S&P CORROBORA OTIMISMO COM ATIVOS LOCAIS, COM IBOVESPA EM NOVO PICO E DÓLAR A R$ 4,86

O já positivo cenário para a tomada de risco no Brasil nesta terça-feira ganhou fôlego adicional no meio da tarde quando a S&P elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB. Embora seja um simples alinhamento às demais agências, a decisão da S&P veio em um momento positivo para o País, com entrada de fluxo externo e otimismo após a aprovação da reforma tributária e do pacote arrecadatório para 2024. Mesmo assim, o ritmo de ganhos foi moderado, se comparado às elevações de rating de meados do ano (pela mesma S&P e a Fitch). Neste ambiente, o Ibovespa terminou com 131.850,90 pontos (+0,59%), nova máxima histórica nominal. O dólar à vista caiu a R$ 4,8639 (-0,83%), o menor valor desde 20 de novembro. Os juros futuros cederam nos vértices intermediários e longos, com resistência na ponta curta devido à repetição na ata do Copom do tom conservador do comunicado da semana passada. No exterior, mais uma máxima histórica do Dow Jones (37.557,92 pontos, alta de 0,68%), com o mercado sem ouvir o clamor de dirigentes do Federal Reserve que tentam arrefecer o otimismo com o corte de juros no primeiro semestre de 2024. O petróleo subiu forte mais um dia, ainda com as tensões no Mar Vermelho.

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•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

O Ibovespa atingiu ainda pela manhã o inédito nível intradia de 132 mil pontos e voltou a ganhar dinamismo à tarde, após a agência de classificação de risco de crédito S&P ter elevado o rating de escala de longo prazo do Brasil para “BB”, com perspectiva estável.

No fechamento – em máxima histórica pela terceira vez nas últimas quatro sessões, duas delas consecutivas -, o índice mostrava alta de 0,59%, aos 131.850,90 pontos, tendo chegado no melhor momento do dia aos 132.046,93 pontos, saindo de mínima a 131.085,81 e de abertura a 131.087,68 pontos na sessão, com giro a R$ 20,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 1,27% e, no mês, avança 3,55%. No ano, ganha 20,15%.

“Por volta de 15h30 [quando veio a notícia da S&P], houve forte ingresso de fluxo que reaproximou o índice das máximas. O principal ETF associado a Brasil em Nova York subia em torno de 1,3%. E o dólar foi negociado em baixa perto de 1%, a R$ 4,86. Segue o otimismo em torno da redução de juros e o apetite por ativos de risco”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Esta semana é decisiva para que o mercado atinja novos níveis de preço, considerando que o fluxo deve cair muito a partir da próxima semana com a chegada do fim do ano”, acrescenta Lourenço. Neste fechamento de 2023, o mercado tem mostrado “força compradora”, observa o operador, que vê espaço para que o Ibovespa teste o nível de 135 mil pontos no que falta para o fim do ano. “Tivemos uma alta bem distribuída pelos ativos da Bolsa hoje, à exceção de poucos papéis. A grande maioria das ações subiu, sejam as de maior liquidez, sejam as small caps [ações de menor capitalização de mercado].”

Na ponta ganhadora do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para Braskem (+7,15%), Dexco (+3,97%) e Raízen (+3,37%), com Embraer (-2,74%), Pão de Açúcar (-2,70%) e Petz (-2,59%) na fila oposta. Entre as ações de maior liquidez, Petrobras (ON +0,66%; PN +1,14%, na máxima do dia no fechamento) e Vale (ON +0,70%) subiram e, entre os grandes bancos, apenas Bradesco PN (sem variação) não avançou na sessão.

A S&P Global Ratings justificou a perspectiva estável para a nota BB do Brasil citando a expectativa de “progresso lento” na gestão dos desequilíbrios fiscais e a perspectiva fraca para o crescimento econômico. A agência, por outro lado, ressaltou que esses pontos negativos são contrabalançados por posição externa forte e pelo efeito da política monetária na ancoragem das expectativas de inflação.

