EM DIA VOLÁTIL COM TENSÃO EUA-CHINA E FISCAL, DÓLAR E IBOVESPA MUDAM DE RUMO À TARDE

Blog, Cenário
Ibovespa e dólar trocaram de direção no período vespertino, ainda que os fatores que permearam os mercados ao longo do dia não tenham mudado muito. No caso do câmbio, o dólar voltou a subir diante do real pela percepção de piora do quadro fiscal no Brasil, com possibilidade de nova extensão do auxílio emergencial e o debate sobre projetos que ameaçam o teto de gastos. Além disso, as tensões entre EUA e China também acabam gerando cautela generalizada e, no caso das moedas emergentes, enfraquecimento. Assim, o dólar à vista terminou o pregão com avanço de 0,96%, a R$ 5,4663, engatando a quinta alta consecutiva em relação ao real, após mais um dia muito volátil, variando mais de R$ 0,10 entre a máxima e a mínima.  O Ibovespa, por outro lado, se firmou nas horas finais, depois de uma manhã vacilante e um início de tarde bastante ruim, e terminou em alta de 0,65%, aos 103.444,48 pontos. Curioso é que o risco fiscal, que pesou no dólar, foi o que segurou a Bolsa na primeira etapa. Mas as ações de empresas ligadas a commodities, como Vale e Petrobras, que chegaram a titubear no pior momento do dia, voltaram a acompanhar seus respectivos setores, subiram e, junto com bancos, ajudaram o índice. Nova York também deu sua fatia de contribuição. No meio do dia, tanto o Nasdaq quanto o S&P 500 sucumbiam ao aumento das tensões envolvendo Washington e Pequim, tendo o setor de tecnologia, na figura da chinesa TikTok, como um dos principais campos de batalha. Depois, no entanto, prevaleceu a leitura positiva sobre os decretos com mais estímulos assinados no fim de semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a perspectiva de mais medidas, após a Casa Branca voltar a dizer que pode negociar mais pontos de apoio à economia com a oposição democrata. Com isso, apenas o Nasdaq terminou no vermelho. Na renda fixa, com a piora do câmbio e o risco fiscal pairando nos negócios, os juros futuros, sobretudo os de longo prazo, abandonaram a estabilidade vista mais cedo e também subiram, com nova inclinação da curva. A ponta curta teve alta discreta, com o mercado aguardando a ata da reunião do Copom, que sai amanhã cedo.  
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  CÂMBIO O cenário de incerteza no exterior, com a volatilidade inerente à aproximação das eleições nos Estados Unidos, e no Brasil, com o que é percebido como ameaça fiscal pela possibilidade de burlar o teto de gastos, fez o investidor buscar refúgio no dólar nesta segunda-feira. Depois de passar a manhã em queda frente ao real, atingindo a mínima do dia nos R$ 5,3532, a divisa americana engatou uma trajetória de alta na etapa vespertina dos negócios para subir a R$ 5,4663 no fechamento, a maior desde 22/05/2020 (R$ 5,5797).   "Grande parte desta alta vista hoje vem com impulso de fora. Há um cenário incerto sobre o que pode ocorrer com a economia americana. Mas há questões domésticas também, como o fato de o Copom ter deixado a porta aberta para mais cortes, vamos ver a ata da reunião amanhã (terça-feira), e as preocupações fiscais", avalia Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, ressaltando que a possibilidade do teto de gastos ser burlada é algo que tem sido olhado com muita atenção pelo mercado. "Já sabemos que os fundamentos macroeconômicos foram dilacerados e a grande atenção é como reverter a trajetória da dívida".   Segundo Musa, existe uma busca por dólar, com os clientes enviando recursos para investir no exterior e também elevando o porcentual de suas carteiras em moeda mais forte.   Durval Corrêa, assessor financeiro da Via Brasil Serviços Empresariais, complementa que, com o cenário de incertezas - com as eleições americanas e a disputa entre Estados Unidos e China, o dólar ainda é o refúgio tradicional para onde estão indo os investidores. "Há uma pressão compradora mais forte, mostrando tomada de posição de retaguarda ainda mais com a questão do déficit fiscal e as questões da reforma tributária, que têm trazido alguma instabilidade no Brasil", diz.   