RALI DOMÉSTICO GANHA MAIS FÔLEGO À TARDE, DE OLHO EM CHINA E NA EXPECTATIVA POR IPCA

O otimismo com a China que marca a sessão doméstica desde o início dos negócios nesta segunda-feira ganhou tração adicional ao longo da tarde, com o investidor local já tentando se antecipar à carregada agenda semanal de indicadores. Amanhã será divulgado o IPCA de agosto e a mediana do Projeções Broadcast (0,28%) tem sido considerada pelos agentes como relativamente alta para os padrões recentes. Isso deu margem a apostas de uma inflação mais benigna, considerando-se ainda a possibilidade de preços de abertura mais bem comportados. Os juros futuros chegam ao fim da sessão com viés de baixa, depois de uma manhã tímida nos movimentos. A Bolsa pegou o embalo do DI e chegou nos picos da sessão aos 117 mil pontos. O índice foi ajudado majoritariamente pela percepção de que a economia chinesa tomou algum fôlego, terminando o dia em 116.883,34 pontos (+1,36%). Assim, um dos destaques de alta foi de Vale ON (+1,44%). Ações do setor financeiro também tiveram boa performance. No mercado de câmbio, o dólar à vista desceu aos R$ 4,9312 (-1,04%), acompanhando comportamento externo da moeda americana. Operadores citam a agenda igualmente carregada lá fora, com destaque aos índices de inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) e ao produtor (PPI), respectivamente na quarta e quinta-feira. Em Nova York, destaque sobretudo para a arrancada das ações da Tesla (+10,09%), que puxaram o Nasdaq (+1,14%). A montadora de veículos elétricos teve seus papéis elevados à recomendação de compra pelo Morgan Stanley.

•JUROS

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

O mercado de juros deixou para trás as oscilações marginais que marcavam a sessão e no meio da tarde as taxas se firmaram em baixa, influenciadas pelo novo impulso dos ativos no exterior e ajustes de posições antes do IPCA de agosto amanhã. A mediana das estimativas para o dado cheio (0,28%) é considerada relativamente alta para os padrões recentes, o que daria margem a apostas mais otimistas. Além disso, a perspectiva é positiva para o desempenho de alguns preços na abertura, como serviços, aos quais o Banco Central dedica atenção especial. Com isso, a curva doméstica superou a pressão dos Treasuries, amparada ainda no comportamento do dólar, que caiu mais durante à tarde, e sincronizada às máximas do Ibovespa e das bolsas em Nova York.

Às 17h13, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,475%, de 10,535% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026, taxa de 10,14%, de 10,21% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2027 passava de 10,45% para 10,38%, e a do DI para janeiro de 2029, de 10,96% para 10,90%. O DI para janeiro de 2031 tinha taxa de 11,21%, de 11,25%.

Até o meio da tarde, os juros tinham o desempenho mais tímido entre os ativos domésticos, travados entre o recuo do dólar, o avanço dos rendimentos dos Treasuries e a expectativa pelo IPCA. A agenda esvaziada e a ausência de novidades no noticiário também explicavam a falta de vigor do mercado.

Em meados da etapa vespertina, porém, passaram a cair, com o mercado tentando se antecipar a uma eventual surpresa do IPCA. O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, lembra que o IPC-S da primeira quadrissemana de agosto e a primeira prévia do IGP-M, divulgados hoje, vieram bastante baixos. Ambos se mantiveram no campo deflacionário, com variações de -0,02% e -0,50%, respectivamente. “O mercado tem uma expectativa de IPCA relativamente alta para amanhã e pode estar se posicionando para um número mais baixo”, disse.

Na pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana é de 0,28%, mais do que o dobro da inflação de julho, de 0,12%. Os principais impactos, dizem os economistas, devem vir do fim do desconto nas tarifas de energia e do reajuste da gasolina no mês passado, mas podem estar sendo superestimados. Para a média dos núcleos, a pesquisa aponta taxa de 0,30% (0,18% em julho). Por outro lado, é esperada ampliação da queda em alimentação no domicílio (-0,72% para -1,08%); preços livres devem ir para o campo negativo (0,00% para -0,06%); e serviços, desacelerar a alta (0,25% para 0,15%).

