RALI LOCAL ARREFECE EM SINTONIA COM NY E DESONERAÇÃO, MAS BOLSA RENOVA RECORDE

A corrida para o risco em Nova York arrefeceu durante a tarde, em uma correção depois do forte rali que marcou o fim da sessão de ontem e a manhã de hoje depois da sinalização do debate de corte de juros nos Estados Unidos. O movimento gradualmente tirou força de ativos domésticos, que tiveram ainda um gatilho para caminhar para a zeragem dos ganhos: a derrubada do veto do presidente Lula à extensão da desoneração da folha de 17 setores por quatro anos. Embora estivesse no radar, pesou principalmente a sinalização do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de judicializar o tema. Ele insiste na inconstitucionalidade da matéria, mas também promete apresentar uma alternativa ao Congresso. Com isso, o mercado nem pôde aproveitar que parte da agenda econômica parece ter sido destravada, com as chances de a MP da Subvenção – principal aposta para a arrecadação no ano que vem – ser votada entre hoje e amanhã. Os juros futuros reduziram o ritmo de baixa e o dólar reduziu a queda a R$ 4,9151 (-0,12%) no fechamento. Ainda assim, no mercado de ações, o otimismo se sobressaiu. O Ibovespa renovou recorde histórico nominal de fechamento, aos 130.842,09 (+1,06%). Destaque para a subida de mais de 2% da Petrobras e o bom desempenho de varejistas. Nos Estados Unidos, pico histórico também do Dow Jones, aos 37.248,35 pontos (+0,43%), pelo segundo dia seguido. Aos 4.719,55 pontos no encerramento (+0,26%), o S&P 500 também está próximo da marca recorde.

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

A leitura de que Federal Reserve mostrou-se inclinado à possibilidade de iniciar um ciclo de redução de juros em 2024 sustentou os juros futuros em baixa durante boa parte da sessão, mas a partir do meio da tarde o fôlego se esvaiu e as taxas reduziram sensivelmente a queda. O rali deu lugar a uma realização de lucros, estimulada pelo exterior e pela derrubada do veto do presidente Lula à desoneração da folha de pagamento de 17 setores, pelo Congresso, que piora as condições fiscais para 2024. Durante o dia, os sinais do Fed acabaram prevalecendo sobre a mensagem do Copom, que não veio dovish como o mercado esperava.

O volume de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na B3 foi robusto. O vencimento para janeiro de 2025 voltou a girar mais de 1 milhão de contratos e encerrou com taxa de 10,110%, de 10,162% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2026 caiu de 9,73% para 9,71%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,81% (9,84% ontem) e a do DI para janeiro de 2029, em 10,24%, de 10,30%.

Nas mínimas da manhã, as taxas chegaram a fechar 20 pontos-base, tendo já ontem recuado de forma expressiva. O mercado ainda repercutia a leitura dovish do Fed, que mudou a sinalização para a política monetária, não somente não mais ameaçando com novas altas de juros como também admitindo que a possibilidade de cortes entrou no radar. Os rendimentos das Treasuries longas voltaram a cair com força, com o yield da T-Note chegando a tocar mínima em 3,88%, mas no fim do dia voltava ao patamar de 3,92%.

Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, afirma que o impacto das indicações do Fed não deu espaço para qualquer reação do mercado ao Copom, que “foi até conservador” nas considerações a respeito do ambiente externo, embora tenha reconhecido que está menos adverso. Na sua visão, como a entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell, na qual admitiu que houve discussões preliminares sobre a probabilidade de queda de juros entre os membros, terminou perto do fim da reunião do Copom, não houve tempo hábil para ajuste no comunicado. “O Fed mudando a mão abre espaço para o Copom ser menos conservador na ata, na qual poderá dar mais ênfase a essa melhora externa”, disse. A ata do Copom será divulgada na terça-feira, dia 19.

Outro estímulo à queima de prêmios pela manhã veio do dado fraco do setor de serviços. A queda nas vendas nos conceitos restrito (-0,3%) e ampliado (-0,4%) surpreendeu o mercado, cujo consenso era de altas de 0,3% e 0,2%. “Dentro da pesquisa, os setores mais afetados foram justamente aqueles mais sensíveis à renda e ao crédito, que devem perceber os efeitos do alívio na Selic somente no segundo trimestre de 2024”, afirmou Veronese.

