IMPASSE SOBRE PACOTE NOS EUA E RUÍDOS NO BRASIL DEIXAM ATIVOS SEM DIREÇÃO ÚNICA

Uma série de nós, tanto no exterior quanto por aqui, acabou deixando os mercados instáveis. E o fechamento dos ativos comprova isso: enquanto o Ibovespa e o dólar ficaram praticamente estáveis, os juros futuros voltaram a subir, numa demonstração de cautela. Para começar, o impasse em relação ao pacote de estímulos nos EUA continua e alguns analistas já descartam que algo possa ser concretizado antes da eleição americana. Ainda assim, os investidores em ações guardaram algum apetite por risco em grande parte da sessão, após a democrata Nancy Pelosi voltar a demonstrar, mais cedo, otimismo sobre o assunto. No fim do dia, os republicanos disseram que sua proposta é de US$ 1,9 trilhão, inferior ao montante desejado pela oposição, ajudando a trazer um fechamento negativo para os principais índices em Wall Street. O Ibovespa, contudo, ainda manteve pequeno ganho, ao subir 0,01%, aos 100.552,44 pontos. Ficou longe, contudo, da máxima de 101.585,92 pontos vista mais cedo. Mas o noticiário doméstico, somado ao imbróglio nos EUA, acabou trazendo mais cautela aos demais ativos. A moeda dos EUA até chegou a cair no exterior, mas a questão fiscal e os ruídos políticos envolvendo a vacina para o coronavírus pesaram sobre a divisa brasileira. Assim, o dólar à vista terminou o dia de lado, com pequena alta de 0,02%, a R$ 5,6145. No caso dos juros futuros, houve uma realização após o recuo dos últimos dias e antes de novo leilão de títulos, amanhã. Com isso, apesar da confirmação do Tesouro da possibilidade de transferências de recursos do BNDES e Caixa no começo de 2021 para reforçar o colchão de liquidez, as taxas dos DIs tiveram alta moderada.

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York tiveram sessão volátil, sem muito impulso e com fechamento em baixa, diante de investidores novamente atentos às idas e vindas no diálogo por mais estímulo fiscal nos Estados Unidos. Se a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, voltou a demonstrar otimismo sobre o assunto, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, lançou críticas contra Pelosi e declarou apoio a um montante bem inferior ao almejado pela oposição. Alguns analistas descartam que o pacote possa ser concretizado antes da eleição americana. Nessa toada, as bolsas caíram e o dólar recuou ante outras moedas principais. Os juros dos Treasuries subiram, com a menor busca por segurança, mesmo em meio a novos reforços de que a política seguirá acomodatícia por parte de alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed). Entre as commodities, o petróleo fechou em baixa, de olho no dado de estoques dos EUA na semana e nos riscos à demanda, diante de novas ondas da covid-19.

 

Durante entrevista à MSNBC, Pelosi se disse “otimista” sobre a chance de estímulo fiscal, enquanto o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, havia comentado mais cedo que um acordo poderia ser concretizado nas próximas 48 horas. Pelosi e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, conversaram sobre o assunto nesta tarde. Meadows disse também que a proposta do governo Donald Trump é de US$ 1,9 trilhão e que espera uma resposta positiva de Pelosi, acusando-a de não fechar um acordo por “motivações políticas”. Já a deputada disse nesta semana que a questão não era apenas o montante, mas em que gastar essa verba, enquanto McConnell atacou hoje a presidente da Câmara, dizendo que ele defende um pacote de US$ 500 bilhões, bem inferior portanto aos cerca de US$ 2 trilhões almejados pela oposição e mesmo do que o defendido agora pela Casa Branca. Após o fechamento do mercado, o porta-voz de Pelosi, Drew Hammill, informou que ela deve conversar novamente com Mnuchin amanhã e que um acordo está mais próximo.

 

Para o Goldman Sachs, o pacote não deve ser concretizado antes da eleição de 3 de novembro. A Capital Economics vê chances modestas e aponta ainda que, mesmo que o Partido Democrata levasse a presidência e as duas Casas do Legislativo, no Senado ele não deve ter maioria suficiente para evitar manobras protelatórias dos republicanos, por isso uma eventual lei sobre o assunto levaria algum tempo para ser implementada e pode ser mais modesta do que o almejado. A consultoria diz que uma vitória democrata deve se traduzir em mais estímulos em 2021, provavelmente maiores do que se os republicanos mantiverem o controle do Senado, mas com uma concretização “não tão rápida quanto o esperado aparentemente por alguns” e sem que “um grande impulso fiscal para a economia no início do próximo ano seja até agora nada garantido”.

