TREASURIES SOBEM MAIS COM ATA DO FED E PUXAM DIS, PRESSIONADOS TAMBÉM POR BRASÍLIA

A tarde desta quarta-feira foi marcada pela ata da mais recente reunião do Federal Reserve, observada também pelo investidor local, que dividiu as atenções com o noticiário vindo das negociações em torno da pauta econômica no Congresso. O texto do BC dos Estados Unidos manteve a percepção no mercado de que o aperto monetário será retomado no fim do mês, uma vez que o documento revelou que a maioria dos dirigentes ainda vê altas de juros em 2023. A plataforma do CME Group aponta que a curva embute 88,7% de chance de o Fed aumentar a taxa básica em 25 pontos-base este mês, para o intervalo entre 5,25% e 5,50%. Os juros dos Treasuries também apontaram para cima, com os retornos de 2 e 10 anos flertando com os níveis de 5% e 4%, respectivamente. O dólar também avançou ante as moedas fortes e as bolsas de Nova York terminaram em queda, entre 0,38% (Dow Jones) e 0,18% (Nasdaq). Este impulso embalou ainda mais a retomada dos prêmios na curva de juros local. Apesar de avanços nas negociações em torno da votação da reforma tributária na Câmara até o fim desta semana, os agentes da renda fixa local estão em busca de fatos novos para retomar o fôlego baixista. O DI para janeiro de 2027 terminou aos 10,23%. Sob a pressão externa e as dúvidas internas, o dólar à vista subiu aos R$ 4,8503, valorização de 0,20%. É o maior valor de fechamento desde 13 de junho. O mercado que destoou foi o acionário, onde o Ibovespa subiu aos 119.549,21 (+0,40%). Na máxima do dia, o índice chegou à marca dos 120 mil pontos, mas acabou perdendo força em linha com a comportamento das ações da Petrobras (ON -0,03% e PN -0,13%). O Broadcast apurou que a companhia deve manter dividendo de dois dígitos e fazer uma inédita recompra de ações em 2023, o que deu gás momentâneo ao papel. Ao longo da tarde, a estatal disse que não houve ainda decisão sobre a remuneração de acionistas.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) reforçou a perspectiva de retomada do aperto monetário após a pausa em junho, em um sinalização que impulsionou os rendimentos dos Treasuries, com a T-note de 2 anos aproximando-se de 5,0%, e o dólar no exterior. O documento indicou que alguns dirigentes preferiam ter aumentado os juros no mês passado e reiterou incertezas sobre a economia dos EUA. Nesse quadro, as bolsas de Nova York chegaram a acelerar queda, mas logo voltaram a oscilar perto da estabilidade. Já o petróleo fechou no azul, diante do compromisso da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) com o “equilíbrio” do setor.

A ata do Fed também indicou que alguns dirigentes chegaram a considerar subir os juros na decisão de junho, apesar da decisão final ter sido de manter as taxas no nível atual, entre 5,0% e 5,25%. Na visão de Stephen Stanley, economista do Santander, o documento não trouxe novidades sobre o que já havia sido sinalizado pelo presidente do Fed, Jerome Powell. “Os dirigentes estão cautelosos com o impacto defasado de 500 pontos-base de aperto desde março de 2022, sem mencionar a possibilidade de que condições de crédito mais rígidas atinjam a economia em algum momento”.

Já o Citi destaca que a ata não mudou a expectativa de uma alta de 25 pb, com outra em setembro. “Como nós e a maioria dos outros presumimos, a decisão de ‘pular’ um aumento de 25bp em junho, mas dar orientação para 50bp de novos aumentos no final deste ano, foi um compromisso entre autoridades mais hawkish que queriam aumentar e autoridades mais dovish que estavam preparadas para pausa”.

A ata deu fôlego ao dólar, que acelerou alta ante rivais, em meio às expectativas de que o Fed seguirá com o aperto monetário ao longo do ano. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar subia a 144,65 ienes e a libra recuava a US$ 1,2707. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,37%, a 103,373 pontos.

O mesmo impulso foi observados nos juros dos Treasuries, com o juro da T-note de 2 anos subindo ao maior nível desde março, e avançando a 4,938%. Já o rendimento da T-note de 10 anos subia a 3,927% e o do T-bond de 30 anos operava em alta a 3,930%.

