SELIC TERMINAL A 9,75% GANHA FÔLEGO, MAS COMMODITIES EM QUEDA PENALIZAM REAL

A segunda etapa da sessão desta terça-feira foi de consolidação das apostas mais
conservadoras (hawkish) para os próximos passos do Banco Central. Ecoando o farto
noticiário da manhã, a curva passou a estimar Selic terminal em 9,75% e a redução de
0,25 ponto porcentual em junho já se tornou quase unânime (92% de chance precificada).
A ata do Copom reforçou o comunicado mais cauteloso, com os dirigentes mostrando-se
cada vez mais dependente de dados. Assim, o IPCA-15 acima da mediana das estimativas
e com abertura desfavorável corrobora o quadro que levou ao aumento dos juros futuros
hoje. Mas, ao contrário do que costuma ocorrer quando o cenário de Selic mais alta se
consolida, o real não conseguiu manter-se em alta no pregão. O benefício para a taxa de
câmbio doméstica foi suplantado pela queda das commodities e a moeda americana à
vista subiu aos R$ 4,9828 (+0,19%). Lá fora, o dia também foi de alta leve do dólar ante
moedas fortes, com o investidor já no aguardo de dados de inflação e atividade. Os
rendimentos dos Treasuries, por sua vez, estenderam a baixa após leilão de T-notes de 5
anos. Já as bolsas de Nova York caíram, com mais uma vez o setor de tecnologia liderando
a correção. Aqui, o Ibovespa terminou nos 126.863,02 pontos, em dia de giro fraco de
negócios. Petrobras (ON -0,93% e PN -1,10%) e Vale (-1,27%) destacaram-se entre as
perdas, ao passo que bancos (como Itaú Unibanco PN, +1,99%) tiveram ganhos.
•JUROS
•CÂMBIO
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•BOLSA
JUROS
Os juros futuros subiram nesta terça-feira, com ajustes à mensagem hawkish da ata do
Copom e ao IPCA-15 de março acima da mediana das estimativas e com leitura negativa
dos preços de abertura. O trecho mais pressionado foi o intermediário, em que se
concentram as expectativas para o ciclo de queda da Selic, como reflexo da correção das
apostas para a taxa terminal, que voltavam aos 9,75% nesta tarde. Para o Copom de
junho, o mercado já precifica em torno de 90% de chance de redução do ritmo de corte.
Às 17h13, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava
em 9,925%, de 9,883% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subia a 9,88%, de
9,81% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,12%, de 10,05% ontem,
a do DI para janeiro de 2029 avançava a 60%, de 10,55%.
Sem destaques hoje nos mercados internacionais, o impacto da agenda da super terça foi
potencializado na curva de juros, inclusive no volume de contratos negociados, hoje
bastante forte. Ontem, as taxas caíram, descoladas da alta dos yields dos Treasuries,
justamente porque o mercado tentou antecipar uma eventual suavização do tom da ata e
um dado benigno de inflação. Nesta terça, houve um choque de realidade, após o
documento colocar em xeque um novo corte da Selic em 0,5 ponto porcentual em junho e
após a surpresa negativa do IPCA-15.
A ata explicou que a elevação da incerteza que justificou a mudança no forward guidance,
que limitou a sinalização de queda de 0,5 ponto apenas à “próxima reunião”, está
relacionada a fatores internos e externos. Lá fora, o Banco Central vê um cenário de
desinflação global mais incerto, em função da resiliência da atividade nos EUA. Aqui, há
preocupações sobre o impacto das pressões salariais no ritmo da inflação de serviços.
“Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da
meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente
retardar a convergência da inflação”, afirma a ata.
Outro elemento hawkish foi a afirmação de que para alguns membros, se a incerteza
prospectiva permanecer elevada, um ritmo mais lento de distensão monetária pode
revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir.
Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Mauricio Rosal, o mercado vinha
muito otimista com a política monetária, mesmo com os dados já apontando piora do
cenário prospectivo para a inflação e resiliência da atividade. “Então, o que vimos hoje foi
um recomposição dos prêmios frente ao discurso do BC”, disse.
O economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual, avalia que as chances da incerteza
continuar no radar são grandes e, com isso, a cautela na condução da política monetária
será exercida. Caso o cenário se deteriore ou se altere substancialmente para pior,
acrescenta, o Copom poderá reduzir a dose para 25 pontos-base em junho e uma
indicação de pausa no ciclo não estaria fora do radar, mas ainda com menor
probabilidade de ocorrência.
O IPCA-15 de 0,36% em março superou a mediana das estimativas (0,32%) e preços de
abertura decepcionaram. Alimentação no domicílio (1,16% para 1,04%) desacelerou
aquém do esperado (0,82%) e o ritmo de queda da inflação de serviços e serviços
subjacentes, que foi destaque hoje na ata do Copom, também frustrou. As altas de 0,07%
e 0,40%, respectivamente, segundo números do BV, vieram acima das medianas (-0,13%
e 0,33%). Em 12 meses, serviços e serviços subjacentes seguem rodando na casa de 5%,
bem longe da meta de 3,0% definida para 2024.
A ata e do IPCA-15 resultaram em ajustes na precificação de Selic na curva de juros. A
projeção de taxa terminal voltou a 9,75%. Para o Copom de maio, a curva manteve os -49
pontos vistos ontem. Mas para junho a precificação passou de -30 para -27, ou seja, a
probabilidade de queda da Selic em 25 pontos-base subiu de 80% para 92%, enquanto a
de 50 pontos caiu de 20% para 8%. Em julho, a curva tem -16 pontos, o que representa um
mercado bastante dividido entre manutenção e redução de 25 pontos.
Em contrapartida, para os meses de setembro e novembro, que ontem estava “zerados”,
hoje mostravam apostas marginais em corte, indicando que o mercado está
redistribuindo o orçamento de quedas para compensar os ajustes feito nos meses de
junho e julho.
Com atenções voltadas à agenda da manhã, não houve reação das taxas ao resultado do
Governo Central divulgado nesta tarde, até porque o déficit de R$ 58,4 bilhões em
fevereiro ficou em linha com a mediana das estimativas.
Na entrevista para comentar os números, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério
Ceron, afirmou que a discussão sobre atingir as metas de superávit de 0,5% do PIB em
2025 e de 1% em 2026, estabelecido pelo arcabouço fiscal, é “relativa”. Ele reforçou que o
grande objetivo da equipe econômica do ponto de vista da política fiscal é levar o
resultado das contas públicas para um cenário de equilíbrio.
CÂMBIO
O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 26, em leve alta no mercado
doméstico de câmbio, em dia marcado por queda das commodities, em especial do
minério de ferro, e sinal predominante de alta da moeda americana no exterior.
Mensagem mais dura da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e a leitura acima
das expectativas do IPCA-15 em março contribuíram para manter o mercado de câmbio
na defensiva.
Uma vez mais, o dólar à vista correu entre margens estreitas, com variação de menos de
três centavos entre a mínima (R$ 4,9664), pela manhã, e a máxima (R$ 4,9938), no início
da tarde. No fim do dia, a moeda era negociada a R$ 4,9828, em alta de 0,19%. Em março,
o dólar ainda acumula leve valorização (+0,21%).
Fatores técnicos com início da rolagem de posições no segmento futuro às vésperas da
disputa formação da última taxa ptax do mês, na quinta-feira, 29, também contribuíram
para o tropeço do real. Operadores observam que a cotação do dólar futuro para abril
ficou abaixo do valor do dólar à vista, o que revela baixa liquidez no mercado spot.
“O cupom cambial está altíssimo. O mercado spot está seco, com falta de venda de dólar.
Ou tem muita demanda de compra. E a tendência é que o dólar suba”, afirma o head da
Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.
No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma sexta de
seis divisas fortes – operou entre estabilidade e ligeira alta, acima da linha dos 104,000
pontos. A moeda americana ganhou força em relação a pares do real cujo desempenho é
mais atrelado a commodities, como o peso chileno e o rand sul-africano, mas caiu na
comparação com o peso mexicano.
