CAUTELA COM FATORES LOCAIS PREVALECE NOS ATIVOS E CONTRASTA COM OTIMISMO EXTERNO

O bom humor dos investidores refletido nas bolsas americanas passou longe do mercado doméstico. Os principais índices acionários de Wall Street aceleraram os ganhos à tarde, levando o Nasdaq a novo recorde de fechamento, com a ação da Microsoft em destaque, após a companhia confirmar a intenção de adquirir a operação americana do aplicativo chinês TikTok. Mas indicadores industriais positivos, inclusive na Europa, também ajudaram, ainda que as negociações para um novo pacote de estímulos nos EUA sigam travadas. Enquanto isso, o dólar experimentou forte alta diante do real e, ainda que o movimento da moeda brasileira esteja alinhado ao verificado entre as pares, o seu desempenho voltou a ser pior do que o das demais. Até porque, pesa nos negócios com câmbio a possibilidade de o Banco Central voltar a cortar a Selic nesta semana. No fim, o dólar subiu 1,86%, a R$ 5,3140 no mercado à vista. Outro pano de fundo importante para os negócios no Brasil foram discussões relacionadas à reforma tributária. A possibilidade de taxar dividendos e a insistência do governo em adotar imposto semelhante à CPMF em troca de desonerações tributárias acabaram, por exemplo, descolando o Ibovespa dos mercados acionários globais. Até porque, além da CPMF ser impopular, o mercado sabe que essa proposta pode travar o debate no Congresso e atrasar o andamento da reforma. Assim, os agentes optaram pela cautela em mais uma semana com balanços importantes, como o do Itaú Unibanco, na noite de hoje, e o Ibovespa teve leve baixa de 0,08%, aos 102.829,96 pontos. Por fim, no mercado de juros, as taxas oscilaram pouco e terminaram de lado, com os investidores amplamente posicionados para mais um corte da Selic na quarta-feira, de 0,25 ponto porcentual, e aguardando a comunicação do Banco Central sobre os próximos passos.

 

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York aceleraram os ganhos à tarde e fecharam o primeiro pregão de agosto em alta, apoiadas mais uma vez pelo setor de tecnologia, com o Nasdaq em nova máxima histórica. A ação da Microsoft esteve em destaque, após a companhia confirmar a intenção de adquirir a operação americana do aplicativo chinês TikTok. O presidente dos EUA, Donald Trump, deu aval ao negócio, mas estabeleceu um prazo até 15 de setembro. O otimismo global, reforçado por indicadores econômicos que sinalizam uma retomada na indústria, fez o petróleo subir. No mercado cambial, o dólar continuou a corrigir perdas ante divisas fortes, mas analistas ainda veem tendência de baixa na moeda americana. Os juros dos Treasuries, por sua vez, não mantiveram direção única, enquanto o ouro renovou máxima histórica outra vez. Na Argentina, ativos de risco saltaram com relatos de um possível acordo com credores sobre a renegociação da dívida.

 

“As ações começam a semana em um tom positivo”, afirmam analistas da corretora americana LPL Financial. As bolsas de Nova York, que já haviam começado a sessão em alta, foram ainda mais impulsionadas à tarde pela ação da Microsoft, que subiu 5,62%. Em uma reunião, Trump disse que não se importa que a companhia americana negocie com a chinesa ByteDance a compra do TikTok nos EUA. Porém, além de colocar uma data limite para a conclusão do negócio, o republicano afirmou que o Tesouro deverá receber uma parte do dinheiro envolvido no acordo. No fechamento, o índice acionário Dow Jones avançou 0,89%, a 26.664,40 pontos, o S&P 500 ganhou 0,72%, a 3.294,61 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 1,47%, a 10.902,80 pontos, nova máxima histórica de fechamento.

