EXTERIOR MISTO ANTES DE POWELL E RISCO POLÍTICO GUIAM NEGÓCIOS EM MEIO A VAREJO

O risco político segue no radar local em meio a sinais mistos nas bolsas no exterior após dados de atividade industrial ruins na Europa e antes de um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Investidores especulam que o BC americano poderá vir a adotar juros negativos, como parte de sua estratégia para combater os efeitos da pandemia de coronavírus. Atualmente, o juro básico do Fed está na faixa de 0% a 0,25%. No Brasil, há expectativas sobre o veto do presidente Jair Bolsonaro ao congelamento dos salários dos servidores até fim de 2021 no projeto de lei que autoriza repasse direto de R$ 60 bilhões aos Estados e municípios, e também sobre os desdobramentos da exibição do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. O Broadcast/Estado apurou que o presidente Jair Bolsonaro admitiu, na reunião, a necessidade de trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio para defender a sua família, que, segundo ele, estaria sendo “perseguida”. Naquele dia, logo depois de citar a família, Bolsonaro afirmou, em tom irritado – segundo relato de investigadores -, que trocaria a superintendência fluminense da PF, chamada por ele de “segurança do Rio”. Dois dias depois da reunião, o ministro da Justiça Sérgio Moro deixou o governo acusando Bolsonaro de interferir na PF. A defesa de Moro afirma que a gravação comprova as revelações do ex-juiz. Bolsonaro rebateu, ontem, afirmando que o vídeo não contém as palavras “Polícia Federal”, “investigação” nem “superintendência” e negou ter pressionado o delegado Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da Polícia Federal, para sair do cargo. Ontem à noite, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, fixou prazo de 48 horas para que Moro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestem sobre o levantamento do sigilo – total ou parcial – do vídeo. A preocupação é de que a investigação acabe levando à abertura de um processo de impeachment contra o presidente. De imediato, porém, essa possibilidade é pequena. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou na noite de ontem um pedido para que Celso de Mello rejeite uma ação movida por dois advogados que cobram uma análise imediata do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação de Maia, o impedimento é uma “solução extrema” e não há nenhuma norma legal, ou do regimento da Câmara, que fixe um prazo para que os pedidos de afastamento do presidente da República sejam analisados pelos parlamentares. A coluna do Estadão apurou que, pelo menos, dez ministérios, ou seja, praticamente metade da Esplanada, têm cargos em negociações com partidos do Centrão, numa tentativa do Palácio do Planalto de se blindar no Congresso. Mas, ontem à noite, o governo e o Centrão sofreram uma derrota na Câmara, que retirou a MP da regularização fundiária da pauta de votação. A proposta corre o risco de perder sua validade se não for votada pelos deputados e senadores até a próxima terça-feira. O mercado está à espera ainda de manifestação do ministro do STF Ricardo Lewandowski, sobre os resultados dos exames que Bolsonaro fez para detectar o novo coronavírus. A AGU encaminhou os exames para o ministro ontem à noite e adiantou que o resultado foi negativo. Na agenda econômica, as vendas no varejo devem mostrar quedas recordes em março em meio aos impactos da pandemia da Covid-19 no País.

 

Varejo, Powell e Opep no radar – A agenda desta quarta-feira traz a divulgação de dados do varejo de março (9h00). A mediana das estimativas do Projeções Broadcast é de -4,70% no varejo restrito na margem, após alta de 1,2% em fevereiro. O Ministério da Economia divulga estimativas sobre PIB e inflação (10h30). A nova projeção do governo para PIB em 2020 ficará entre -4% e 5%, segundo apurou o Broadcast. O presidente Jair Bolsonaro se reúne com os ministros do STF Roberto Barroso e Edson Fachin. No exterior, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala sobre perspectivas econômicas (10h00), o Departamento de Energia divulga estoques de petróleo dos EUA (11h30) e a Opep divulga o relatório mensal sobre o mercado de petróleo.

 

Brasil é 2º país em mortes por covid-19 em 24h – O Brasil renovou nesta terça-feira o seu recorde de mortos em decorrência da covid-19 confirmadas em um período de 24 horas: 881, segundo maior número de óbitos do mundo nesse período, o que elevou o total de óbitos pela doença no País para 12.400, o sexto maior do mundo. Com mais 9.258 casos em 24 horas, o Brasil agora é a sétima nação com mais casos. No total, 177.589 pessoas já testaram positivo para o vírus no Brasil.

 

Senado amplia categorias que terão prioridade para teste de covid-19 – O Senado ampliou o rol de profissionais que terão prioridade na testagem do novo coronavírus. Inclui, por exemplo, policiais penais e rodoviários, terapeutas ocupacionais, bombeiros civis, médicos veterinários. servidores públicos da área da saúde e profissionais que trabalham na produção de alimentos e bebidas. O texto retornará para a Câmara dos Deputados.

 

Bolsonaro cita AGU contra governadores – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 12, que a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Justiça podem agir caso governadores não queiram cumprir o decreto que liberou uma série de atividades essenciais durante a pandemia de covid-19, incluindo salões de beleza, barbearias e academias. Alguns Estados, que tentam conter o avanço da doença com medidas restritivas, como o isolamento social, reagiram e afirmaram que não vão endossar a liberação.

