EXTERIOR E RISCO FISCAL PÕEM DÓLAR NO MAIOR NÍVEL EM 1 MÊS, DI LONGO SOBE E BOLSA CAI

A notícia de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deve segurar o projeto que impõe teto de juros para o cheque especial e cartão de crédito quase zerou as perdas do Ibovespa no começo da tarde. Mas o efeito foi passageiro e, assim como nos demais ativos, prevaleceu o mau humor com a ausência, até o momento, de um acordo para um novo pacote de estímulos nos EUA, com as tensões entre Washington e Pequim, bem como em meio às preocupações com o rumo das contas fiscais brasileiras. E o grande perdedor com esse conjunto de informações foi o real, que voltou a ser o pior desempenho entre os pares e viu o dólar atingir o nível mais alto desde 30 de junho. No fim, a moeda dos EUA no mercado à vista de balcão teve valorização de 1,33%, a R$ 5,4143, com avanço de 3,78% na semana e de quase 35% no ano até agora. A questão fiscal também foi determinante para mais um dia de inclinação da curva de juros, com acúmulo de prêmios relevante nos vencimentos longos. Mas os curtos e intermediários também subiram, anulando o efeito de baixa causado pelo Copom na véspera. Todos esses riscos também permearam o mercado acionário, e o Ibovespa acabou o dia com baixa de 1,30%, aos 102.775,55 pontos. Com as tensões entre as duas maiores potências do planeta no radar e o comportamento negativo das commodities, Vale e Petrobras deram sua contribuição para o recuo da bolsa, que encerrou a semana acumulando leve baixa de 0,13%. O embate entre EUA e China, com a imposição de sanções americanas a autoridades de Hong Kong e o banimento indicado a aplicativos chineses, como o Tik Tok, garantiram ao Nasdaq o destaque de queda em Wall Street, com perdas de 0,87%, um dia após renovar máxima histórica. Dow Jones e S&P 500, no entanto, viraram nos minutos finais, depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou que recomendará ao presidente Donal Trump o uso de decretos executivos para estabelecer estímulos no país.

 

 

CÂMBIO

O dólar fechou a sexta-feira no nível mais alto desde 30 de junho, cotado em R$ 5,4143. A moeda americana encerrou a semana acumulando valorização de 3,8%, a maior em seis semanas. Profissionais das mesas de câmbio dizem que o cenário externo pesou, com o dólar ganhando força hoje nos emergentes ainda em meio ao impasse nas negociações para aprovação de um pacote fiscal nos Estados Unidos e crescente tensão nas relações entre Washington e Pequim.

 

Mas a crescente preocupação com as contas fiscais brasileiras e a expectativa de que mais cortes de juros podem vir pela frente também pressionaram o câmbio. Com isso, o real foi novamente a moeda com pior desempenho no mercado internacional nesta sexta-feira, considerando uma cesta de 34 divisas mais líquidas.

 

Para o estrategista de América Latina do banco francês Société Générale, Dev Ashish, a dívida pública bruta do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), importante indicador de solvência de um país, caminha para atingir níveis este ano jamais vistos. Com isso, a confiança dos investidores na sustentabilidade fiscal do Brasil está sendo testada novamente, disse ao Broadcast.

 

Ashish destaca ainda que os casos de coronavírus seguem avançando no Brasil, o que torna o ambiente mais desafiador para o crescimento econômico e para o cenário político. Além disso, a economia enfraquecida contribui para elevar ainda mais a relação dívida/PIB, que caminha para bater em 100%, o dobro da média dos emergentes. Antes da pandemia, o economista do Société destaca que o estrangeiro via a situação fiscal brasileira mais gerenciável, com o governo tentando conter gastos e um crescimento positivo do PIB. O banco francês projeta que a taxa básica de juros pode cair para 1,5%, outro fator desfavorável para o real.

