VALE E BANCOS SUSTENTAM IBOVESPA NO AZUL, APESAR DE QUEDAS DE PETROBRAS E TECHS EM NY

O noticiário corporativo se sobrepôs, mais uma vez, ao macroeconômico tanto no Brasil,
quanto nos Estados Unidos nesta quarta-feira. Aqui, o mercado deixou de lado o mau
humor com Vale hoje e se concentrou ao longo da tarde nos estímulos financeiros ao
mercado imobiliário da China. O papel ON da mineradora subiu 0,64%, o que, junto com
uma onda de compras de bancos como Bradesco PN (+1,06%) e Itaú PN (+0,99%), levou o
Ibovespa aos 128.006,05 pontos (+0,26%). O índice ficou blindado da queda da Petrobras
(ON -0,99% e PN -1,20%), motivada por dúvidas quanto à possibilidade de reversão da
decisão de não pagamento de dividendos extras e por mal-estar quanto à chance de
criação de um fundo para guardar recursos para investimentos. A mudança de sinal na
segunda etapa do pregão do S&P 500 (-0,19%) e do Nasdaq (-0,54%) também tirou fôlego
do mercado local. Por lá, o peso foi sentido em papéis de tecnologia, que se ressentiram
da subida dos juros dos Treasuries nesta véspera de divulgação de inflação ao produtor
(PPI). Neste contexto, os mercados locais de juros e câmbio ficaram mais uma vez
sujeitos a variações módicas. Operadores apontam que esses segmentos já estão em
compasso de espera pelas decisões de política monetária no Brasil e nos EUA na semana
que vem. O DI para janeiro de 2026 chegou ao fim da tarde a 9,685% e o dólar à vista
subiu a R$ 4,9762 (+0,03%).
•BOLSA
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•JUROS
•CÂMBIO
BOLSA
O Ibovespa estendeu a recuperação hoje e avançou 0,26%, aos 128.006,05 pontos. Em
meio à agenda esvaziada de indicadores, Petrobras e Vale ficaram no foco do mercado. A
petroleira foi a principal influência negativa, sucumbindo à incerteza em torno da sua
política de dividendos. Em contrapartida, os papéis da mineradora ganharam força e,
junto com grandes bancos, ajudaram a puxar a alta do índice.
O índice de referência da B3 oscilou entre leve queda e alta hoje, entre a mínima, de
127.438,98 pontos (-0,18%), e a máxima, de 128.529,63 pontos (+0,68%). Dos 87 papéis
da carteira teórica, 50 subiram. O giro financeiro ficou em R$ 22,7 bilhões, em um dia de
vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Segundo profissionais do mercado, na ausência de novos indicadores macroeconômicos
aqui ou no exterior, o foco do dia ficou com o noticiário corporativo. As ações da
Petrobras, que caíram entre 1,20% (PN) e 0,99% (ON), foram destaque negativo,
contrariando aumentos de quase 3% nos preços de petróleo. O mercado continua
tentando dosar a preocupação com a ingerência política do governo na empresa.
A informação de que a petroleira estuda a possibilidade de criar um fundo para receber os
dividendos extras – uma solução mais definitiva e com agrado do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, para que os recursos possam ser usados em investimentos – pesou sobre os
papéis.
“Imagino que tenha muita gente saindo do papel, começando a ficar mais preocupado,
porque está vendo que o risco não vale o prêmio dos dividendos”, afirma o estrategistachefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz. “Deve ter acontecido uma cobrança forte do
presidente Lula para que a Petrobras anuncie um plano de investimentos forte, que
diminuiria os dividendos.”
Na outra ponta, Vale ON avançou 0,64%, contrariando o minério de ferro, que caiu 2,53%
na bolsa de Dalian, à menor cotação desde agosto do ano passado. A expectativa por
novos estímulos na China, após a notícia de que o regulador financeiro do país se
comprometeu a atender “necessidades razoáveis” de financiamento de empresas do
combalido setor imobiliário, impulsionou a companhia.