A animosidade entre EUA e China seguiu aumentando nesta sessão. Autoridades americanas foram hoje ao Twitter para se manifestar contra a prisão de Jammy Lai, editor do jornal Apple Daily, de Hong Kong, com base na lei de segurança nacional imposta pela China à ex-colônia britânica. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, escreveu: "A prisão de Jimmy Lai em Hong Kong é profundamente ofensiva e uma afronta às pessoas que amam a liberdade em todo o mundo". Mais cedo, foi o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que se pronunciou: "Estou profundamente preocupado com os relatos da prisão de Jimmy Lai pela draconiana Lei de Segurança Nacional de Hong Kong. Outra prova de que o Partido Comunista da China eviscerou as liberdades de Hong Kong e corroeu os direitos de seu povo", publicou Pompeo em seu Twitter.   Os dois especialistas em câmbio destacam ainda a volatilidade da moeda brasileira frente ao dólar, que foi de uma variação de R$ 0,11 centavos entre a mínima e a máxima do dia. "Estamos vendo uma volatilidade imensa nos últimos tempos, e, especificamente o real muito mais volátil do que as divisas de outros mercados emergentes", ressalta Musa.   A volatilidade e a maior desvalorização entre seus pares é, inclusive, o tema da edição desta semana do Broadcast Mercados Report. O texto mostra que o real é a moeda que mais perdeu valor ante o dólar e a volátil entre as principais do mundo. Para o primeiro movimento, há consenso de que os juros historicamente baixos no Brasil, o crescimento fraco, o cenário político mais tenso e a deterioração fiscal estão entre os principais fatores para explicar a fraqueza da moeda brasileira. Já para a volatilidade, que disparou nos últimos meses, nem o mercado e nem o Banco Central sabem dizer os reais motivos, mas gestores sinalizam preocupação de que a autoridade monetária busque alguma forma "não ortodoxa" de tentar conter estas oscilações exageradas.   Musa lembra que o Banco Central tem tido uma postura muito mais de assistir a esse sobe-e-desce, uma vez que os discursos do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, já apontaram que não adianta "queimar reservas internacionais para algo que não estava dando resultado". "O BC não quer determinar uma barreira, um piso e um teto, como por muito tempo ocorreu. A cotação não é totalmente livre quando se atua com banda cambial."   Na parte da tarde, o índice DXY, que compara a variação do dólar ante seis moedas fortes, passou a operar em alta, sendo que no mês de agosto avançava 0,15% ante queda de 3,04% no ano, às 17h15. Segundo o sócio da Acqua Investimentos, o dólar, em si, está com tendência de queda no tempo. Mas, especificamente no Brasil, diz, é o real que tem tendência de desvalorização. "Vamos ver amanhã qual será o posicionamento do Copom sobre os juros". (Simone Cavalcanti - [email protected])     17:27   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.46630 0.9604 5.46980 5.35320 Dólar Comercial (BM&F) 5.3496 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5475.000 0.5602 5477.000 5357.500 DOLAR COMERCIAL 5466.000 1.12858 5466.000 5410.000     BOLSA O Ibovespa mudou de direção no meio da tarde, com a virada positiva de Petrobras e bancos, que contribuiu para firmar ganho, ainda que moderado, no índice da B3 nesta primeira sessão da semana. Ao final, o Ibovespa apontava alta de 0,65%, aos 103.444,48 pontos, tendo oscilado entre mínima de 101.282,05 (-1,45%) e máxima de 103.722,49 pontos, à tarde, saindo de 102.776,02 na abertura. O giro financeiro totalizou R$ 24,9 bilhões e, em agosto, o índice avança 0,52%, com perda de 10,55% no ano.   