições contra o real. Em Chicago, fundos elevaram novamente, pela terceira semana seguida, posições compradas em contratos futuros de real, que ganham com a valorização da moeda brasileira.

Na B3, após sucessivos cortes, que chegaram a US$ 1 bilhão apenas na sexta-feira, o saldo comprado dos estrangeiros em dólar futuro, minicontratos de dólar e cupom cambial (DDI) caiu a US$ 24,6 bilhões, de acordo com dados da B3 monitorados pela corretora Commcor. No início do mês, a posição comprada estava em US$ 32 bilhões.

Os fundos nacionais reduziram suas posições compradas nos mesmos contratos em US$ 3,4 bilhões, de US$ 9,5 bilhões no início de maio para US$ 6,1 bilhões no encerramento da sexta-feira, considerando os mesmos contratos. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

Volta

JUROS

Sem o drive externo, que fez a liquidez se reduzir à metade nesta sessão, a segunda-feira foi de juros em alta. Por um lado, a subida do dólar ajudou na recomposição de prêmios, mas o foco maior foi a correção de excessos da semana passada, em que o combo fiscal e exterior desmontou muitas apostas, em especial no trecho mais longo da curva. O mercado monitorou hoje, ainda, falas de Roberto Campos Neto, Paulo Guedes e Bruno Funchal, e se prepara para o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, a ser conhecido amanhã, e a produção industrial de abril, na quarta-feira, que abre a temporada de dados de atividade do IBGE relativos ao segundo trimestre. Na sessão estendida, contudo, houve alta adicional, à medida que o mercado assimila o noticiário envolvendo a reforma administrativa.

A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passou de 5,041% na sexta-feira a 5,06% hoje. O DI para janeiro de 2023 foi de 6,593% a 6,68%. O janeiro 2025 subiu de 7,795% a 7,88%, na máxima. E o janeiro 2027 avançou de 8,434% a 8,47%. O diferencial entre os vértices 2022 e 2027 foi de 341 pontos-base, pouco acima dos 339 pontos da sexta-feira, mas bem abaixo dos 375 pontos do fim de abril.

Em termos de liquidez, o janeiro de 2022 teve 175 mil contratos negociados na sessão regular (de 328 mil em média na semana passada); o janeiro 2023, 210 mil (ante 445 mil); o janeiro 2025, 80 mil (ante 170 mil); e o janeiro 2027, 52 mil (ante 85 mil).

A despeito da agenda cheia no Brasil, a ausência do investidor americano, em folga devido ao feriado de Memorial Day, fez o mercado ter pouca tração. Pela manhã, o dado do setor público consolidado reforçou as apostas de uma melhora fiscal, precificada ao longo da semana passada.

“Na parte de juros, hoje acabou sendo um movimento mais técnico. Não criou-se uma convicção de apostar nestes prêmios muito elevados, acho que ainda há bastante incerteza”, apontou o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima.

O governo também lembra que o quadro inspira cuidados. O secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal, disse hoje à tarde que o dever de casa é “manter as contas organizadas”. Em audiência na comissão temporária da covid-19 no Senado Federal, ele apontou ainda que o Brasil tem pouco espaço para novas medidas de combate ao coronavírus porque entrou na pandemia com um nível de endividamento maior do que outros emergentes, mas afirmou que “medidas necessárias serão feitas”.

O secretário destacou que as projeções recentes do mercado apontam crescimento maior do Produto Interno Bruto em 2021, mas isso é “vinculado à nossa organização fiscal”. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “economia brasileira está de novo em uma rota surpreendente”. “Está dando indicações de que pode crescer bem acima dos 3,4% este ano. As revisões do mercado para crescimento estão acima de 4% e há quem preveja 5%”, disse.

Aliás, sobre o PIB, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu em um vídeo gravado para uma reunião da Frente Parlamentar da Economia Verde, que a autarquia também pode rever as suas previsões para o nível de 4%, na esteira de uma onda de revisões para cima por parte de instituições financeiras.

Amanhã, aliás, o mercado espera uma série de revisões, após a divulgação das contas nacionais trimestrais do período de janeiro a março. Pesquisa do Projeções Broadcast aponta apostas de alta de 0,70% na margem, com intervalo de -2% a 2,40%. No dia seguinte, saem os dados da produção industrial.

A tarde também é de revisões em cenários de inflação e juros. O Credit Suisse elevou a projeção de IPCA para 2021 de 5,4% a 6,0% e a de 2022 de 4,2% para 4,5%. Para a Selic, o banco segue esperando 6,5% ao fim deste e do próximo ano, mas reconhece que “cresce o risco de ser maior”.

Apesar do otimismo verbalizado no mercado com o crescimento econômico, a situação fiscal e de atividade está longe de estar resolvida, e o cenário político também dá sua contribuição para incerteza. Nesta tarde, o Broadcast apurou que Paulo Guedes confidenciou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que o presidente Jair Bolsonaro não quer a aprovação do texto da reforma administrativa e não trabalhará por ela. A notícia reforçou o viés de alta da sessão regular e fez os juros baterem máximas na estendida.