Ações de bancos puxaram o Ibovespa, com destaque para Itaú Unibanco PN (+0,99%),
BTG Pactual Unit (+2,69%, quarta maior alta do dia) e Bradesco (PN +1,06%, ON +0,96%).
Segundo Cruz, repercutiu positivamente para os papéis a notícia de que o alto escalão
dessas instituições e o Ministério da Fazenda começaram as conversas para usar a fase
de regulamentação da reforma tributária, aprovada no ano passado, para gerar um regime
que barateia o custo dos empréstimos no País.
Outras empresas também avançaram, puxadas pelo noticiário micro. Entre elas, JBS ON
(+3,15%) e Marfrig ON (+2,69%) – a maior e a quinta maior alta do índice, respectivamente
-, reagiram positivamente à informação de que a China habilitou 38 unidades frigoríficas
brasileiras a exportar carnes para o país. Prio ON (+2,99%) pegou carona nos ganhos do
petróleo e teve o segundo maior ganho do dia, e Cogna ON (+2,87%), o terceiro.
Segundo o analista da Finacap Felipe Moura, a Bolsa brasileira respondeu hoje ao
noticiário micro. “Muitas empresas subiram 1% ou 2%, por causa de notícias mais micro,
de resultados”, afirma. “As empresas, de maneira geral, continuam negociando nos
valuations mais deprimidos das últimas décadas e isso está ajudando a catalisar os
preços agora, com essa temporada de resultados.”
Na ponta negativa do Ibovespa, os destaques da sessão foram Pão de Açúcar ON (-
3,20%), Cemig PN (-3,18%), Isa Cteep PN (-2,51%), São Martinho ON (-2,0%) e Fleury ON
(-1,91%).
17:24
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 128006.05 0.2649
Máxima 128529.63 +0.68
Mínima 127438.99 -0.18
Volume (R$ Bilhões) 2.80B
Volume (US$ Bilhões) 5.62B
17:24
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 129410 0.3840
Máxima 129740 +0.64
Mínima 128490 -0.33
MERCADOS INTERNACIONAIS
Um leilão de T-bonds de 30 anos com demanda acima da média pesou nos retornos dos
Treasuries nesta tarde, que reduziram ganhos pontualmente e acompanharam o
enfraquecimento do dólar no exterior, enquanto o iene se fortalecia pontualmente contra
a moeda americana, após a notícia de que o Banco do Japão (BoJ) pode elevar juros na
próxima reunião de política monetária. O dólar fraco não ofereceu resistência para os
preços do petróleo avançarem, em meio a ataques ucranianos contra refinarias da
Rússia. Com a alta do petróleo, o setor de energia do S&P 500 foi o que mais subiu hoje e
manteve o índice próximo da estabilidade, mas não conseguiu se suportar no azul para
fechar em máxima histórica pelo segundo dia consecutivo.
Os retornos dos Treasuries já subiam mais cedo, enquanto investidores já aguardam a
divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA na sexta-feira, em meio à
agenda de indicadores esvaziada de hoje. Segundo o banco ANZ, operadores também
aguardam a reunião de política monetária com divulgação de gráfico de pontos pelo
Federal Reserve, que acontece na semana que vem. Segundo a Capital Economics, as
projeções dos membros do Fed devem ser “marginalmente mais Hawkish” do que as
anteriores, como resultado da inflação resiliente, mas apesar disso, o primeiro corte
ainda deve acontecer em junho.
A força “surpreendente” da atividade americana levou a Fitch a atualizar hoje sua projeção
para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global. A projeção passou de 2,1% ao
ano para 2,4%, e a revisão é resultado do desempenho da economia americana acima do
esperado pela agência de classificação de risco.
