REAL VOLTA A TER MELHOR DESEMPENHO GLOBAL COM REFORMA E FLUXO DE ENTRADA DE RECURSOS

Em sua rotina de extremos, o real foi hoje a moeda com melhor desempenho no mercado global de câmbio. A divisa brasileira foi beneficiada por uma conjunção de fatores. Internamente, agradou a confirmação da entrega da proposta de reforma Tributária, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Congresso. Lá fora, o tombo do dólar e o apetite por risco veio da aprovação de um fundo de estímulo bilionário na Europa e do noticiário positivo sobre testes para vacinas contra o coronavírus. Como resultado, em meio a relatos de entrada de recursos para captações corporativas, a moeda dos EUA no balcão cedeu 2,44%, a R$ 5,2113, oscilando praticamente 15 centavos entre a máxima e a mínima do dia. O movimento do câmbio, no entanto, esteve descolado dos demais ativos locais ao longo de grande parte do dia. Os juros futuros, ao invés de reagirem à entrega da reforma tributária, precificaram, na sessão regular, desconforto com a notícia, publicada pelo Broadcast, de que a Casa Civil quer consultar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de custear investimentos com créditos que não sejam contabilizados na regra do teto dos gastos e com a chance de haver reoneração dos itens da cesta básica – neste último caso, poderia servir de argumento para o Copom deixar a Selic estável. Mas no pregão estendido, a proposta entregue pelo governo mostrou que a desoneração da cesta básica continua. Além disso, depois que o TCU disse que gostaria de ouvir Guedes sobre os gastos fora do teto, fontes admitem que o envio da consulta pode cair. Resultado: as taxas dos DIs mudaram de lado e passaram a cair, na esteira do dólar mais fraco. No mercado acionário, apesar do quadro positivo com a aprovação do pacote europeu e do otimismo com vacinas, tanto as bolsas americanas quanto a brasileira mostraram alguma hesitação. Em Nova York, além da cautela com a continuidade do aumento de casos de coronavírus nos EUA, o Nasdaq passou por uma realização de lucros e, após novo recorde intraday hoje, caiu. Ja o Ibovespa, em meio ao recuo de alguns papéis específicos, como Via Varejo e Vale, e depois de já ter reagido à reforma tributária nos últimos dias, cedeu 0,11%, aos 104.309,74 pontos. Na ponta negativa do índice, Qualicorp fechou em baixa de 6,41%, no dia em que sócio-fundador da empresa, José Seripieri Jr, foi preso em operação que investiga o senador José Serra (PSDB-SP) por caixa 2 na campanha eleitoral de 2014 – a empresa de planos de saúde teria repassado de forma irregular R$ 5 milhões ao candidato.

 

 

CÂMBIO

O real teve dia de forte valorização, e foi a moeda com melhor desempenho internacional ante o dólar. O movimento foi reflexo de uma conjunção de fatores externos e internos. Nas notícias domésticas, a moeda americana bateu mínimas, na casa dos R$ 5,16, o menor nível desde o começo de junho, durante a solenidade no Congresso em que o ministro Paulo Guedes entregou a proposta de reforma tributária do governo ao Senado. No exterior, o dólar caiu para o menor patamar desde março em meio à aprovação do fundo bilionário de recuperação na Europa e do noticiário positivo sobre testes para vacinas contra o coronavírus. Operadores relataram ainda perspectiva de ingresso de capital por conta de captações corporativas.

 

Nesse ambiente, o dólar no mercado à vista caiu 2,44% e encerrou em R$ 5,2113, menor cotação desde 23 de junho. No mercado futuro, o dólar para agosto terminou em baixa de 2,51%, em R$ 5,2060 às 17h. O volume financeiro, ao contrário dos últimos dias, foi mais robusto, ficando em US$ 17 bilhões. Após a cerimônia no Senado, investidores recompuseram posições, com o nível de R$ 5,16 atraindo compradores, e a queda do dólar, que havia superado 3%, passou para a casa dos 2,3%.