 

O Itaú Unibanco reduziu a previsão do dólar no Brasil este ano, de R$ 5,75 em dezembro para R$ 5,25. A melhora da estimativa foi reflexo inteiramente do exterior, uma vez que, no cenário doméstico, o banco alerta que o fiscal é fonte crescente de preocupação. Para o Itaú, que tem como economista-chefe Mario Mesquita, a economia americana deve crescer menos que outros grandes países, como os da zona do euro e a China. Com isso, a avaliação é que o dólar parece ter encerrado um ciclo de valorização, que foi impulsionado justamente pelo PIB mais forte dos EUA quando comparado com o resto do mundo.

 

Sobre o Brasil, o Itaú alerta nesta sexta-feira que o risco fiscal segue elevado, com pressão para aumento de gastos sociais e em infraestrutura. A avaliação é que estas despesas devem subir em 2021, criando um peso sobre as contas públicas, que pode ser parcialmente compensado pelo aumento da carga tributária.

 

No exterior, hoje ao menos o dólar teve dia de fortalecimento, tanto perante moedas fortes como nos emergentes. Na reta final das eleições americanas, a relação entre a Casa Branca e Pequim segue em rápida deterioração. Hoje, por exemplo, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou sanções contra várias autoridades de Hong Kong, entre elas Carrie Lam, a chefe do Exército local.

 

Além disso, prossegue o impasse nas negociações para um pacote fiscal no Congresso. “Democratas e republicanos se autoimpuseram um prazo para alcançar um acordo, até este final de semana, mas até agora os dois lados seguem distantes”, afirma o diretor de moedas da gestora BK Asset Management, Boris Schlossberg.

 

Para o diretor da BK, parece “inconcebível” que um acordo não seja alcançado, considerado o elevado desemprego nos EUA. Por isso, hoje ficou em segundo plano a divulgação do relatório mensal de emprego, o payroll, com números melhores que o previsto de criação de vagas em julho, que somaram 1,763 milhões de postos. Estimativas do TD Bank mostram que apesar da criação de vagas, os EUA perderam 12,9 milhões de postos de trabalho desde fevereiro. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:29

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.41430 1.3307 5.43890 5.34140

Dólar Comercial (BM&F) 5.3012 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5433.000 1.77016 5443.000 5345.000

DOLAR COMERCIAL 5405.000 0.52074 5405.000 5404.000

 

 

JUROS

O efeito Copom durou pouco no mercado de juros e as taxas retomaram a trajetória de alta nesta sexta-feira, com o agravamento do risco político e fiscal afetando especialmente o trecho longo. As taxas curtas oscilaram com viés de alta e, desse modo, a curva a termo empinou um pouco mais. Como o quadro externo também jogou contra ativos de risco de forma generalizada, em especial em economias emergentes, formou-se um cenário ideal para a desmontagem de posições vendidas na sessão. Na agenda, o IPCA de julho (0,36%) em linha com a mediana das estimativas e com preços de abertura benignos não provocou reação nas taxas nem alterou o cenário de apostas para a Selic.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 2,65%, de 2,572% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 5,253% para 5,40%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa em 6,35%, de 6,203% ontem.

 

O DI mais negociado foi o janeiro de 2022, que devolveu boa parte do prêmio queimado ontem com a reação ao comunicado do Copom. Porém, as taxas que mais avançaram foram as longas, que recompuseram tudo e um pouco mais do que haviam perdido ontem, subindo perto de 15 pontos-base nesta sessão. Numa semana marcada pela forte deterioração de percepção de risco fiscal, a curva teve ganho de inclinação. Entre os vencimentos de janeiro de 2027 e janeiro de 2023, o spread abriu de 242 pontos da última sexta-feira para 259 pontos hoje. Entre janeiro de 2027 e janeiro de 2022, saltou de 342 para 370 pontos.

 

A aprovação, no Senado, do projeto de limita a cobrança de juros do cheque especial e cartão de crédito a 30% no caso dos bancos e a 35% para fintechs até o fim do ano foi muito mal recebida e pegou o mercado de juros pronto para uma realização de lucros, após a queda forte das taxas ontem. Mesmo após a sinalização do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nesta tarde, de que não deve colocar o projeto em votação, as taxas seguiram bastante pressionadas. “Essa história assusta o mercado, principalmente o capital estrangeiro”, disse o economista-chefe da Parallaxis, Rafael Leão.

