RALI PERDE ÍMPETO À TARDE, MAS BOLSA E REAL ANOTAM MÁXIMA EM 14 MESES COM COMMODITIES

Cenário

O investidor local pôs o pé no freio ao longo da tarde desta segunda-feira, ainda que o sinal positivo dos ativos locais tenha permanecido. O pano de fundo ainda seguia sendo a forte valorização das commodities, amparadas por expectativas de maior demanda da China e por sinais de restrição de oferta de petróleo e produtos agrícolas. Mas houve um contraponto doméstico, com a confirmação, por parte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo estuda acabar com os juros sobre capital próprio (JCP) no ano que vem. A medida aumentaria a carga tributária sobre bancos e outras companhias que fazem uso mais intenso deste mecanismo para remunerar os acionistas. O resultado desse mix de tendências foi salto firme de papéis na Bolsa ligados a materiais básicos, como Vale ON (+3,02%) e Petrobras (ON +2,07%; PN +2,09%), ao passo que grandes bancos tiveram queda consistente (Bradesco PN -2,70%, Itaú Unibanco PN -1,59%). Assim, depois de atingir o maior valor intradia em dois anos (121.771,71 pontos), o índice perdeu o fôlego e terminou em 121.341,69 pontos (+0,94%). De todo modo, foi a maior pontuação de fechamento desde 1º de abril de 2022, então aos 121.570,15 pontos. Quem também está maior nível desde abril do ano passado é o real. A moeda brasileira é beneficiada pela valorização das commodities e pelo diferencial de juros ainda atrativo. Na menor cotação do ano e desde 20 de abril de 2022, o dólar à vista desceu aos R$ 4,7331 (-0,99%). O câmbio comportado equilibrou a potencial pressão inflacionária dos materiais básicos, o que deu viés de queda para os juros futuros. Esse mercado se prepara ainda para os dados do IPCA-15 de amanhã, logo na abertura dos negócios. No exterior, a aposta que predominou na sessão é a de que o Federal Reserve não será tão duro em sua comunicação na decisão de juros da quarta-feira. Mesmo assim, papéis de tecnologia ainda têm mostrado receio. O Nasdaq subiu 0,19%, o Dow Jones avançou 0,52% e o S&P 500 ganhou 0,40%.

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Ao longo da tarde, o Ibovespa devolveu parte da intensidade que o havia alçado, mais cedo, ao maior nível intradia em quase dois anos, com a expectativa por estímulos econômicos na China impulsionando em particular a Vale (ON +3,02%), em dia negativo para as ações de grandes bancos, como Bradesco (ON -1,72%, PN -2,70%) e BB (ON -1,96%). Ao fim, a referência da B3 ainda mostrava ganho superior ao dos índices de Nova York na sessão, mas contido a 0,94%, aos 121.341,69 pontos, com giro financeiro a R$ 24,5 bilhões nesta segunda-feira.

Da mínima à máxima do dia, o Ibovespa foi dos 120.099,34 aos 121.771,71 (+1,29%), saindo de abertura aos 120.219,62 pontos. No melhor momento, atingiu hoje o maior nível intradia desde 12 de agosto de 2021, então aos 122.095,40 pontos. No mês, o índice da B3 acumula ganho de 2,76%, elevando o do ano a 10,58%. Foi o terceiro ganho consecutivo para o Ibovespa, em sua melhor sequência desde os sete avanços diários entre 1º e 12 de junho, há cerca de um mês e meio. O de hoje foi também o melhor nível de fechamento para o Ibovespa desde 1º de abril de 2022, então aos 121.570,15 pontos.

"As duas ações de maior peso no índice - Petrobras e Vale - impulsionaram hoje o Ibovespa em meio à expectativa pela concessão de estímulos à economia chinesa, grande consumidora de commodities. Na China, os dados econômicos têm vindo bem ruins, o que alimenta essa expectativa por estímulos, de que serão realmente necessários”, diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos. No fechamento, Petrobras ON e PN subiam, respectivamente, 2,07% e 2,09%, em linha com o avanço dos preços do Brent e WTI na sessão.