 

A simplificação do regime proposto pela reforma tributária do governo é “muito bem vinda”, mesmo sem gerar receitas, avalia o diretor e economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, que participou de live nesta tarde do Estadão. “A carga tributária é extraordinariamente alta no Brasil”, afirmou ele, que destacou ainda que o sistema tributário brasileiro é ineficiente e gera distorções. “O Brasil tributa muito e gasta mal.”

 

Para o economista do Goldman, apesar do empenho em avançar com a reforma tributária, a necessidade mais urgente do Brasil será prosseguir com a reforma fiscal, na medida em que o País já começou a pandemia com contas fiscais deterioradas. “O Brasil já tinha um problema sério, estava atrasado na agenda”, disse ele. “A situação fiscal que já era precária, vai ficar ainda mais vulnerável. As reformas fiscais se tornaram mais importantes e urgentes.”

 

No exterior, o DXY, índice que mede o dólar ante moedas fortes, operou hoje no menor nível desde março. O euro se valorizou, atingindo as máximas em seis meses, após a União Europeia conseguir aprovar o fundo bilionário, após dias de negociações e impasses. “O dólar é empurrado para novas baixas enquanto o apetite por risco ganha fôlego”, avalia o analista de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. “Um acordo histórico foi alcançado”, afirmaram os analistas do grupo financeiro holandês ING sobre o fundo de recuperação europeu, que teve quatro dias de controversas negociações.

 

Ajudado pelo cenário externo e interno mais positivo hoje, o risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, caiu para 210 pontos, de 221 ontem, de acordo com cotações da IHS Markit. É o menor nível desde 8 de junho, quando a taxa estava em 205 pontos.

 

Na avaliação de um diretor de tesouraria, o dólar acabou tendo queda mais intensa no Brasil hoje porque estava andando menos em linha com outros emergentes recentemente e também não tinha refletido a melhora de outros ativos domésticos. Enquanto o Ibovespa encostou em 105 mil pontos e os juros futuros tiveram mínimas históricas recentemente, o dólar ficou oscilando na casa dos R$ 5,30 nas últimas semanas.

 

Os movimentos técnicos mostram que ontem grandes investidores reduziram apostas contra o real, já na expectativa de entrega da reforma tributária do governo e notícias da vacina para a covid. Estrangeiros diminuíram posições compradas em dólar futuro (que ganham com a alta da moeda americana) em 6,3 mil contratos – US$ 315 milhões, de acordo com números da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença. Já os fundos nacionais aumentaram posição vendida em dólar futuro (que ganham com a queda do dólar) em 2.790 contratos, o equivalente a US$140 milhões. Nas mesas de câmbio, traders destacaram que esses movimentos se intensificaram hoje. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.21130 -2.4412 5.31000 5.16630

Dólar Comercial (BM&F) 5.3894 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5181.000 -2.97753 5313.000 5168.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5300.000 -1.3311 5300.000 5300.000

 

 

JUROS

Os juros futuros fecharam a sessão regular em alta em todos os vencimentos, mas mais pronunciada nos vértices intermediários, que concentram liquidez. Na etapa estendida, porém, as taxas mostravam alívio, maior justamente no miolo da curva, na medida em que se dissiparam no fim do dia os principais fatores a puxar para cima as taxas mais cedo. Com a perspectiva de entrega da reforma tributária do Executivo hoje ao Congresso sendo embutida nos preços desde a semana passada, o mercado reagiu à possibilidade de o projeto incluir a reoneração dos itens da cesta básica, o que poderia servir de argumento para o Copom deixar a Selic estável na reunião de agosto. Não por acaso, na precificação da curva, as apostas para manutenção da taxa básica em 2,25% voltaram hoje a ser levemente majoritárias. Porém, tal risco não se confirmou e as taxas devolveram prêmios na estendida.

