PETROBRAS, DIRIGENTES DO FED E IRÃ TRAZEM INSTABILIDADE AO MERCADO À TARDE

A quinta-feira termina sem um viés claro nem aqui nem no exterior, em um dia de
noticiário movimentado. Localmente, o foco foi o vaivém de informações a respeito da
Petrobras. A decisão pelo pagamento dos dividendos extraordinários que teria sido
tomada ontem pelo governo suplantou, em boa parte da sessão, o temor com a eventual
saída de Jean Paul Prates do comando da estatal. Contudo, a profusão de informações
referentes à empresa, como a chance de ser pago apenas a metade dos proventos extras
e/ou a ascensão de Aloizio Mercadante à presidência da petroleira, impôs cautela no fim.
As ações terminaram em queda de 0,46% (ON) e 1,41% (PN), inibindo quase que
integralmente o bom desempenho de bancos no índice. O Ibovespa terminou ainda no
positivo, em 127.427,53 pontos (+0,09%), mas bem distante da máxima (129.627,13
pontos). Houve ainda incerteza no front externo. Mesmo depois dos dados suaves da
manhã, dirigentes do Federal Reserve expressaram cautela com a inflação nos Estados
Unidos, impulsionando em especial o dólar e aumentando a expectativa pelo payroll de
março, amanhã. Nos Treasuries, por sua vez, o efeito das falas do Fed foi anulado pelo
aumento da tensão entre Irã e Israel, que gerou demanda pelos papéis e consequente
queda das taxas. Num cenário ruim de todos os lados, os índices das bolsas de Nova York
caíram entre 1,23% (S&P 500) e 1,40% (Nasdaq). De volta ao Brasil, torpedeado por
pressões tanto de alta (ingerência política em estatais, dúvidas fiscais e petróleo) quanto
de baixa (principalmente queda dos Treasuries ao fim da sessão), os juros futuros
encerram a tarde perto da estabilidade.
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•BOLSA
•JUROS
•CÂMBIO
MERCADOS INTERNACIONAIS
As falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) nesta tarde expressando cautela com a
inflação nos EUA fizeram Nova York recuar das altas de mais cedo e se consolidar em
baixa. O tom mais hawkish dos presidentes das distritais de Cleveland, Minneapolis e
Chicago também contribuiu para a redução das perdas do dólar contra moedas
estrangeiras e deu um pequeno impulso aos juros dos Treasuries, embora o fôlego tenha
durado pouco e os retornos tenham se mantido em queda. Houve uma deterioração no
ambiente de risco geral, em meio a crescentes tensões entre Irã e Israel, que ajudaram a
catapultar o petróleo Brent à marca de US$ 90 pela primeira vez desde outubro.
Nesta tarde, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari se mostrou preocupado
com o repique da inflação americana em janeiro e fevereiro, e disse que espera dois
cortes de juros neste ano, mas caso a inflação deixe de desacelerar ele pode ser obrigado
a rever o plano. Austan Goolsbee, da distrital de Chicago, disse que é preciso avançar na
desaceleração da inflação de moradia para atingir a meta de 2% ao ano e demonstrou
preocupação com a alta inflacionária em janeiro e fevereiro, indo na contramão da
comunicação do presidente do Fed, Jerome Powell, que interpretou a alta como um ruído
sazonal.
Loretta Mester, de Cleveland, indicou que o processo de desinflação, que ganhou tração
no segundo semestre de 2023, não deve ter o mesmo ímpeto em 2024, e a alta de preços
deve desacelerar mais gradualmente, pesando também no crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) dos EUA.
Com isso, as bolsas de Nova York, que subiam mais cedo impulsionadas pelos setores
financeiro e de tecnologias, consolidaram queda, com o Dow Jones recuando mais de
1%. Entre destaques, os papéis da Alphabet caíram 2,83%, diante de preocupações com
inteligência artificial. As ações da Nvidia viraram durante a tarde e também recuaram
(3,44%). As ações de defesa, porém, subiram, conforme as preocupações com possível
conflito entre Irã e Israel crescem e há uma escalada nas tensões globais.