Diante da indicação do Copom de mais dois cortes de 0,50 ponto na taxa básica, a aposta na ampliação do ritmo para 0,75 ponto no curto prazo praticamente saiu do radar, mas pela manhã a curva chegou a precificar nível terminal de 9%. À tarde, porém, com a piora dos ativos, a precificação voltou a ficar entre 9,25% e 9,50%.

O fôlego de baixa começou a arrefecer inicialmente por uma correção técnica vinda do exterior e depois ganhou corpo com as notícias fiscais, especialmente a derrubada do veto à desoneração da folha de pagamentos a 17 setores da economia até 2027, ainda que esperada pelo mercado. A Warren Rena diz que derrubada eleva a projeção de déficit primário de 2024, de 0,86% para 0,95% do PIB.

Para o estrategista-chefe da instituição, Sérgio Goldenstein, o mercado acabou reagindo ao acúmulo de notícias fiscais ruins nos últimos dias, que vinham passando batido. “E teve o comentário do Haddad dizendo que vai ser um problema fechar o Orçamento com a desoneração”, disse.

A prorrogação da desoneração no modelo atual, como quer o Congresso, custará mais de R$ 25 bilhões em 2024, uma renúncia que não está prevista no orçamento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o governo deverá acionar o Judiciário, o que pode prejudicar a articulação política num momento em que o Executivo depende muito do Congresso para aprovar a pauta fiscal.

“Essa medida viola a reforma da previdência, um dispositivo constitucional. Então é uma questão muito delicada. Já tem o parecer da AGU [Advocacia-Geral da União] sobre a inconstitucionalidade, e obviamente que o governo vai tomar as providências sem deixar de apresentar uma alternativa”, disse.

Pela manhã, o apetite ao risco que orientava os mercados abriu espaço para Tesouro colocar grandes lotes no leilão de prefixados, vendendo todas as 15 milhões de LTN ofertadas e 2,9 milhões de NTN-F, ou quase todo o lote de 3 milhões. As taxas das LTN intermediárias e longas saíram já abaixo de dois dígitos, na casa de 9%. Com o leilão de hoje, o Tesouro fechou a sétima semana consecutiva com emissões semanais acima de R$ 20 bilhões, destacou a Necton Investimentos.

CÂMBIO

O real tentou sustentar o ritmo de valorização em relação ao dólar de ontem, ainda amparado pelos sinais dovish do Federal Reserve (Fed) e, agora, também pelo compromisso do Banco Central brasileiro de não acelerar o ritmo de corte dos juros. Mas acabou sucumbindo no final do pregão ao temor fiscal, enquanto o mercado acompanhava a análise do veto à desoneração da folha de pagamentos pelo Congresso.

O dólar fechou em queda de 0,12% em relação ao real, a R$ 4,9151 – quatro centavos acima da mínima do dia, de R$ 4,8757 (-0,92%), registrada no início da sessão. A moeda oscilou abaixo da linha de R$ 4,90 durante a manhã e parte da tarde, mas firmou-se acima desse nível depois das 15h30, quando o veto foi derrubado. Na máxima, próxima do fechamento, tocou R$ 4,9176 (-0,07%), quase zerando as perdas do dia.

A derrubada do veto era esperada, mas profissionais do mercado citam a reação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como ponto que elevou a tensão nos mercados. Em uma entrevista a jornalistas, ele disse que o projeto de desoneração é inconstitucional e indicou que pode recorrer à Justiça para derrubar a medida.

Enquanto Haddad falava, o dólar subiu às máximas da sessão, descolado do exterior, onde caía firmemente em relação aos pares desenvolvidos e a outras moedas emergentes. Aqui, os juros futuros zeraram as quedas ao longo da curva, também descolados dos rendimentos das Treasuries americanas, que caíram hoje até 9 pontos-base.

“Além de o Congresso aprovar a prorrogação da desoneração, Haddad prometeu brigar pela inconstitucionalidade da medida, o que é um sinal ruim para a articulação política em plena temporada de aprovação de pautas arrecadatórias”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.