No comunicado, a instituição acrescentou que a arquitetura institucional da maior economia da América Latina deve sustentar uma postura pragmática na formulação de políticas macroeconômicas. “Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais irão permanecer elevados”, ressalta.

A agência de rating apontou também que pode elevar a nota brasileira outra vez nos próximos dois anos, caso as reformas fiscais sustentem o crescimento de longo prazo nacional. A S&P avalia que um progresso mais rápido do que o esperado na solução de “desequilíbrios fiscais”, somado a uma estabilização do nível da dívida, também pode resultar em aumento da nota.

Com a elevação do rating da S&P nesta tarde, o Brasil está agora, em todas as principais agências de classificação de risco de crédito, a dois degraus do chamado grau de investimento – na Moody’s, o rating está em Ba2 e na Fitch, em BB.

Para o Goldman Sachs, o Brasil ainda tem longo caminho a percorrer – e reformas a fazer – se quiser recuperar o grau de investimento, ou seja, o selo de bom pagador, reporta o jornalista Cícero Cotrim, do Broadcast. “Fora a política monetária, o atual mix macro e microeconômico e a perspectiva de reformas ainda estão abaixo do padrão do grau de investimento”, afirma em relatório o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

Destaque da agenda doméstica pela manhã, a ata do Copom veio em sentido semelhante ao do comunicado da decisão de política monetária da semana passada, sem alterar a perspectiva de que a Selic continuará a ser cortada ao ritmo de meio ponto porcentual nas próximas reuniões.

”Quando a gente olha para o DI, a curva de juros abriu um pouquinho de manhã, principalmente no miolo, com uma ata do Copom que pode ainda ser considerada ‘hawkish’”, diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos. Ele acrescenta que, na ata, o Copom deu uma “esfriada” na expectativa da parcela do mercado que apostava em sinal mais suave do que o do comunicado, ante a guinada de tom, mais moderado, observada na última reunião do Federal Reserve

18:19

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 131850.90 0.58518

Máxima 132046.93 +0.73

Mínima 131085.81 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.05B

Volume (US$ Bilhões) 4.23B

18:19

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 134005 0.64969

Máxima 134040 +0.68

Mínima 133020 -0.09

CÂMBIO

O dólar à vista caiu 0,83%, a R$ 4,8639, o menor nível desde 20 de novembro (R$ 4,8517). O movimento acompanhou a desvalorização global da moeda americana, ainda pressionada pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos. O andamento da agenda do governo no Congresso, a elevação do rating do Brasil pela S&P e a ata do Copom de dezembro, que descartou a possibilidade de acelerar os cortes da Selic, também apoiaram o real.

A divisa americana passou todo o dia em queda ante a brasileira, desde a máxima de R$ 4,8979 (-0,14%) vista logo após a abertura. À tarde, desceu pontualmente à mínima de R$ 4,8627 (-1,06%), na sequência do upgrade pela S&P, mas rapidamente moderou as perdas. No fim do dia, perdia menos ante o real do que na comparação com outras moedas emergentes e exportadoras de commodities, como o rand sul-africano (-1,42%) e o peso chileno (-1,12%).

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que a elevação do rating já era precificada pelo mercado e, por isso, teve impacto limitado nos preços de ativos hoje. Com a mudança do rating, de BB- para BB, a S&P apenas igualou a sua nota à das duas grandes outras agências de classificação, Moody’s e Fitch. Todas elas, agora, situam o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento.

“Acho que o mercado já precificava uma melhora do rating brasileiro, porque o CDS [Credit Default Swap] brasileiro está em níveis muito baixos, mais condizentes com ratings melhores”, afirma Borsoi, lembrando que o CDS de cinco anos hoje era negociado a 136,82 pontos, de 254,27 pontos no início do ano. “Se tiver uma revisão negativa das notas, aí, sim, afetaria o mercado.”