A dúvida é saber até que ponto o IPCA poderá alterar o cenário de apostas para o Copom. A expectativa de que o ritmo das próximas reuniões deve ser mantido nos atuais 50 pontos-base vem se consolidando, na medida em que as projeções futuras não só pararam de melhorar como vêm piorando, ainda que a conta gotas, nas últimas semanas. No Boletim Focus desta segunda-feira, a mediana de IPCA para 2023 passou de 4,92% para 4,93% e a de 2024, de 3,88% para 3,89%. Para 2025 e 2026, mantiveram-se em 3,50%. Todas elas estão acima das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

“É improvável que o BC venha a alterar o ritmo de queda este ano”, diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, acrescentando que o discurso “hawkish” do Federal Reserve e o PIB do segundo trimestre melhor do que o esperado também desautorizam ampliação da dose. Na curva do DI, a precificação de Selic para o Copom de setembro era de -53 pontos-base por volta de 16h40, o que representa 88% de probabilidade de redução de 50 pontos e 12% de chance de redução de 75 pontos. Para o fim de 2023, a curva projetava taxa entre 11,50% e 11,75% e, para o fim de 2024, entre 9,25% e 9,50%.

Os vencimentos longos ainda tiveram algum estímulo do ambiente externo para exibir um viés de queda. A melhora na perspectiva para a economia da China, após leitura dos dados de inflação e empréstimos e de medidas do governo, favoreceu commodities metálicas e agrícolas, pressionando o dólar para baixo. Os juros dos bônus no exterior, porém, tiveram alta firme. O rendimento do japonês JGB de 10 anos atingiu o maior nível desde janeiro de 2014, a 0,705%, o que também se refletiu em juros de títulos europeus e americanos.

E a aprovação do requerimento de urgência na Câmara do projeto de compensação do ICMS (PLP 136) puxou para cima a inflação implícita nas NTN-B nesta manhã. Com exclusividade ao Broadcast, o economista-chefe da Warren Rena, Felipe Salto, explica que a retirada dos parágrafos 4° e 5° do artigo 6° da lei complementar 192, de 2022, na prática, elimina a trava para aumento de imposto de combustíveis a qualquer tempo. Hoje, em conformidade com a lei 192, a alíquota é única, com valor fixo de R$ 1,22 por litro da gasolina. Já com o PLP 136 aprovado, diz Salto, “os Estados terão toda a liberdade para colocarem a alíquota onde quiserem”.

BOLSA

Vindo de perdas nas quatro sessões anteriores – ou seja, em todas da semana passada -, o Ibovespa fechou a segunda-feira em recuperação parcial, com alta de 1,36%, aos 116.883,34 pontos, após ter cedido 2,19% ao longo daquele intervalo. Hoje, oscilou dos 115.315,94, da abertura, até os 117.130,81 pontos, na máxima do dia, na hora final dos negócios, com giro financeiro ainda restrito, a R$ 18,5 bilhões, nesta abertura de semana. No mês, o Ibovespa sobe 0,99% e, no ano, avança 6,51%.

Após ter fechado na casa de 115 mil pontos nas duas últimas sessões, o Ibovespa parecia, nos melhores momentos do fim da tarde, a caminho de ponte direta com os 117 mil pontos, nível que prevaleceu nos encerramentos entre 1º e 5 de setembro, nas três primeiras sessões do mês. Entre as ações de maior peso e liquidez, apenas Petrobras ON e PN destoaram nesta segunda-feira, ao fechar em baixa de 0,68% e 0,09%, respectivamente, em dia moderadamente negativo para os preços do petróleo, vindo a commodity de fortes ganhos recentes.