Já as bolsas de Nova York chegaram a acelerar queda, mas logo voltaram a operar perto da estabilidade, com Nasdaq flertando com o território positivo, em meio à alta da Alphabet (1,54%) e da Meta (2,92%). Hoje, o índice Dow Jones caiu 0,38%, o S&P 500 recuou 0,20% e o Nasdaq operou em queda de 0,18%.

No mercado de commodities, por outro lado, o petróleo fechou em alta nesta sessão, em meio ao seminário da Opep+, que deu indicativos sobre recuperação da demanda da commodity. Os ministro de Energia e Petróleo do cartel também sinalizaram que seguirão mantendo comunicação com parceiros de fora, para conseguir apoiar o equilíbrio de mercado.

Hoje, o ministro do Petróleo da Líbia se posicionou contra um possível bloqueou na produção do país, que, segundo ele, só prejudicaria a população local. Já o CEO da petroleira Saudi Aramco, Amin Nasser, afirmou que a empresa está “confiante para o futuro”, reforçando a possibilidade de mais investimentos na área, com uma recuperação da demanda.

Segundo Craig Erlam, da Oanda, apesar da alta da commodity, os valores seguem dentro da faixa de dois meses, mas com possibilidade de novos testes no pico anterior, de US$ 77 o barril. Hoje, o contrato do WTI para agosto fechou em alta de 2,87% (US$ 2,00), a US$ 71,79 o barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro fechou em alta de 0,52% (US$ 0,40), a US$ 76,65 o barril. (Natália Coelho – [email protected])

JUROS

Os juro futuros deram sequência ao movimento de alta visto na véspera, hoje estimulado pelo exterior enquanto o mercado aguardava o desenrolar das pautas econômicas na Câmara. A pressão era moderada em boa parte do dia, mas cresceu depois da divulgação da ata do Federal Reserve, no meio da tarde, que também elevou a pressão sobre a curva americana e sobre o câmbio. O documento, considerado “hawkish”, reforçou a percepção de nova alta de juros nos Estados Unidos. No Brasil, o governo acelerou as negociações da reforma tributária e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a intenção é iniciar a votação amanhã.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou na máxima de 12,82%, de 12,783% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 10,70% para 10,78%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,23%, de 10,07%, e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 10,59%, de 10,42%.

O mercado operou em banho-maria durante boa parte da sessão, mas sustentando um viés de alta desde a abertura, na esteira da realização de lucros iniciada ontem, uma vez que o ambiente externo era de aversão ao risco após dados fracos de atividade na Europa e na China. O investidor aguardava a ata do Fed, que sairia às 15h, ao mesmo tempo acompanhando o noticiário sobre as matérias que estão na Câmara, num dia de agenda local esvaziada de indicadores.

A ata confirmou a percepção de que a autoridade monetária deve voltar a subir o juro na reunião de julho. Os dirigentes disseram ter permanecido extremamente atentos aos riscos de inflação que se manteve elevada. Reconheceram que a inflação diminuiu desde meados do ano passado, mas leituras recentes para o núcleo da inflação de preços do índice de gastos de consumo (PCE, na sigla em inglês) pouco mudaram. Além disso, o documento revelou que alguns dirigentes indicaram que eram a favor de aumentar a taxa dos fed funds em 25 pontos base na última reunião.

“Os documentos do Fed têm sido sempre hawkish, mas as falas de Powell, não. Hoje não teve Powell. Então, olhando a ata, são mais duas altas de juros nos Estados Unidos. Pelas falas recentes de Powell, será só mais uma”, afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, referindo-se ao presidente do Fed, Jerome Powell.

Na curva americana, o yield da T-Note de dez anos chegou a tocar a máxima de 3,94%, de 3,85% no fim da tarde de segunda-feira – ontem o mercado esteve fechado, e o da T-Note de dois anos, máxima de 4,95%, de 4,92%.

