TREASURIES ALIVIAM ATIVOS LOCAIS, MAS TOMBO DO PETRÓLEO LIMITA FÔLEGO DE BOLSA E REAL

A devolução de uma parte da forte alta recente dos juros dos Treasuries deu impulso à recomposição de apostas de risco nos mercados mundo afora nesta quarta-feira. Os dados da ADP sobre o emprego nos Estados Unidos sugeriram que o mercado de trabalho pode ter começado a perder força. Mesmo que o dado da ADP tenha reduzido sua correlação com o relatório de emprego, a percepção dos agentes é que o payroll, divulgado na sexta-feira, pode mostrar menos pressão na frente trabalhista em setembro. Neste ambiente, a curva dos Treasuries, então, queimou uma parte dos prêmios acumulados nas últimas sessões. O rendimento da T-note de 10 anos projetava, no fim da tarde, 4,728%, de 4,799% ontem. Essa descompressão ajudou as bolsas americanas, em especial o Nasdaq (+1,35%). O DXY cedeu também, aos 106,799 pontos. Outro fator que ajudou a aliviar os Treasuries foi o tombo de 5% do petróleo – na esteira de dúvidas quanto ao apetite global pela commodity em caso de uma desaceleração da atividade econômica. Aqui no Brasil, os juros futuros tomaram o mesmo caminho dos Treasuries. A queda foi superior aos 15 pontos-base nos vértices intermediários. Nos mercados de ações e cambial, o recuo forte do petróleo inibiu apostas mais arriscadas. Petrobras caiu 3,02% (ON) e 3,97% (PN), limitando a alta do Ibovespa aos 113.607,45 pontos (+0,17%). O dólar à vista caiu módicos 0,03%, aos R$ 5,1530.

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•BOLSA

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

O petróleo caiu mais de 5% neste pregão, após o avanço forte nos estoques de gasolina dos EUA e a decisão de comitê técnico de recomendar manutenção da produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A fraqueza do óleo pesou em empresas de energia, mas as bolsas de Nova York conseguiram fechar no azul, com fôlego pela queda dos rendimentos dos Treasuries, após forte alta nos últimos dias. Também entre ativos seguros, o dólar operava misto na sessão, com fraqueza do iene após correção ontem. O cenário ainda era marcado por dúvidas sobre a trajetória de juros do Federal Reserve (Fed), após relatório ADP sugerir enfraquecimento no trabalho americano, apesar de questionamentos de analistas sobre a validade do dado, que antecede o relatório de empregos (payroll) nesta sexta-feira.

O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (JMMC, na sigla em inglês) da Opep+ recomendou hoje a manutenção da estratégia atual de oferta de petróleo. Conforme avaliação de Craig Erlam, da Oanda, apesar da notícia não necessariamente ser prejudicial para o preço do óleo, a decisão faz com que o grupo deixe uma abertura para o aumento da produção até ano que vem, o que é indiscutivelmente prejudicial ao preço. “Tudo dependerá das perspectivas para a economia e do equilíbrio no final do ano, mas isso tirou parte da pressão do mercado e tornou a possibilidade do barril a US$ 100 menos provável”.

Já conforme avalia a CMC Markets, preocupações sobre os efeitos das taxas de juros mais altas na economia global ajudaram a pressionar o óleo, “mesmo que a Rússia e a Arábia Saudita tenham confirmado que continuariam os recentes cortes na produção até ao final do ano”. O barril do petróleo WTI para novembro recuou 5,61% (US$ 5,01), a US$ 84,22 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para dezembro caiu 5,62% (US$ 5,11), a US$ 85,81 o barril, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).

A fraqueza da commodity pressionou empresas de energia, como Chevron (-2,33%), Exxon Mobil (-3,74%) e ConocoPhillips (-3,63%). O setor, no entanto, contrariou o tom positivo das bolsas de Nova York, que voltaram a subir. O índice Dow Jones subiu 0,39%, o S&P 500 avançou 0,81% e o Nasdaq teve alta de 1,35%. Papéis de tecnologia estiveram entre os destaques, com Tesla (5,93%), Apple (+0,73) e Meta (1,54%).

A renda variável recebeu certo fôlego já na abertura, com repercussões do dado da ADP de criação de empregos no setor privado, que ficou aquém do esperado. Após a divulgação do indicador, o mercado reforçou aposta na manutenção dos juros do Federal Reserve (Fed), conforme indicou plataforma de monitoramento do CME Group. A Pantheon, entretanto, alerta que o dado não é “confiável” e reforça o aguardo para o payroll, que será publicado na sexta-feira.