 

O otimismo dos investidores também foi apoiado hoje por indicadores que apontam para uma recuperação do setor industrial americano, europeu e da China. Nos EUA, por exemplo, o índice de atividade industrial elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 52,6 em junho para 54,2 em julho. “A recuperação continua apesar da aparente desaceleração do consumo”, afirma o economista sênior para EUA Andrew Hunter, da consultoria Capital Economics. Para o analista, porém, se os dados de alta frequência como os pedidos de auxílio-desemprego estiverem corretos, “provavelmente é apenas uma questão de tempo” até que a manufatura também desacelere, com as novas restrições geradas pela aceleração da pandemia.

 

Hoje, no entanto, os ativos de risco foram beneficiados e, com isso, o petróleo encontrou espaço para subir. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para setembro encerrou em alta de 1,83%, a US$ 41,01 o barril. Já o Brent para outubro avançou 1,44%, a US$ 44,15 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

 

No mercado de renda fixa, os juros dos Treasuries ficaram sem sinal único à tarde, depois de terem operado em alta durante a manhã. Perto do horário de fechamento em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos caía a 0,089% e o da T-note de 10 anos avançava a 0,547%. O ouro, que entrou em rali em julho, renovou o recorde histórico de fechamento outra vez, a US$ 1986,3 a onça-troy.

 

O dólar continuou o movimento de correção das perdas acumuladas em julho em relação a outras moedas fortes. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA ante seis rivais, subiu 0,21%, a 93,542. “Enquanto o mercado está avaliando o aumento do euro e o desmaio do dólar, o cenário de baixa da moeda dos EUA não mudou, deixando-o vulnerável à fraqueza contínua”, avalia o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

 

“O sentimento de risco está positivo no início de uma semana muito importante, que trará clareza sobre dois fatores vitais de risco de mercado”, apontaram profissionais do BMO Capital Markets, em referência à divulgação, na sexta-feira, do relatório de empregos dos EUA (payroll) e às negociações em Washington em torno dos benefícios de auxílio-desemprego e o próximo pacote fiscal. Trump disse hoje que, caso republicanos e democratas não cheguem a um acordo, ele pode baixar um decreto sobre estímulos à economia.

 

O Tesouro americano, por sua vez, estimou que tomará mais US$ 2 trilhões emprestados até o fim do ano. Na sexta-feira passada, a agência de classificação de risco Fitch alterou a perspectiva do rating AAA do país para negativa, citando a “ausência de um plano de consolidação fiscal credível”.

 

Na Argentina, há relatos de que credores privados aceitaram a oferta do governo de Alberto Fernández para a renegociação da dívida. Em Nova York, ADRs de empresas do país sul-americano dispararam. (Iander Porcella – [email protected])

 

Volta

 

CÂMBIO

O dólar teve dia de valorização no mercado internacional, ante moedas fortes e emergentes, contrastando com o otimismo visto nas Bolsas. A falta de acordo em Washington para um novo pacote fiscal de estímulo econômico e o aumento dos casos de coronavírus em várias partes do mundo ajudaram a valorizar a moeda americana, mesmo com bons indicadores da atividade na Europa, China, Estados Unidos e Brasil. O real foi a divisa com pior desempenho hoje, ajudado pela perspectiva de novo corte de juros pelo Banco Central esta semana, enquanto algumas casas não descartam mais uma redução pela frente.

 

Após cair 4% no mês de julho, o dólar fechou o primeiro dia útil de agosto com valorização de 1,86%, cotado em R$ 5,3140 – o maior valor desde 20 de julho. O dólar futuro para setembro subia 1,77% às 17h. O volume de negócios somava US$ 14,2 bilhões.

 

Para o operador e economista da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a perspectiva de mais um corte da taxa básica de juros pelo Banco Central ajudou a pressionar ainda mais o câmbio, em dia já marcado por maior cautela no mercado de moedas internacional, por conta da dificuldade entre democratas e republicanos para chegar a um acordo sobre um novo pacote fiscal, o que ajuda a alimentar dúvidas sobre a velocidade de retomada da economia americana.

 

O partido de Donald Trump quer limitar os benefícios aos desempregados em US$ 200 por semana, enquanto os democratas querem manter o nível de US$ 600 que vigorava até julho. Na tarde de hoje, Trump disse que está “totalmente envolvido” nas negociações. Nesse ambiente, enquanto a melhora de indicadores da indústria animaram as bolsas, o DXY, que caiu em julho para o menor nível em dois anos, teve dia de recuperação nesta segunda-feira. O dólar também subiu perante a maioria das moedas emergentes.

