DÓLAR E JUROS SOBEM COM CAUTELA LOCAL, ENQUANTO BOLSA AVANÇA EM AJUSTE PÓS-CARNAVAL

A volta do carnaval foi predominantemente de aversão ao risco, tanto por fatores locais quanto externos, o que resultou em dólar e juros em alta. Por aqui, os investidores seguem de olho na questão fiscal, diante das incertezas sobre a duração do novo auxílio emergencial, bem como seus valores e a origem dos recursos. Para piorar, a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) acabou turvando ainda mais o cenário. O temor é de que o ruído trazido por esse fato político acabe atrasando o debate em torno de medidas econômicas, como as PECs que podem garantir o ajuste fiscal para bancar a continuidade do auxílio. Para completar, a falta de vacinas em algumas capitais e grandes cidades, além de casos da variante de Manaus do coronavírus em outros Estados, contribuiu ainda mais para o pé atrás dos agentes. Não por acaso, o dólar chegou a bater em R$ 5,43 ao longo da tarde, até fechar com valorização de 0,76% no mercado à vista, a R$ 5,4152. A mercado local também acompanhou o fortalecimento do dólar no exterior, após dados positivos nos EUA, conhecidos hoje, ampliarem os sinais de maior força da economia americana. A combinação dos fatores doméstico com o câmbio pressionado foi decisiva para o terceiro avanço consecutivo dos juros futuros. A exceção desse cenário negativo foi o Ibovespa, que subiu 0,78%, aos 120.355,79 pontos, amparado pela alta dos papéis de Petrobras, Vale e siderúrgicas, em correção à alta das matérias-primas nos dias em que os negócios estiveram suspensos no Brasil. Além disso, o investidor em Bolsa decidiu olhar para o lado meio cheio do copo no caso Daniel Silveira. O referendo unânime do plenário do STF à decisão do ministro Alexandre de Moraes e a aparente falta de apoio do deputado entre os pares ajudaram a diminuir temores sobre uma nova crise política. Para completar, Nova York teve pequena melhora à tarde, suficiente para garantir novo pregão de alta do Dow Jones, que renovou a máxima histórica de fechamento, após a ata da mais recente reunião de política monetária do Fed reforçar a postura dovish da instituição.

 

 

CÂMBIO

A volta do feriado de Carnaval foi marcada por dólar em alta, pressionado tanto pelo mercado externo como pelo interno, nesta Quarta-feira de Cinzas de pregão com horário reduzido. A moeda americana ganhou força no exterior hoje, ante divisas fortes e emergentes, após uma rodada de bons indicadores americanos. Internamente, persistiu o incômodo com a situação fiscal do Brasil, que teve como ruído hoje a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). A visão nas mesas de operação é que o episódio pode tirar, ainda que momentaneamente, o foco do Congresso da agenda econômica. A escassez de vacinas e os casos em outros estados da variante de Manaus também ficaram no radar dos investidores.

 

O dólar abriu às 13h em alta e logo tocou a máxima do dia, a R$ 5,43. O movimento perdeu força e a moeda americana chegou a negociar na mínima por alguns instantes, a R$ 5,39, e depois seguiu na casa dos R$ 5,41 ao longo da tarde. No fechamento, o dólar à vista teve valorização de 0,76%, a R$ 5,4152. O dólar futuro para março subia 0,75% às 18h15, a R$ 5,4140.

 

A esperada divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve não teve maiores impactos no mercado de moedas, na medida em que reforçou a mensagem de manutenção dos estímulos que os dirigentes do BC americano já vêm sinalizando nos últimos dias. Além disso, o Fed alertou que a pandemia continua um “risco considerável” para o cenário econômico. “Não houve surpresas. Os dirigentes do Fed não estão com pressa para subir os juros ou reduzir as compras de ativos”, avalia o estrategista-chefe do canadense TD Bank, Jim O’Sullivan, em nota, prevendo que estes movimentos podem ocorrer em 2022.