Pela tarde, o presidente dos EUA Joe Biden pressionou o primeiro-ministro de Israel,
Benjamin Netanyahu, por um cessar-fogo imediato em Gaza, e também discutiu o
desenrolar das tensões entre Israel e Irã. Na Europa, o Kremlin afirmou hoje que a Rússia
está em confronto direto com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e a
Otan rebateu afirmando que é preciso aumentar o apoio à Ucrânia urgentemente no curto
prazo. No fechamento, o índice Dow Jones fechou em queda de 1,35%, aos 38.597,30
pontos; o S&P 500 caiu 1,23%, aos 5.147,27 pontos; e o Nasdaq caiu 1,40%, aos
16.049,08 pontos.
O dólar também recebeu impulso com as sinalizações hawkish da tarde, mas
permaneceu em misto contra moedas de países desenvolvidos, caindo contra euro e
avançando contra libra. Pela manhã, o Departamento do Comércio dos EUA sinalizou que
o déficit comercial do país cresceu mais do que o esperado em fevereiro, e o tom geral era
de cautela antes da divulgação do payroll de março, que sai amanhã. A mediana dos
analistas consultados pelo Projeções Broadcast aponta para 200 mil vagas criadas em
março, com manutenção da taxa de desemprego em 3,9%, com quadro misto no avanço
dos salários, acelerando na leitura mensal e desacelerando na anual. No fim da tarde em
Nova York, o dólar caía a 151,20 ienes, o euro avançava a US$ 1,0837 e a libra tinha alta a
US$ 1,2641. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou
baixa de 0,12%, a 104,121 pontos.
Nos retornos dos Treasuries, o tom do dia foi de instabilidade, com uma breve
recuperação dos juros após as falas dos dirigentes. O ímpeto, porém, não se sustentou e
os rendimentos caíram na véspera do payroll e enquanto a opinião vigente do mercado
ainda é para chance majoritária de o ciclo de relaxamento começar em junho e para o Fed
terminar o ano acumulando cortes de 75 pontos-base, segundo indica o monitoramento
do CME Group. Perto do fechamento de Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a
4,633%; o da T-note de 10 anos recuava a 4,302%; e o do T-bond de 30 anos tinha queda a
4,465%.
A recuperação do dólar não chegou a impactar o petróleo, que já havia fechado e subiu,
com o barril do Brent voltando a ficar acima dos US$ 90 pela primeira vez desde outubro.
Hoje, investidores monitoraram a preparação israelense para um possível ataque do Irã
após as falas do Aiatolá Ali Khamenei prometer uma reação ao bombardeio na Síria que
destruiu o consulado iraniano, injetando cautela nos mercados globais. O WTI para maio
fechou em alta de 1,36% (US$ 1,16), a US$ 86,59 o barril, na Nymex, e o Brent para junho
avançou 1,45% (US$ 1,30), a US$ 90,65 o barril, na ICE.
BOLSA
Com Petrobras devolvendo no fechamento (ON -0,46%, PN -1,41%) o que se via no início
da tarde, quando a ON subia mais de 3% e a PN, mais de 2%, o Ibovespa não conseguiu
sustentar os 129 mil pontos no fim da sessão – nem mesmo os 128 mil -, após ter operado
nesta quinta-feira no maior nível intradia desde 1º de março, no melhor momento aos
129.627,13 pontos (+1,81%). No encerramento, o índice da B3 mostrava leve ganho de
0,09%, aos 127.427,53, tendo perdido força, também, com a virada de Nova York ao
negativo. Mais cedo, a alta superava 1% no Nasdaq, índice que fechou em baixa de
1,40%, assim como Dow Jones (-1,35%) e S&P 500 (-1,23%).