Destaque, por outro lado, para Vale ON, em alta de 1,44% no fechamento – ainda que moderada no fim do dia, o que foi determinante para o encerramento do Ibovespa abaixo dos 117 mil. Desde mais cedo, o apetite pela mineradora foi induzido por perspectiva um pouco mais favorável sobre a economia chinesa, após os dados divulgados no país asiático neste começo de semana. O mercado tomou nota também do recado do BC chinês em suporte à moeda local, o yuan. E a inflação deu sinais de leve recuperação em agosto, após os temores recentes associados às primeiras leituras deflacionárias em dois anos no país asiático.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmou nesta segunda-feira que o yuan encontrou uma “base sólida”, para manter estabilidade no mercado cambial, e se comprometeu a defender a moeda de comportamentos que “perturbem a ordem” do câmbio, ao lado de outros órgãos reguladores chineses.

Em paralelo, dados sobre novas concessões de crédito na segunda maior economia do globo surpreenderam positivamente, vindo acima do esperado, observa em boletim a Monte Bravo Investimentos. “Além disso, o órgão regulador financeiro da China flexibilizou as regras para investimentos de seguradoras no mercado de capitais, enquanto várias cidades também estão removendo restrições às compras de casas”, enumera a Monte Bravo.

“Isso acompanha uma série de outras medidas – ainda tímidas, mas que têm sido acompanhadas pelo mercado, aqui e fora – para estimular a economia chinesa, que tem frustrado as expectativas já há algum tempo”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando a recuperação, hoje, não apenas de Vale ON, ação de maior peso individual no Ibovespa, mas também das ações do setor financeiro, em especial dos grandes bancos (Itaú PN +2,54%, Bradesco PN +1,88%), pelo peso conjunto do segmento sobre o índice de referência da B3.

“O ‘efeito China’ prevaleceu hoje e o Ibovespa teve um dia de ajuste, com a percepção de que pode haver uma recuperação mais rápida para a economia chinesa, o que ajuda Brasil, refletindo-se em alta da Bolsa e queda do dólar frente ao real na sessão”, diz Gabriel Meira, economista e sócio da Valor Investimentos.

“Na quinta-feira, por outro lado, quando foi feriado aqui, a China dava indicação sobre possível regulamentação nos preços do minério, após sequência de recuperação para a commodity, o que afetou a Bolsa no encerramento da semana passada”, diz Bruna Centeno, sócia e especialista da Blue3 Investimentos, enfatizando também a recuperação nas ações da Vale neste começo de nova semana, com a melhora de percepção sobre a China. Nesta segunda-feira, o minério de ferro fechou em alta de 2,41%, a US$ 115,93 por tonelada, em Dalian, nos contratos para janeiro de 2024.

Na ponta do Ibovespa na sessão de hoje, destaque para Eztec (+5,84%), Pão de Açúcar (+5,23%) e CSN Mineração (+4,04%), com Braskem (-3,19%), Petz (-2,30%) e Marfrig (-1,84%) no lado oposto.

Contribuiu também para o desempenho positivo da Bolsa nesta abertura de semana o enfraquecimento do dólar, que hoje fechou em queda de 1,04%, a R$ 4,9312, após o recente rali observado na moeda americana, destaca em nota a Guide Investimentos.

“No final de semana, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse estar confiante de que a economia americana vai conseguir se livrar da inflação sem grandes perdas em termos de desemprego”, acrescenta a casa. A fala de Yellen veio poucos dias antes da divulgação do índice de inflação ao consumidor nos EUA (CPI), na quarta-feira – em semana na qual também serão divulgados importantes indicadores de atividade setorial nos Estados Unidos, como a produção industrial e as vendas do varejo, aponta a Guide. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116883.34 1.36145

Máxima 117130.81 +1.58

Mínima 115315.94 0.00

Volume (R$ Bilhões) 1.85B

Volume (US$ Bilhões) 3.74B

17:35

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118430 1.59997

Máxima 118535 +1.69

Mínima 116955 +0.33

CÂMBIO

Em baixa desde a abertura dos negócios, o dólar à vista acentuou o ritmo de queda ao longo da tarde em meio a máximas do Ibovespa e, com mínima a R$ 4,9210, encerrou a sessão desta segunda-feira, 11, com perda de 1,04%, cotado a R$ 4,9312. O real se beneficiou da onda de apetite ao risco no exterior, despertada por melhora das expectativas em torno da economia chinesa, o que deu fôlego aos preços de commodities metálicas. As cotações futuras do minério de ferro subiram mais de 2%.