 

Durante o feriado de Carnaval, com Jair Bolsonaro em Santa Catarina, não houve novidades públicas sobre as discussões do auxílio emergencial. Por isso, o tema seguiu gerando cautela no mercado. O economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, observa que a tentativa de recriar o auxílio reforça a visão de que o governo vai acabar colocando o teto de gastos de lado. Isso colocaria a trajetória da dívida em nível insustentável, com reflexo muito negativo no câmbio e juros futuros.

 

O sócio da Acqua Investimentos, Bruno Musa, afirma que há insegurança em relação às tratativas para retomada do auxílio emergencial. “Mesmo que o teto de gastos não venha a ser furado e a PEC Emergencial com cláusula de calamidade pública seja aprovada pelo Congresso, o endividamento do país continuará subindo cada vez mais e isso aumenta a desconfiança do investidor sobre o Brasil e o real se desvaloriza”, ressalta ele.

 

No exterior, os pares do real operaram negativos hoje, destaca o gerente da mesa de câmbio da Tullet Prebon Brasil, Italo Abucater. Por isso, o mercado de câmbio local também acompanhou esse fortalecimento do dólar no exterior após novos dados americanos hoje ampliarem os sinais de maior força da economia americana.

 

As vendas no varejo dos EUA surpreenderam em janeiro, com alta de 5,3%, após três meses de declínio. Os analistas em Nova York do Credit Suisse observam que o apoio fiscal do governo, que distribuiu cheques para a população, se refletiu nos dados fortes do mês passado e mais estímulos estão a caminho. Além disso, a produção industrial também veio sólida, com alta de 0,9%, destaca o banco suíço. Com isso, o índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, chegou a superar o nível de 91 pontos, em alta de mais de 0,50%.

 

Pesquisa do Bank of America com investidores de América Latina mostra que a maioria destes profissionais (58%) vê dólar abaixo de R$ 5,10 no fim do ano. Já uma minoria (12%) acha que a moeda americana pode até cair abaixo de R$ 4,80 ao final de 2021. Além disso, subiu de 50% em janeiro para 74% este mês o porcentual desses profissionais que acreditam que haverá “alguma flexibilização” no teto de gastos, citando como maior risco para o Brasil uma rápida deterioração das contas públicas. (Altamiro Silva Junior e Silvana Rocha – [email protected] e [email protected])

 

 

18:29

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.41520 0.7629 5.43290 5.39090

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5415.000 0.77231 5435.500 5392.500

DOLAR COMERCIAL 5382.500 12/02

 

 

 

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Volta

 

JUROS

O mercado de juros manteve, nesta retomada dos negócios após o feriado de carnaval, o ritmo no qual encerrou a semana passada, com alta nas principais taxas em função do agravamento do risco político e fiscal, num dia também negativo para moedas emergentes, com o dólar local voltando a rodar acima de R$ 5,40. As preocupações em relação às negociações em torno do auxílio emergencial entre parlamentares e o Executivo se agravaram após a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), ligado à família Bolsonaro, num momento em que o mercado esperava que as atenções da Câmara estivessem voltadas à pauta econômica. Além disso, há cautela com o espalhamento das novas variantes do coronavírus pelo País, num contexto de notificação de falta de vacinas e “lockdowns” já em algumas cidades. Em meio a tantas incertezas, as taxas completaram hoje sua terceira sessão de alta seguida.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou a sessão regular em 3,415% e a estendida em 3,38%, de 3,367% no ajuste de sexta-feira, enquanto a do DI para janeiro de 2023 subiu de 4,967% para 5,06% (regular) e 5,01% (estendida). A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 6,63% (regular) e 6,58% (estendida), de 6,525%, e a do DI para janeiro de 2027 fechou a 7,30% (regular) e 7,25% (estendida), de 7,194% no ajuste anterior.