Com o desempenho de hoje, o Ibovespa mantém perda de 0,53% na semana e no mês. O
giro desta quinta-feira na B3 subiu à casa de R$ 31 bilhões. Na ponta do índice, destaque
para Magazine Luiza (+4,73%), Alpargatas (+3,84%) e TIM (+3,16%). No lado oposto, Casas
Bahia (-4,37%), Arezzo (-2,93%) e Pão de Açúcar (-2,49%). Com a virada em Petrobras em
direção ao fechamento, o Ibovespa flertou com o negativo na sessão, tocando na mínima
os 127.177,66 pontos, saindo de abertura a 127.312,69.
“Depois de vários dias de abertura na curva de juros em todos os vértices, parecia que a
sessão seria mais saudável, com propensão a risco e fluxo [até o meio da tarde], aqui e
fora, o que levou o Ibovespa a subir mais de 1,5% durante a sessão”, diz Bernard Faust,
sócio da One Investimentos. Por outro lado, mais um dia de correção expressiva do
minério de ferro segurou a ação da Vale (ON -1,11%). Em Cingapura, a commodity cedeu
hoje quase 2%, abaixo de US$ 100 por tonelada – os mercados da China estiveram
fechados, por feriado.
Em boa parte da sessão na B3, os relatos sobre acordo no governo para o pagamento de
dividendos extraordinários da Petrobras “trouxeram força compradora para o papel” da
estatal, diz Pedro Coutinho, sócio da The Hill Capital. Mas a volatilidade se impôs aos
negócios com as ações da empresa ao longo desta quinta-feira, tendo de um lado a
possível substituição de Jean Paul Prates por Aloizio Mercadante na presidência da
Petrobras – o que não agrada ao mercado – e, por outro, a questão, favorável, dos
dividendos extraordinários.
“A possível troca de Prates por Mercadante, um nome não muito bem visto pelo mercado,
traz preocupação”, diz Faust, da One. “Os rumores são negativos: o mercado já temia
havia algum tempo interferência na Petrobras, e entende agora que a empresa pode virar
um departamento de Estado, com a possível indicação de Mercadante, que poderia fazer
uma limpa e colocar nomes mais alinhados ao governo”, observa Gabriel Meira, sócio da
Valor Investimentos.
Assim, o desempenho da ação da petroleira se descolou de novo avanço nos preços dos
contratos futuros da commodity nesta quinta-feira: em Londres, o barril do Brent,
referência para a Petrobras, foi a US$ 90,65, em alta de 1,45% – retornando à casa de US$
90 pela primeira vez desde outubro, em meio à retomada das tensões geopolíticas no
Oriente Médio.
Prates recorreu à rede social X para tentar mostrar disposição de permanecer no cargo –
ou cair de pé. “Jean Paul vai sair da Petrobras? Acho que após às 20h02. Vai pra casa
jantar…E amanhã às 7h09 ele estará de volta à empresa, pois sempre tem a agenda
cheia”, publicou o presidente da estatal
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 127427.53 0.0857
Máxima 129627.13 +1.81
Mínima 127177.66 -0.11
Volume (R$ Bilhões) 3.11B
Volume (US$ Bilhões) 6.19B
17:33
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 127705 -0.0039
Máxima 130105 +1.88
Mínima 127555 -0.12
JUROS
O mercado de juros ensaiou uma realização de lucros nesta quinta-feira, aproveitando a
trégua do cenário externo e um leilão de prefixados com risco menor na oferta do Tesouro.
As taxas exibiram viés de baixa durante toda a sessão, alinhadas à hoje bem comportada
curva dos Treasuries, mas chegavam ao fim do dia perto da estabilidade. Um movimento
mais firme de queda ficou limitado pela expectativa em torno do relatório de emprego nos
Estados Unidos amanhã e que pode embaralhar as apostas para o juro norte-americano.
Os ruídos domésticos também ajudaram a segurar um ajuste consistente.
Às 17h11, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava
em 9,960%, de 9,957% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 passava de 9,97%
para 9,96%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,28% (de 10,27% ontem) e a do DI
para janeiro de 2029, taxa de 10,84%, de 10,83%.