A equipe econômica tem apenas oito dias para aprovar as medidas ambicionadas para atingir o déficit primário zero em 2024, já que o Congresso entrará em recesso na sexta-feira da semana que vem, 22. Estão em discussão pautas essenciais para turbinar a arrecadação do ano que vem, como a medida provisória de subvenções ao ICMS, que será votada no plenário da Câmara após ter sido aprovada em comissão mista hoje.

O diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, nota que a derrubada dos vetos à desoneração descolou o real dos pares. Antes do tema ter entrado em debate, a moeda brasileira ganhava mais espaço, amparada pelo aumento do apetite por risco e pela visão de um diferencial de juros ainda grande entre Brasil e Estados Unidos, diz o analista.

“A queda do dólar refletiu a euforia depois do Fed, que tirou a pressão da curva de juros americana e do dólar e acabou abrindo espaço para os investidores alocarem um pouco mais em emergentes ou recolocarem o que tinham tirado”, afirma Rolha. “Com o Brasil sem demonstrar aceleração dos cortes e o Fed falando em cortar, tem combustível para potencializar o real.”

Mas, mesmo antes das votações, o dólar já caía um pouco menos aqui do que em relação a outros emergentes e a rivais fortes, em parte devido à persistente incerteza fiscal, completa Rolha. “O ambiente fiscal é o que vem prejudicando o real, impedindo uma performance melhor do que a que estamos tendo”, diz ele, que vê espaço para um desempenho positivo do real no início de 2024, com um noticiário mais escasso durante o recesso parlamentar.

A queda do dólar hoje em relação à divisa brasileira foi mais fraca do que na comparação com outras emergentes, como o peso chileno (-0,60%) e o rand sul-africano (-1,69%), e exportadoras de commodities, a exemplo do dólar australiano (-0,62%). Os preços do petróleo subiram entre 3,04% (WTI) e 3,16% (Brent) e as commodities agrícolas avançaram na Bolsa de Chicago, com ganhos de soja (+0,50%) e trigo (+1,73%).

A moeda americana também perdeu força na comparação com rivais fortes, com queda de 0,91% do índice DXY, a 101,934 pontos, seguindo a decisão dos BCs da Europa e Inglaterra de manterem os juros estáveis.

Às 18 horas, o contrato de dólar futuro para janeiro de 2024 caía 0,04%, a R$ 4,9160. O giro financeiro somava US$ 17,5 bilhões, bem acima das últimas sessões.

O fluxo cambial do Brasil foi negativo em US$ 775 milhões na semana passada, segundo o Banco Central. De 4 a 8 de dezembro, houve saída líquida de US$ 1,265 bilhão pelo canal financeiro e entrada de US$ 490 milhões pelo canal comercial. No ano acumulado de 2023, o fluxo é positivo em US$ 24,076 bilhões.

18:21

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.91510 -0.1158 4.91760 4.87570

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4921.500 0.07117 4921.500 4880.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4938.500 -0.03036 4996.000 4916.000

BOLSA

Mesmo com o Copom em tom cauteloso – sem sinais de que acentuará no curto prazo o ritmo de cortes da Selic, apesar da perspectiva mais suave do Fed para a política monetária nos Estados Unidos -, o Ibovespa conseguiu renovar nesta quinta-feira marcas históricas tanto no intradia como para o fechamento da sessão.

Em boa parte da tarde, parecia que ficaria no quase, para o fechamento: se pela manhã o pico histórico intradia foi elevado aos 131.259,81 pontos, perfurando marca que prevalecia desde 7 de junho de 2021, o índice da B3 perdeu fôlego na etapa vespertina. Mas perto do apito final, voltou a ganhar embalo, em alta pouco além de 1%, que foi o suficiente para empurrar o Ibovespa também a patamar recorde de encerramento, acima dos 130.776,27 pontos que estava em vigor desde a mesma data acima, há pouco mais de dois anos e meio.