 

A Quarta-feira de Cinzas foi praticamente uma meia sessão e, como esperado, teve liquidez restrita. As taxas começaram fortemente pressionadas, com alta de 15 pontos na abertura, chegaram a desacelerar o avanço ao longo da tarde para terminarem com ganho de cerca de 10 pontos. O diferencial entre os DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2022 mostra ganho importante de inclinação desde o começo de fevereiro, saindo de 353 pontos-base, o piso do mês no dia 3, quando a curva ainda refletia a euforia com o resultado da eleição no Congresso, para 387 pontos hoje.

 

De lá para cá, a cautela com a proposta do governo para o auxílio emergencial que preserve o teto de gastos só cresceu, agravada agora pela prisão do deputado, na medida em que pode não apenas atrasar o andamento da agenda liberal, como também tem potencial, num cenário mais pessimista, de gerar uma crise entre Poderes. Silveira foi preso ontem à noite por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após publicar um vídeo nas redes sociais com ofensas e ameaças aos ministros do STF.

 

“É a primeira grande bomba que cai no colo de Arthur Lira [presidente da Câmara]”, disse o estrategista de renda fixa da Harrison Investimentos, Renan Sujii, lembrando que havia um certo otimismo de que a pauta econômica havia sido destravada com a aprovação do projeto de autonomia do Banco Central. “Estão tentando uma saída que não gere desgaste com o Supremo, mas há risco de respingo sim sobre a agenda econômica”, disse. Ele destaca que a expectativa era de que hoje as negociações em torno do auxilio fossem retomadas, mas a prisão do deputado acabou deixando, na agenda parlamentar, tudo em segundo plano.

 

O noticiário da pandemia é outro fator a estimular a postura defensiva, na medida em que atrasos no calendário de vacinação e disseminação das novas variantes não só emperram a retomada como elevam a pressão por valor maior do auxilio emergencial e pagamento por mais meses. “O governo está lutando ainda contra a segunda onda, mas já está vindo a terceira”, disse Sujii. O processo de vacinação no Rio, por exemplo, pode ser interrompido esta semana por falta de doses. Por outro lado, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o Ministério da Saúde deve receber na próxima terça-feira (23) novo lote com 3,4 milhões de doses da Coronavac.

 

A pesquisa Focus, divulgada excepcionalmente nesta quarta, mostrou leve piora nas estimativas de inflação e ajuste também nas previsões para a Selic este ano. A mediana das expectativas para o IPCA de 2021 subiu de 3,60% para 3,62%, mas ainda longe do centro da meta de 3,75%. A da Selic ficou em 3,75%, ante 3,50% no boletim anterior. Na agenda externa, a ata do Fomc não influenciou os negócios com juros.

 

A manter-se a aversão ao risco nesta quinta-feira, o Tesouro poderá fazer ajustes nas ofertas de prefixados para o leilão amanhã, para evitar maior estresse sobre a curva – especialmente nas NTN-Fs, os prefixados mais longos, e que servem de termômetro para a disposição do investidor de tomar risco. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

18:29

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.99

Capital de Giro (%a.a) 5.17

Hot Money (%a.m) 0.56

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

 

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Volta

 

BOLSA

Na falta de sinais visíveis de avanço na agenda econômica, o mercado de ações mostrou alívio com o político nesta Quarta-feira de Cinzas sem carnaval, ao menos em um primeiro momento. Na abertura, o receio inicial era de que a prisão de um deputado federal no fim da noite, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), pudesse se transformar em crise institucional. Contudo, o referendo unânime do plenário do STF à decisão do ministro Alexandre de Moraes, e a falta de apoio a Daniel Silveira (PSL-RJ) entre a maioria de seus pares, contribuiu para desanuviar a retomada de negócios após dois dias de feriado.

 

Assim, o Ibovespa recuperou às 14h53 o nível dos 120 mil pontos, e de lá não mais desceu das 14h56 até o fechamento desta abreviada sessão, iniciada às 13h. Ao fim, o índice da B3 mostrava o terceiro ganho consecutivo, em alta de 0,78%, aos 120.355,79 pontos, saindo de mínima a 118.879,97 para chegar na máxima aos 120.597,33, com abertura a 119.421,13 pontos. Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro foi de R$ 55,9 bilhões. Em fevereiro, o Ibovespa avança 4,60%, elevando o ganho no ano a 1,12%.

