A cautela exibida pelas bolsas em Nova York foi relegada pelos ativos domésticos e o Ibovespa engatou o quarto pregão consecutivo de ganhos, encerrando a semana com alta acumulada de 4%. Ao mesmo tempo, o dólar passou por uma realização de lucros diante do real, antes de uma semana pesada de indicadores e após subir 10% na soma das últimas sete sessões, abrindo espaço também para a queda dos juros intermediários e longos. Ainda que o risco político interno siga no radar dos agentes, sobretudo após a prisão, ontem, de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente, a percepção de que os juros podem cair ainda mais continuou levando o investidor a comprar o risco bolsa, o que explica a alta de 0,46% do Ibovespa, aos 96.572,10 pontos. No mês, a Bolsa sobe, agora, 10,49%. Em Wall Street, contudo, as ameaças do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, à China e temores de uma segunda onda de covid-19 pesaram sobre os negócios, fazendo Dow Jones e S&P500 caírem hoje. O crescente aumento do número de novos casos de coronavírus nos EUA levou a Apple a anunciar o fechamento temporário de 11 lojas em quatro estados. Ainda assim, o Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia, subiu 0,03%. No câmbio, apesar da queda de 0,98% do dólar no mercado á vista, a R$ 5,3180, a semana, marcada por tensões políticas envolvendo Queiroz e a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação, foi de alta para a divisa americana, de 5,4%. No ano, o real segue com o pior desempenho quando comparado a pares emergentes. Por fim, nos juros futuros, além da queda estimulada pelo dólar nos vértices mais distantes, a ponta curta deu sequência ao recuo da véspera, com um leve crescimento das apostas, para 60%, no corte de 0,25 ponto porcentual da Selic no Copom de agosto. Até ontem, a precificação mostrava divisão entre corte de 25 pontos e manutenção do juro em 2,25%. Na terça, sairá a ata do Copom, que pode trazer novas informações para definição dessas apostas.
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