 

Caso o projeto avance, a expectativa é de retração no mercado de crédito, na contramão do esforço que o governo, em especial o Banco Central, tem feito para facilitar o acesso a empréstimos para amortecer o choque da pandemia. “A fixação de taxas de juros em níveis irreais, que sequer cobrem os custos associados à inadimplência, leva progressivamente a que o produto deixe de ser ofertado”, afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney, ao Broadcast. A oferta de crédito mais escassa pode retardar o crescimento da economia, do qual depende a melhora da arrecadação, prejudicando ainda mais a situação fiscal. A medida chega num momento em que vai ganhando corpo no Congresso e em alas do próprio governo a busca de brechas no teto de gastos para permitir a elevação de despesas em 2021 (veja matéria publicada às 15h32).

 

No exterior, o dia foi pesado para as moedas emergentes, o que acabou afetando também as curvas de juros, uma vez que a pressão no câmbio resulta em reprecificação nos demais ativos. No Brasil, o desconforto é ainda maior dado o risco de nova queda da Selic e o dólar voltou a romper R$ 5,40.

 

De todo modo, a expectativa majoritária do mercado é de taxa básica estável na próxima reunião do Copom em 16 de setembro, apesar do comunicado ter citado espaço residual para mais uma queda. O IPCA de julho, de 0,36%, veio exatamente como indicava a mediana das estimativas e, com preços de abertura bem comportados, não alterou essa percepção, até porque para o mercado o que ameaça os cortes da Selic é o fiscal. “Como a atividade está fraca a inflação não ganha tração; infelizmente a ‘boa notícia é que está ruim'”, disse o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. Maiores detalhes sobre o plano de voo do BC são aguardados na ata do Copom, na terça-feira (11). (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:28

 

Operação   Último

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 1.90

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

BOLSA

 

Com a indicação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que pretende engavetar o projeto de lei que estabelece teto de juros para cartão de crédito e cheque especial, aprovado ontem à noite pelo Senado, o Ibovespa chegou a limitar as perdas na segunda etapa desta sexta-feira, mas ao final apontava queda de 1,30%, aos 102.775,55 pontos, após ceder a linha dos 102 mil, a 101.956,50 pontos na mínima do dia, renovada à tarde, saindo de máxima a 104.126,30, com abertura a 104.116,04 pontos. O giro totalizou R$ 29,1 bilhões e, na semana, o índice da B3 ficou quase no zero a zero (-0,13%), após alternar leves variações, acima ou abaixo, nas semanas anteriores – na semana passada avançou 0,52%, após recuo de 0,49% na anterior. No ano, o índice cede agora 11,13%.

 

No exterior, o dia era para ser mais promissor, com a criação de vagas de trabalho nos EUA, acima do esperado para julho, perto de 1,8 milhão, após avanço de 4,8 milhões no mês anterior – ainda assim, o país acumula destruição de quase 13 milhões de postos durante a pandemia, com taxa de desemprego ainda em dois dígitos, após ter ficado abaixo de 4% em fevereiro, então nas mínimas de décadas.

 

A tensão nas relações EUA-China, com a imposição de sanções americanas a autoridades de Hong Kong em meio ao cerceamento de liberdades na ilha, e o banimento indicado pelo governo americano a aplicativos chineses, como Tik Tok, foi o contraponto aos dados do dia, colocando o Nasdaq em baixa de 0,87% no fechamento, vindo de máxima histórica no encerramento do dia anterior. Assim, em véspera de fim de semana, a cautela predominou, aqui como fora, com os índices de Nova York em terreno misto no encerramento da sessão (Dow Jones +0,17% e S&P 500 +0,06%), após altas também modestas nos mercados europeus.