Na XP Investimentos, o economista Francisco Nobre afirma que a ata não alterou o quadro geral que aponta que o fim do ciclo de aperto se aproxima, “embora a política monetária deva permanecer restritiva por mais tempo em meio à inflação persistentemente alta e mercado de trabalho apertado”. “Uma nova alta de juros não mudará significativamente a trajetória da economia americana ou dos preços dos ativos”, comenta, em relatório.

De acordo com Veronese, o mercado de DI no Brasil acompanhou a reação dos ativos lá fora, “até porque não tivemos nada de concreto por aqui”. “A curva tem ainda espaço para alguma correção, mas segue precificando expectativa de corte expressivo da Selic”, disse.

O movimento de ontem e de hoje, desse modo, é considerado mais como um respiro do mercado, que recompõe parte dos prêmios enquanto também espera pelo desfecho das votações na Câmara e pelos próximos dados de inflação.

Arthur Lira afirmou que trabalha para iniciar hoje a discussão sobre a proposta tributária e votar a matéria amanhã à noite em primeiro turno. Ele articula para que a reforma possa ser votada antes do PL do Carf, cujo impasse sobre o chamado “voto de qualidade” estaria relacionado mais à dificuldade na articulação política do Planalto, com atraso na liberação de emendas e cargos aos parlamentares, do que ao mérito do texto, apurou o Broadcast Político. Em meio às dificuldades, o governo empenhou R$ 2,1 bilhões em emendas apenas nesta primeira semana de julho – valor que se aproxima de todo o montante distribuído aos parlamentares durante o mês de junho (R$ 2,7 bilhões).

Nas mesas de renda fixa, a avaliação é de que a aprovação da tributária na Câmara pode até ocorrer antes do recesso parlamentar, no dia 15, mas uma aprovação ainda esta semana, dados os conflitos na negociação com governadores e setores econômicos, ainda não estaria totalmente precificada. Caso se concretize, há grande espaço para fechamento da curva, a depender também do que for ajustado no texto.

Outro potencial vetor de baixa para os DIs são os próximos IGPs. Na sexta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informa o IGP-DI de junho, para o qual a previsão é de queda de 1,26%, segundo a mediana das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast.

(Denise Abarca – [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista emendou nesta quarta-feira, 5, o terceiro pregão consecutivo de alta no mercado doméstico de câmbio, em meio à recomposição de posições defensivas e realização de lucros diante da cautela com o andamento da pauta econômica no Congresso. Afora quedas pontuais e muito limitadas, quando registrou mínima a R$ 4,8355, a moeda operou em alta ao longo da sessão e chegou a ultrapassar R$ 4,87 na máxima (R$ 4,8706). No fim do dia, o dólar subia 0,20%, cotado a R$ 4,8503 – maior valor de fechamento desde 13 de junho (R$ 4,8624).

Parte do enfraquecimento do real também pode ser atribuída à onda de valorização da moeda americana no exterior, acentuada à tarde com a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), que reforçou a expectativa de elevação adicional da taxa de juros nos EUA. Moedas latino-americanas de países de juros altos pares do real, os pesos mexicano, chileno e colombiano foram contra a maré e se fortaleceram.

Segundo operadores, após o dólar à vista ter recuado 9,29% no primeiro semestre, havia espaço para ajustes técnicos, em especial no mercado de derivativos cambiais. Os investidores estrangeiros, que passaram junho vendidos (que ganham com a baixa da moeda) em dólar futuro, agora têm leve posição comprada (que ganham com a alta do dólar). Considerando dólar futuro, mini contratos, cupom cambial e swaps, os estrangeiros seguem comprados em mais de US$ 40 bilhões, nos maiores níveis desde 2018.

No acumulado das três últimas sessões, o dólar à vista subiu 1,27%. Passada a euforia com revisão da perspectiva do rating do Brasil pela S&P Global e a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% para 2024, 2025 e 2026, investidores adotaram postura mais defensiva de olho no quadro político.

Há certa apreensão o imbróglio em torno da reforma tributária e do projeto que retoma o voto de qualidade nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitiu, em entrevista a GloboNews, que o marco fiscal está em terceiro lugar na agenda da casa. Lira disse que a ideia é votar a reforma tributária no plenário da Câmara amanhã à noite.