Após deflação de 0,3% em julho (na comparação anual), o índice de preços ao consumidor (CPI) na China subiu 0,1% em agosto, abaixo do esperado pelo mercado (0,2%), mas o suficiente para diminuir temores de uma desaceleração mais abrupta da atividade. Além disso, Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) informou que bancos ampliaram de forma relevante a concessão de empréstimos em agosto e declarou que vai agir para da suporte ao yuan, evitando comportamentos que “perturbem a ordem” do mercado cambial.

Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY trabalhou em baixa firme, operando no fim da tarde ao redor dos 104,500 pontos. Destaque para o fortalecimento do iene, após o presidente do Banco do Japão (BoJ) ter declarado que pode abandonar a política de juros negativos se houver confiança no avanço de preços e salários. Entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes, real, peso mexicano e rand sul-africano experimentaram ganhos superiores a 1% em relação à moeda americana.

Segundo o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, uma leitura menos pessimista em relação à China permitiu uma recuperação do real e de outras divisas em relação ao dólar. Ele alerta, contudo, que é cedo para falar em tendência de maior do apetite global ao risco, dadas as incertezas tanto em relação à economia chinesa quanto americana.

“Temos uma melhora de humor com a China, que tem insistido na ampliação de estímulos monetários e ao mercado financeiro para tentar recuperar o país e conter problemas no setor imobiliário. Mas há também a expectativa de que dados americanos desta semana venham melhores por trás desse desempenho dos ativos de risco hoje”, afirma Galhardo, acrescentando que a agenda nos Estados Unidos é carregada nesta semana, com destaque para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), na quarta-feira, e o índice de preços ao produto (PPI), na quinta.

Para o gerente da Treviso Corretora, caso a inflação nos EUA venha abaixo ou em linha com o esperado, reforçando as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) não vai mais subir os juros, pode haver uma onda de apetite ao risco lá fora e, por tabela, nova rodada de valorização dos ativos domésticos. Uma apreciação maior do real, contudo, esbarra ainda em dúvidas sobre cumprimento de metas fiscais. “Há muitos pontos pendentes, como a reforma tributária, e os projetos para ampliar as receitas do governo para zerar o déficit. Isso pode afastar o investidor estrangeiro”, diz Galhardo, que vê o dólar oscilando entre uma banda de R$ 4,80 e R$ 5,00.

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, a inflação nos EUA deve ser relevante “para determinar o comportamento do dólar” nos próximos dias, “impactando as moedas de países emergentes”. Ela observa, porém, que o retorno das atividades parlamentares, após a pausa no feriado prolongado na semana passada, e os indicadores domésticos de atividade e inflação podem mexer com os preços dos ativos.

Por aqui, as atenções se voltam para a divulgação amanhã do IPCA de agosto, que pode mexer com as expectativas em torno do ritmo de ciclo de redução da taxa Selic, embora o Banco Central tenha sinalizado com cortes da magnitude de 0,50 ponto porcentual por reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O Boletim Focus trouxe hoje ligeiro aumento das expectativas para o IPCA deste ano (de 4,92% para 4,93%) e de 2024 (de 3,88% para 3,89%).

17:35

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.93120 -1.0356 4.97230 4.92100

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4944.000 -1.23851 4987.500 4936.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5013.000 05/09    

MERCADOS INTERNACIONAIS

A alta de mais de 10% dos papéis da Tesla, após recomendação de compras pelo Morgan Stanley, ajudou a manter as bolsas de Nova York no azul durante todo o dia. O apetite por risco recebeu fôlego da inflação da China, que renovou esperanças de que o país poderá driblar sua desaceleração econômica. A notícia ajudou a favorecer commodities, apesar de o petróleo fechar em leve queda, com possível realização de lucros após ganhos recentes. Não houve pressão do câmbio, com o dólar cedendo ante moedas fortes e emergentes, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados da inflação dos EUA na quarta-feira, e com pressão do iene, após comentários do presidente do Banco do Japão (BoJ) sobre possibilidade de fim dos juros negativos. O cenário ajudou a elevar os rendimentos dos Treasuries, influenciados também por leilão com demanda abaixo da média.