A S&P deu uma perspectiva estável à nota brasileira, citando a expectativa de “progresso lento” na busca por equilíbrio fiscal e uma perspectiva fraca para o crescimento econômico. E afirmou que pode elevar o rating do País caso reformas fiscais aumentem o crescimento potencial ou estabilizem o nível da dívida – mas alertando que a nota também pode ser rebaixada nos próximos dois anos, caso haja uma deterioração fiscal.

Para o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, três principais fatores explicam a queda do dólar ante o real: a perspectiva de redução dos juros nos Estados Unidos a partir de março ou maio, o compromisso do BC brasileiro de não acelerar o ritmo de cortes dos juros e o andamento das pautas do governo no Congresso, inclusive com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) hoje.

“O andamento das reformas no Congresso gera otimismo do investidor estrangeiro; temos um aumento do apetite global por risco, devido à perspectiva de uma política monetária mais frouxa nos Estados Unidos; e a perspectiva de que a taxa Selic não vai ser cortada tão rápido também mantém o nosso carry atrativo e ajuda a sustentar o real”, diz Rolha, para quem as quedas recentes abrem espaço para a moeda testar um novo suporte, na linha de R$ 4,75.

Ele lembra também que a entrada de fluxo estrangeiro para o Brasil continua, o que pode se observar na alta de 0,59% do Ibovespa hoje – renovando, mais uma vez, a máxima histórica, aos 131.850,90 pontos. Além disso, Rolha acrescenta que tem havido um aumento da posição vendida em dólares dos investidores locais, que pode inclusive levar a uma pressão negativa na formação da taxa Ptax do fim de 2023.

Lá fora, investidores continuaram ignorando as tentativas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de moderar o otimismo do mercado em relação aos cortes de juros. A ferramenta de monitoramento do CME Group continua indicando redução da taxa dos Fed Funds a partir de março, com 67,5% das apostas. Isso, inclusive, levou a uma queda das taxas dos Treasuries hoje, ampliando a procura por ativos de risco.

Nesse ambiente, o índice DXY, que mede a variação do dólar em relação a seis moedas fortes, caía 0,38% no fim da tarde, aos 102,167 pontos. Impulsionado pelo enfraquecimento global do dólar e ainda pelas tensões no Mar Vermelho, o petróleo encerrou o dia com altas de 1,53% (WTI) e 1,64% (Brent).

Às 18h17, o contrato de dólar futuro para janeiro caía 0,69%, cotado em R$ 4,8625. O giro financeiro desse instrumento era de pouco mais de US$ 13 bilhões no horário.

18:19

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.86390 -0.8339 4.89790 4.85270

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4862.500 -0.69437 4896.500 4849.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4887.000 -0.77157 4888.000 4873.000

JUROS

A decisão da S&P de elevar o rating do Brasil anunciada esta tarde tirou o mercado de juros do marasmo que prevaleceu ao longo da sessão, mesmo num dia de divulgação da ata do Copom. Não que a melhora da nota tenha provocado grande reação na curva, mas ao menos serviu para colocar as taxas de médio e longo prazos, que até então operavam perto dos ajustes de ontem, em trajetória de baixa. A ponta curta, porém, seguiu próxima da estabilidade, na medida em que a leitura da ata foi considerada neutra em relação ao comunicado da semana passada.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 10,060%, de 10,057% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 fechou a 9,62%, de 9,65% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa em 9,72% (9,76% ontem no ajuste) e a do DI para janeiro de 2029 passou de 10,20% para 10,14%.

O anúncio da S&P saiu às 15h31 e, daí em diante, a curva longa foi melhorando paulatinamente, o que reduziu os níveis de inclinação. O rating de escala de longo prazo do Brasil passou de BB- para BB, com manutenção da perspectiva estável. A melhora foi motivada pela aprovação da reforma tributária, que marca um progresso na questão fiscal nacional, segundo agência.