Na ponta do Ibovespa, e com alto volume de negócios na ação, destaque nesta segunda-feira para Weg (+7,21%), à frente de Eneva (+4,38%), Embraer (+4,37%) e 3R Petroleum (+4,11%). No lado oposto, IRB (-14,40%), Minerva (-4,38%) e Marfrig (-3,88%).

Na ponta ganhadora da sessão, o papel da Weg tem avançado desde que a empresa divulgou balanço na última semana, e ganhou impulso extra nesta segunda-feira com investidores animados por possível fornecimento para a Space X. O Broadcast apurou, no entanto, que a Weg não tem a empresa do bilionário Elon Musk como cliente, mas sim outra companhia que, por sua vez, atende a Space X. Procurada, a Weg preferiu não comentar o assunto.

No meio da tarde, contudo, o Ibovespa como um todo desacelerou, com piora concentrada no setor financeiro, de grande peso no índice. Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo estuda acabar com os juros sobre capital próprio (JCP) no ano que vem. Com isso, a tendência é que menos recursos sejam destinados aos acionistas. "Impacta não só os bancos, mas também várias empresas do varejo", diz Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.

A agenda da semana começa a ganhar dinamismo na manhã desta terça-feira, 25, com a divulgação do IPCA-15, prévIa da inflação oficial de julho, aponta Vanessa Naissinger, especialista da Rico Investimentos. "Se tiver um IPCA-15 bem abaixo do esperado, pode ser que o mercado volte a apostar em um corte maior da Selic na reunião da semana que vem, de meio ponto porcentual. Por enquanto, a expectativa majoritária segue em 0,25 ponto", diz Mota, da Manchester.

Além disso, "a temporada de resultados segue agitada: aqui no Brasil, teremos [nesta semana] a divulgação de balanços de Vale, Santander, Carrefour, entre outras; e nos Estados Unidos, as big techs Alphabet, Meta e Microsoft", diz Vanessa, da Rico. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Maria Regina Silva, Caroline Aragaki e Ludmylla Rocha)

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 121341.69 0.93574

Máxima 121771.71 +1.29

Mínima 120099.34 -0.10

Volume (R$ Bilhões) 2.45B

Volume (US$ Bilhões) 5.17B

17:35

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 122545 0.86838

Máxima 122800 +1.08

Mínima 121010 -0.40

CÂMBIO

O dólar à vista recuou 0,99% em relação ao real nesta segunda-feira, 24, a R$ 4,7331 - o menor nível no fechamento desde 20 de abril de 2022 (R$ 4,6204). Segundo operadores, a baixa da moeda respondeu a um ingresso de recursos estrangeiros no País, na esteira da forte valorização das commodities após novos ataques russos à infraestrutura ucraniana e do anúncio de mais uma rodada de estímulos à economia da China.

Esses fatores levaram a moeda americana a recuar também ante outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities, a exemplo do peso mexicano (-0,82%), rand sul-africano (-1,09%) e dólar australiano (-0,10%). Em contrapartida, dados de atividade mais fracos da zona do euro fizeram com que o dólar avançasse contra pares fortes, o que se traduziu em alta de 0,34% para o índice DXY, a 101,414 pontos.

Aqui, a moeda operou em queda durante todo o dia, exceto por uma máxima pontual de R$ 4,7834 (+0,06%). Na mínima, chegou a cruzar o piso dos R$ 4,73 e cair a R$ 4,7237 (-1,19%), no menor nível intradia desde 1º de junho do ano passado (R$ 4,7225). O contrato de dólar futuro para agosto movimentou cerca de US$ 12 bilhões e, no horário de fechamento do mercado à vista, caía 1,03%, a R$ 4,7380.

O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, afirma que a desvalorização do dólar em relação a divisas emergentes e ligadas a commodities refletiu a forte alta dos preços de commodities. Além do impacto dos ataques russos a terminais ucranianos no Rio Danúbio, ele destaca os efeitos do clima quente no Hemisfério Norte sobre os produtos. Os altos diferenciais de juros dos países também beneficiam as moedas.

Mas o real acabou sendo destaque entre os seus pares pela redução do risco-País ao longo dos últimos meses, devido à aprovação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária e à manutenção das metas de inflação em 3% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), segundo o analista. Oliveira acrescenta que a expectativa de aumento do rating do País também posiciona a moeda brasileira bem para os próximos meses.