Do fechamento de 31 de julho para cá, o índice se manteve entre mínima de 100.004,50 (no dia 4) e máxima de 104.523,28 pontos (no dia 6), com níveis de encerramento entre 101.215,87 (dia 4) e 104.125.64 (dia 6) - uma margem de 4,5 mil pontos entre a mínima e a máxima intradia do intervalo, e de pouco menos de 3 mil pontos entre os respectivos fechamentos.   Analistas e operadores apontam um padrão lateralizado para o Ibovespa neste começo de mês, com seis sessões realizadas até aqui em agosto, após três meses consecutivos de ganhos acima de 8%, sem contar os 10,25% de abril. Sem catalisadores fortes para romper a resistência de 105 mil pontos - nível de fechamento observado nas sessões de 29 e 30 de julho, os maiores níveis desde 4 de março - ou para perder o suporte dos 100 mil pontos, a tendência é de que o índice se mantenha dentro desta margem de flutuação.   "Hoje, houve esta virada no meio da tarde, com Petrobras e bancos, que caíam mais cedo, em dia positivo no exterior, com os dados sobre a inflação na China", observa Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais. A recuperação dos preços em julho na segunda maior economia do globo contribui para a percepção de retomada do maior mercado para as exportações brasileiras, grande consumidor de commodities. No quadro mais amplo, a prisão do empresário de mídia Jimmy Lai, editor de um popular jornal de Hong Kong, enquadrado por Pequim em lei de segurança nacional, causou reação do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, mas não chegou a estressar os mercados.   No exterior, acabaram por prevalecer, desde a manhã, os sinais sobre a economia, especialmente após a assinatura no sábado, pelo presidente Donald Trump, de decretos executivos com benefícios aos desempregados nos EUA, mesmo com a geração de empregos acima do esperado em julho, divulgada na sexta-feira, observa em nota Shin Lai, estrategista-chefe da Upside Investor Research.   "A volatilidade continua presente, e, dentro disso, o Ibovespa tem permanecido na faixa de 100 a 105 mil, podendo ir aos 108 mil, se romper os 105 mil, ou cair abaixo dos 100 mil, neste caso em direção aos 94 mil. A direção dependerá do que vier em termos da pandemia, do pacote nos EUA e também do quadro doméstico, em especial a situação fiscal, com muita atenção ao teto de gastos", aponta Bandeira, para quem o mercado tende a permanecer no curto prazo em "fase de indefinição". "O mercado está um pouco cansado do fluxo de recursos, e este cansaço deve prevalecer no curto prazo, mas o pano de fundo ainda é de juros baixos e de recuperação, a depender do que tivermos de notícia", conclui o economista.   Com o Brent em alta de 1,32%, a US$ 44,99 por barril para outubro no fechamento desta segunda-feira na ICE, acumulando ganho de cerca de 3% neste começo de agosto, as ações PN e ON da Petrobras fecharam o dia, respectivamente, em alta de 2,90% e 3,39%, enquanto Vale ON avançou 2,89%, impulsionada por avanço do preço do minério de ferro na China (+2,44% em Dalian). Assim como as de Petrobras, as ações de bancos também foram fundamentais para a guinada do Ibovespa para cima na etapa complementar, após as perdas observadas no segmento mais cedo. Ao final, Santander se mantinha à frente (+3,73%), seguido por Itaú (+1,30%) e Banco do Brasil ON (+0,94%).   Na ponta do Ibovespa, Braskem subiu hoje 9,32%, seguida por CSN (+7,88%) e Embraer (+5,73%). No lado oposto, Totvs cedeu 7,40%, com Hering em baixa de 5,11% e Magazine Luiza, de 4,34%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     17:22   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 103444.48 0.65086 Máxima 103722.49 +0.92 Mínima 101282.05 -1.45 Volume (R$ Bilhões) 2.48B Volume (US$ Bilhões) 4.61B         17:27   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 103450 0.70577 Máxima 103860 +1.10 Mínima 101235 -1.45       MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York tiveram sessão majoritariamente positiva, apoiadas pelos estímulos lançados em decretos no fim de semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta tarde, a Casa