Depois de um leilão de US$ 22 bilhões em T-bonds de 30 anos com demanda acima da
média, os retornos da ponta longa dos Treasuries chegaram a reduzir ganhos, mas o
movimento perdeu ímpeto logo depois. Às 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos
subia a 4,626%; o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,189%; e o do T-bond de 30 anos
tinha ganhos a 4,343%.
Logo após o leilão, o dólar também se enfraqueceu contra rivais desenvolvidos e o DXY,
que até então se sustentava perto da estabilidade, consolidou baixa. No fim do dia, o
dólar subiu contra o iene, mas sofreu uma pressão pontual da moeda japonesa após
circular a notícia de que o Banco do Japão (BoJ) deve discutir a possibilidade de elevar as
taxas de juros na reunião da próxima semana, o que marcaria o começo do abandono de
uma política ultra-acomodatícia por parte da autoridade.
No Reino Unido, a queda acima do esperado da produção industrial em janeiro manteve a
moeda próxima da estabilidade. Hoje, o dirigente do BCE François Villeroy de Galhau
disse que um corte de juros em junho seria mais provável que em abril, enquanto o
dirigente Martins Kazaks comentou que, caso a economia e a inflação sigam o
desempenho esperado, a redução acontecerá “em breve”. No fim do dia, o índice DXY
fechou em queda de 0,16%, aos 102,789 pontos. O dólar subiu aos 147,82 ienes; o euro
subiu a US$ 1,0950; e a libra subiu a US$ 1,2797.
O dólar enfraquecido não forneceu barreiras para a alta do petróleo hoje, que ganhou
mais de 2% em meio a novas perspectivas de aperto à oferta, após ataques da Ucrânia a
refinarias russas, e também diante da baixa inesperada nos estoques americanos
registrada pelo Departamento de Energia (DoE). Na New York Mercantile Exchange
(Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em alta de 2,78% (US$ 2,16), a US$ 79,72 o
barril, enquanto o Brent para maio subiu 2,57% (US$ 2,11), a US$ 84,03 o barril.
Apesar da imprensa russa ter divulgado que a refinaria de Novoshakhtinsky já voltou a
operar normalmente, os ganhos do petróleo se mantiveram e apoiaram a alta no setor de
energia das bolsas de Nova York. Entre os 11 setores do S&P 500, energia foi o que mais
subiu e sustentou o índice perto da estabilidade na maior parte do dia, mas perdeu fôlego
perto do fim do pregão e não conseguiu renovar máxima pelo segundo dia consecutivo.
Movimento semelhante foi visto no Dow Jones, que se aproximou da máxima histórica
durante a tarde, mas não resistiu.
Hoje, o Parlamento Europeu aprovou a Lei de Inteligência Artificial, considerada a
primeira legislação abrangente no mundo para tratar do tema, com restrições para evitar
riscos e a intenção também de fomentar o setor na União Europeia. No índice S&P 500,
tecnologia foi o setor que mais caiu, dentre os 11, amargando perdas de 1,08%. Entre os
destaques negativos, as ações da Tesla caíram 4,54%, depois do Wells Fargo rebaixar sua
recomendação para a montadora de veículos elétricos. No fechamento, o índice Dow
Jones subiu 0,10%, aos 39.043,32 pontos; o S&P 500 recuou 0,19%, aos 5.165,31 pontos;
e o Nasdaq caiu 0,54%, aos 16.177,77 pontos.
Na Europa, porém, o índice CAC40 renovou máxima histórica de fechamento, apoiado
pelos ganhos do banco BNP Paribas, que anunciou planos de devolver 20 bilhões de
euros a acionistas entre 2024 e 2026.
JUROS
Os juros futuros continuaram com oscilações contidas nesta quarta-feira, tentando
sustentar um viés de baixa a partir do trecho intermediário, mas o aumento da pressão
dos rendimentos dos Treasuries pesou no fim do dia. A agenda esteve esvaziada, mas o
noticiário, nem tanto. A novela dos dividendos na Petrobras teve novos capítulos, assim
como cresceram os ruídos vindos de Brasília que têm mantido a percepção fiscal mais
negativa. O mercado monitorou ainda o julgamento da incidência do ICMS sobre as tarifas
de transmissão e distribuição. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi de que o
imposto integra a base de cálculo das tarifas, cobrança esta que já vinha ocorrendo na
prática.