"Há meses o Brasil está passando por uma redução de risco e isso parece estar ficando mais claro para parte dos investidores estrangeiros, que, quando comparam o País com outros mercados, veem uma mudança para melhor", afirma Oliveira. "Como o real continua desvalorizado em relação a outras moedas emergentes, eu acho que tem espaço para se valorizar ainda mais", completa.

Diante dos ataques russos à infraestrutura ucraniana e ao calor intenso no meio-oeste dos Estados Unidos, as commodities agrícolas fecharam o dia em alta na Bolsa de Chicago, com aumento dos preços de trigo (+8,60%), milho (+5,97%), soja (+1,62%) e óleo (+3,09%). O petróleo também mostrou ganhos expressivos, entre 2,05% (Brent) e 2,16% (WTI), após o Politburo chinês ter prometido estímulos adicionais à economia.

O CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, afirma que a alta das commodities e o apetite internacional por risco na sessão puxaram fluxo estrangeiro para o Brasil, o que explica não só o fortalecimento do real na sessão, como também a queda de até 5 pontos-base nos contratos mais longos de Depósito Interfinanceiro (DI). "Continua o cenário de se favorecer moedas emergentes, que têm o carrego bastante alto", diz.

Amanhã, as atenções dos investidores se voltam para a divulgação do IPCA-15 de julho e do relatório Focus do Banco Central, adiado devido ao ponto facultativo para servidores federais nesta segunda-feira, por causa do jogo da Copa do Mundo de Futebol Feminino. E, na quarta-feira, 26, o foco ficará com a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), para a qual se espera um aumento final de 25 pontos-base nos juros americanos.

Para o especialista de câmbio da Manchester Investimentos Thiago Avallone, o fim do aperto monetário do Fed nesta quarta pode favorecer o fluxo de recursos estrangeiros para outros países emergentes, incluindo o Brasil, o que pode apoiar novas baixas do dólar. Na mesma linha, Jolig, da Alphatree, vê espaço para que a moeda americana teste o nível de R$ 4,50 nos próximos três meses, mesmo com cortes da taxa Selic pelo Banco Central.

"Acredito que o BC vai iniciar o corte em agosto com uma baixa de 0,5 ponto porcentual, mas isso não muda o cenário para o real: até estarmos com a Selic abaixo de 10%, a boa vontade com o corte de juros é mais positiva do que negativa", afirma o profissional.

Oliveira, do Pine, afirma que uma decisão do Fed em linha com o esperado seria um "não-evento", mas poderia desencadear novas baixas do dólar em relação ao real na semana, devido a um fluxo de agentes que ainda aguardam esse desfecho. O economista vê espaço para queda da moeda americana abaixo de R$ 4,60 no curto prazo, mas afirma que a tendência é de valorização a um nível próximo de R$ 4,90 nos próximos 12 meses.

Na balança comercial, o Brasil teve superávit de US$ 1,690 bilhão na terceira semana de julho e acumula saldo positivo de US$ 5,967 bilhões no mês, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. (Cícero Cotrim - [email protected])

17:35

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.73310 -0.9915 4.78340 4.72370

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4737.500 -1.04439 4788.500 4729.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4767.000 -0.96603 4767.000 4766.000

JUROS

Após começarem a segunda etapa em queda firme na medida em que o dólar furava a barreira dos R$ 4,73, os juros futuros desaceleraram o ritmo no período da tarde, segurando o sinal de baixa apenas do trecho intermediário em diante. As taxas curtas chegaram ao fim da tarde estáveis, com os investidores acionando o modo espera pelo IPCA-15 de julho, amanhã. De todo modo, ao longo da sessão, o mercado conseguiu ter um bom desempenho, desafiando o avanço das commodities e a abertura da curva dos Treasuries, apoiado, em boa medida, pelo fluxo para economias emergentes traduzido também na valorização do real.

Às 17h15, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2024 tinha taxa de 12,69% - furando a barreira dos 12,70% pela primeira vez desde 4/5/2022 (12,51%), de 12,708% no ajuste de sexta-feira, e o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,70%, de 10,72%. A do DI para janeiro de 2027 recuava de 10,21% para 10,18% e a do DI para janeiro de 2029, de 10,58% para 10,54%.