 

Além disso, a notícia divulgada pelo Broadcast de que a Casa Civil queria consultar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de custear investimentos com créditos que não sejam contabilizados na regra do teto dos gastos trouxe desconforto. Diante da repercussão negativa, no entanto, os ministros do TCU afirmaram que querem ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a consulta poderá nem mais ser realizada. “O mercado é bem sensível a notícias da área fiscal e não esquece que esse tipo de proposta foi a raiz de vários dos nossos problemas, incluindo a perda do grau de investimento na nota de classificação de risco”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

 

Apesar do modo “risk on” nos mercados internacionais, celebrando o acordo para o pacote bilionário na União Europeia, o desenho da curva local foi determinado por fatores domésticos e descolou totalmente do comportamento do câmbio, num dia em que o dólar chegou a operar na casa dos R$ 5,16 nas mínimas.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a regular em 3,00%, de 2,922% ontem no ajuste, mas perto das 17h45 estava em 2,96%. A do DI para janeiro de 2023 subiu de 4,013% para 4,07% na regular e a do DI para janeiro de 2027 fechou a regular em 6,32%, de 6,313% ontem.

 

O alívio nos prêmios que, de maneira geral, vinha ditando o rumo das taxas nos últimos dias – pelo avanço das apostas de corte da Selic e otimismo sobre as reformas e privatizações – já perdia ritmo no final da tarde de ontem quando as taxas zeraram a queda e fecharam com viés de alta, mas sem respaldo de liquidez. Hoje, o movimento de realização de lucros ganhou corpo e com normalização do giro de contratos. As taxas já subiam pela manhã, também em meio à expectativa com o leilão de NTN-B.

 

Na proposta entregue pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, hoje ao Senado, o principal ponto é a unificação do PIS/Cofins, que resultará num tributo com alíquota de 12% e receberá o nome de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). A possibilidade de reoneração da cesta básica via CBS, com arrecadação destinada ao programa Renda Brasil, no entanto, não se confirmou. Nos cálculos do economista-chefe da CM Capital Markets, Alexandre Almeida, isso teria impacto de 1,05 ponto porcentual na inflação, “sobretudo componentes do grupo Alimentação e bebidas (em especial Carnes) no cenário em que as alíquotas retornem ao mesmo patamar de 2012”.

 

Na curva a termo, a precificação da Selic para o Copom de agosto passou de -14 pontos-base ontem para -10 pontos hoje, segundo Rostagno. Com isso, a probabilidade de queda de 0,25 ponto porcentual da Selic, que ontem era de 56%, hoje caiu para 40%, enquanto a chance de manutenção subiu de 44% para 60%.

 

No leilão de NTN-B, o Tesouro elevou a oferta para 2,1 milhões, ante 1,6 milhão no leilão anterior, e vendeu quase tudo (2.045.700). A Renascença DTVM lembra que no próximo dia 17 haverá vencimento da NTN-B Ago20, de R$ 63,5 bilhões, e pagamento de cupom para as NTN-B (R$ 15,5 bilhões) que vencem em anos pares. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

Operação

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.10

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 2.15

Over Selic (%a.a) 2.15

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

O quadro em geral positivo continuou a predominar nos mercados internacionais, embora o índice Nasdaq tenha recuado nas bolsas de Nova York, com realização de lucros. O fechamento das bolsas americanas ainda assim foi predominantemente positivo, com investidores esperando que autoridades nos Estados Unidos sigam a trilha de mais cedo da União Europeia e confirmem nova rodada de estímulos, o que também ajudou o petróleo a subir mais de 2%. No câmbio, o euro mostrou força após a aprovação do Fundo de Recuperação da UE, pressionando o dólar ante outras moedas principais. Balanços positivos colaboraram para apoiar o humor, mas os juros dos Treasuries tiveram viés negativo, com riscos no radar, como a disseminação da covid-19 pelos Estados Unidos e as tensões entre americanos e chineses.

