PAYROLL GARANTE NOVOS RECORDE EM NY E GANHOS SEMANAIS PARA ATIVOS NO BRASIL

A criação de vagas de trabalho acima do previsto nos EUA garantiu o bom humor global, com novos recordes no mercado acionário de Nova York e alta, tanto diária quanto semanal, para a bolsa brasileira. Ao mesmo tempo, o dólar teve baixa importante diante do real e os juros futuros cederam. Tal movimento ocorre sob a leitura de que o payroll sinaliza retomada firme da maior economia do mundo. E mesmo que tenha algum impacto sobre as expectativas para a política monetária do Fed, o tapering, assunto que mais vinha concentrando as atenções dos investidores, já tem data para começar. Em meio a isso, num momento em que os casos de covid-19 voltam a crescer no hemisfério norte, a notícia sobre um medicamento da Pfizer com alta eficácia contra casos graves da doença serve de alento adicional para os mercados. Com tudo isso somado, incluindo o avanço do petróleo, o resultado para Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq foi ganho semanal e picos históricos de fechamento. No Brasil, com os ativos castigados nos últimos dias pela incerteza sobre o quadro fiscal, havia bastante espaço para recompor posições. E foi isso que ocorreu num dia de poucas novidades sobre a PEC dos Precatórios, principal ponto de cautela nos mercados. O Ibovespa subiu 1,37%, aos 104.824,23 pontos, transformando a leve perda acumulada na semana, até ontem, em ganho de 1,28% no período. No câmbio, o enfraquecimento global do dólar abriu espaço para um avanço firme do real, numa oscilação que chegou a 10 centavos no dia. No fim, a moeda dos EUA terminou com desvalorização de 1,49% hoje, a R$ 5,5227 no mercado à vista, e de 2,19% na semana. O dólar mais fraco abriu espaço para que o investidor em juro deixasse as preocupações com o cenário fiscal momentaneamente em segundo plano, o que significou queda das taxas intermediárias e longas, com desinclinação da curva a termo, inclusive desde a última sexta-feira.

MERCADOS INTERNACIONAIS

A criação de empregos acima do previsto nos Estados Unidos no mês passado contribuiu para o otimismo dos mercados globais. Em Wall Street, os principais índices acionários renovaram recordes de fechamento. O petróleo também subiu, na casa dos 3%, apoiado pelo câmbio. O índice DXY do dólar perdeu fôlego ao longo do dia e terminou em baixa. Na renda fixa, houve demanda pelos Treasuries, com alta nos preços e consequente queda nos retornos, com sinais do Federal Reserve (Fed) no radar. Ainda no noticiário, o presidente americano, Joe Biden, deve decidir em breve sua indicação para a presidência do Fed, enquanto em Glasgow as negociações sobre financiamento e mercados de carbono têm continuidade, na COP26.

Em outubro, os EUA criaram 531 mil postos de trabalho, conforme dados do governo divulgados hoje. O número superou a expectativa mediana de 400 mil, feita por analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Na avaliação da Oxford Economics, esse ritmo de geração de vagas sugere que o país deve alcançar o pleno emprego no final de 2022.

O ING, por sua vez, pontua que há um “leve toque de decepção” no payroll. A escassez de mão de obra segue como um problema, uma vez que a oferta de trabalho ainda está em “péssimos” 61,6%, diz o banco holandês. Para a Casa Branca, por outro lado, o payroll demonstrou que os trabalhadores americanos se sentem seguros para voltar a trabalhar.

Na visão do Stifel, o resultado apoia a decisão do Fed, anunciada na quarta-feira, de moderar seu volume de compra de ativos. O ritmo do tapering pode ser influenciado pelos próximos resultados de payroll, segundo o banco de investimentos. Se vierem fortes, o Fed pode acelerar a retirada de estímulos, por exemplo.

Seja como for, os dados impulsionaram as bolsas de Nova York, que fecharam no azul, com os índices nas máximas históricas. O Dow Jones subiu 0,56%, a 36.327,95 pontos, o S&P 500 avançou 0,37%, a 4.697,53, e o Nasdaq teve alta de 0,20%, a 15.971,59.