 

Heleno diz que Bolsonaro precisava de alguém “mais ativo” no comando da PF –  O ministro Augusto Heleno (GSI) afirmou à Polícia Federal que o presidente Jair Bolsonaro lhe teria dito, ‘em uma ou outra oportunidade’, e na presença do ex-ministro Sérgio Moro, que precisava de alguém ‘mais ativo’ no comando da Polícia Federal. “Mais ativo no sentido de maior produtividade”, esclareceu o ministro. O ministro também disse achar ‘natural’ a escolha de uma ‘pessoa próxima’ para exercer a chefia da corporação.

 

Ramos diz que Bolsonaro queria interferir em ministérios – O ex-ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) afirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente Jair Bolsonaro queria ‘interferir em todos os ministérios’ para ‘melhorar a qualidade de relatórios de inteligência’ recebidos por ele. Os documentos foram alvo de críticas declaradas ‘de forma contundente’ durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, segundo o general.

 

Braga Netto diz que não ouviu Bolsonaro falar em troca de chefe da PF no Rio – O ministro Walter Braga Netto (Casa Civil) afirmou à Polícia Federal, em depoimento prestado nesta terça, 12, no Palácio do Planalto, que não ouviu o presidente Jair Bolsonaro mencionar em sua presença a possível troca de superintendente na Polícia Federal do Rio durante a reunião ministerial do dia 22 de abril.

 

Forças Armadas investigam repasse de auxílio de R$ 600 a mais de 70 mil militares – Mais de 70 mil militares receberam o auxílio emergencial de R$ 600 destinado a trabalhadores informais durante a pandemia do novo coronavírus. A informação é dos ministérios da Cidadania e da Defesa. Em nota, as pastas reforçaram que os Comandos das Forças Armadas apuram “possíveis irregularidades” no processo.

 

STJ nega novo recurso de Flávio Bolsonaro para suspender investigação de ‘rachadinha’ – O ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou novo recurso apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro para suspender as investigações do suposto esquema de ‘rachadinhas’ que ocorreram em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A decisão barra pedido da defesa para levar ao colegiado da Corte a decisão do próprio ministro que, em abril, negou paralisar o caso.

 

EXTERIOR MISTO

 

Futuros de NY em alta, Europa em baixa – Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta modesta, sugerindo que os mercados de Wall Street podem tentar se recuperar nesta quarta-feira após as significativas perdas do pregão anterior. Já as bolsas europeias operam em baixa, influenciadas por preocupações com uma nova onda de infecções por covid-19 em países que estão gradualmente reabrindo suas economias. Investidores também digerem uma série de indicadores do Reino Unido, incluindo o Produto Interno Bruto (PIB), que encolheu 2% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, e o balanço trimestral do banco alemão Commerzbank. Às 7h20, o Dow Jones futuro subia 0,77%, S&P 500 futuro avançava 0,67% e Nasdaq futuro se valorizava 0,87%. A Bolsa de Londres caía 0,90%, a de Frankfurt recuava 1,24% e a de Paris se desvalorizava 1,39%. O euro estava em US$ 1,0854, de US$ 1,0852, e a libra estava em US$ 1,2297, de US$ 1,2283 no fim da tarde de ontem.

 

Queda da produção industrial da zona do euro é menor que estimativas – A produção industrial da zona do euro sofreu uma queda histórica de 11,3% em março ante fevereiro. O resultado, porém, ficou acima da expectativa de analistas, que previam um tombo de 12,8% no período. Na comparação anual, a indústria do bloco reduziu a produção em 12,9% em março. Neste caso, a projeção do mercado era de recuo de 11,7%.

 

Produção industrial do Reino Unido cai menos que o esperado – A produção industrial do Reino Unido sofreu uma acentuada queda de 4,2% em março ante fevereiro. O resultado, porém, ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam recuo de 4,8% na produção. Na comparação anual, a indústria britânica reduziu sua produção em 8,2% em março, como projetado pelo mercado.

 

Bolsas da Ásia sobem – As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, ainda digerindo também recentes evidências de que países da região enfrentam uma segunda onda de casos de coronavírus. O Xangai Composto subiu 0,22%. O Nikkei caiu 0,49% em Tóquio, enquanto o Hang Seng recuou 0,27% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi se valorizou 0,95% em Seul. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 0,35% em Sydney. Às 7h15, o dólar estava em 107,04 ienes, de 107,20 ienes no fim da tarde de ontem.

 

Petróleo em queda – Os contratos futuros de petróleo operam em baixa após o American Petroleum Institute (API) estimar que o volume de petróleo bruto estocado nos EUA teve forte acréscimo na última semana, de 7,6 milhões de barris. A commodity também está pressionada desde o começo da semana em meio a sinais de que alguns países enfrentam uma segunda onda de casos de coronavírus à medida que começam a remover medidas de isolamento. Às 7h15, o barril do petróleo WTI para julho caía 0,78% na Nymex, a US$ 25,58, enquanto o do Brent para o mesmo mês recuava 1,00% na ICE, a US$ 29,68.

 

 

 

 




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