Neste fechamento pós-Copom e pós-Fed, o Ibovespa mostrava alta de 1,06%, aos 130.842,09 pontos, saindo de mínima na abertura aos 129.469,02, que já correspondia a um dos melhores níveis de que se têm registro na B3. Na semana, o índice acumula agora ganho de 2,95% e, no mês, de 2,76% – no ano, avança 19,24%.

Na véspera de vencimento de opções sobre ações, e vindo do vencimento de opções sobre o Ibovespa ontem, o giro financeiro foi a R$ 34,2 bilhões nesta quinta-feira, acima da média habitual do ano para uma sessão sem vencimentos.

Na visão de analistas, volume fortalecido combinado a marca recorde indica confiança dos investidores em um rali sustentável, mesmo com a cautela mostrada ontem pelo Copom com relação ao ritmo de redução da Selic nos meses à frente, mantido no atual meio ponto porcentual. E o comportamento do câmbio, com o dólar na mínima do dia a R$ 4,87, sugere ingresso de fluxo na Bolsa, em sessão na qual o Ibovespa andou bem à frente dos índices de Nova York – com renovação de recorde pelo Dow Jones, ontem e também hoje, no fechamento, embora de avanços limitados para os três índices de referência, na sessão. Aqui, o dólar à vista mostrava queda mais discreta no fim do dia, de 0,12%, a R$ 4,9151.

Movidas pelo apetite a risco, as ações de primeira linha operaram em direção única, positiva, com Petrobras (ON +2,33%, PN +2,17%) à frente do grupo, em dia de recuperação de 3% para as cotações do petróleo. Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão, destaque para Dexco (+4,79%), Prio (+4,54%), Lojas Renner (+4,30%) e MRV (+4,23%). No lado oposto, Grupo Casas Bahia (-5,66%), Natura (-5,22%), Petz (-4,98%), Magazine Luiza (-3,95%) e SLC Agrícola (-3,66%).

“Conforme o consenso, o Copom cortou ontem a Selic em meio ponto porcentual, que fecha assim o ano a 11,75%. Com relação aos próximos passos, foi mantido o plural, para ‘próximas reuniões’, do forward guidance de outros cortes de meio ponto porcentual. Se tirassem o plural, teria sido menos conservador. Mas vai começar o ano com dois cortes iguais, de meio ponto, o que não deixa de ser bom e evita solavancos. O viés é favorável a risco, com a percepção de que se terá Selic de um dígito no próximo ano”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, que vê espaço para que prevaleça rali neste fim de ano.

“Até o Copom desta quarta-feira, parte do mercado estava acreditando em aceleração do ritmo de cortes da Selic, e não foi o que se indicou agora. Está contratada a manutenção do ritmo de redução nas ‘próximas reuniões’, mesmo com a melhora observada nos juros longos e da inflação no exterior. O cenário externo, embora tenha melhorado, ainda demanda cautela, mesmo com o tom mais suave, ‘dovish’, adotado pelo Fed”, diz Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, acrescentando que a comunicação após a decisão do Copom ainda não faz referência aos sinais emitidos pelo BC dos Estados Unidos, na tarde de ontem.

Na zona do euro e no Reino Unido, assim como no caso do Federal Reserve no dia anterior, as taxas de juros de referência foram mantidas em decisões de política monetária tomadas nesta quinta-feira, em linha com o esperado. Tanto o Banco Central Europeu (BCE) como o Banco da Inglaterra (BoE) deixaram claro, contudo, que o trabalho de combate à inflação não está completo, observa Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

“Tivemos um prolongamento dos ganhos de ontem na sessão desta quinta-feira, mas com um pouco mais de cautela, no exterior, depois do entusiasmo que houve com o Fed. O tom das autoridades monetárias, na zona do euro e na Inglaterra, veio um pouco mais duro”, acrescenta