Os índices acionários também eram ajudados pela fraqueza dos rendimentos dos Treasuries, em correção após a força de ontem. Entretanto, o BMO destaca que, mesmo com a fraqueza do rendimento principalmente da T-note de 2 anos, a taxa segue “bem ancorada” às expectativas da política monetária, “deixando-nos acreditar que esta zona representa um ponto de partida bastante equilibrado rumo ao relatório payroll”. Por volta das 17 horas (de Brasília), o rendimento da T-note de 2 anos caía a 5,062%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,728% e o do T-bond de 30 anos cedia a 4,861%.

O dólar, por sua vez, operou misto antes divisas fortes e emergentes. A Convera ressalta que há um contratempo a se considerar: a possível intervenção do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) no iene ontem. Segundo o jornal Financial Times, o BoJ comprou US$ 12,7 bilhões em títulos JGB. “Embora o dólar tenha se recuperado desde então, se o Japão continuar a vender dólares agressivamente para defender o iene, poderemos testemunhar uma queda acentuada no índice do dólar (DXY), o que teria implicações mais amplas nos mercados financeiros”, destaca a análise.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia 149,05 a ienes, o euro avançava a US$ 1,0517 e a libra tinha alta a US$ 1,2151. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,19%, a 106,799 pontos

JUROS

O alívio no mercado de Treasuries e o tombo do petróleo favoreceram um ajuste em baixa da curva de juros doméstica, mas as taxas devolveram apenas parte dos prêmios acumulados nas últimas duas sessões. A pausa na aversão ao risco se deu pela leitura de dados do mercado de trabalho e do índice dos gerentes de compras (PMI, em inglês) de serviços nos EUA, que levaram a uma trégua nos movimentos de stop loss registrados nesta semana. Em segundo plano, fica a expectativa pela votação da tributação de fundos exclusivos e empresas offshore, na Câmara.

Às 17h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,99%, de 11,127% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 caía a 10,86%, de 11,02% ontem. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,10% (11,27% ontem) e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,59%, de 11,73%. A taxa da T-Note de dez anos, após ter ontem batido em 4,80%, estava em 4,72% no fim desta tarde.

Após o tsunami que atingiu o mercado de renda fixa nos últimos dias, os juros futuros encontraram algum respiro a partir da curva americana e da queda nas commodities. Depois de renovarem máximas em 16 anos, os retornos dos Treasuries de longo prazo recuaram na esteira da pesquisa ADP, que trouxe criação de empregos no setor privado dos EUA abaixo do esperado. Além disso, o PMI do setor de serviços medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) caiu para 53,6, mais do que o esperado (53,7), mas ainda ficou acima de 50.

O estrategista macro da Genial Investimentos Roberto Motta afirma que o mercado brasileiro tem sido pautado nos últimos dias por movimentos técnicos disparados pelo estresse da curva nos EUA, e não por fundamentos, e hoje tenta se reequilibrar com a acalmada no exterior. “Houve um stop loss global e o mercado por aqui entrou em descontinuidade, no modo ‘não faça conta’. Hoje, busca recuperação com a melhora dos Treasuries que, mais até do que pelos dados, está sendo puxada pelo recuo das commodities, petróleo em especial”, explicou.

O petróleo desabou mais de 5%, para US$ 85,81 o barril no caso do Brent para dezembro. Analistas atribuem o tombo a uma realização de lucros e ao forte aumento nos estoques de gasolina, muito acima do previsto, na última semana.

Profissionais da área de renda fixa consideram o desempenho dos DIs hoje mais como um desafogo do que tendência, dadas as elevadas incertezas no curto prazo. “Não dá para afirmar com convicção que o pior passou. O cenário lá fora está longe de arrefecer. A ponta longa ajustou o que deveria ter ajustado e até com um pouco de exagero”, avalia o sócio e gestor de câmbio e renda fixa da Garin Investimentos, Felipe Beckel.

Para Motta, da Genial, a questão é saber se, após a liquidação dos últimos dias, qual é o potencial de posições que podem estar ainda sujeitas à zeragem. “As posições às vezes são tão grandes que levam três ou quarto sessões para desmontar. O mercado viveu dias tenebrosos”, afirma.

Na avaliação do estrategista de renda fixa da BGC Liquidez Daniel Leal, a tensão não deve se dissipar tão cedo. “O mercado deve reagir a cada indicador econômico dos EUA e discursos dos dirigentes para tentar antecipar o movimento do Fed. A atividade e o emprego parecem ainda estar resilientes corroborando a visão do Fed”, afirma. A agenda da semana terá o ponto alto na sexta-feira, com a divulgação do payroll de setembro.

Internamente, a agenda foi esvaziada, aumentando o compasso de espera pelas votações no Congresso. A Câmara pode votar ainda hoje o projeto de tributação das offshores, com o qual o governo conta para compor a arrecadação de R$ 168 bilhões necessária para o cumprimento da meta de zerar o déficit em 2024.