 

A notícia surgida na madrugada brasileira do acordo pelo Fundo de Recuperação europeu, após quatro dias de reuniões, apoiou o apetite por risco em geral nos mercados globais. A Capital Economics lembra que o pacto confirmado pelos líderes do bloco é “menos generoso do que o inicialmente proposto”, mas a consultoria considera que ele marca “um passo histórico rumo a uma forma limitada de união fiscal”, além de “reduzir mais o já baixo risco de fragmentação” do bloco.

 

Já o Rabobank diz ser “altamente questionável” que o pacote de 750 bilhões de euros, dos quais 390 bilhões de euros serão em subsídios diretos, seja suficiente para a região diante de um risco de segunda onda de casos da covid-19 e da fraqueza associada à paralisação recente na atividade. Além disso, o banco diz que Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca – que relutaram em apoiar subsídios mais altos no Fundo – podem não avalizar uma eventual segunda etapa na ajuda. De qualquer modo, o Rabobank viu a notícia como um “pequeno, mas importante passo rumo ao compartilhamento de dívida” e comenta que, diante da alta das bolsas europeias, os investidores “reagiram positivamente à notícia”.

 

No câmbio, a novidade fortaleceu o euro, consequentemente pressionando o índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 106,79 ienes, o euro subia a US$ 1,1529 e a libra tinha alta a US$ 1,2738. O DXY recuou 0,75%, a 95,117 pontos.

 

Nos EUA, havia expectativa por nova rodada de estímulos. Porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany disse que “uma série” de medidas estão em discussão, mencionando itens como corte de impostos sobre a folha de pagamentos, crédito tributários para a recontratação e a garantia de ambientes seguros de trabalho, além de US$ 70 bilhões para apoiar a reabertura de escolas. Líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell afirmou que um projeto sobre o pacote deve ser apresentado na Casa “nos próximos dias”, dizendo que ele deve incluir pagamentos diretos aos cidadãos americanos, mas mencionando que há “algumas diferenças de opinião” sobre um corte nos impostos sobre a folha de pagamentos.

 

Nas bolsas de Nova York, a sessão foi predominantemente positiva, mas o Nasdaq piorou ao longo do pregão, após atingir recorde histórico intraday. O Julius Baer menciona um “início encorajador na temporada de balanços”, com resultados “melhores do que os temidos” dos grandes bancos dos EUA e números “fortes” no setor de saúde, esperando que a temporada de resultados apoie as ações globais. Hoje, Coca-Cola subiu 2,32%, após balanço que agradou, mas IBM piorou na reta final e recuou 0,64%, depois de seus resultados. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,60%, em 26.840,40 pontos, o Nasdaq caiu 0,81%, a 10.680,36 pontos, e o S&P 500 teve ganho de 0,17%, a 3.257,30 pontos.

 

Entre os Treasuries, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,137% e o da T-note de 10 anos, a 0,604%, no fim da tarde em Nova York. A LPL Research comenta em relatório que o retorno da T-note de 10 anos tem oscilado em faixa estreita desde o início de abril e nota que o mercado de bônus não demonstra tanta confiança, em comparação com o acionário. Investidores têm monitorado a disseminação da covid-19 em Estados americanos, que pode ameaçar o ritmo da retomada econômica, e também as tensões EUA-China. Hoje, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitou Londres e qualificou o comportamento chinês diante do novo coronavírus como “lamentável”, dizendo que a pandemia poderia ter sido evitada. O Departamento de Justiça dos EUA acusou dois hackers chineses de roubar centenas de milhões de dólares em segredos comerciais de empresas pelo mundo e, mais recentemente, de empresas envolvidas na busca por uma vacina contra a covid-19.

 

Já o petróleo foi apoiado pelo fundo europeu, embora continuem as dúvidas sobre o ritmo da retomada na demanda pela commodity. O contrato do WTI para setembro fechou em alta de 2,44%, a US$ 41,92 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês subiu 2,40%, a US$ 44,32 o barril, na ICE.