 

Em meio ao noticiário sobre o assunto, as bolsas de Nova York oscilaram entre altas e baixas no pregão, mas em geral próximas da estabilidade, perdendo mais força na reta final. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,35%, em 28.210,82 pontos, o S&P 500 recuou 0,22%, a 3.435,56 pontos, e o Nasdaq registrou queda de 0,28%, a 11.484,69 pontos.

 

Entre os Treasuries, houve alta nos retornos, também com pouco impulso. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,141% e o da T-note de 10 anos tinha alta a 0,815%. Entre os dirigentes do Fed, Loretta Mester (Cleveland) considerou que a política monetária será “um pouco mais acomodatícia” agora, após o ajuste do banco central na busca por uma inflação média de 2%. Já a diretora Lael Brainard destacou que a recuperação é desigual, argumentando por “apoio fiscal forte” para garantir a retomada.

 

No câmbio, o dólar recuou ante outras moedas principais, também com os diálogos em Washington em foco. No horário citado, o dólar caía a 104,54 ienes, o euro subia a US$ 1,1861 e a libra tinha alta a US$ 1,3147. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, caiu 0,49%, a 92,611 pontos. Para o BK Asset, a fraqueza do dólar está relacionada também à proximidade da eleição, com o risco de disputa acirrada, com incertezas para os investidores portanto, e de eventual judicialização.

 

Entre as commodities, o petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 4,00%, em US$ 40,03 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês recuou 3,31%, a US$ 41,73 o barril, na ICE. O Departamento de Energia (DoE) informou que a queda nos estoques do óleo na última semana foi inferior à prevista pelos analistas. Além disso, novas ondas do novo coronavírus em países da Europa e em partes dos EUA provocam cautela sobre a demanda futura. A Wood Mackenzie avalia em relatório o que pode significar uma presidência Joe Biden para o setor. A consultoria diz que, com o passar dos anos, pode haver uma transformação importante no sistema energético com o democrata, mas também nota que o impacto inicial para a oferta e a demanda por petróleo e gás nos EUA “deve ser muito pequeno”. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

Volta

 

BOLSA

Em dia de oscilações em Nova York, em meio à incerteza sobre o pacote fiscal nos EUA, o Ibovespa conseguiu encadear o terceiro desempenho positivo, mas praticamente neutralizando a alta observada no começo da tarde, que o colocou hoje a 101.585,92 pontos na máxima da sessão, maior nível intradia desde 3 de setembro (103.225,58), com abertura a 100.541,25 pontos nesta quarta-feira. Ao final, o índice de referência da B3 ficou abaixo dos 101 mil pontos, mostrando ganho de apenas 0,01%, aos 100.552,44 pontos, saindo de mínima a 100.148,97. Ainda assim, a exemplo do dia anterior, manteve-se como melhor nível de fechamento desde 9 de setembro, então aos 101.292,05 pontos.

 

A forte pressão sobre os preços do petróleo, em queda superior a 3%, colocou as ações da Petrobras em terreno negativo, embora limitado no fim (PN -0,10% e ON -0,05%), após a empresa ter divulgado, na noite de ontem, números operacionais bem recebidos pelo mercado. Entre as commodities, destaque para alta de 1,63% em Vale ON, com outro segmento de peso, o de bancos, também avançando nesta quarta-feira, à espera de balanços mais favoráveis no terceiro trimestre, com Bradesco ON (+0,92%) e PN (+1,02%) à frente na sessão, embora de forma bem tímida quando comparada a mais cedo.

 

“Tivemos um dia em que acompanhamos Nova York, com variações bem próximas ao que ocorria por lá, de olho no pacote, o horizonte em que virá. Ações mais sensíveis ao ciclo econômico e expostas aos efeitos da pandemia, como Azul (-0,61%), CVC (-2,90%) e Lojas Renner (-2,48%) – ou seja, viagens e varejo presencial – sofreram um pouco mais com o noticiário sobre vacinas, que, em geral, não fez preço hoje”, aponta Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura.

 

Assim, permaneceram em segundo plano os ruídos em torno da adoção da vacina chinesa no Brasil, após o presidente Jair Bolsonaro desautorizar hoje protocolo do dia anterior entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo sobre aquisição de doses da Coronavac, desenvolvida em conjunto pela Sinovac e o Instituto Butantan.

 

“O dia todo ficou em torno do pacote nos EUA. As discussões chegaram a esfriar, mas depois novas declarações de Pelosi (Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes), de que as negociações estão caminhando, contribuíam para dar sinal positivo, lá e aqui”, diz Thomás Gibertoni, especialista em investimentos da Portofino Multi Family Office. “Apesar das dúvidas em relação ao fiscal, que continuam a ter efeito sobre os DIs, a Bolsa busca reduzir a ‘boca de jacaré’ ante os mercados globais, e os mais recentes números positivos sobre a economia chinesa, como os do varejo e da produção industrial de setembro, acima do consenso, contribuem para este movimento”, acrescenta.