 

Sobre a reunião esta semana do BC, os economistas do JPMorgan preveem corte de 0,25 ponto porcentual na taxa básica e depois uma pausa. Com isso, a Selic deve ficar em 2% ao menos até o final de 2021, mas o banco americano não descarta a possibilidade de mais um corte até o final de 2020. “Os riscos pendem levemente para um corte adicional até o final do ano”, ressaltam.

 

No mercado internacional, especuladores continuam elevando apostas contra o dólar na Bolsa de Mercados e Futuros de Chicago (CME, na sigla em inglês). Levantamento do Rabobank mostra que a moeda americana teve em julho o pior mês em uma década, marcando sete semanas consecutivas com aumento de posições vendidas na moeda americana, ou seja, expectativa de desvalorização da divisa. O euro é a moeda que mais se beneficia do enfraquecimento do dólar, de acordo com o ING. Há cinco semanas consecutivas as posições compradas na divisa europeias vêm sendo elevadas pelos especuladores, ou seja, apostando na valorização da divisa.

 

Além do fundo de recuperação aprovado pela União Europeia em julho, vem crescendo a percepção de que a economia da zona do euro vai se recuperar em ritmo mais forte que a americana, ainda marcada por crescimento expressivo dos casos de coronavírus e estados tendo que rever planos de reabertura dos negócios, destaca o ING. “O apetite por dólar tem caído, apesar de a demanda por um porto seguro ter aumentado”, observam os estrategistas de moedas do ING.

 

As apostas dos especuladores no real na CME seguem vendidas, sem muita alteração em relação as últimas semanas. Nessa estratégia, o investidor ganha com o enfraquecimento da moeda brasileira. Na semana passada, os investidores estavam vendidos em 10,7 mil contratos, ante 10,8 mil da semana anterior, segundo os dados da CFTC.

 

No mercado futuro da B3, os movimentos têm sido mistos, com investidores estrangeiros mais cautelosos com o real e os fundos nacionais mais otimistas. Os estrangeiros elevaram na sexta-feira posição comprada em dólar futuro em 18.700 contratos, o equivalente a US$ 935 milhões, de acordo com dados da Bolsa monitorados pela corretora Renascença. Já os fundos nacionais seguem mais confiantes no real e elevaram posições vendidas em dólar futuro em 14.481 contratos na sexta, US$ 725 milhões, o nível mais alto desde o início de fevereiro. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:39

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.31400 1.8593 5.33680 5.21280

Dólar Comercial (BM&F) 5.1602 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5321.500 1.75925 5341.500 5217.000

DOLAR COMERCIAL 5235.000 31/07

 

 

BOLSA

Após um início de sessão cauteloso, refletindo preocupações quanto à insistência do governo em adotar imposto semelhante à CPMF em troca de desonerações tributárias – ideia mal assimilada pelo mercado e pelo Congresso -, o Ibovespa ensaiou se firmar em alta à tarde, em linha com o dia positivo no exterior, onde dados de atividade favoráveis na China, Europa e nos EUA sustentaram o apetite por risco desde cedo.

 

Ao final, alternando leves ganhos e perdas em direção ao encerramento, ficou mesmo em terreno negativo pela terceira sessão, no menor nível desde o último dia 24, em baixa nesta segunda-feira de 0,08%, aos 102.829,96 pontos. Hoje, oscilou entre mínima de 102.304,26 e máxima de 103.863,33 pontos, com giro financeiro forte, a R$ 30,5 bilhões nesta primeira sessão de agosto, mês que se mostrou negativo nos dois últimos anos – após avanço de 7,46% no mês em 2017, houve perda de 3,21% em 2018 e de 0,67% no ano seguinte. Em 2020, o índice da B3 acumula agora perda de 11,08%.