Às 17h13, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava
em 9,850%, de 9,838% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro 2026 tinha taxa de 9,67%,
estável ante o ajuste de ontem. A do DI para janeiro de 2027 marcava 9,90%, de 9,91%
ontem, e a do DI para janeiro de 2029 passava de 10,40% para 10,39%%.
Sem destaques hoje no calendário econômico, a leitura benigna da abertura do IPCA
divulgado ontem ajudou a manter a curva bem comportada, limitando o contágio da
pressão dos Treasuries, relacionada ao leilão de US$ 22 bilhões em T-Bonds de 30 anos.
Por outro lado, faltou fôlego para posições mais contundentes em meio ao aumento das
incertezas do lado político e fiscal.
“Os DIs seguem em nível, sem sair do lugar. Nem o ambiente interno nem o externo têm
dado elementos suficientes para a alocação de risco nos ativos”, afirma Leonardo Monoli,
sócio e diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management.
Internamente, o cenário inflacionário é até promissor, mas as perspectivas fiscais se
deterioraram nos últimos dias, mesmo com os sinais de melhora da arrecadação. A
reação do presidente Lula à piora da avaliação do governo tem retraído os investidores,
receosos sobre o uso da maquina pública para recuperar a popularidade, resultando em
aumento indiscriminado do gasto. “O governo teve uma reação intempestiva e o mercado
teme que o excesso de arrecadação seja usado para dar impulso à economia”, diz Monoli.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Alemanha na próxima
semana para participar de uma reunião ministerial convocada pelo presidente Lula na
segunda-feira, o que emitiu um sinal negativo para o mercado.
A tentativa de intervenção em estatais não tem penalizado só a Bolsa, mas também
colocado os negócios com juros em banho-maria. Não é bem vista a ideia do governo de
criar um novo fundo para direcionar dividendos extraordinários para investimentos,
segundo publicou O Globo. O atual, onde são alocados os dividendos extraordinários, não
pode ser usado para abater dívidas nem para investimentos, só pagar dividendos futuros,
juros sobre capital próprio, recompras de ações e absorção de prejuízos.
Um evento hoje que poderia dar alguma dinâmica para as taxas era o julgamento sobre a
incidência do ICMS sobre tarifas de transmissão (TUST) e de distribuição (TUSD) de
energia elétrica no STJ. A corte, porém, considerou que o imposto deve integrar a base de
cobrança, o que já vinha sendo feito pelos Estados e, portanto, nada muda nem no
cenário fiscal nem inflacionário.
O julgamento gerava alguma expectativa porque, caso a cobrança fosse retirada, o efeito
no IPCA poderia chegar a -40 pontos-base. Por outro lado, o impacto sobre o caixa dos
Estados poderia chegar a R$ 33 bilhões.
Na avaliação do Barclays, uma nova “pernada” para os juros futuros está mais ligada às
condições globais e à sucessão no BC do que propriamente ao cenário inflacionário, que
está mais encaminhado, com “serviços mostrando sinais de exaustão”. “As expectativas
de inflação para 2025 em diante devem permanecer ao redor de 3,50% por enquanto,
mas é possível que a reação função do Copom possa mudar sob a nova gestão.
Permanecemos com posição doadora no DI para janeiro 2026, mas admitimos que o
trade deve levar tempo para amadurecer”, diz o banco
CÂMBIO
Em dia de agenda esvaziada aqui e lá fora, o mercado de câmbio doméstico trabalhou em
marcha lenta. Com oscilação de apenas pouco mais de dois centavos de real entre a
mínima (R$ 4,9643) e a máxima (R$ 4,9880) e algumas trocas de sinal, o dólar terminou a
sessão desta quarta-feira, 13, cotado a R$ 4,9762, em alta de 0,03%.
