A cautela predominou nos mercados mundo afora nesta sexta-feira, em um movimento coordenado há um tempo não visto. O aperto adicional das restrições sanitárias na Europa em decorrência da nova variante do coronavírus, identificada na África do Sul, penalizou alguns dos ativos que mais exibiram ímpeto na esteira da recuperação mundial pós-debacle de 2020: nomeadamente, petróleo e ações. O reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a cepa é "preocupante" por ter grande número de mutações coroou o sentimento de pânico que momentos de incerteza trazem ao mercado. No pior momento do dia, o petróleo Brent, referência global, despencou 12%, sob o temor, sobretudo, de paralisação de viagens aéreas. O WTI, por sua vez, mergulhou 13%, abaixo do nível psicológico dos US$ 70 o barril. Nas bolsas, as perdas generalizadas expuseram também a preocupação com encolhimento da atividade, em um momento em que países como a China já vêm demonstrando menos fôlego. Internamente, o Ibovespa caiu aos 102.224,26 pontos, desvalorização de 3,39% e perda semanal de 0,79%. A chance de impacto na economia real modificar o plano de voo de autoridades monetárias fez as taxas de juros cederem amplamente ao redor do planeta, com especial menção ao recuo ao nível abaixo de 1,5% do retorno da T-note de 10 anos. Comentários lidos como 'dovish' por parte do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, impuseram alívio adicional nos juros de curto prazo no Brasil. No dólar, a despeito da forte aversão ao risco, a permanência em um patamar ainda muito alto dos juros no País garantiram uma alta mais suave, de 0,55%, aos R$ 5,5958 no segmento à vista. Operadores identificaram ainda entrada de exportadores e movimentos de realização de lucros.
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