Branca voltou a dizer que pode negociar mais medidas de apoio à economia com a oposição democrata, mas também deixou evidentes divergências entre as partes. Na contramão dos demais, o índice Nasdaq recuou, em sessão volátil para os setores de tecnologia e serviços de comunicação, pressionados após altas recentes. Em outros mercados, o dólar se fortaleceu ante outras moedas principais à tarde, enquanto a menor busca por segurança levou os juros dos Treasuries para cima. O petróleo, por sua vez, fechou em alta, diante dos estímulos americanos, do otimismo com a recuperação da China e após a estatal Saudi Aramco falar sobre recuperação na demanda pelo óleo.   Os índices acionários americanos não tiveram sinal único. Os estímulos anunciados por Trump no fim de semana ajudaram o humor, mas o fato de que os decretos presidenciais podem ser alvo de disputa judicial e de que medidas mais robustas dependem ainda de acordos com a oposição impediu reação mais forte. Os mercados foram ajudados pelo fato de que ações de companhias aéreas subiram, diante da notícia de que o tráfego de passageiros em aeroportos nos EUA avançou ao maior nível desde o início da pandemia. A Boeing também foi apoiada pela novidade, fechando em alta de 5,52% e impulsionando o Dow Jones. Por outro lado, ações das chamadas giant techs não tiveram sinal único, com algumas pressionadas após fortes ganhos recentes, o que levou o Nasdaq a recuar. O Dow Jones fechou em alta de 1,31%, em 27.791,44 pontos, o S&P 500 subiu 0,27%, a 3.360,47 pontos, e o Nasdaq caiu 0,39%, a 10.968,36 pontos. Amazon teve baixa de 0,61% e Microsoft, de 1,99%, mas entre as aéreas American Airlines subiu 7,44% e Delta, 7,95%.   Os estímulos nos EUA continuam em pauta. Após os decretos com algumas medidas de Trump no fim de semana, a porta-voz da Casa Branca disse que pode haver mais medidas, pedindo que os democratas retomem negociações. A oposição insiste em maiores gastos, ao argumentar que o prometido até agora é insuficiente diante do choque da pandemia e da retomada ainda modesta da atividade. A porta-voz ainda afirmou que o governo americano monitora o quadro no Líbano, após o premiê Hassan Diab ter renunciado, em meio a uma grave crise econômica, agravada pela grande explosão no porto de Beirute, estopim de uma onda de protestos. Após a explosão há alguns dias, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) diz que a contração no PIB libanês neste ano pode ser de 24% (de um recuo de 15% projetado anteriormente).   Entre os Treasuries, os juros ganharam fôlego à tarde: no fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 0,129% e o da T-note de 10 anos, a 0,579%.   Já o ouro voltou a avançar. Além do nível ainda baixo dos retornos dos Treasuries, diante dos estímulos de governos e bancos centrais, o metal foi apoiado hoje pelas tensões entre EUA e China e pelas incertezas sobre o desenrolar da pandemia. O vice-presidente americano, Mike Pence, criticou nesta tarde a prisão do editor do jornal Apple Daily em Hong Kong, Jimmy Lai, com base na lei de segurança nacional imposta por Pequim ao território. A questão é um dos pontos de divergência recentes e o tema vem à tona dias antes de uma revisão prevista na fase 1 do acordo comercial entre as potências, prevista para sábado. O ouro para dezembro fechou em alta de 0,51% na Comex, a US$ 2.039,70 a onça-troy. A LPL Financial lista vários motivos para os ganhos recentes do metal, entre eles os déficits recordes comerciais e orçamentários, e lembra que, ajustando-se para a inflação, o metal ainda teria espaço para subir até atingir a máxima histórica nesse caso, de 1980, e até mesmo o pico recente de 2011.   No câmbio, o dólar ganhou força à tarde, após ter oscilado quase estável mais cedo. O índice DXY, que mede a divisa ante outras principais, subiu 0,16%, a 93,582 pontos. No horário citado, o dólar tinha alta a 105,97 ienes, o euro caía a US$ 1,1744 e a libra tinha alta a US$ 1,3074.   