DÓLAR E DIS SOBEM COM MAIS TENSÃO SOBRE ORÇAMENTO E BOLSA SE DESCOLA DE RECORDE EM NY

Blog, Cenário
O impasse em torno das emendas do Orçamento, que tomaram espaço de despesas obrigatórias, voltou a pesar no sentimento dos investidores em relação ao Brasil nesta sexta-feira, desencadeando uma forte onda vendedora em alguns ativos, sobretudo no câmbio e nos juros. Em um pregão que já se mostrava mais tenso, diante da alta firme dos yields dos Tresuries após inflação acima do previsto nos EUA e na China, as incertezas sobre as contas públicas ganharam um novo capítulo: pareceres de Câmara e Senado sugerindo que o Orçamento de 2021 pode, sim, ser sancionado sem vetos, ao contrário do que argumenta a equipe econômica. E tal jogada por parte do Congresso ocorre justamente no momento em que o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, ordenou a abertura de uma CPI para investigar a atuação do governo federal no Senado, o que joga ainda mais pressão sobre o Executivo. Como resultado, o dólar teve alta consistente de 1,91% diante do real e terminou o dia perto das máximas, a R$ 5,6820. Ainda assim, teve pequena baixa na semana, de 0,71%. O câmbio pressionado e a cautela com a questão fiscal impuseram forte acúmulo de prêmios na curva de juros, a ponto de praticamente apagar toda a importante correção vista na véspera. Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou a ideia de alta de 0,75 ponto porcentual da Selic, justamente no dia do IPCA de março abaixo do previsto. De manhã, as apostas de alta de 1 ponto porcentual perderam ímpeto, mas se recompuseram ao longo do dia. A aversão ao Brasil fez o Ibovespa ignorar o avanço dos pares em Wall Street, onde S&P 500 e o Dow Jones tiveram novas máximas históricas, e cair 0,54%, aos 117.669,90 pontos. Na semana, contudo, o saldo da Bolsa foi positivo em 2,10%. Em Nova York, o recorde das bolsas foi reforçado à tarde, na medida em que o retorno dos T-notes perdeu um pouco de fôlego, mesmo que a alta final tenha sido significativa. As expectativas positivas com a retomada econômica e com o pacote de infraestrutura nos EUA prevaleceram.
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CÂMBIO Preocupados com os rumos do Orçamento de 2021, após parecer da Câmara e do Senado sugerir aprovação sem veto das medidas, os investidores buscaram refúgio no dólar e a moeda fechou a sexta-feira em forte alta, de quase 2%, com o real novamente no topo de pior desempenho no mercado internacional, mesmo em dia de valorização generalizada da moeda americana. Na semana, porém, o dólar acabou acumulando queda de 0,71%, a segunda seguida de baixa, aqui influenciada mais pelo cenário externo, onde a divisa dos Estados Unidos mostrou enfraquecimento acompanhando o recuo nas taxas de retorno ("yields") dos juros longos americanos, em meio a indicadores mistos da economia dos EUA e reforço na promessa do Federal Reserve de seguir firme com os estímulos monetários. No fechamento, o dólar à vista encerrou em alta de 1,81%, a R$ 5,6749. O dólar futuro para maio subia 1,91% às 17h05, em R$ 5,6820. A preocupação com o Orçamento ocorre por conta de duas "enormes falhas", o corte de despesas obrigatórias e a inclusão de emendas parlamentares, comentam os analistas da consultoria inglesa TS Lombard, Elizabeth Johnson e Wilson Ferrarezi. Aprovar o texto pode levar Jair Bolsonaro a cometer um crime de responsabilidade fiscal. Vetar medidas pode comprometer a capital político dele no Congresso, em um momento em que a popularidade de Bolsonaro recua com a piora da pandemia, avaliam em nota, prevendo que o imbróglio ainda vai se arrastar por mais algum tempo. O reflexo do problema no Orçamento pode respingar na confiança dos investidores no curto prazo com o Brasil, especialmente em um momento de preocupação com medidas populistas de Bolsonaro, alerta a TS Lombard. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que todo mundo tem um pouco de razão e um pouco de erro na questão, que foi discutida conjuntamente. Ante o real, a moeda renovou máximas à tarde, batendo nos R$ 5,69 quando começou a ser divulgado o parecer do Orçamento. Nos últimos dias, a perspectiva de que se chegasse a uma solução para a questão do Orçamento aliada a um cenário externo mais positivo - com o Fed sinalizando manutenção dos estímulos e visão de que a alta da inflação é transitória - ajudou o real a se valorizar, avalia a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico. "De todo modo, o risco fiscal segue elevado", comenta em sua carta semanal. A economista da Armor observa ainda que ajudou a melhora do real nos últimos dias o aumento da contratação de câmbio comercial, possivelmente porque exportadores, aproveitando o câmbio mais depreciado, aumentaram a internalização de dólares que vinham mantendo lá fora. Com isso, a moeda brasileira acabou tendo em alguns dias, como ontem, desempenho melhor que seus pares, em semana também marcada por leilões de concessão, que tiveram sucesso especialmente nos aeroportos. No exterior, o pregão desta sexta-feira foi o contrário do observado nos últimos dias, com yields e dólar em alta. O movimento ganhou força após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, que mostrou inflação de 1% em março, ante expectativa dos analistas de aumento de 0,4%. "É o mais recente sinal de que a inflação está se aquecendo", comentam os analistas do banco Wells Fargo. Grandes investidores reduziram apostas contra o real no mercado futuro na semana, aproveitando o quadro mais tranquilo no exterior, embora hoje tenham voltado a elevar estas apostas, comentam operadores. Estrangeiros diminuíram suas posições compradas, que ganham com a alta da moeda americana, de US$ 32,8 bilhões para US$ 30,8 bilhões, nos últimos cinco dias até ontem, considerando dólar futuro, minicontratos de dólar futuro, swap e cupom cambial (DDI), de acordo com números da B3 monitorados pela corretora Commcor. Já os fundos de investidores diminuíram estas posições de US$ 11,4 bilhões para US$ 10,8 bilhões no mesmo período. (Altamiro Silva Junior - [email protected]) JUROS O impasse em torno do Orçamento de 2021 seguiu estressando o mercado de juros ao longo desta sexta-feira, à medida que a indefinição quanto aos vetos do presidente Jair Bolsonaro impõe posições defensivas nas taxas, em especial no médio e longo prazos. Pareceres da Câmara e do Senado contra cortes nos recursos pesaram adicionalmente no meio da tarde, e a curva quase que devolveu toda a queda vista na véspera após discurso do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk. Aliás, o mercado monitorou falas dele hoje e do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. No exterior, a inflação também traz preocupação na China e nos Estados Unidos, elevando os rendimentos de títulos públicos globalmente. Havia ontem à noite uma expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro iria tomar a decisão se veta ou não o Orçamento. Ele próprio indicou que o impasse estava longe do fim, ao falar à CNN Brasil que "está abrindo o céu" e que "daqui a pouco se chega a uma solução". De um lado, a ala técnica do Ministério da Economia viu em declarações dele no jantar com empresários, anteontem, como uma sinalização de que os recursos de emendas seriam bloqueados. Com o aumento dessa aposta, a alta cúpula do Congresso enviou recados duros ao governo. A pressão aumentou nesta tarde, quando Câmara e Senado publicaram pareceres indicando que o presidente pode sancionar o Orçamento de 2021 sem vetos. Segundo apurou o <b>Broadcast</b>, a divulgação desses documentos é um movimento alinhado entre os congressistas para impedir bloqueios de recursos. A reportagem apurou ainda que a equipe econômica também está se cercando de embasamento jurídico pelos vetos. Tudo isso ocorreu na esteira do aumento da tensão política em Brasília. Ontem à noite, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, determinou a instauração da CPI da Pandemia no Senado, que já tinha a quantidade de assinaturas necessária, mas o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), resistia em instalar. "O Orçamento veio estressar mais a curva hoje, mas há tensão para todos os lados hoje. A própria CPI da Pandemia aumenta o ambiente beligerante entre Executivo, Legislativo e