BOLSA

Com o petróleo em forte correção neste meio de semana, o Ibovespa não teve fôlego para se distanciar dos 113 mil pontos, permanecendo, assim como ontem, nos menores níveis de fechamento desde o começo de junho, apesar do viés positivo na sessão.

Hoje, o índice da B3 oscilou em margem estreita, de pouco mais de mil pontos entre a mínima (113.036,30) e a máxima (114.075,29) do dia, em alta então de 0,58%, saindo de abertura aos 113.430,05 pontos. Ao fim, mostrava leve ganho de 0,17%, aos 113.607,45 pontos, vindo de perdas acima de 1% nas duas sessões anteriores. O giro ficou em R$ 20,0 bilhões na sessão. Na semana e no mês, o Ibovespa acumula perda de 2,54%, limitando o avanço a 3,53% no ano.

A aguda queda do petróleo em Londres e Nova York, na casa de 5% em ambas as praças, impediu o Ibovespa de acompanhar mais de perto o sinal do exterior – ao fim, positivo em Nova York, com o Dow Jones em alta de 0,39%, e ganhos de 0,81% e 1,35%, respectivamente, para S&P 500 e Nasdaq.

Com a pressão advinda do petróleo, Petrobras ON e PN fecharam em queda, respectivamente, de 3,02% e de 3,97%. Embora em menor medida, Vale ON também teve desempenho negativo na sessão, em baixa de 1,07%, com o recuo também na casa de 1% para o minério de ferro em Cingapura nesta quarta-feira, sem ainda a referência de preços de Dalian, China, por conta do feriado prolongado da “semana dourada”.

Mais cedo, dados semanais sobre os estoques de petróleo dos Estados Unidos – em queda acima de 2 milhões de barris, quando se esperava estabilidade – e a indicação de que a Opep+ não trará mudanças no atual patamar de produção do cartel, segundo recomendação de comitê técnico, recolocaram o Brent abaixo de R$ 87 por barril, após ter escalado a US$ 96, recentemente.

O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (JMMC, na sigla em inglês) da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) recomendou ao cartel que mantenha a estratégia atual de oferta, e reforçou o pedido para que os membros mantenham “conformidade total” com o mecanismo de compensação.

Na ponta negativa do Ibovespa na sessão, além dos papéis da Petrobras, destaque também para as petrolíferas 3R Petroleum (-2,93%), Prio (-2,81%) e PetroReconcavo (-2,77%). Na ponta oposta, Yduqs (+7,61%), CVC (+7,53%) e Locaweb (+7,19%). Entre as blue chips, a recuperação dos grandes bancos, com as ações do Bradesco à frente (ON +2,77%, PN +3,38%), foi essencial para o fechamento positivo do índice da B3, equilibrando assim o dia negativo para o setor de commodities, outro peso-pesado da carteira.

“O mercado se mostrou hoje, desde a manhã, um pouco mais positivo com relação aos ativos de risco, com a leitura sobre os dados da ADP para o mercado de trabalho americano em setembro, abaixo do esperado, sendo um contraponto aos fortes dados do dia anterior de outro relatório sobre o emprego nos Estados Unidos, o Jolts”, diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, acrescentando que o ‘payroll’, considerado o mais importante levantamento sobre o setor, será conhecido apenas na sexta-feira, dia 6.

Assim, o dólar mostrou acomodação em relação ao real, após o salto do dia anterior, refletindo nesta quarta-feira, desde o exterior, a relativa descompressão sobre os rendimentos dos Treasuries, de ontem para hoje. “Os yields dos Treasuries estiveram relativamente estáveis, principalmente na ponta longa, mas, ainda assim, as taxas de 10 e 30 anos seguem nas máximas desde 2007”, observa em nota a Guide Investimentos. No fechamento, o dólar à vista mostrava leve baixa de 0,03%, a R$ 5,1530, quase a meio caminho entre a mínima (R$ 5,1246) e a máxima (R$ 5,1783) do dia.

“Tivemos um pequeno alívio nos ativos globais como um todo, com os juros dos Treasuries fechando um pouco, na margem, e as bolsas em ligeira alta, mas claramente ainda muito longe de apagar a piora vista ao longo das últimas semanas”, diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

“Se o payroll da sexta-feira, evento mais relevante da semana, trouxer dados do mercado de trabalho ainda bastante resilientes, os juros de mercado nos Estados Unidos talvez continuem muito pressionados. Se os dados vierem com um sinal maior de desaquecimento da economia, é possível uma descompressão dos ativos, como a gente observou hoje com os números da ADP”, acrescenta o economista.