 

A sessão foi bem distinta da quarta de cinzas de 2020, em 26 de fevereiro, quando a aversão global a risco começava a se impor com a progressão do novo coronavírus – a queda de 7% naquela sessão foi a primeira de uma série de tombos que levariam o Ibovespa dos 113,6 mil, no encerramento de 21 de fevereiro, aos 63,5 mil pontos, no pior nível de fechamento da pandemia, em 23 de março.

 

“Alguma estabilização no S&P 500 e a ata do Fomc contribuíram à tarde, mas o fundamental, hoje, foi a decisão unânime do STF, respaldando Moraes. Ainda é preciso esperar pela decisão da Câmara, mas não parece que se esteja a caminho de algo mais grave, uma crise entre poderes”, diz Jefferson Laatus, estrategista do Grupo Laatus.

 

Dessa forma, em sessão curta e com poucos catalisadores disponíveis, carros-chefes da B3 conseguiram se alinhar ao bom desempenho de ADRs (Brazil Titans) no dia anterior em Nova York, quando Wall Street também retornava de feriado, na segunda-feira. Hoje, com o Brent registrando ganhos acima de 1%, de volta a US$ 64 por barril, as ações da Petrobras fecharam em alta de 4,14% (ON) e de 4,04% (PN), enquanto Vale ON avançou 2,62%. Destaque também para o setor de siderurgia, especialmente Usiminas (+5,78%), CSN (+2,89%) e Gerdau PN (+1,45%).

 

“A alta do petróleo, refletindo a nevasca que atinge o estado do Texas, um dos maiores produtores dos EUA, impulsionou as ações da Petrobras. E as ações ligadas às commodities metálicas subiram com o resultado acima do esperado para Rio Tinto – e perspectivas da empresa, de que o preço do minério de ferro seguirá firme ao longo deste ano”, observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Ele chama atenção para o Ibovespa estar “novamente próximo da região de 121/120 mil pontos, resistência intermediária que vem segurando o mercado neste mês.”

 

“O Ibovespa está de volta aos 120 mil, e pode retomar mesmo os 125 mil pontos (máxima histórica), com base em fluxo e taxas de juros muito baixas. Mas não vemos avanço na agenda econômica, de reformas, que é o que garante o longo prazo. Uma hora a conta chega”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. Ele observa também que a retomada da economia depende da progressão massiva da vacinação, como tem ocorrido nos EUA desde a posse do presidente Joe Biden. “Aqui, pelo contrário, vemos escassez de vacina”, acrescenta.

 

Nesta quarta, os bancos tiveram desempenho misto, com Itaú PN em alta de 1,26% e Bradesco ON, baixa de 1,03%. Na ponta do Ibovespa, Embraer fechou em alta de 14,09%, com o Goldman Sachs tendo elevado o preço-alvo dos ADRs da empresa negociados em Nova York. As ações da Embraer foram beneficiadas também por comentários do CEO da Lufthansa, sobre “a necessidade de adequar pedidos anteriores a pandemia por aviões maiores, em aeronaves de alcance mais ajustado a menores rotas e ao novo normal”, aponta em nota a Ativa Investimentos . “Em sua fala, o CEO proferiu que, além de Boeing e Airbus, está em negociações com a Embraer”, acrescenta a gestora.