 

“Aqui, tivemos mais cedo o IPCA bem em linha com o que o mercado esperava, com aceleração em gasolina e energia elétrica, conforme se previa. Lá fora, pesou hoje, além da tensão EUA-China, a falta de avanço no entendimento entre democratas e republicanos sobre o pacote trilionário para estender benefícios aos desempregados”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. “Ontem, o tom era mais positivo, e Trump tuitou que, além do pacote, estava pensando em mais desoneração, especialmente sobre a folha de pagamentos. A retórica era mais favorável a apetite por risco”, acrescenta o analista.

 

Hoje, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, e o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmaram estar dispostos a chegar a um meio-termo nas negociações com o Partido Republicano, mas acusaram os rivais políticos de se recusar a isso. Durante entrevista coletiva, as autoridades fizeram críticas duras ao governo do presidente Donald Trump.

 

Com a cautela no exterior, as ações de commodities pesaram sobre o desempenho do Ibovespa na sessão, com Petrobras ON (-2,18%) e PN (-1,85%) realizando lucros em dia negativo para os preços do petróleo, com o Brent para outubro em baixa de 1,53%, a US$ 44,40 por barril, no fechamento da ICE – na semana, Petrobras PN acumula ganho de 2,66% e a ON, de 2,69%, semelhante ao avanço dos preços da commodity no período.

 

Na China, o preço do minério recuou hoje 1,70% em Qingdao, após ter superado a marca de US$ 121 por tonelada no dia anterior. O ajuste desta sexta-feira decorreu do nível de oferta do Brasil e da Austrália, em expansão, o que favoreceu correção nos preços de Vale ON na sessão, em baixa de 2,23% nesta sexta-feira e de 0,43% na semana. “A Austrália coloca toda sua produção de minério na China, de forma que aumento da produção deles, como é o caso agora, afeta diretamente a ação da Vale”, aponta Arbetman.

 

Além de commodities, o setor elétrico, que havia estado entre os de melhor desempenho no dia anterior, devolveu hoje parte dos ganhos de ontem, enquanto siderúrgicas e bancos também tiveram desempenho negativo nesta sessão, com destaque para Gerdau PN (-2,49%) e Itaú (-2,11%) no fechamento, acumulando respectivamente ganho de 0,92% e perda de 5,19% na semana. Na ponta negativa do Ibovespa, Cielo cedeu 6,25%, seguida por BR Malls (-4,24%), após ambas terem estado no lado oposto no dia anterior. Destaques de alta hoje, Hering subiu 7,31% e Rumo, 2,46%, liderando o Ibovespa na sessão.

 

“O desempenho da bolsa continua lateral, entre 100 mil e 105 mil pontos”, observa Fernando Góes, analista da Clear Corretora, chamando atenção para alternância de ganhos e perdas entre setores, que tem deixado o índice basicamente no mesmo lugar, na falta de catalisadores que resultem em rompimento de níveis de suporte ou de resistência. “Para mudar alguma coisa, vai ter que romper um desses níveis. Se romper para baixo, terá bastante suporte entre 98 mil e 97,5 mil, e se romper para cima, a resistência vai de 107 mil a 110 mil pontos. O mais provável é que fiquemos mais tempo sem andar”, conclui o analista gráfico.

 

Ainda assim, a expectativa positiva para o mercado de ações no curtíssimo prazo teve avanço consistente no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre 16 participantes, 68,75% disseram acreditar que a próxima semana será de alta para o Ibovespa, enquanto 18,75% preveem perdas. Para outros 12,50%, a Bolsa fechará o período entre 10 a 14 de agosto com variação neutra. Na pesquisa anterior, 53,30% disseram que a presente semana seria de ganhos para o índice e 20,00% esperavam queda. A perspectiva era de estabilidade para 26,67%. (Luís Eduardo Leal, com Gabriel Bueno da Costa – luí[email protected])

 

 

17:21

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 102775.55 -1.2966

Máxima 104126.30 0.00

Mínima 101956.50 -2.08

Volume (R$ Bilhões) 2.90B

Volume (US$ Bilhões) 5.36B

 

 

 

 

