[ARTIGO] DE OLHO NA CHINA

O mundo parou pela pandemia, e o dólar escalou. Os governos de todo o mundo, liderados pelos BC´s, estão tentando controlar os efeitos na economia (ainda impossíveis de serem mensurados) com medidas de estimulo (crédito e juros).

Mas por que?

Pensem que as restrições impostas trarão um choque de demanda e de oferta ao mesmo tempo (ninguém vende ninguém compra), para vários setores importantes para a economia. Além disso, ainda tivemos um colapso do preço do Petróleo nos últimos dias.

A grande preocupação é se essa crise se tornar uma crise de crédito, nos moldes do que ocorreu em 2008. Quedas de faturamento devido as restrições podem gerar dificuldade para as empresas manterem o pagamento das dívidas.
Setores mais afetados devem ser (i) óleo e gás, (ii) turismo e (iii) transporte, que representam cerca de 15% do PIB mundial e ao redor de 24% no Brasil!

Quais medidas no Brasil?

(i) O BCB anunciou nesta segunda-feira uma medida para facilitar a renegociação de dívidas. O BCB permitiu que os bancos não aumentassem o valor do provisionamento em repactuação de crédito nos próximos 6 meses, isso, portanto gera apetite de risco aos bancos. O BCB estimou que seria cerca de R$ 3,2 bilhões em crédito, ou seja, 10% do saldo total de crédito no sistema.
(ii) O BCB também diminui exigência de capital dos Bancos (Adicional de Conservação de Capital Principal (ACPConservação) de 2,5% para 1,25% pelo prazo de um ano), acionando capacidade de concessão de crédito em torno de R$ 637 bilhões, o que significa metade da concessão do sistema nos últimos 3 meses.
(iii) Mercado espera queda na taxa de juros na reunião deste semana, seguindo o FED e outros BC´s.

Tenham em mente que em épocas de crise o apetite das empresas e famílias para tomar crédito pode ser mais baixo; ou seja, tudo isso ajuda, mas não salva.

E o mercado?

A ideia é que se as medidas forem lidas como suficientes ou muito positivas o mercado já antecipe o final do pânico-surto. Olhando para a taxa de cambio hoje, essas medidas não foram consideradas suficientes. E eu concordo com isso. E nem sei se conseguiremos medir “suficiência” na situação atual. Cautela é ainda o nome do jogo.

Olhando para frente (olho em China):

China já começa a tatear normalidade, ou seja, 3 meses após os primeiros casos (atenção que assim que China voltar, o setor de agropecuária pode bombar instantaneamente, assim como amenizar o patamar do dólar).

Dado que aqui lidamos com algo já conhecido, acredito que o nosso surto-pânico seja um pouco mais suave. Mas vai saber…

E vamos aguardar novas medidas econômicas, elas devem aparecer.




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