Em um dia de aversão ao risco, com queda de quase todas as bolsas, o real e os juros futuros contrariam o movimento global e reagiram a fatores locais. Logo cedo, uma série de balanços negativos, a queda expressiva do PIB da Alemanha e dos Estados Unidos, bem como a continuidade do aumento de casos de covid-19 em território americano e das tensões entre Washington e Pequim, fizeram prevalecer a busca por segurança e os índices acionários caíram durante quase todo o dia, aqui e em Nova York. A exceção foi o Nasdaq, que virou para o positivo ao longo da tarde, diante da expectativa pelos resultados das quatro gigantes de tecnologia: Apple, Amazon, Google e Facebook. De forma geral, contudo, houve um alívio do estresse visto mais cedo e o Ibovespa, que chegou a ceder para a casa dos 103 mil pontos, ainda terminou em baixa, mas em nível bem melhor, com recuo de 0,56%, aos 105.008,70 pontos. Entre os números corporativos por aqui, as ações do Bradesco recuaram entre 2,5% e 3,5%, após o banco apresentar lucro 40% menor no segundo trimestre, com aumento das provisões para inadimplência. As empresas ligadas a commodities, como Vale e Petrobras, também pesaram negativamente. Enquanto isso, na contramão de outras moedas emergentes, o dólar firmou queda ante o real nos negócios da tarde, encerrando a R$ 5,1592 (-0,26%). Em meio à disputa pela formação da Ptax mensal, a ser definida amanhã, operadores citaram que a baixa da moeda por aqui tem relação com a entrada de fluxo externo, para participar de oferta de ações, como a do Grupo Soma, que movimentou ontem US$ 1,8 bilhão. Os juros futuros também terminaram o pregão com queda firme, renovando mínimas históricas. A oferta menor de prefixados pelo Tesouro, durante a manhã, já induzia essa baixa. Mas o movimento ganhou força à tarde, sobretudo nos vencimentos intermediários e longos, na medida em que o dólar também cedia mais ante o real. E nem mesmo o resultado do governo central pior do que o previsto foi capaz de mudar o rumo das taxas. No balcão de apostas para o Copom, aliás, além de as chances de corte da Selic em agosto continuarem na casa de 80%, cresceu a probabilidade de redução da taxa básica também em setembro.
- MERCADOS INTERNACIONAIS
- CÂMBIO
- JUROS
- BOLSA