A dinâmica das taxas locais seguiu atrelada aos juros nos Estados Unidos, com a taxa da
T-Note de dez anos apontando recuo. “Os mercados lá fora reagiram bem aos dados dos
pedidos de auxílio-desemprego que ajudaram calibrar a percepção sobre o payroll.
Podemos ter um payroll moderado amanhã”, afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da
Nova Futura Investimentos. Os pedidos de auxílio-desemprego subiram na semana
passada para a 221 mil, bem acima da previsão de 213 mil. Para o payroll, a mediana dos
analistas é de criação de 200 mil vagas, com taxa de desemprego estável em 3,9%.
À tarde, os Treasuries tiveram piora pontual com falas “hawkish” de dirigentes do Federal
Reserve apontando cautela com o processo desinflacionário, mas retomaram o sinal de
baixa. No fim da tarde, renovavam mínimas com aumento da aversão ao risco geopolítico
em meio ao recrudescimento das tensões entre Israel e Irã. O yield da T-Note de dez anos,
que ontem no fim da tarde estava em 4,35%, perto das 17h caía a 4,30%.
A equipe da Levante Investimentos destaca que os mercados estão no modo “um dia por
vez”, dado que não há um cenário claro para a política monetária do Federal Reserve à
frente. “Apesar de a inflação americana estar bem abaixo dos seus picos de 2022 (que
motivaram a alta dos juros), ela ainda não convergiu à meta. Essa convergência ainda é
um processo”, afirmam, acrescentando que o problema é que não é possível saber a priori
em que ponto do caminho a inflação está.
Além do alívio na curva dos Treasuries, Borsoi, da Nova Futura, vê a oferta mais moderada
de prefixados no leilão também como fator de contribuição para a curva local. O Tesouro
reduziu o lote de LTN de 15 milhões na semana passada para 9 milhões, e manteve 600
mil para NTN-F, todos vendidos integralmente. O risco (DV01) foi 42,6% menor do que a
operação da semana passada. “Na terça-feira, o Tesouro fez um leilão muito forte de NTNB e hoje percebeu que não está podendo pesar a mão”, disse.
O imbróglio envolvendo a Petrobras também esteve no radar do mercado. A princípio, a
notícia de que deve mesmo sair o pagamento de dividendos da Petrobras, que renderia R$
12 bilhões aos cofres da União, é positiva para o cenário fiscal dada a busca de receitas
do governo para o cumprimento da meta de zerar o déficit em 2024. Mas com pouco
espaço para mexer na curva por causa dos ruídos em torno da troca de presidência da
companhia. Jean Paul Prates estaria ainda mais ameaçado no cargo e um dos apontados
para ocupar a vaga seria o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, nome ao qual
o mercado sempre teve restrições.
As turbulências na Petrobras ocorrem num momento de pressão no mercado de petróleo.
A commodity voltou a subir hoje e retomou os US$ 90 por barril, nível não visto desde
outubro, no caso do Brent, que é referência para os preços domésticos, já bastante
defasados ante as cotações externas. Por esses e outros motivos, vai se consolidando no
mercado a ideia de desaceleração do ritmo de corte da Selic em junho, já totalmente
precificado na curva do DI.
Em entrevista ao Broadcast, o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos
Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou que “ninguém no BC tem tão
claro hoje se será necessário reduzir o ritmo de cortes de 0,50 ponto” e que a maior
flexibilidade na condução da política monetária após a mudança do forward guidance
pode ajudar o juro a chegar a um menor nível no fim do ciclo.
CÂMBIO
Após flertar com o rompimento do piso de R$ 5,00 no início da tarde, o dólar à vista
ganhou força no mercado doméstico nas duas últimas horas de pregão, em meio a uma
piora do humor no exterior. Declarações cautelosas de dirigentes do Federal Reserve,
com alertas para as leituras recentes de inflação, levaram a uma perda de fôlego dos
ativos de risco, na véspera da divulgação do relatório de emprego (payroll) nos EUA em
março.