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que o dia foi
marcado por um mau humor generalizado com ativos locais com investidores digerindo o
tom mais duro da ata do Copom.
“A perspectiva de queda menor dos juros deveria segurar o câmbio. Mas, no curto prazo, o
efeito sobre o real é negativo. Uma das formas de se desfazer de posições aplicadas em
juros futuros é comprar dólar”, diz Borsoi, que, após a decisão do Copom na semana
passada, alterou a projeção para taxa Selic no fim deste ano de 9% para 9,5%.
“Além disso, tivemos também a questão das commodities, com o minério de ferro
recuando muito. Preços de commodities agrícolas, como soja e milho, também caíram, o
que piora os termos de troca e prejudica o real”, acrescenta o economista.
No comunicado da semana passada, o Copom alterou seu chamado “foward guidance”.
Pretextando aumento de incertezas aqui e lá fora, o colegiado do BC passou a antever
novo corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual “na próxima reunião”, e não “nas
próximas reuniões” como nos comunicados anteriores.
Divulgada pela manhã, a ata relevou um Copom preocupado com a dinâmica da inflação
de serviços, em meio a um mercado de trabalho apertado e atividade mais aquecida do
que se esperava. No documento, o BC também alerta para as incertezas na continuidade
do processo de desinflação nos Estados Unidos, que seria mais custoso em seu estágio
final.
A leitura majoritária dos analistas é de que a ata foi “hawkish” e ampara a tese de que o
Copom, ao adotar um modo “data dependent”, está preparando o terreno para reduzir o
ritmo de queda da taxa Selic em algum momento. No mercado de juros futuros, as
apostas de redução dos juros em 0,25 ponto porcentual em junho, que já eram
majoritárias ontem, avançaram ainda mais hoje.
O IBGE informou pela manhã que o IPCA-15 de março desacelerou de 0,78% em fevereiro
para 0,36% em março, acima da mediana de Projeções Broadcast (0,32%). Houve,
conduto, redução do índice de difusão e desaceleração dos serviços subjacentes,
embora menor que a esperada pelo mercado.
“Dada a altura do ciclo de política monetária, as leituras do IPCA neste momento
deveriam ser melhores. A parte de serviços ainda está com uma cara ruim”, afirma Borsoi,
da Nova Futura. “Um Copom mais conservador pode melhorar o carry e beneficiar o real,
mas o ambiente ainda é de muita incerteza, com perda de tração das commodities”.
17:29
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.98280 0.1890 4.99380 4.96640
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4980.000 0.1206 4992.500 4964.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4995.500 0.1303 5006.500 4982.000
MERCADOS INTERNACIONAIS
Os retornos dos Treasuries se consolidaram em queda nesta tarde, após a demanda
abaixo da média de um leilão de T-notes de 5 anos pesar sobre os rendimentos. O dólar,
na contramão, conseguiu reverter a leve queda vista mais cedo, mantendo os próximos
dados de inflação americana no radar, enquanto o preço do petróleo – que oscilava pela
manhã – ampliou perdas mesmo diante de preocupações com a oferta. No mercado
acionário, os índices de Nova York viraram nos minutos finais do pregão e fecharam em
queda. Embora tenham sido apoiados pelos ganhos de quase 3% da Tesla, as bolsas não
acompanharam os pares europeus, depois da bolsa de Frankfurt atingir novo recorde
nesta tarde.
Enquanto investidores mantêm os próximos dados do índice de preços de gastos com
consumo (PCE, na sigla em inglês) no radar, as expectativas para o primeiro corte de juros
pelo Federal Reserve (Fed) seguem ancoradas na reunião de junho, segundo o
monitoramento do CME Group. De acordo com relatório da S&P Global, o Fed deve
reduzir os juros em 75 pontos-base ao longo deste ano, começando em junho, e cortar as
taxas em mais 125 pontos-base em 2025.