Segundo operadores, a formação da taxa de câmbio se deu entre forças opostas hoje. Ao
recuo da moeda americana no exterior, incluindo contra divisas emergentes, se contrapôs
um quadro de cautela com o cenário doméstico, diante dos crescentes ruídos políticos
após o imbróglio envolvendo os dividendos extraordinários da Petrobras.
O operador de câmbio Hideaki Iha, da Fair Corretora, chama a atenção para o fato de o
real ter apresentado hoje um desempenho bem abaixo de seus pares, como peso
mexicano e rand sul-africano, que exibiram ganhos de mais de 0,5% em relação ao dólar.
“O real até abriu praticamente igual às moedas pares, mas acabou se descolando. Parece
mais uma questão de fluxo de saída pontual, porque o quadro era favorável, com petróleo
e bolsa subindo”, diz Iha.
Ele ressalta que o dólar poderia estar em níveis mais baixos no mercado local, uma vez
que março costuma ser um mês de forte entrada de recursos via comércio exterior, em
razão das exportações do agronegócio, em especial da safra de soja. Iha identifica
internalização de recursos por parte de exportadores sempre que a taxa de câmbio se
aproxima do nível técnico e psicológico de R$ 5,00.
“O dólar não cai de forma consistente porque o clima é de muita cautela com o governo,
principalmente depois de a Petrobrás reter os dividendos e declarações de Lula de que a
empresa não deve atender apenas aos acionistas. Isso mostra que tem comprador”, diz o
operador da Fair Corretora.
Lá fora, o índice DXY – que mede o comportamento da moeda americana em relação a
uma cesta de seis dividas fortes – operou em queda ao longo do pregão e voltou a se situar
abaixo da linha dos 103,000 pontos, graças, sobretudo, à recuperação do euro. Já as taxas
dos Treasuries subiram, embora de forma mais moderada. A taxa da T-note de 2 anos,
mais ligada às expectativa para o rumo da política monetária nos EUA, avançou cerca de
1%, para a casa de 4,62%.
Depois do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro,
divulgado ontem, vir praticamente em linha com as expectativas do mercado,
investidores aguardam a divulgação amanhã do índice de preços ao produtor (PPI).
Parece pouco provável, contudo, que o indicador promova um rearranjo relevante para os
próximos passos do Federal Reserve. É amplamente majoritária a aposta de que haverá
cortes de juros nos EUA apenas em junho.
Para o banco britânico Barclays, o comportamento do real deve seguir muito atrelado no
curto prazo à tendência global da moeda americana, com raros episódios de
descolamento. A instituição tem uma visão construtiva para a moeda brasileira,
argumentando que o fato de o Banco Central promover um ciclo lento e constante de
queda da taxa Selic impede uma “erosão” da atratividade do carry trade. Além disso, o
real ainda encontra suporte da solidez das contas externas, em meio a um boom
estrutural da produção de petróleo.
“A história do petróleo compensa fatores negativos. Esperamos, por enquanto, um
desempenho do real superior ao de seus pares, apoiado também pelo carry elevado e
pelo Banco Central cauteloso”, afirma o Barclays, em relatório.
Na ponta oposta, a consultoria Capital Economics afirma que as moedas da América
Latina vão sofrer ao longo de 2024, após terem liderado os ganhos em relação ao dólar
em 2023. As divisas da região se apreciaram no ano passado, e ainda estão
sobrevalorizadas, em razão da atratividade das operações de carry trade, diz a Capital
Economics. Esse quadro deve se alterar nos próximos meses à medida que Bancos
Centrais de países da região continuem a reduzir as taxas de juros, caso do Banco Central
brasileiro.
17:24
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.97620 0.0281 4.98800 4.96430
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4977.000 0.0704 4992.500 4967.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4992.000 0.0267 4992.000 4989.500