 

A distância entre a mínima e a máxima da sessão foi relativamente moderada e, após quatro meses de ganhos – perto de 41% no intervalo -, o índice tende a perder parte do dinamismo observado desde abril, em meio a incertezas externas e domésticas, apontam analistas, com o Ibovespa não tão distante das marcas projetadas para o fim do ano. Nesta sessão, contudo, poderia ter prevalecido uma conjunção de dados positivos nas principais economias, a começar pela leitura da Caixin para o PMI da China em julho, a 52,8, acima da observada no mês anterior, destaca a Upside Investor Research. Também houve melhora, acima do esperado, na atividade industrial da zona do euro e dos EUA.

 

Nos EUA, a atenção se volta nesta semana para uma solução do impasse entre democratas e republicanos sobre a prorrogação do auxílio financeiro aos consumidores e, na sexta-feira, para a divulgação do relatório de julho sobre o mercado de trabalho americano. “O relatório será fundamental para as expectativas de estímulo. Um relatório ruim provavelmente forçará Washington a concluir a extensão dos benefícios mais perto do nível de US$ 600 por semana (para cada trabalhador desempregado)”, aponta em nota Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA em Nova York.

 

Por aqui, a expectativa de novo corte da taxa Selic nesta quarta-feira mantém vivo o fluxo de recursos da renda fixa para a variável, na falta de alternativas de retorno para o investidor doméstico, em momento no qual o estrangeiro continua a sair da B3.

 

Em julho, até o dia 30 (quinta passada), os investidores estrangeiros sacaram, em termos líquidos, R$ 6,566 bilhões da B3, elevando o saldo negativo acumulado no ano a R$ 83,071 bilhões, conforme dados divulgados hoje pela Bolsa. O mercado aguarda corte de 0,25 ponto na taxa de juros neste meio de semana, que a traria para nova mínima, de 2,00% ao ano – expectativa também para o comunicado do Copom, especialmente se deixará aberta ou não a possibilidade de corte posterior.

 

O mercado aguarda também a divulgação do balanço de ItaúUnibanco, hoje, depois do fechamento, e, na quinta-feira (6), antes da abertura, dos números trimestrais do Banco do Brasil. Nesta segunda-feira, o segmento, de maior peso na composição do índice, contribuía para que o Ibovespa ensaiasse alta à tarde, com destaque para avanço então de 3,39% em BB ON e de 2,24% em Itaú PN – ao final, ambas limitaram os ganhos do dia, respectivamente, a 2,29% e 1,49%, enquanto as de outros grandes bancos passavam a terreno negativo, com Bradesco PN em baixa de 1,07%, a ON, de 0,39%, e a unit do Santander, de 0,84%, no encerramento da sessão.

 

Com sinais favoráveis sobre a economia global, o dia positivo para os preços do petróleo e do minério de ferro não foi o suficiente para as ações de commodities, que tiveram desempenho ruim na sessão: Petrobras PN e ON em baixa respectivamente de 1,80% e 1,59%, e Vale ON devolvendo os ganhos observados mais cedo, para fechar em baixa de 0,74%. Por outro lado, os dados chineses, e a variação positiva de quase 5% nesta segunda-feira no preço do minério de ferro em Qingdao, a US$ 116,03 por tonelada, deram impulso ao setor de siderurgia, em especial CSN (+6,29%, na ponta do Ibovespa) e Usiminas (+3,32%), em dia marcado também por forte avanço do dólar, em alta superior a 2% ao longo do dia (ao final, +1,86%, a R$ 5,3140). Logo abaixo de CSN, B2W (+5,60%) e JBS (+4,46%) fecharam o pódio do Ibovespa na sessão. No lado oposto, Cogna cedeu 5,19%, RaiaDrogasil, 4,54%, e CVC, 3,85%.