Pela manhã, dados do Conference Board dos Estados Unidos indicaram que a confiança
do consumidor caiu mais do que o esperado em março, o que pesou sobre os juros dos
Treasuries e os colocou em viés negativo. O viés foi confirmado mais tarde, após um leilão
de US$ 67 bilhões em T-notes de 5 anos registrar demanda abaixo da média. Tudo
somado, perto das 17h, o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,588%, o da T-note de 10
anos tinha queda a 4,232%, e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,397%.
Já no câmbio, o dólar, que oscilava mais cedo, teve pequenos ganhos contra rivais
desenvolvidos. Segundo o City Index, investidores aguardam os dados do PCE e, se os
dados da inflação nos EUA começarem a diminuir novamente, “poderemos testemunhar
uma baixa para o dólar nos próximos meses”. Mesmo assim, a gestora afirma que o
movimento do dólar contra o iene hoje indica um possível ensaio para um “rompimento
ascendente”, ampliando os ganhos da moeda americana contra a japonesa.
Contra o euro, o dólar chegou a recuar pela manhã – na esteira de dados da confiança do
consumidor alemão melhores do que o esperado -, mas o ímpeto não durou. Hoje
também, a S&P Global atualizou sua perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) de países emergentes excluindo China, de 3,8% ao ano para 3,9% ao ano, uma
desaceleração comparado ao crescimento estimado em 2023, de 4,0%. No fim da tarde
em Nova York, o dólar subia a 151,54 ienes; o euro recuava a US$ 1,0833 e a libra era
cotada em queda a US$ 1,2629. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de
moedas fortes, registrava variação positiva de 0,08%, a 104,314 pontos.
O fortalecimento do dólar acompanhou o enfraquecimento do petróleo, que no período
da manhã já operava com viés negativo, mas consolidou perdas mais para perto do
fechamento. Analistas afirmam que, mesmo assim, as preocupações com possíveis
choques de oferta permanecem, e o Citi afirma que é possível que o barril do Brent
chegue a US$ 90 no curto prazo, caso os temores sobre o abastecimento russo
permaneçam. O WTI para maio fechou em queda de 0,40% (US$ 0,33), a US$ 81,62 o
barril, na Nymex, e o Brent para junho recuou 0,52% (US$ 0,45), a US$ 85,63 o barril, na
Intercontinental Exchange (ICE).
No noticiário corporativo, investidores monitoraram os desdobramentos de rumores de
que a Tesla busca aumentar as vendas de seu software de condução autônoma para
contornar a redução de entregas de veículos elétricos (VEs). Além disso, hoje, foi
anunciado que a Ark Invest e sua CEO Cathie Wood ampliaram sua participação em
ações da Tesla. Com isso, os papéis da fabricante de VEs subiram 2,92% hoje e tiveram a
melhor performance dentre os “Sete Magníficos”.
No fim do pregão, as bolsas de Nova York perderam o ímpeto e viraram para o vermelho,
puxadas pelo desempenho das big techs, que já entravam em modo de cautela para os
dados da inflação dos EUA de quinta e sexta-feira. Para Louis Navellier, da gestora
Navellier, a tendência de curto prazo das ações continua sendo altista. “É provável que a
dinâmica continue a ser alimentada pelos fluxos de fundos provenientes da enorme
quantidade de dinheiro de investimento ainda em caixa”, escreve, ao destacar que os
mercados acionários receberão um novo incentivo assim que o Fed começar seu ciclo de
flexibilização. No fechamento, o índice Dow Jones caiu 0,08%, aos 39.282,33 pontos; o
S&P 500 caiu 0,28%, aos 5.203,58 pontos; e o Nasdaq recuou 0,42%, aos 16.315,70
pontos.
BOLSA
O Ibovespa se manteve próximo da estabilidade pela segunda sessão consecutiva,
amparado pelas ações de grandes bancos. Os ganhos do setor refletiram a avaliação, no
mercado, de que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou menos cortes da
taxa Selic este ano. Na outra ponta, a queda dos preços do minério de ferro e petróleo
derrubou os papéis da Vale e Petrobras e impediu uma valorização do índice.