Já em terreno positivo, a divisa acelerou os ganhos e renovou sucessivas máximas nos
últimos 10 minutos da sessão, em resposta a um aparente movimento de aversão ao
risco. As taxas dos Treasuries de 10 anos, que vinham respondendo ao vaivém das
expectativas para os próximos passos do Fed, recuaram com temores geopolíticos.
Circularam notícias de que as embaixadas israelenses em todo o mundo estão em alerta
por conta do aumento de ameaças de ataques iranianos contra diplomatas de Israel.
Com máxima a R$ 5,0537, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 5,0507, em alta de 0,20%.
Nos quatro primeiros pregões de abril, a moeda acumula valorização de 0,70%, após ter
encerrado o primeiro trimestre com ganhos de 3,34%. Principal termômetro do apetite
por negócios, o contrato de dólar futuro teve bom giro, acima de US$ 16 bilhões.
Referência do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em
especial o euro, o índice DXY, que havia descido para 103,915 pontos na mínima, zerou a
queda no fim do dia. Entre divisas pares do real, quem mais sofreu foi o peso mexicano,
com perdas de quase 0,40%. Já o peso chileno voltou a subir mais de 1%, amparado pela
alta dos preços do cobre.
Mais cedo, indicadores da economia americana, em especial a alta do número de
pedidos de auxílio-desemprego, aliviaram parte dos temores de que o Federal Reserve
postergue o início do corte de juros para além de junho. A maré virou a tarde com
discursos de dirigentes do BC americano.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que o processo de desinflação
deve se dar em ritmo mais lento daqui para frente. Já presidente da regional de
Minneapolis, Neel Kashkari, disse que os dados recentes de preços foram preocupantes e
que, caso a inflação se mantenha nos níveis atuais, vai se questionar se faz sentido cortar
os juros neste ano.
“O resultado dos pedidos de auxílio-desemprego trouxe esperança de que o payroll
pudesse vir abaixo do esperado e gerou otimismo nos mercados. Mas o dólar ganhou
força com os representantes do BC americano reafirmando a preocupação com a
inflação”, afirma head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa,
ressaltando que o ambiente ainda é de muita cautela por conta da indefinição sobre os
juros nos EUA.
À tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial na semana passada (entre 25 e 28
de março) foi negativo em US$ US$ 540 milhões, em razão de saídas líquidas de US$ US$
3,489 bilhões pelo canal financeiro. Em março, o fluxo total foi positivo em US$ 1,752
bilhão, com as entradas líquidas de US$ 7,292 bilhões via comércio exterior superando as
saídas líquidas de US$ 5,540 bilhões pela conta financeira.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que a balança comercial registrou
superávit de US$ 7,483 bilhões em março, acima da mediana de Projeções Broadcast
(US$ 6,950 bilhões). No ano, o saldo comercial é positivo em US$ 19,07 bilhões.
Após o resultado do primeiro trimestre, o ministério revisou a previsão de superávit
comercial de 2024 para baixo de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões. A nova projeção
representa uma queda de 25,7% em comparação com o saldo recorde de 2023 (US$ 98,9
bilhões). Analistas ouvidos pelo Broadcast continuam a prever superávit primário forte
neste ano, o que contribui para mitigar eventuais apostas mais firmes contra o real.
Operadores especulam se o avanço do dólar para o nível de R$ 5,05 pode levar a uma
nova intervenção do Banco Central. Na terça-feira, o BC vendeu lote adicional de US$ 1
bilhão em swap cambial com início em 15 de abril. De acordo com o BC, a medida foi
necessária para atender a demanda por dólar futuro em razão dos efeitos de resgate de
NTN-A3.
“Com a venda de swap extra, o BC só lembrou ao mercado que está atento para dar mais
liquidez. Se continuasse a atuar, iria ‘secar gelo’. A intenção parece ter sido estancar a
onda compradora, o que aparentemente conseguiu”, diz o gerente de câmbio da Treviso
Corretora, Reginaldo Galhardo
17:33
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.05070 0.2024 5.05370 5.00550
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5069.000 0.1779 5069.000 5018.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5071.500 -0.0887 5071.500 5060.000