Judiciário", pontuou o consultor independente de investimentos Renan Sujii. "A gente não está conseguindo perceber melhoria da articulação política, mesmo com as trocas ministeriais", complementa. "O mercado se angustiou e decidiu repor prêmios, ninguém quer passar o fim de semana comprado (em Brasil)", resumiu o gerente de mesa de câmbio e juros de uma corretora paulista. No encerramento da sessão regular, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 4,671% ontem para 4,725% hoje. O janeiro 2023 passou de 6,429% a 6,55%. O janeiro 2025 avançou de 8,116% a 8,28%. E o janeiro 2027 foi de 8,754% a 8,93%. O diferencial entre as taxas do DI janeiro 2022 e janeiro 2027, uma medida de inclinação e de apetite ao risco, passou de 416 pontos-base no encerramento da semana passada para 421 pontos-base hoje. O mercado acompanhou ainda dados de inflação aqui no Brasil e no exterior. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março em 0,93%, ante um avanço de 0,86% em fevereiro, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou ligeiramente abaixo do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta de 0,94% a 1,10%, com mediana de 1,03%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,05%. Em 12 meses, o resultado foi de 6,10%, também ligeiramente abaixo do piso das projeções dos analistas, que iam de 6,11% a 6,30%, com mediana de 6,20%. No exterior, por sua vez, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 1% em março ante fevereiro, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje pelo Departamento do Trabalho americano. O resultado veio bem acima da previsão dos analistas consultados pelo <i>Wall Street Journal</i>, de alta de 0,4%, e puxou a taxa dos Treasuries. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que a instituição viu a inflação doméstica mais alta e reagiu, para evitar que o aumento contamine as projeções para 2022. Ainda assim, ele reforçou que o ajuste em curso trata-se de uma "normalização parcial" da política monetária. Em discurso ontem, o diretor de política econômica do BC, Fabio Kanczuk, havia enfatizado a visão de que o ajuste seria de 0,75 ponto porcentual em maio. Na precificação, contudo, a aposta majoritária é de alta de 1 pp, embora hoje cedo ela tenha perdido algum espaço. Segundo cálculos da Renascença, a curva aponta 70% de chance dessa elevação, ante 65% ontem. "Embora o atual aumento da inflação seja transitório e a economia dê sinais de enfraquecimento, é improvável que o BC seja dissuadido de aumentar ainda mais as taxas de juros. Continuamos esperando alta de 75 pontos-base da taxa Selic (para 3,50%) na reunião do Copom de maio. E esperamos 125 pontos-base adicionais de aumentos depois disso no ciclo atual, embora nossa visão seja mais dovish do que a da maioria dos analistas", comentaram, em nota enviada a clientes, analistas da Capital Economics. (Mateus Fagundes - [email protected]) 17:41 Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 2.84 Capital de Giro (%a.a) 5.73 Hot Money (%a.m) 0.64 CDI Over (%a.a) 2.65 Over Selic (%a.a) 2.65 BOLSA O Ibovespa se acomodou nesta sexta-feira um pouco abaixo da linha de 118 mil pontos, que havia sido reconquistada no fechamento anterior pela primeira vez desde fevereiro. Apesar da pressão observada sobre o câmbio ao longo do dia, o ajuste no índice da B3 se mostrou bem moderado na sessão, assegurando ganho de 2,10% na semana, após avanço de 0,41% no intervalo anterior - nas últimas quatro semanas, o Ibovespa acumulou ganhos em três, apesar das dúvidas em torno da situação fiscal doméstica. Nesta sexta-feira, contido por sinal de que o Orçamento de 2021 pode vir a ser aprovado sem vetos, o índice fechou em baixa de 0,54%, a 117.669,90 pontos, entre mínima de 117.336,12 e máxima de 118.643,03 pontos, com giro financeiro a R$ 29,7 bilhões. No mês, sobe 0,89%, com perdas no ano a 1,13%. Após ter se enfraquecido no dia anterior - em linha com movimento observado não apenas frente ao real, mas também em moedas de outros emergentes, em resposta a alguma desinclinação na ponta longa dos juros americanos -, o dólar à vista voltou a avançar com intensidade