Além de correias de transmissão como os preços de commodities e o nível do câmbio, o cenário externo desafiador se internaliza por perspectiva menos favorável para os custos de crédito à frente, neutralizando a percepção de que o Copom, no curto prazo, venha a acentuar o ritmo de cortes da Selic – um movimento essencial para que o apetite por ativos de risco, como ações, ganhe fôlego ao longo do tempo.

“A perspectiva de afrouxamento monetário se retraiu na virada do mês. O mercado tem se mostrado bastante pessimista com relação à chance de o BC baixar juros mais rápido, na medida em que a curva de juros americana, especialmente a ponta longa, volta a subir com mais velocidade, o que tem resultado também em apreciação do dólar, inclusive ante as referências globais”, diz João Piccioni, analista da Empiricus Research.

17:23

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 113607.45 0.16612

Máxima 114075.29 +0.58

Mínima 113036.30 -0.34

Volume (R$ Bilhões) 2.00B

Volume (US$ Bilhões) 3.88B

17:26

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 114020 0.35205

Máxima 114565 +0.83

Mínima 113425 -0.17

CÂMBIO

Depois de uma manhã marcada por trocas de sinal, em que correu até R$ 5,1783 na máxima, o dólar à vista passou a tarde em leve baixa e encerrou a sessão desta quarta-feira, 4, cotado a R$ 5,1530, praticamente estável (-0,03%). A divisa interrompeu uma sequência de dois pregões de alta, em que acumulou valorização de 2,53% e voltou a níveis vistos em fins de março.

Como nos pregões anteriores, a formação da taxa de câmbio foi ditada pelo mercado global. Dados abaixo do esperado da geração de emprego no setor privado nos EUA abriram espaço para uma queda moderada da moeda americana e das taxas dos Treasuries, em um típico movimento de ajuste depois da arrancada dos últimos dias.

“Depois de um aumento seguido da cotação da moeda, era de se esperar uma pausa para ajustes. O que estamos vendo hoje é um movimento de realização com o exterior. O dólar ainda se mantém fortalecido com essa sinalização de política monetária restritiva nos EUA por mais tempo”, afirma o head de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes, o índice DXY voltou a trabalhar abaixo da linha dos 107,000 pontos. A taxa da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, recuava cerca de 1% no fim da tarde, ao redor de 4,75%, depois de ter superado os 4,80% ontem, atingindo o maior nível em 16 anos.

A moeda americana recuou em relação à maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, embora tenha subindo na comparação com dois pares do real, o peso colombiano e o rand sul-africano. O dólar poderia ter caído mais por aqui não fosse o tombo do petróleo, que tirou fôlego do Ibovespa. O contrato do tipo Brent para dezembro fechou em baixa de 5,62%, a US$ 85,81 o barril, em meio a temores de desaceleração da demanda global.

Relatório ADP mostrou que o setor privado dos EUA criou 89 mil empregos em setembro, bem aquém das expectativas (140 mil). Foi um alívio após o resultado do relatório Jolts, que mostrou abertura de 9,61 milhões de postos de trabalho em agosto, bem superior ao esperado. De outro lado, leituras de índices de gerentes de compras (PMI) de serviços nos Estados Unidos vieram dentro do território de expansão.

“O resultado do ADP trouxe um alívio por vir abaixo do esperado, depois do relatório Jolts mostrar abertura muito grande de vagas. Temos uma correção moderada do dólar hoje no exterior. A questão é que o ADP tem vindo muito distante do payroll”, afirma o economista-chefe da Análise Econômica e consultor da Remessa Online, André Galhardo, em referência ao relatório oficial de emprego nos EUA, que será divulgado na sexta-feira, 6. “O mercado espera os dados do payroll e, em seguida, de inflação para ajustar a aposta em torno de um ajuste adicional dos juros pelo Federal Reserve neste ano”.

Por aqui, investidores monitoram a tramitação no Congresso das medidas do governo para aumentar a arrecadação e tentar cumprir a meta fiscal de 2024. Há possibilidade de que seja votado ainda hoje na Câmara dos Deputados o projeto de tributação de offshores e fundos exclusivos.

Galhardo ressalta que, embora o quadro fiscal doméstico seja muito relevante, o “processo agudo” de depreciação do real nos últimos dias, em especial ontem, é resultado do fortalecimento global do dólar que levou a perdas de divisas emergentes.

“O fiscal doméstico importa mais no médio e longo prazo. O dólar não saltou de R$ 5,07 para R$ 5,15 porque o mercado percebeu que o governo pode não entregar o déficit primário zero em 2024. O que mudou foi o ambiente externo”, diz Galhardo, para quem o dólar tende a continuar forte no mundo, com a perspectiva de juros altos nos EUA

17:26

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.15300 -0.0252 5.17830 5.12460

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5171.500 -0.2796 5197.500 5142.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5180.000 -0.25034 5189.000 5180.000