No fim do dia, o Ibovespa tinha 126.863,02 pontos, uma queda de 0,05%, depois de ter
oscilado em margem estreita ao longo do dia, entre a mínima, de 126.590,67 (-0,27%), e a
máxima, de 127.192,86 (+0,21%). Apesar da agenda mais cheia de indicadores, a liquidez
voltou a ficar abaixo da média, com giro de R$ 19,4 bilhões.
A queda do Ibovespa hoje foi um pouco mais contida do que a dos pares de Nova York,
onde o Dow Jones caiu 0,08%, o S&P 500 perdeu 0,28% e o Nasdaq cedeu 0,42%.
Ajustes nas apostas do mercado para os próximos passos da política monetária foram o
destaque da sessão, respondendo à divulgação da ata do Copom. O documento
confirmou o tom mais conservador adotado no comunicado da última quarta-feira, 20, e
indicou para o mercado que uma desaceleração do ritmo de cortes da taxa Selic em
junho, de 0,5 para 0,25 ponto porcentual, é mais provável do que se imaginava antes.
Também divulgado pela manhã, o IPCA-15 de maio fortaleceu essa percepção ao avançar
0,36% – acima do consenso, de 0,32% -, com uma surpresa para cima no grupo de
serviços subjacentes, acompanhado de perto pelo Banco Central.
No fim do dia, quase todas as apostas embutidas na curva de juros indicavam uma
desaceleração do ritmo de cortes da Selic a 0,25 ponto em junho, enquanto a
precificação para a taxa no fim de 2024 era de 9,75%. Entre os departamentos
econômicos, instituições como Bank of America e Barclays reiteraram a expectativa de
redução dos juros em 0,5 ponto em junho, mas reconheceram que a chance de uma baixa
menor cresceu.
Segundo o analista quantitativo da CM Capital Marcelo Nilson, a expectativa de juros
mais altos deu o tom da sessão. Ele destaca que os papéis de grandes bancos são
sensíveis à expectativa de uma taxa Selic maior, que tende a favorecer seus resultados.
Itaú Unibanco (PN +1,99%, na máxima) e Bradesco (PN +1,43%, ON +1,28%) deram
suporte ao Ibovespa hoje.
Na outra ponta, as duas principais influências negativas do dia partiram de Vale ON (-
1,27%) e Petrobras (PN -0,93%, ON -1,10%). Em ambos os casos, pesou contra as
empresas a queda dos preços das commodities às quais são sensíveis: no caso da
mineradora, o minério de ferro, que cedeu 3,57% em Dalian, na China, em meio a dúvidas
sobre a capacidade de recuperação da economia do país; e, no caso da petroleira, a baixa
em torno de 0,5% do petróleo.
“Juros maiores beneficiam os bancos, então a perspectiva de cortes não tão grandes
acaba favorecendo”, diz Nilson. “A Petrobras e a Vale são ativos muito correlacionados às
commodities, então, hoje, a queda delas está ligada a isso.”
Apesar desses movimentos, o analista da CM diz que a liquidez baixa, em função da
semana mais curta devido ao feriado de Sexta-feira Santa, impede que o Ibovespa engate
movimentos mais fortes. Taxas mais intensas, para cima ou para baixo, devem ficar para a
semana que vem, afirma.
As maiores altas nominais do dia ficaram com São Martinho ON (+4,13%), Localiza ON
(+2,72%), Pão de Açúcar ON (+2,33%) e Locaweb ON (+2,21%). Na ponta oposta, Casas
Bahia ON (-9,09%), Minerva ON (-8,73%), Magazine Luiza ON (-6,81%) e Totvs ON (-
5,79%).
17:29
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 126863.02 -0.0539
Máxima 127192.86 +0.21
Mínima 126590.67 -0.27
Volume (R$ Bilhões) 1.94B
Volume (US$ Bilhões) 3.90B
17:29
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 127640 0.0627
Máxima 127925 +0.29
Mínima 127105 -0.36