“As negociações da reforma tributária estão muito confusas e a aprovação do novo arcabouço fiscal ainda não foi concluída. O cenário local ajuda a explicar porque o real se descolou hoje de seus pares da América Latina”, afirma o head de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, que vê uma volta do dólar para a casa de R$ 4,90 no curto prazo. “Não vejo espaço para rompimento dos R$ 5,00, mas devemos retomar rapidamente os R$ 4,90 com ajuste técnico dos estrangeiros”.

À tarde, o BC informou que o fluxo cambial total em junho foi positivo em US$ 2,890 bilhões, graças à entrada líquida de US$ 3,776 bilhões via comércio exterior. Já a conta financeira apresentou saídas líquidas de US$ 885 milhões. No ano, até 30 de junho, o fluxo total é positivo em US$ 15,050 bilhões.

“O fluxo cambial registra entrada robusta em 2023, resultado do bom desempenho do fluxo comercial. Nos próximos meses, esperamos que o desempenho do fluxo de exportação tenha alguma moderação, na medida em que os efeitos da safra recorde de soja se dissipam”, afirma o time de economistas do Itaú Unibanco, em relatório.

O UBS BB revisou a estimativa da taxa de câmbio no fim deste ano de R$ 5,40 para R$ 4,80, projetando dólar “mais estável” no segundo semestre. Para 2024, a previsão do banco foi reduzida de R$ 5,50 para R$ 5,00.

Lá fora, o índice DXY operou em alta firme, acima dos 103,300 pontos, com máximas à tarde, na esteira da divulgação da ata do Fed e de avanço das taxas dos Treasuries. No documento, o Banco Central americano dá sinais de que uma retomada do ciclo de alta dos juros em julho é provável, como já sinalizado pelo presidente do Fed, Jerome Powell.

A ata revela que parte dos membros do BC americano se mostrou favorável a uma alta de 25 pontos-base na taxa básica em junho, quando a decisão final foi por manutenção, na faixa entre 5,00% e 5,25%. A ata revela ainda que quase todos os integrantes do colegiado notaram que, em suas projeções econômicas, um aumento adicional dos juros neste ano seria apropriado. (Antonio Perez – [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.85030 0.2025 4.87060 4.83550

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4872.000 0.1233 4893.500 4858.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4889.393      

BOLSA

Na contramão do sinal moderadamente negativo na retomada dos negócios em Wall Street, após o feriado de ontem pela Independência americana, o Ibovespa chegou a acentuar ganhos ao longo da tarde e a retomar a marca dos 120 mil pontos, em região de resistência importante para que dê prosseguimento à recuperação que ganhou impulso em junho, com o avanço de 9% no mês – salto que pode favorecer pausa, para consolidação, nesta virada para julho.

Assim, o Ibovespa tem alternado perdas e ganhos a cada sessão desde o último dia 28, em que tocou a mínima recente, aos 116,6 mil pontos, concluindo então três recuos diários seguidos. Hoje chegou a esboçar, mas não conseguiu sustentar em fechamento o nível de 120 mil, atingido em 21 de junho, há duas semanas, então no seu maior patamar de encerramento desde 4 de abril de 2022.

No fechamento desta quarta-feira, a referência da B3 mostrava alta de 0,40%, aos 119.549,21 pontos, entre mínima de 118.688,39 e máxima de 120.199,87, saindo de abertura aos 119.072,03 pontos. Moderado, o giro financeiro ficou em R$ 23,3 bilhões na sessão. Nesta primeira semana de julho, o Ibovespa ganha 1,24%, colocando a 8,94% a alta acumulada no ano.

A recuperação em curso – que elevou o Ibovespa de 110,5 mil pontos no fechamento de 1º de junho aos 120 mil que ora busca romper – tem sido acompanhada por acomodação do dólar na casa de R$ 4,85, bem como dos DIs futuros: uma correlação que tem refletido a melhora na percepção dos agentes quanto a variáveis como inflação, crescimento econômico doméstico e avanço de pautas de interesse econômico no Congresso.