 

Contudo, Nova York acabou por se firmar em leve baixa no encerramento, levando o Ibovespa a quase zerar os ganhos do dia, ante a falta de sinais definidores em nova rodada nesta tarde entre Pelosi e o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin – até o fechamento de Nova York, não se conhecia o resultado da conversa, marcada para as 15h30 (de Brasília). Depois do encerramento, foi anunciado que os contatos prosseguem amanhã.

 

Porta-voz da presidente da Câmara dos Representantes, Drew Hammill afirmou que Pelosi e Mnuchin conversaram durante 48 minutos. “A conversa de hoje nos deixa mais perto de ser capazes de colocar a caneta sobre o papel para escrever a legislação”, disse Hammill.

 

Apesar das incertezas, em outubro, os ganhos acumulados pelo Ibovespa chegam agora a 6,29%, com avanço na semana a 2,28%, enquanto as perdas no ano vão a 13,05%. Nesta quarta-feira, o giro financeiro ficou em R$ 24,4 bilhões. O Ibovespa chegou a sustentar o nível de 101 mil pontos em boa parte da sessão, mas a oscilação de sinal em Nova York, em meio às idas e vindas sobre o pacote fiscal nos EUA, contribuiu para segurar o índice da B3, após ter chegado a operar, no início da tarde, acima do nível de fechamento de 9 de setembro.

 

Na ponta do Ibovespa, Qualicorp subiu hoje 5,75%, seguida por Braskem (+4,73%) e Eztec (+3,81%). No lado oposto, WEG cedeu 6,16%, à frente de IRB (-3,80%) e de Lojas Americanas (-2,99%). (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

17:21

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 100552.44 0.01254

Máxima 101585.92 +1.04

Mínima 100148.97 -0.39

Volume (R$ Bilhões) 2.44B

Volume (US$ Bilhões) 4.36B

 

 

 

 

17:41

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 100645 -0.29225

Máxima 101865 +0.92

Mínima 100285 -0.65

 

 

CÂMBIO

O dólar caiu forte no exterior hoje, em novo dia de expectativa por um acordo entre democratas e republicanos para aprovação em Washington de um pacote de estímulos trilionário. Ante moedas desenvolvidas, a divisa dos Estados Unidos caiu ao menor nível desde o começo de setembro. Nos emergentes, chegou a cair nesta quarta-feira mais de 1% na África do Sul. Mas no mercado doméstico, porém, a cautela prevaleceu, seja por conta da questão fiscal, seja com o imbróglio envolvendo a vacina para o coronavírus, que acabou gerando ruídos políticos hoje. Com isso, o dólar terminou o dia perto da estabilidade ante o real.

 

No fechamento dos negócios, o dólar à vista encerrou em leve alta de 0,02%, cotado em R$ 5,6145. No mercado futuro, o dólar para novembro subia 0,13% às 17h, em R$ 5,6165. O volume de negócios ficou em US$ 12 bilhões, em linha com os pregões desta semana, mas abaixo da média recente, de US$ 15 bilhões.

 

O dólar teve o quarto dia seguido de queda no exterior, ressaltam os analistas do TD Bank, diante da perspectiva de um acordo fiscal em Washington. Tanto democratas como republicamos vêm dando declarações positivas nos últimos dias sobre esta possibilidade, mas até agora nada de concreto. “Continuo otimista sobre a chance de mais estímulo fiscal”, afirmou nesta tarde a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que hoje voltou a se reunir com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

 

“O dólar está caindo na medida em aumentam as esperanças de um avanço nas negociações de estímulo em Washington”, ressalta o analista de mercados do Western Union, Joe Manimbo. Assim, a moeda americana caiu ante o euro e iene para o menor nível em um mês, e perante o dólar canadense no menor patamar em seis semanas. O analista observa que o endosso de Donald Trump para um pacote mais amplo serviu para reforçar as esperanças dos investidores, embora as incertezas permaneçam.

 

Apesar do otimismo, o economista do banco americano Goldman Sachs, Alec Phillips, vê pouca chance de um acordo antes das eleições. “Algumas das maiores questões permanecem sem resolução”, comenta em relatório a investidores. “Com grandes diferenças e pouco tempo até as eleições, parece improvável que Pelosi e Mnuchin vão alcançar um acordo.”

 

No Brasil, o economista da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, destaca que os agentes seguem esperando como será financiado o Renda Cidadã, novo programa social do governo. ” O fato é que o timing político é muito mais lento que o almejado pelo mercado, ainda mais em ano de eleição”, ressalta Faganello. Pelo lado positivo, ele observa que o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, ressaltou hoje que a situação fiscal do Brasil tem solução, que passa pelo controle das despesas, manutenção do teto e melhora da eficiência dos gastos já existentes.