 

No lado oposto do índice, Eneva fechou em baixa de 3,31%, à frente de RaiaDrogasil (-3,25%) e de WEG (-3,14%). (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

18:23

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 120355.79 0.77625

Máxima 120597.33 +0.98

Mínima 118879.97 -0.46

Volume (R$ Bilhões) 5.58B

Volume (US$ Bilhões) 1.03B

 

 

 

 

18:29

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 120405 0.72361

Máxima 120500 +0.80

Mínima 118735 -0.67

 

 

 

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Volta

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam o pregão sem direção única, mas ganharam força relativa após a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve reforçar a postura dovish da instituição. O foco dos investidores está na alta recente nos rendimentos dos Treasuries, devido ao aumento das expectativas de inflação nos Estados Unidos. Depois de terem alcançado o maior nível em um ano ontem, os juros longos recuaram hoje. A falta de fôlego nas bolsas é, em parte, resultado da percepção de que juros maiores podem prejudicar o desempenho de algumas empresas. O dólar, por sua vez, se fortaleceu ante os pares, impulsionado por indicadores econômicos como as vendas no varejo americano, que subiram para além da expectativa de analistas. Além disso, a inclinação na curva de juros eleva a atratividade da moeda dos EUA.

 

“O aumento dos rendimentos amortece as ações”, escreveu o economista Marcus Widén, da SEB Markets, em uma nota enviada a clientes. Na mesma linha, o banco holandês Rabobank diz que os ativos de risco “tiveram uma pausa” com a alta nos juros dos Treasuries. Depois de oscilarem durante a sessão, os índices acionários americanos encerraram o dia sem sinal único. O Dow Jones subiu 0,29%, a 31.613,02 pontos, nova máxima histórica, o S&P 500 recuou 0,03%, a 3.931,33 pontos, e o Nasdaq caiu 0,58%, a 13.965,49 pontos.

 

O mercado acionário americano ganhou certo impulso com a ata do Fed. De acordo com o documento, os dirigentes da instituição continuaram a ver a pandemia de covid-19 como um risco “considerável” para a perspectiva econômica e destacaram o compromisso de buscar um inflação “moderadamente” acima de 2% “por algum tempo”. A Capital Economics avalia que a autoridade monetária manteve o tom dovish. “Duvidamos que o Fed comece a reduzir suas compras de ativos até o início do próximo ano e acreditamos que a primeira alta da taxa de juros será adiada até 2024”, diz a consultoria britânica.

 

Com a melhora nas bolsas de Nova York, os investidores chegaram a vender Treasuries, mas a tendência de queda foi retomada. No final da tarde, o rendimento da T-note de 2 anos caía a 0,104%, o da T-note de 10 anos cedia a 1,288% e o do T-bond de 30 anos recuava a 2,049%. Ontem, os juros atingiram o maior nível desde fevereiro de 2020, impulsionados pelo aumento das expectativas de inflação.

 

Essa alta nos juros favoreceu o dólar. De acordo com o analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union, rendimentos maiores “tornam a aposta [na moeda dos EUA] mais atraente”. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis pares, subiu 0,49% hoje, a 90,951 pontos.

 

O dólar também foi impulsionado pela divulgação de indicadores econômicos dos EUA que mostraram uma recuperação da economia. As vendas no varejo, por exemplo, avançaram 5,3% em janeiro ante dezembro, acima da estimativa de analistas, que previam alta de 1,2%. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) também surpreendeu. O aumento foi de 1,3% no mesmo período, contra projeção de avanço de 0,4%. “A volta do consumidor americano após um hiato de três meses manteve o dólar enviesado para cima”, diz Manimbo.

 

Para analistas da Capital Economics, o varejo americano foi “turbinado” pelos estímulos à economia aprovados em dezembro, com cheques individuais de US$ 600. Se o pacote fiscal proposto pelo presidente americano, Joe Biden, for aprovado no Congresso, esse montante pode subir para US$ 2 mil.

 

No mercado de commodities, o petróleo foi apoiado pela restrição da oferta nos EUA gerada pela nevasca no Texas. Durante o pregão, contudo, os preços chegaram a cair, em meio a sinalizações de possível aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para março fechou com ganho de 1,82%, a US$ 61,14 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para abril avançou 1,56%, a US$ 64,34 o barril. (Iander Porcella – [email protected])

 

 

 

 

 




2 comments

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