18:18

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 130842.09 1.06361

Máxima 131259.81 +1.39

Mínima 129469.02 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.41B

Volume (US$ Bilhões) 6.98B

18:21

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 132890 0.51813

Máxima 133500 +0.98

Mínima 132395 +0.14

MERCADOS INTERNACIONAIS

O setor de tecnologia virou nesta tarde e entrou no vermelho em Nova York, em um movimento de correção que esfriou a euforia gerada ontem pelo aceno do Federal Reserve (Fed) aos cortes de juros. Ainda assim, o índice Dow Jones conseguiu encerrar em máxima histórica pelo segundo dia consecutivo, em meio à escalada de bancos. Energia também esteve em destaque, enquanto o preço do barril de petróleo acumulou ganhos superiores a 3%, com o barril do Brent voltando a ficar acima dos US$ 70. O movimento foi amplificado pela liquidação do dólar no exterior, à medida que bancos centrais da Europa se mostraram mais cautelosos que o Federal Reserve (Fed) na sinalização por cortes de juros. Assim, os rendimentos dos Treasuries continuaram em forte queda, com o da T-note de 10 anos abaixo de 4%.

A moderação no humor de Wall Street reflete o fato de as ações estarem sobrecompradas, pondera o analista Enzo Pacheco, da Empiricus Research, com os papéis de Amazon (-0,95%) e Microsoft (-2,25%) puxando o índice Nasdaq para baixo. A pressão das techs, porém, não foi suficiente para conter o avanço do Dow Jones, que fechou em máxima histórica pelo segundo dia consecutivo, puxado pelos bancos, que registraram alta de 4,15% no subíndice bancário do S&P 500, acompanhado também pela alta de 2,75% no índice de petroleiras e companhias de gás, que aproveitaram a subida do barril de petróleo, colocando o S&P 500 também perto de sua máxima histórica. O índice Dow Jones subiu 0,43%, aos 37.248,31 pontos, novo recorde histórico, o S&P 500 avançou 0,27%, aos 4.719,57 pontos e o Nasdaq fechou em alta de 0,19%, aos 14.761,56 pontos.

O petróleo subiu hoje apesar das atualizações da Agência Internacional de Energia (AIE) de que 2024 deve ter uma demanda menor do que o esperado e oferta mais abundante do que o previsto, mas o ímpeto visto nos mercados ainda não foi suficiente para afastar o preço do barril de suas mínimas recentes, com o fôlego acompanhando a liquidação do dólar em meio às sinalizações do Federal Reserve (Fed) de que a alta de juros nos Estados Unidos já chegou ao fim, enquanto os bancos centrais dos pares desenvolvidos, em sua maioria, seguiram um discurso mais cauteloso nas decisões de política monetária hoje, com Banco Central Europeu (BCE), Banco da Inglaterra (BoE), Banco da Suíça mantendo o atual patamar de juros. Entre emergentes, o Banco do México também preservou a taxa básica e chamou atenção para os riscos de alta da inflação. Confira detalhes na matéria especial publicada às 17h49. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro de 2024 o fechou em alta de 3,04% (US$ 2,11), a US$ 71,58 o barril, enquanto o Brent para o fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 3,16% (US$ 2,35), a US$ 76,61 o barril.

O retorno dos Treasuries seguiu o movimento de queda provocado pelo diferencial de juros nos EUA, e o rendimento da T-note de 10 anos foi pressionado abaixo de 4%, no menor nível desde julho de 2023.No fim da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos caía a 4,402%, o da T-note 10 recuava a 3,909% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,029%.

As sinalizações da presidente do BCE, Christine Lagarde, e do presidente do BoE, Andrew Bailey, de que ainda é cedo para debater cortes de juros foram na contramão da coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, ontem. Assim, o diferencial de juros menos favorável aos Estados Unidos pesou sobre a moeda americana, com o DXY caindo 0,89%, aos 101,956 pontos, nível mais baixo desde agosto. De acordo com o analista sênior do City Index, James Stanley, a inflação do Reino Unido de fato continua mais persistente do que nos EUA e na zona do euro, e isso vai exercer pressão ascendente sobre a libra enquanto esse diferencial se manter, com o BoE “cantando o refrão de taxas a níveis suficientemente restritivos”. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,0991 e a libra avançava a US$ 1,2766. O dólar baixava a 141,81 ienes.

De olho nas criptomoedas, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou que a adoção de criptoativos pode enfraquecer a estabilidade macrofinanceira e atrasar a transmissão da política monetária. Enquanto isso, no cenário geopolítico, a União Europeia decidiu, após reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, abrir o processo de entrada da Ucrânia e Moldávia no bloco.