 

“Hoje, Petrobras, Vale e Ambev (-1,37%), ações de grande peso, seguraram o Ibovespa. A realização da última sexta em fim de mês tirou um pouco da força do índice, que parecia se encaminhar para os 110 mil, após chegar na semana passada aos 105 mil. Na virada do mês, houve um pouco de pé atrás”, diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. (Luís Eduardo Leal – luis.leal@estadão.com)

 

 

17:21

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 102829.96 -0.07995

Máxima 103863.33 +0.92

Mínima 102304.26 -0.59

Volume (R$ Bilhões) 3.05B

Volume (US$ Bilhões) 5.75B

 

 

 

 

17:39

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 103125 0.02425

Máxima 104075 +0.95

Mínima 102325 -0.75

 

 

 

 

JUROS

O mercado de juros começou agosto em ritmo lento, com liquidez baixa e pouca oscilação nas taxas, que estiveram desde a manhã até o fechamento rondando os níveis de ajuste anterior, mas com viés de alta imposto pelo câmbio. Na última hora de negócios, quando atingiram as mínimas, as taxas chegaram a zerar o discretíssimo avanço, mas sem forças para se firmar em queda. Dada a agenda de indicadores restrita e sem notícias de impacto em Brasília nesta segunda-feira, também não houve mudança no quadro de apostas para a Selic, com a curva mantendo cerca de 80% de probabilidade corte de 0,25 ponto porcentual esta semana.

 

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021, que melhor capta as apostas para a Selic nas reuniões do Copom em 2020, hoje o mais líquido, começou a semana do Copom girando 148,5 mil contratos, muito abaixo da média diária de 240 mil registrada nos últimos 30 dias. A taxa rompeu mais um nível, o de 1,90%, encerrando a 1,895% (mínima), de 1,903% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa estável em 3,65%. E a taxa do DI para janeiro de 2027 encerrou a 6,06% (mínima), de 6,07% no ajuste de sexta-feira.

 

André Alírio, operador de renda fixa da corretora Nova Futura, afirma que em “condições normais”, períodos de começo de mês costumam ser marcados por um certo apetite do investidor, o que não parece ser o caso desta vez. “Em início de mês, o direcional está mais para cima, há uma certa animação, mas este mês parece que o pessoal quer dar uma segurada diante das indefinições do cenário”, afirma. Segundo ele, como o mercado já está bem posicionado para o corte da Selic, agora espera alguma sinalização do comunicado sobre os passos seguintes para montar posições, o que ajuda também a explicar o volume mais contido.

 

Entre as indefinições do cenário está a dúvida sobre o que terá mais peso na avaliação do comitê. Há sinais de retomada da economia sem pressões inflacionárias de um lado, mas também aumento dos riscos fiscais e a discussão sobre o limite inferior da Selic de outro, e tudo deve ser calibrado na linguagem do comunicado. “É realmente um jogo de xadrez, mas já com poucas peças para se movimentar”, disse Alírio.

 

Com as questões domésticas no centro das atenções, a influência do câmbio sobre a curva foi menor, uma vez que o real hoje foi afetado pela força global do dólar e não tanto por fatores internos. Além disso, há muito tempo que o pass-trough do câmbio para os preços deixou se ser uma preocupação para a política monetária. O desempenho mais firme da moeda americana até trouxe leve pressão para a ponta longa em parte do dia, mas não impediu por exemplo que as taxas marcassem mínimas à tarde, quando a cotação oscilava na casa dos R$ 5,31 e R$ 5,32.

 

Na curva, a precificação apontava 83% de chances de queda da Selic para 2% na quarta-feira, ante 17% de probabilidade de manutenção. Para setembro, havia 32% de chance de queda de 0,25 ponto. Os cálculos são do Haitong Banco de Investimento. Nas opções digitais de Copom, o prêmio para a de queda de 0,25 ponto se sustenta acima de 70 pontos-base desde o fim da semana passada, ao mesmo tempo em que a de manutenção vem rodando abaixo de 20 pontos. Paralelamente, o prêmio para a de corte de 0,5 ponto saiu de 6 para 9 pontos.

 

Por mais que a ideia de corte de 0,25 ponto da taxa na quarta-feira pareça bem consolidada, não se pode descartar alguma movimentação no quadro de apostas em função da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de junho, amanhã. A mediana das estimativas é de expansão de 7,8% em relação a maio. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:38

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.96

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 2.15

Over Selic (%a.a) 2.15

 

 

 

 

 

 




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