Às 17h19, o DI para janeiro de 2023 subia a 6,695% e o janeiro 2027 avançava a 8,48%. (Mateus Fagundes – [email protected])

17:32

Operação   Último

CDB Prefixado dias (%a.a) 3.73

Capital de Giro (%a.a) 6.43

Hot Money (%a.m) 0.62

CDI Over (%a.a) 3.40

Over Selic (%a.a) 3.40

MERCADOS INTERNACIONAIS

Em um pregão de liquidez reduzida devido ao feriado nos Estados Unidos, que manteve o mercado acionário em Nova York e as negociações de Treasuries fechadas, o dólar recuou ante moedas rivais, em compasso de espera por mais sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) quanto à recuperação da economia americana, que podem vir com a divulgação do Livro Bege na próxima quarta-feira (02), além do relatório de empregos, conhecido como payroll, que sai na sexta-feira (04). Na Europa, as bolsas recuaram também diante da baixa liquidez, em dia de feriado em Londres. A alta do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) alemão de maio reforçou as preocupações quanto à trajetória inflacionária no continente e os impactos disso na política monetária. No pregão eletrônico, o petróleo manteve avanço de cerca de 1%, de olho no noticiário do setor e à espera da reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que ocorre amanhã.

O ING avalia que o payroll desta semana “irá definir o tom” de junho nos mercados. A decepcionante abertura de 266 mil vagas nos EUA em abril ajudou o Fed a adiar o debate pelo início da retirada dos estímulos monetários pela entidade, algo que pode se repetir caso a geração de empregos deste mês venha abaixo do consenso de analistas, afirma o banco holandês. Como aponta reportagem do Broadcast publicada às 11h51, cinco membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) da instituição já falam em debater o “tapering”, como é conhecido o processo de retirada da acomodação.

Diante disso, investidores ficarão atentos à divulgação do Livro Bege, que traz perspectivas sobre cada uma das 12 distritais do Fed, e também às falas de dirigentes da entidade, incluindo o seu presidente, Jerome Powell, que participa de evento do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) na sexta-feira. No mesmo evento, estarão presentes a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também na sexta, e o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, na quinta-feira.

Com os mercados fechados em NY e em ritmo de espera pelos drivers do restante da semana, o Dollar Index (DXY), que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, chegou ao fim da tarde em Nova York em baixa de 0,20%, aos 89,851 pontos. O euro avançava a US$ 1,2227, a libra tinha alta a US$ 1,4207, e o dólar caía a 109,54 ienes.

Na Ásia, investidores acompanharam a decisão do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de elevar o compulsório sobre depósitos em moeda estrangeira de 5% para 7%, medida que entrará em vigor no próximo dia 15. Segundo o ING, a alta ajudará a conter a apreciação do yuan sobre o dólar ao deter a ação de especuladores, mas não será o suficiente para frear completamente o movimento.

Nos mercados europeus, o dia foi também de baixa liquidez com o feriado de primavera no Reino Unido, que fechou a bolsa londrina. Por lá, repercutiu a leitura preliminar acima do esperado por analistas consultados pelo Wall Street Journal do CPI de maio na Alemanha, que subiu 0,5% ante abril e 2,5% na comparação anual. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em queda de 0,64%, enquanto o CAC 40, de Paris, teve baixa de 0,57%.

Para o Commerzbank, o indicador ofereceu uma prévia do que ocorrerá no segundo semestre com a inflação alemã, que deve crescer “bem acima” de 3%. Diante da melhora econômica na zona do euro, com o ritmo mais acelerado de vacinação contra a covid-19, as pressões inflacionárias devem “complicar ainda mais” a estratégia do BCE de ignorar o debate sobre seu atual volume de compras de ativos, considera o ING, em relatório a clientes.

Entre as commodities, os contratos de petróleo em NY e Londres avançavam cerca de 1%, de olho em sinalizações da Opep+ e à espera da reunião ministerial de amanhã do cartel. De acordo com reportagem da Reuters, o Comitê Técnico Conjunto (JTC, na sigla em inglês) da Opep, que se reuniu hoje, manteve sua previsão de alta da demanda mundial pelo óleo para 2021 em 6 milhões de barris por dia (bpd).

Já o secretário-geral da instituição, Mohammed Barkindo, disse que a possível retomada da oferta do Irã não deve afetar a estabilidade do mercado global de petróleo, pois será feita de forma “ordenada e transparente”. Às 17h05, o barril do WTI para julho avançava 0,89% na Nymex, a USS 66,91, e o do Brent para agosto ganhava 1,08%, a US$ 69,46, na ICE. (Gabriel Caldeira – [email protected])




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