Nas primeiras horas, as taxas oscilaram de forma lateral e a trajetória baixista foi definida somente após a bateria de índice de gerentes de compras (PMIs, em inglês) preliminares na Europa e Estados Unidos, que decepcionaram os investidores. Por outro lado, reforçaram a percepção de que os bancos centrais está semana têm pouco espaço para ações e sinalizações "hawkish". Na quarta-feira, haverá decisão sobre juros nos Estados Unidos e, na quinta, na zona do euro. Esta semana ainda tem encontro do Banco do Japão.

Ao mesmo tempo, as commodities, que já eram favorecidas pela promessa do Politburo - principal órgão decisório chinês - de mais medidas de apoio à economia, ganharam impulso das tensões geopolíticas, sobretudo as agrícolas após a Rússia atacar regiões estratégicas para transporte de grãos da Ucrânia. Cotações do trigo, milho e soja tiveram avanço expressivo.

Os preços do petróleo fecharam em alta de mais de 2%, com a leitura de que o aumento no trânsito de navios cargueiros entre Rússia e China por rotas no Ártico, sinalizam possível crescimento na demanda do país asiático. O WTI para setembro (US$ 78,74) fechou no pico desde 24 de abril.

Nas mesas de renda fixa, a percepção é de que a valorização de commodities estaria atraindo fluxo para emergentes, impulsionando moedas como o real e pressionando para baixo as curvas de juros e blindando contra a escalada dos rendimentos dos Treasuries. Hoje, curvas "pares" da brasileira, como as do Chile, Colômbia e África do Sul também cederam.

Tal fluxo, aparentemente, se sobrepôs aos temores da chamada inflação importada via commodities, pela ajuda do câmbio e também pela percepção de que a alta pode não se sustentar. O gerente de Renda Fixa e Distribuição de Fundos da Nova Futura Investimentos, André Alírio, lembra que os bloqueios russos parecem ser questões pontuais e não devem segurar o fluxo por muito tempo. "Além disso, ao representarem inflação de oferta, não me parece que vão exigir resposta das políticas monetárias, ainda mais num contexto de fraqueza das principais economias", disse.

Já o economista André Perfeito chama a atenção para o fato de que os preços internos da gasolina e do diesel estão se afastando "perigosamente" dos seus valores internacionais e criam risco concreto para a comunicação do Banco Central, que deve começar a reduzir a Selic. Segundo ele, citando dados da Abicom, o diesel está 16% abaixo e a gasolina, 20%, da paridade dos preços internacionais.

"Imagine um eventual corte e sinalização de mais cortes da Selic e, logo após a reunião, a Petrobras resolve subir a gasolina. De duas uma o mercado vai pensar: que a Petrobras esperou a decisão do Copom para subir a gasolina e nesse caso tentou manipular o BC ou que a melhora do câmbio já chegou ao limite no que tange a inflação e que não teremos mais melhoras na margem", avalia. Para ele, um corte de juros mais forte semana que vem que não for acompanhado por uma sinalização da Petrobras pode se tornar uma Vitória de Pirro, ou seja, a parte curta da curva cai mas devolve tudo na parte longa.

Enquanto a Bolsa reagiu mal à possibilidade de extinção dos juros sobre capital próprio (JCP) no ano que vem, que o governo admitiu estar em estudo, no mercado de juros a leitura foi mais neutra, até porque a medida tende a favorecer a arrecadação.

Nesta terça-feira, o mercado já no começo da sessão terá a Pesquisa Focus, postergada de hoje para amanhã em função do jogo da seleção na Copa do Mundo Feminina, e também o IPCA-15 de julho, para o qual a mediana das estimativas é de queda de 0,03%. Os preços de abertura estarão na berlinda, principalmente os de serviços. (Denise Abarca - [email protected])

MERCADOS INTERNACIONAIS

O apetite por risco se manteve durante grande parte do dia, com os mercados acionários em Nova York finalizando o pregão em alta, na expectativa de que o Federal Reserve (Fed) não será tão agressivo em sua decisão monetária de quarta-feira. A busca por risco também foi vista com o petróleo fechando em alta de mais de 2%, com perspectivas por maior demanda com a possibilidade de mais estímulos da China. O cenário de menos busca por segurança também influenciou os juros dos Treasuries, que subiram, enquanto o dólar consolidava alta, após queda do euro e da libra, seguindo dados da zona do euro e do Reino Unido apontarem para uma desaceleração da economia, sustentando a possibilidade de menos rigidez dos bancos centrais.