Dando sustentação ao índice na sessão, Petrobras chegou a inverter o sinal e subir no começo da tarde. Até então, as ações da estatal destoavam do avanço do Brent e do WTI nesta quarta-feira, mas ganharam impulso com a apuração do Broadcast de que a estatal deve manter o pagamento de dividendos referentes ao segundo trimestre com periodicidade trimestral e na casa dos dois dígitos – além de uma recompra de ações em 2023, o que deu impulso, ainda que transitório, aos papéis da empresa. No fechamento, contudo, prevaleceu mesmo sinal negativo para ON (-0,03%) e PN (-0,13%), impedindo o Ibovespa de sustentar os 120 mil pontos no encerramento.

À tarde, a Petrobras informou que o conselho de administração, em reunião realizada em 11 de maio, determinou que a diretoria executiva elaborasse uma proposta de aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas, incluindo a possibilidade de recompra de ações. E ressaltou que os estudos para o aperfeiçoamento da política de remuneração continuam em andamento, sem ainda qualquer decisão da diretoria executiva ou deliberação do conselho. “Dessa forma, a Companhia entende que as informações relevantes foram devidamente divulgadas ao mercado, não havendo fato novo a ser reportado”, conclui a estatal.

Destaque, hoje, para frigoríficos como Marfrig (+4,92%) e especialmente BRF (+10,28%) – que acentuou alta e entrou em leilão, durante a sessão, com o ‘follow on’ anunciado esta semana pela empresa. IRB (+7,13%), MRV (+6,67%), Arezzo (+4,55%) e JBS (+3,65%) completaram a lista de maiores valorizações do dia na carteira Ibovespa. No lado oposto, Braskem (-4,42%), Azul (-3,12%) e Raízen (-2,72%).

O dia foi misto para as ações de grandes bancos (Itaú PN +0,87%, Bradesco PN +0,18%, BB ON -0,66%, Santander Unit -1,43%), assim como para o setor metálico (Vale ON -0,88%, Gerdau PN -0,39%, Usiminas PNA +0,82%).

“As empresas correlacionadas à economia local fizeram o Ibovespa avançar na sessão, com melhora das expectativas em relação a pontos da agenda doméstica, como a reforma tributária [que pode ser votada esta semana]. O setor de proteína também foi muito bem, com o ‘follow on’ de R$ 500 milhões na BRF, que colocou a ação da empresa em alta de 10% na sessão, beneficiando também a da Marfrig, além das de JBS e Minerva (+2,44%)”, aponta Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando ainda os ganhos em ações do setor de consumo, com a expectativa por Selic mais baixa no segundo semestre.

Assim, o ICON fechou o dia com ganho de 1,34%, enquanto o de materiais básicos (IMAT), que concentra ações expostas a preços e demanda externos, cedeu 0,71% nesta quarta-feira.

“As empresas de segunda linha, mais cíclicas e ligadas ao setor doméstico, tiveram avanço expressivo. Nos últimos 18 meses, as blue chips tinham ficado à frente, no movimento, e essas empresas, para trás – e agora vemos uma recuperação mais agressiva no segmento”, diz Felipe Jaguaribe, sócio da Legend Capital, destacando o avanço das ‘small caps’, ações de menor capitalização de mercado, em alta de 16% no ano, superior ao avanço perto da casa de 9% para o Ibovespa no mesmo intervalo.

“Dados de inflação sequencialmente mais baixos, e com o arcabouço fiscal praticamente finalizado [na tramitação pelo Congresso] – o que retira o risco de cauda em relação a uma explosão da dívida pública -, favorecem essa ‘segunda pernada’ da Bolsa, depois também de ata do Copom bastante vocal em relação à chance de redução de juros em agosto, ainda que parcimoniosa”, acrescenta. “O cenário é benigno para Bolsa, que continua barata”, conclui Jaguaribe.

Por outro lado, lá fora, a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, divulgada no meio da tarde, trouxe “mais clareza” quanto à trajetória dos juros americanos, diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos. “Ainda há espaço para novos aumentos de juros nos Estados Unidos, mesmo que em menor magnitude”, acrescenta. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 119549.21 0.39709

Máxima 120199.87 +0.94

Mínima 118688.39 -0.33

Volume (R$ Bilhões) 2.33B

Volume (US$ Bilhões) 4.80B

18:05

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 121150 0.20678

Máxima 121985 +0.90

Mínima 119715 -0.98