 

Ainda no noticiário desta tarde, o Comitê Bancário do Senado aprovou os nomes de Judy Shelton e Christopher Waller para o conselho do Fed. Eles ainda precisam do aval do pleno do Senado para sua confirmação. Shelton é o nome mais polêmico, por já ter defendido a volta do padrão ouro e ser vista como mais identificada com Trump, tendo criticado o Fed por não cortar mais os juros durante o mandato do atual presidente, sendo que no governo Obama ela censurava o BC por manter os juros baixos. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

 

BOLSA

 

Em dia sem direção única em Nova York, o Ibovespa fez pausa na escalada que o trouxe do fundo do abismo de março para níveis mais próximos aos que prevaleciam antes da pandemia, sustentando os 104 mil pontos, sem reação significativa à proposta, amplamente antecipada pelo governo, para a reforma tributária. Assim, alguns segmentos com ganhos acumulados, como o de varejo (Magazine Luiza -3,10% na sessão), passaram por realização, enquanto o noticiário corporativo deu direção a papéis como os da Vale (-1,81%), em baixa após a divulgação, ontem à noite, de dados mistos sobre produção e vendas, que também colocaram em terreno negativo as ações de siderurgia (CSN -1,77%).

 

Ao final de uma sessão em que oscilou entre mínima de 103.732,33 e máxima de 105.449,23 pontos, o índice de referência da B3 apontava leve baixa de 0,11%, aos 104.309,74 pontos, saindo de 104.426,49 na abertura. O giro financeiro foi moderadamente elevado, a R$ 33,0 bilhões. Nestas duas primeiras sessões da semana, o Ibovespa avança 1,38%, com perdas no ano a 9,80%. No mês, o Ibovespa sustenta até aqui ganho de 9,74%, acima dos acumulados em junho e maio (8,76% e 8,57%, respectivamente), e não muito distante da força observada em abril (10,25%), no que foi seu melhor resultado para o mês desde 2009 (15,55%).

 

Em dia de petróleo em alta e de divulgação de dados da ANP sobre a produção da estatal (em alta de 9,2% em junho), as ações da Petrobras contribuíram para dar equilíbrio ao Ibovespa na sessão, em alta de 2,77% na PN e de 2,09% na ON no encerramento do dia. O segmento de bancos, outro peso-pesado do índice, também teve desempenho positivo, com destaque para Santander (+2,81%) e Bradesco PN (+2,70%), um pouco abaixo do observado nesta tarde, quando o Ibovespa conseguia sustentar leve ganho.

 

“Seria um dia para fogos de artifício, mas o mercado já tinha precificado em grande medida a proposta do governo para a reforma tributária, que em verdade é bem restrita, limitada – está mais para uma não-reforma. A tendência é de que olhe mais para o que já estava na Câmara e no Senado, como a proposta do Appy. A questão agora é saber qual será o grau de ambição para mudar o sistema tributário”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura.

 

Na ponta negativa do Ibovespa, Qualicorp fechou em baixa de 6,41%, no dia em que sócio-fundador da empresa, José Seripieri Jr, foi preso em operação que investiga o senador José Serra (PSDB-SP) por caixa 2 na campanha eleitoral de 2014 – a empresa de planos de saúde teria repassado de forma irregular R$ 5 milhões ao candidato.

 

“O Ibovespa conseguiu atingir alguns alvos importantes e que mostram sua força, considerando que hoje bateu nos 105 mil – agora, só faltam os 107 mil pontos, outro ponto de resistência importante neste momento. Acredito que teremos uma certa lateralização”, diz Fernando Góes, analista gráfico da Clear. “Vejo os papéis de consumo, que já estão subindo há algum tempo, um pouco esticados, e os bancos com performance boa”, acrescenta. “O mercado deve continuar subindo lentamente, e o que devemos ver são algumas altas se intercalando entre setores.” (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 104309.74 -0.11169

Máxima 105449.23 +0.98

Mínima 103732.33 -0.66

Volume (R$ Bilhões) 3.29B

Volume (US$ Bilhões) 6.30B

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 104180 -0.09111

Máxima 105520 +1.19

Mínima 103815 -0.44

 

 

 

 

 




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