As bolsas de Nova York mantiveram o teor positivo durante a tarde, "à medida que cresce o otimismo de que o Fed não permanecerá agressivo e provavelmente sinalizará que fará mais uma alta e potencialmente fará uma pausa por um longo tempo", aponta o analista Edward Moya, da Oanda.

Na visão da Oxford Economics, uma alta de 25 pontos-base (pb) nos juros do Fed já está precificada pelo mercado, de forma que o foco estará, na verdade, na coletiva do presidente do BC americano, Jerome Powell. Segundo análise da consultoria britânica, há probabilidade de que Powell sinalize mais aumentos de juros, "mas o Fed adotará uma abordagem mais cautelosa, indicando que pulará um aumento em setembro".

Mais cedo ainda, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, na sigla em inglês) informou hoje que alguns bancos americanos não estão reportando estimativas de depósitos não segurados de acordo com orientação de órgãos reguladores. Segundo a FDIC, os avisos impactam instituições com mais de US$ 1 bilhão em ativos. Apesar disso, bancos tiveram alta, com o Bank of America subindo 2,10% e o Wells Fargo em alta de 1%.

Nesse cenário, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,52%, o S&P 500 subiu 0,40% e o Nasdaq avançou 0,19%, com destaque para o setor de energia, como Chevron (+1,97%) e ConocoPhillips (+1,62%), que avançavam na esteira do petróleo.

A commodity, por sua vez, ganhou impulso após declaração do principal órgão decisório da China, o Politburo, de que a expectativa é mais estímulos de apoio para a economia do país, ao que a Capital Economics avalia que a liderança chinesa está "claramente preocupada" com assuntos como "demanda doméstica insuficiente, dificuldades financeiras em alguns setores e um ambiente externo sombrio". Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 2,16% (US$ 1,67), a US$ 78,74 o barril. É o maior valor de fechamento desde 24 de abril. Já o Brent para igual mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 2,05% (US$ 1,67), a US$ 82,74 o barril.

Apesar de terem iniciado o dia em baixa, os retornos dos Treasuries se firmaram em alta ainda no começo da tarde. Apesar da expectativa de diversos analistas de que o Fed fará sua última alta nos juros dos Fed Funds em julho, a Navellier aponta que ainda há argumentos válidos para outros 50 pontos-base (pb) de aumento, "a menos que a inflação caia rapidamente". Perto do fechamento das bolsas de Nova York, a T-note de 2 anos projetava retorno em alta a 4,901%, a T-note de 10 anos avançava a 3,868% e o do T-bond de 30 anos subia a 3,929%.

Já o dólar, por sua vez, se manteve em território positivo ante maioria de rivais fortes após índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro, Alemanha e Reino Unido vierem abaixo da expectativa do mercado, na leitura preliminar de julho, sustentando a possibilidade de que o Banco Central Europeu (BCE) seja menos rígido, avalia o Commerzbank. Já olhando para o Federal Reserve (Fed), o TD Securities destaca que a expectativa é que o Fed entregue sua última alta de juros, abrindo caminho para uma queda do dólar no segundo semestre.

Já em relação ao iene, o dólar caiu, com possível realização de lucros após fortes ganhos na semana passada. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 141,52 ienes, o euro recuava a US$ 1,1063 e a libra tinha baixa a US$ 1,2817. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,27%, a 101,346 pontos. Já o dólar blue avançou a 552 pesos argentinos, após anúncio de que o Ministério da Economia da Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) teriam chegado a um "acordo inicial" sobre renegociação da dívida do país.

O governo da Argentina publicou hoje dois decretos no Boletín Oficial do país, seu Diário Oficial, que oficializam mudanças anunciadas no domingo, quando também foi dito que houve um "acordo inicial" para renegociar o pacote de ajuda com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Um documento oficial menciona uma nova cotação para as exportações de alguns produtos regionais e, em outro dos decretos, o Impuesto Para una Argentina Inclusiva y Solidaria (PAIS) é estendido também para a compra de dólares para poupança e importação.

Gostou do post? Compartilhe:
Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?