nesta sexta-feira, chegando a ser negociado a R$ 5,6829 na máxima do dia, refletindo mais uma vez a cautela com relação à situação fiscal brasileira, agravada pela perspectiva de que o Orçamento de 2021 possa vir a ser sancionado sem vetos. Ontem, o aumento no número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA referentes à semana passada contribuía para o respiro observado na taxa de câmbio - a expectativa de consenso dos analistas era de que haveria baixa nesse indicador, observa a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, o que contribuiu então para a perda de força do dólar ante emergentes. "Acredito que este movimento (de enfraquecimento do dólar frente ao real) não seja duradouro, porque ainda temos um cenário interno muito ruim, sobretudo pela pandemia e as questões fiscais, e não se pode garantir que não haverá novos avanços nos juros (futuros) americanos - pelo contrário, a economia lá está indo muito bem. Devemos ter um movimento ainda contínuo de taxa de câmbio bastante pressionada", acrescenta. Dessa forma, no pior momento da tarde, a correlação negativa entre dólar e Ibovespa ficou bem evidente, quando ambos, assim com os juros futuros, refletiam em conjunto o recrudescimento de preocupações sobre a situação fiscal, após parecer da Câmara e do Senado abrir caminho para que o presidente Jair Bolsonaro sancione o Orçamento de 2021 sem vetos. Naquele momento, o dólar à vista passou a renovar máximas da sessão, enquanto o Ibovespa perdia a linha de 118 mil pontos, sem sustentar fôlego para recuperá-la no fechamento, com as ações de bancos, positivas até o começo da tarde, ingressando na maioria em novas perdas. Mais uma vez, o desempenho positivo das ações de siderurgia, especialmente CSN (+4,84%) e Usiminas (+3,39%), ambas na ponta do Ibovespa na sessão, foi decisivo para dar algum equilíbrio ao Ibovespa, enquanto Vale ON, vindo de recentes máximas, teve desempenho negativo na sessão, em baixa de 1,44% no fechamento. Na ponta negativa do índice, Via Varejo, que esteve entre as líderes de ganho no dia anterior, fechou em baixa de 3,48%, à frente de Pão de Açúcar (-3,24%) e Ultrapar (-2,43%). "O cenário estrutural de longo prazo para a Bolsa ainda é favorável, levando em conta que, mesmo com o viés atual, de alta para a Selic, a tendência é de que os juros se mantenham ainda convergentes com os que se tem no exterior, se compararmos o momento atual ao passado. O apelo da renda variável permanece, mas, no curto prazo, a situação fiscal ainda é um fator de dificuldade e, caso não venha a ser endereçada, pode atrapalhar o segundo semestre mesmo que se confirme a expectativa de avanço da vacinação", diz Larissa Quaresma, analista de equity research da Empiricus. Em desdobramento negativo para a campanha de vacinação, o Ministério da Saúde decidiu que não irá mais divulgar a previsão de doses que espera receber a cada mês, depois de ter alterado ao menos cinco vezes o cronograma de entregas. O ministério argumenta que esses dados devem ser coletados, agora, diretamente com os fabricantes. Nesse ambiente de cautela, com muitas incertezas pendentes na economia e na saúde pública, parte do mercado elevou perspectiva de baixa para o conjunto das ações listadas no Ibovespa na próxima semana, embora a maioria dos que responderam ao Termômetro Broadcast Bolsa ainda acredite em viés de alta. A expectativa de baixa para os próximos cinco dias úteis subiu de 22,22% para 27,27%, na comparação com a semana anterior. Já a previsão de ganhos, ainda amplamente majoritária, perdeu fôlego, passando de 55,56% para 54,55%, enquanto os que acreditam na estabilidade agora somam 18,18%, ante 22,22%. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Simone Cavalcanti) 17:20 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 117669.90 -0.54375 Máxima 118643.03 +0.28 Mínima 117336.12 -0.83 Volume (R$ Bilhões) 2.96B Volume (US$ Bilhões) 5.25B 17:41 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 117680 -0.47782 Máxima 118695 +0.38 Mínima 117205 -0.88 MERCADOS INTERNACIONAIS Os juros dos Treasuries até perderam certo fôlego, mas continuaram em alta durante a tarde, depois que a divulgação de índices de preços ao produtor dos EUA e da China reavivou o temor no mercado de descontrole da inflação. No câmbio, o índice DXY do dólar acompanhou o movimento da renda fixa, encerrando o pregão com um ganho mais modesto do que o registrado pela manhã. Na semana, contudo, a moeda americana acumulou perdas ante os pares, devido ao tom dovish do Federal Reserve. As bolsas de Nova York recuperaram terreno e fecharam em alta, com o S&P 500 e o Dow Jones em novas máximas históricas. O que prevaleceu, nesse caso, foi o otimismo com a economia americana. O petróleo, por sua vez, recuou, pressionado pelo câmbio e por incertezas sobre a demanda. Para o analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda, os investidores em Wall Street serão "proativos" em avaliar se as pressões sobre os preços são transitórias, como defende a maior parte dos dirigentes do Fed, ou não. "Se os próximos meses mostrarem que a tendência é de consistentes surpresas de alta, a liquidação do mercado de títulos pode se acelerar, elevando os rendimentos dos Treasuries e o dólar", diz o profissional. Na visão do Citi, a alta mensal de 1% do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA em março, apesar de ter vindo acima das projeções, não é "tão inesperada", em meio à forte demanda e a problemas na cadeia de abastecimento. O banco americano destaca que uma "ideia melhor" sobre o cenário de inflação virá com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que será divulgado na próxima semana. À medida que os investidores absorviam o impacto da "surpresa" no PPI americano, a inclinação da curva de juros dos Treasuries foi diminuindo, mas os rendimentos se mantiveram em alta. No final da tarde em NY, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 0,152%, o da T-note de 10 anos subia a 1,656% e o do T-bond de 30 anos tinha ganho a 2,338%. Uma vez que juros mais altos nos EUA aumentam a demanda pelo dólar, a divisa americana terminou o dia valorizada ante os pares. O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA contra seis rivais, subiu 0,12%, a 92,163 pontos. Indicadores "fracos" da Alemanha também pressionaram para baixo o euro, que recuava a US$ 1,1906 no final da tarde em NY. Na comparação semanal, porém, o DXY acumulou queda de 0,92%, pressionado pela promessa do Fed de manter o estímulo monetário mesmo com a alta da inflação, considerada temporária. No mercado acionário, as bolsas de NY ganharam força à tarde, com os investidores ajustando posições antes do fim de semana. O Dow Jones subiu 0,89%, ao recorde de 33.800,60 pontos, e o S&P 500 avançou 0,77%, à máxima histórica de 4.128,80 pontos. Mais impactado pela alta nos rendimentos dos títulos da dívida americana, o Nasdaq teve ganho de 0,51%, a 13.900,19 pontos. Na comparação semanal, os três índices acionários registraram alta, apoiados pela perspectiva de continuidade do apoio monetário às principais economias globais. Em entrevista à CNBC nesta tarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a instituição tem flexibilidade para aumentar ou reduzir o tamanho do programa de compras de ativos. Analistas da Capital Economics preveem que o avanço dos juros dos Treasuries deve continuar, o que provocará uma retomada do movimento de rotação nas bolsas americanas observado durante o primeiro trimestre. Com isso, o setor de tecnologia, que foi beneficiado pelo home office, voltaria a perder terreno, enquanto ações mais ligadas à retomada econômica, como as do setor aéreo, se destacariam. O petróleo foi pressionado pelo dólar em alta, que deixa as commodities mais caras e menos atrativas aos investidores, e também pela incerteza sobre a pandemia, principalmente na Europa, onde houve um recrudescimento. O mercado está de olho ainda nas conversas entre EUA, União Europeia e Irã para uma possível retomada do Acordo Nuclear. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para maio cedeu 0,47%, a US$ 59,32, enquanto o do Brent para junho caiu 0,40%, a US$ 62,95, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected])
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