A reação imediata foi discreta, mas encorpou até o fim da tarde. A percepção é que, com a alteração, a nota do Brasil pela S&P se equiparou às das demais agências e que os ativos já preficificavam algo do tipo. Ainda, há leitura de que a retomada do investment grade ainda tem um longo caminho a percorrer.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma por exemplo que contratos de Credit Swap Default (CDS) do País já estavam “numa situação de quase investment grade”, rodando nesta tarde com 136,2 pontos, ante 254 no começo do ano, no contrato de 5 anos.

Já Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, destaca que a elevação era esperada, “mas é sempre uma notícia positiva e que reflete uma nota mais condizente com o quadro brasileiro”. “A S&P ainda deixou em aberto a possibilidade de nova melhora na nota caso as reformas ampliem o crescimento de longo prazo do país”, afirma.

A S&P admitiu que pode elevar o rating outra vez nos próximos dois anos caso as reformas fiscais sustentem o crescimento de longo prazo. Afirma que um progresso mais rápido do que o esperado na solução de “desequilíbrios fiscais”, somado a uma estabilização do nível da dívida, também pode acarretar em um aumento do rating.

O governo celebrou a decisão. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a mudança na nota mostra que as medidas adotadas pelo governo estão na direção correta. Em nota, o Ministério da Fazenda, atribuiu a alteração da S&P à “continuidade dos esforços empreendidos” pelo governo na agenda de reformas “necessárias” e reitera o compromisso com a agenda.

Até a S&P, as taxas longas oscilavam perto dos ajustes. Chegaram a ensaiar queda pela manhã, acompanhando com certa distância a baixa dos yields dos Treasuries, mas quando os rendimentos dos títulos dos EUA desaceleraram o ritmo, as taxas por aqui voltaram a ficar de lado.

No trecho curto, a ata trouxe rigidez para as taxas, que ontem chegaram a precificar alguma possibilidade de o documento corrigir o tom do comunicado, o que não se concretizou. Os dirigentes reafirmaram o forward guidance de queda de 0,50 ponto porcentual da Selic nas “próximas reuniões”, decepcionando quem contava com algum indicativo de aumento na dose para 0,75 ponto. O documento chamou a atenção para a desancoragem das expectativas de inflação, considerada um fator de preocupação, e apontou que embora tenha havido um progresso desinflacionário “relevante”, ainda há um longo caminho para a ancoragem e o retorno da inflação à meta.

O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, disse que a ata não trouxe novidades quanto ao conservadorismo na redução da Selic em 50 pontos nas próximas reuniões e reforçou o cuidado não só com a trajetória da Selic ao longo de 2024, mas também com a taxa terminal no fim do ano que vem. “Isso significa, de acordo com as nossas simulações para um cenário mais conservador de juros, que a postura mais cautelosa do Copom levaria a Selic para 10%, razoavelmente acima da taxa terminal de 9,0% contida em nosso cenário básico

MERCADOS INTERNACIONAIS

Os retornos dos Treasuries voltaram a cair hoje, à medida que o mercado insiste na aposta de que os juros americanos serão reduzidos de forma agressiva no ano que vem. O movimento reflete o, até agora, ineficaz esforço de dirigentes do Federal Reserve (Fed) para conter o ânimo de investidores nesse sentido. Hoje à tarde, o presidente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic, disse não ver urgência em cortes no ano que vem, na contramão da expectativa de investidores por relaxamento já no primeiro trimestre. Assim, o rali de fim de ano se sustentou em Wall Street e deu às bolsas de Nova York mais um pregão positivo, com o Dow Jones em máxima histórica e o S&P 500 a poucos pontos de seu recorde de fechamento. Na mesma linha, o dólar se enfraqueceu ante rivais, com particular pressão sobre o iene, depois do Banco do Japão ter mantido as taxas de juros inalteradas. A fraqueza da moeda americana amplificou o avanço do petróleo, que subiu mais de 1% em meio a tensões no Mar Vermelho.