17:29

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 102830 -0.98695

Máxima 104275 +0.40

Mínima 101905 -1.88

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York reduziram as perdas nos minutos finais de negociação e encerraram a semana sem direção única, após um dia marcado pelo aumento da tensão entre os Estados Unidos e a China e pela falta de acordo entre democratas e republicanos por um pacote fiscal. No final da tarde, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse que recomendará ao presidente Donald Trump que atue por meio de decretos. A criação de empregos acima do esperado nos EUA em julho não foi suficiente para garantir a alta no mercado acionário americano, mas apoiou o dólar, que tem sido penalizado pela percepção de que a Europa sairá antes da crise. A divisa americana também voltou hoje a operar como ativo de segurança, em meio ao conflito sino-americano. Na renda fixa, os juros dos Treasuries não mostraram direção única. O petróleo, por sua vez, fechou em queda diante da incerteza global, mas registrou ganhos na semana.

 

“A recuperação moderada do mercado de trabalho americano aumenta a pressão sobre os políticos dos EUA para chegarem a um acordo sobre uma extensão do pacote de apoio fiscal, a fim de fornecer alívio para os americanos ainda desempregados”, diz a economista Sophie Altermatt, do banco suíço Julius Baer. Em Washington, continuam as negociações em torno dos novos estímulos e dos benefícios de auxílio-desemprego que expiraram em 31 de julho.

 

Líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer disse que a reunião realizada nesta tarde com o Partido Republicano foi “desapontadora”. A proposta da oposição é de um pacote de US$ 2 trilhões, mas os republicanos querem um valor mais próximo de US$ 1 trilhão. “Falei a eles: ‘voltem quando estiverem prontos para nos dar um valor mais alto'”, contou a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. Já o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou que irá recomendar ao presidente Donald Trump que aja por meio de decretos, mas disse estar aberto a novas ofertas dos democratas.

 

“A incapacidade do Congresso dos Estados Unidos de chegar a um acordo sobre um novo pacote fiscal está pesando no sentimento do mercado”, dizem analistas do Erste Group. Com a cautela gerada pela escalada na tensão entre Washington e Pequim também pressionando o mercado acionário, as bolsas de Nova York operaram em baixa durante quase todo o pregão, mas ganharam fôlego nos minutos finais, após as declarações de Mnuchin. O Dow Jones subiu 0,17%, a 27.433,48 pontos, o S&P 500 avançou 0,06%, a 3.351,28 pontos, e o Nasdaq caiu 0,87%, a 11.010,98 pontos, depois de ter alcançado a marca dos 11 mil pontos pela primeira vez na história durante a semana.

 

Depois de o presidente americano, Donald Trump, assinar um decreto para banir os aplicativos chinesas TikTok e WeChat do país em 45 dias, casos eles nãos sejam comprados por uma empresa dos EUA, a Casa Branca também decidiu impor sanções contra a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e outras autoridades da China em reação à nova lei de segurança nacional imposta pelo país asiático ao território.

 

A criação de vagas de trabalho no mês passado nos Estados Unidos acima do previsto não favoreceu o mercado acionário, mas deu apoio ao dólar ante rivais. “O dólar subiu depois que os Estados Unidos registraram quase 1,8 milhão de empregos em julho”, diz o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Para ele, porém, a economia americana ainda perde força e “os dados provavelmente não impedirão a queda do dólar de forma significativa”. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra seis divisas fortes, fechou em alta de 0,70%, a 93,435 pontos.

 

Na renda fixa, os juros dos Treasuries chegaram a firmar alta durante o pregão, mas acabaram sem direção única. No final da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de dois anos operava estável, a 0,121%, e o da T-note de dez anos subia a 0,558%.

 

O petróleo, por sua vez, foi pressionado pela incerteza global e o conflito entre EUA e China. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para setembro recuou 1,74%, a US$ 41,22 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para outubro caiu 1,53%, a US$ 44,40 o barril. Na comparação semanal, porém, os dois contratos subiram 2,36% e 2,02%, respectivamente. (Iander Porcella – [email protected])

 

 

 

 

 




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