Entre as commodities, o petróleo subiu, diante dos estímulos nos EUA e do otimismo mostrado pela estatal Saudi Aramco sobre o setor. O contrato do WTI para setembro fechou em alta de 1,74%, em US$ 41,94 o barril, na Nymex, e o Brent para outubro subiu 1,32%, a US$ 44,99 o barril, na ICE. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) Volta   JUROS O mercado de juros resistiu com taxas perto da estabilidade até o começo da tarde, quando então passaram a subir, renovando máximas na etapa vespertina, mas num ambiente de liquidez bastante baixa. Sem um condutor forte para os negócios e com agenda de indicadores restrita nesta segunda-feira, a curva continuou ganhando inclinação a partir da piora da percepção de risco fiscal que tem puxado para cima principalmente os vencimentos mais longos, num dia também ruim hoje para o real. A ponta curta fechou com avanço marginal nas taxas, com o mercado na expectativa pela ata da reunião do Copom que sai amanhã.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou na máxima de 2,69%, de 2,652% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 5,403% para 5,48%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,44%, de 6,353%.   Como destacou a Tendências Consultoria, há vários fatores internos que seguem no radar como riscos aos ativos, "às vésperas do início das discussões sobre a legislação orçamentária para 2021 e em meio às dúvidas com a continuidade dos programas de auxílio-emergencial". Além de pesar contra o câmbio, o economista Silvio Campos Neto afirma que "os DIs médios e longos também são influenciados por estas questões, o que reverte a tendência de baixa registrada após o Copom", afirmou.   Desde que o Copom restringiu ainda mais as condições para voltar a cortar a Selic, no comunicado da decisão da última quarta-feira, o mercado ampliou suas preocupações com a questão fiscal por acreditar que essa é uma variável-chave a definir o futuro da política monetária. "Políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país de forma prolongada, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco", dizia o comunicado.   Essa mensagem, associada ao aumento das pressões para uma renovação dos programas de socorro do governo e possíveis dribles à regra do teto de gastos, tem estimulado uma realização de lucros na curva, cujos prêmios vinham bastante baixos depois da divulgação do IPCA-15 de julho. "A comunicação do BC conseguiu dizer ao mercado que ele vai olhar para o fiscal e muita coisa tem sido ventilada nesse sentido nos últimos dias. Caiu bem a probabilidade de cortar a Selic de novo", disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, segundo o qual a precificação da curva nesta tarde apontava 18% de chances de uma redução na taxa básica.   Na sua avaliação, o BC poderia manter a Selic em 2% no encontro de setembro e, a depender das condições, voltar a reduzir na reunião seguinte, quando pode estar mais clara a situação dos programas de auxílio-emergencial. É consenso de que a ajuda está sendo fundamental para sustentar a recuperação da atividade, assim como também a de que no médio prazo não há condições fiscais para manter o programa.   Nesse contexto, a ata da reunião amanhã poderá confirmar se o mercado fez a leitura que o BC esperava do comunicado, que surpreendeu por vir mais "dovish" e não fechar a porta para nova flexibilização da Selic, e até mesmo definir o quadro de apostas para a taxa básica nos próximos meses.   Na agenda do dia, o IGP-M acelerou de 1,18% para 1,46% entre a primeira prévia de julho e agosto, mas não trouxe impacto à curva, na medida em que o mercado não vê espaço para repasse à inflação ao consumidor nem potencial de risco à manutenção do juro baixo. (Denise Abarca - [email protected])     17:26   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.89 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90            
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