Plataforma do CME Group aponta 3/4 de chance de que o Fed vai cortar juros na reunião de março, e crava 96,4% de chance de cortes até maio, na contramão da sinalização dos dirigentes do Fed, que pedem cautela e rejeitam o otimismo do mercado em um prazo tão curto. Hoje, Bostic disse, em palestra em Harvard, que cogita duas reduções em 2024, começando no segundo semestre, e também enfatizou que a inflação parece estar em vias de queda gradual nos próximos seis meses.

Enquanto o mercado aposta em cortes precoces, o retorno dos Treasuries voltou a cair, acompanhando também a baixa dos retornos dos títulos públicos europeus, com o retorno do Bund de 10 anos no valor mais baixo desde março. Já o retorno dos títulos japoneses de 10 anos caiu ao nível mais baixo desde setembro, na esteira da decisão do BoJ de manter as taxas inalteradas, contrariando a expectativa de uma possível elevação nos juros. Por volta das 18h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 4,424%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,921%, e o do T-bond de 30 anos tinha queda a 4,035%.

A queda dos juros dos títulos japoneses acompanhou também o enfraquecimento do iene, a única moeda desenvolvida que se desvalorizou contra o dólar hoje. Nas demais divisas, a moeda americana caiu, prejudicada pelo cenário de cortes mais fortes nas taxas dos Fed Funds enquanto uma série de dirigentes do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra reforçam que as taxas podem ficar restritivas por mais tempo. Hoje, o membro do conselho do BCE, Gediminas Simkus, disse que investidores podem estar otimistas demais, enquanto outro integrante, Martinš Kazaks, pontuou que a inflação segue elevada demais e ainda não é hora de debater cortes de juros. Já no Reino Unido, a vice-presidente para Estabilidade Financeira do BoE, Sarah Breeden, afirmou que “será importante que a política monetária seja restritiva por um período prolongado”. Na esteira das falas, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, cedeu 0,38%, aos 102,167 pontos. Ao fim da tarde, o dólar subia a 143,90 ienes, o euro avançava a US$ 1,0980 e a libra tinha alta a US$ 1,2725.

O petróleo continuou sua alta hoje, pelo quinto dia consecutivo, enquanto um novo possível conflito no Iêmen injeta preocupações sobre uma interrupção no transporte da commodity pelo Mar Vermelho. Recentemente, os Houthis atacaram algumas embarcações que passavam pela região e petroleiras suspenderam o tráfego de navios que transportam petróleo pela região. Ontem, os EUA sinalizaram que vão criar uma força-tarefa para proteger os navios que transitam pela região, mas ainda assim, o aumento das tensões impulsionou os preços do petróleo hoje. “Embora no curto prazo qualquer choque de preços [relacionado à tensão Mar Vermelho] seja provavelmente temporário, se a situação se tornar mais permanente ou se agravar, poderemos ver os preços continuarem a subir”, comentou o analista Michael Hewson, da CMC Markets. Na New York Mercantile Exchange, o WTI para fevereiro fechou em alta de 1,53% (US$ 1,12), a US$ 73,94 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para fevereiro subiu 1,64% (US$ 1,28), a US$ 79,23 por barril.

A alta do petróleo puxou as ações do setor de energia para cima. No S&P 500, dentre os 11 setores, o de energia foi o que mais subiu e puxou a alta do índice, com o subíndice de energia acumulando ganhos de 1,22% e puxando o S&P 500 para mais perto de sua máxima histórica, acompanhando o Dow Jones, que encerrou mais um dia com ganhos. As bolsas agora se aproximam da semana do Natal, quando costumam operar com volume reduzido de negociações. No fechamento, o Dow Jones subiu 0,68%, aos 37.557,92 pontos – o maior nível da história -, o S&P 500 ganhou 0,59%, aos 4.768,37 pontos, e o Nasdaq subiu 0,66%, aos 15.003,22 pontos.