O Morgan Stanley elevou o preço alvo das ações da Tesla de US$ 250 para US$ 400, levando o papel da gigante de veículos elétricos a subir 10,09%. Já a Apple teve alta de 0,66%, um dia antes do lançamento do novo iPhone 15 e após anunciar parceria com a Qualcomm (+3,90%) para o fornecimento de chips. Segundo a Oanda, há expectativa de notícias sobre como a Apple utilizará a inteligência artificial no novo smartphone. Nesse ritmo, o índice Dow Jones subiu 0,25%, o S&P 500 avançou 0,67% e o Nasdaq teve alta de 1,14%.

Ainda de acordo com a Oanda, haverá outros eventos importantes para os mercados de ações nesta semana que irão determinar se a recuperação de hoje é justificada. Na quarta-feira, a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será destaque, seguido do prazo final da greve das montadoras americanas no dia seguinte, representadas pelo americano United Auto Workers (UAW). “Uma potencial greve de 10 dias do UAW poderia desencadear uma recessão para a economia de Michigan e custar US$ 5,6 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA”, pontua a Oanda, também destacando a decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira.

O ANZ também aponta uma melhora na inflação da China como fôlego para o mercado de ações americano. O dado anual de agosto, apesar de aquém do esperado, sugere que a segunda maior economia do mundo deverá seguir se recuperando nos próximos meses, conforme avalia a Capital Economics, destacando que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) deverá sair da deflação até o fim do ano.

O cenário foi benéfico para o cobre negociado na Comex com entrega para dezembro, que subiu mais de 2%, mas não foi o suficiente para ajudar o petróleo, que encerrou o pregão em baixa após acumular fortes ganhos nos últimos dias. Entretanto, a Navellier chama atenção para rumores de que a Arábia Saudita deseja levar o preço do barril para US$ 100. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em queda de 0,25% (US$ 0,22), a US$ 87,29 o barril, enquanto o Brent para o novembro negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 0,01% (US$ 0,01), a US$ 90,64 o barril.

Entre ativos seguros, o dólar cedia ante moedas fortes e emergentes. De acordo com a Convera, o foco de investidores sobre o câmbio está para os dados de inflação americana, com perspectivas de desaceleração do núcleo do CPI. Também há pressão particular do iene, após o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, destacar que busca uma saída tranquila da atual política ultra-acomodatícia para evitar impactos significativos no mercado. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,999%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,281% e o do T-bond de 30 anos subia em 4,376%.

A Capital Economics aponta que o yuan e o iene só irão deixar de se desvalorizar frente ao dólar no longo prazo se houver uma queda nas expectativas de taxas de juros do Federal Reserve (Fed) e dos rendimentos dos Treasuries.

O BMO aponta que os juros terminaram a sessão pouco alterados em relação aos níveis de sexta-feira, “enquanto o mercado aguarda os principais catalisadores desta semana para a ação dos preços, começando com o CPI na quarta-feira”. Na visão do banco, a pesquisa do Fed de Nova York sobre a inflação – que informou alta nas expectativas de inflação para 1 e 5 anos e queda nas de 3 anos – não teve grandes efeitos no mercado, mas o relatório “ofereceu evidências de diminuição da disponibilidade de crédito e de pessimismo crescente sobre as perspectivas para as finanças pessoais e o mercado de trabalho”. Hoje, o índice DXY fechou em baixa de 0,49%, aos 104,569 pontos. Por volta das 17h, o dólar caía a 146,56 ienes, o euro subia a US$ 1,0748 e a libra avançava a US$ 1,2512.