 

Esta semana, além de Funchal, o governo como um todo vem reforçando o compromisso fiscal e o respeito ao teto, fator que ajudou também o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, termômetro do risco país, a cair para 214 pontos. No final de setembro, as taxas chegaram a encostar em 260 pontos, em meio ao aumento do risco fiscal do país e informações desencontradas do Planalto sobre o tema. O chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, acrescenta que o ruído político gerado pela discussão da vacina hoje em Brasília também não ajudou o real hoje. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:41

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.61450 0.0214 5.62840 5.57150

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5612.500 0.0624 5630.000 5573.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5616.000 0.24991 5616.000 5616.000

 

JUROS

Após duas sessões de queda firme, os juros futuros percorreram a quarta-feira em alta moderada, num movimento de realização de lucros alimentado em boa medida pela espera por uma definição sobre o pacote fiscal norte-americano e pelo leilão de títulos de amanhã. Internamente, o noticiário doméstico foi até favorável a uma eventual continuidade da suavização dos prêmios, com a melhora da expectativa de votação de pautas do Congresso e confirmação do Tesouro da possibilidade de transferências de recursos do BNDES e Caixa no começo de 2021 para reforçar o colchão de liquidez.

 

As taxas terminaram a sessão regular com avanço entre 3 e 5 pontos-base, longe de recompor o que foi perdido nos últimos dias. No começo da tarde, quando bateram mínimas, chegaram a zerar a alta e a oscilar com viés de queda após declarações otimistas da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, sobre o andamento das negociações para o pacote fiscal, mas logo voltaram a subir.

 

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou com taxa de 4,58%, de 4,545% ontem no ajuste, e o DI para janeiro de 2022, o mais negociado, com taxa de 3,25%, de 3,244% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 6,37%, de 6,334% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 7,234% para 7,28%.

 

“É um ajuste técnico. Tivemos um fechamento forte da curva com as ‘juras de amor’ entre Maia e Guedes dando uma acalmada nas tensões fiscais e a ala ‘fura teto’ perdendo força”, resumiu o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. O economista diz, porém, que a margem para uma queda estrutural dos prêmios de risco é pequena neste momento, já que as tensões fiscais estão latentes e controladas por ora pelos discursos das autoridades. “A situação segue instável e é difícil essa curva fechar muito mais. Deve seguir bem empinada”, completou.

 

Ao Broadcast/Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu urgência na montagem de um cronograma de votações das medidas de corte de gastos para garantir o programa Renda Cidadã e uma solução que dê tranquilidade fiscal para os próximos dois anos. Já o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), propôs que a Casa analisasse ainda hoje a proposta de autonomia do Banco Central, mas demais líderes estão resistindo à ideia em função da falta de acordo.

 

Em participação no evento Finanças Mais 2020, organizado por Estadão, Broadcast e Austin Rating, nesta manhã, o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, confirmou informação antecipada pelo Broadcast da negociação com o BNDES para repasse de recursos ao Tesouro no começo de 2021, mas não confirmou os valores, assim como também uma possível transferência da Caixa. “R$ 100 bilhões foi exatamente o que estava sendo pago em 2019. É razoável? Vamos discutir com o BNDES”, disse. Funchal também aventou a possibilidade de haver uma transferência de lucros vinda do Banco Central.

 

Ele endossou novamente a importância das reformas para a manutenção dos prêmios baixos e alongamento da dívida. Reconheceu que grande parte do ruído que impede a emissão de títulos mais longos parte de decisões acerca da política fiscal. “Nós fazemos leilão a leilão essa análise de risco: você tem, por um lado, o encurtamento do prazo, mas, se quer alongar, tem um aumento do custo”, ponderou o secretário. Ele lembrou que, com a Selic em 2,0%, torna-se mais barato custear os títulos mais curtos.

 

Nesta quinta-feira, o Tesouro realiza leilão de LTN, NTN-F e LFT, após o “sucesso” da operação de ontem com NTN-B 15/5/2023, com venda da oferta total de 3 milhões de papéis. Amanhã, as atenções estarão especialmente voltadas à operação com LTN, uma vez que o cronograma informa que a oferta de papel curto será para 1/4/2021, prazo que já concentra boa parte (mais de R$ 300 bilhões) do vencimento de R$ 643 bilhões do primeiro quadrimestre de 2021. Do mesmo modo, há expectativa em torno do leilão de LFT, uma vez que na semana passada a instituição elevou a oferta para até 1 milhão, mas vendeu pouco menos de 400 mil. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:39

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92

Capital de Giro (%a.a) 5.06

Hot Money (%a.m) 0.56

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

 

 

 

 

 




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