A ação da Pfizer fechou o dia com ganho de 9,28%, depois de a farmacêutica anunciar que, em testes preliminares, uma pílula experimental cortou em cerca de 89% o risco de hospitalização ou morte por covid-19. De acordo com a Dow Jones Newswires, a expectativa da empresa é pedir autorização aos reguladores para que o remédio seja usado ainda neste mês. Em meio ao noticiário positivo, os papéis das aéreas, como American Airlines (+5,77%) e United Airlines (+7,29%), dispararam.

Já na renda fixa, os retornos dos Treasuries caíram. Ao fim da tarde em NY, o juro da T-note de 2 anos recuava a 0,390%, o da de 10 anos tinha baixa a 1,447% e o do T-bond de 30 anos caía a 1,882%.

No mercado cambial, depois de uma sessão volátil, o índice DXY, que mede a força da divisa americana antes seis rivais, fechou em queda de 0,02%, a 94,320 pontos. No horário citado, o dólar caía a 113,33 ienes, o euro subia a US$ 1,1566 e a libra tinha baixa para US$ 1,3487.

O enfraquecimento do dólar contribuiu para a alta do petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para dezembro subiu 3,12%, a US$ 81,27 o barril, enquanto na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para janeiro avançou 2,73%, para US$ 82,74 o barril.

Para a Capital Economics, a decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de manter o ritmo de aumento de oferta pode forçar os EUA a colocar mais óleo no mercado para controlar o preço da gasolina. Paralelamente, líderes globais debatem como reduzir a dependência de combustíveis fósseis, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).

Como reportado pelo Broadcast, negociadores afirmam que as conversas para regularizar o mercado de carbono global estão difíceis em Glasgow. Além disso, o Wall Street Journal informou que países em desenvolvimento querem que os desenvolvidos desembolsem US$ 1,3 trilhão para o financiamento da ação climática de emergentes. A promessa atual é de US$ 100 bilhões.

Também hoje, Biden se reuniu com Jerome Powell, atual presidente do Fed, e Lael Brainard, integrante do conselho do banco central americano, para debater a sucessão de Powell, de acordo com fontes da Dow Jones Newswires. A expectativa é que a decisão seja anunciada em breve. (Ilana Cardial – [email protected])

BOLSA

Com o desempenho positivo nesta sexta-feira, movido pelo apetite por risco desde o exterior, em que a forte leitura sobre a geração de empregos nos Estados Unidos conduziu os índices de Nova York a novas máximas históricas, o Ibovespa conseguiu acumular leve ganho de 1,28% nesta primeira semana de novembro, vindo de perdas de 2,63% e de 7,28% nas duas anteriores, da segunda quinzena de outubro. Hoje, os descontos acumulados pela aversão ao risco fiscal doméstico permitiram repique de 1,37% na sessão, aos 104.824,23 pontos no fechamento, com a referência da B3 entre mínima de 103.412,09, da abertura, e máxima de 105.555,46 pontos. O giro ficou em R$ 35,5 bilhões e, no ano, o Ibovespa cede 11,93%.

O relativo sucesso do leilão de 5G, concluído hoje com receita de R$ 46,7 bilhões, contribuiu também para alguma melhora na percepção dos investidores. “No macro, o leilão foi um sucesso, superando a expectativa, com captação de quase R$ 47 bilhões, mas quando a gente entra no detalhe, houve pontos não muito interessantes. Havia uma expectativa muito grande de melhora da concorrência, com 15 participantes, e dessas empresas, 10 não atuavam no segmento no Brasil. Mas os principais lotes ficaram com Claro, Vivo e TIM, as mesmas que já dominam o mercado atual”, diz Pablo Alencar, CFP e Head da Valor Investimentos, observando que as novas entrantes ficaram concentradas nas cidades com até 30 mil habitantes.

Como pano de fundo, prosseguem neste penúltimo mês de 2021 as mesmas questões que têm pautado o mercado desde meados do ano, a deterioração da trajetória fiscal, que descola o Ibovespa do bom momento visto no exterior, em particular Nova York, que volta a emendar sequência de máximas históricas. “Em relação ao S&P 500, o Ibovespa está com desempenho mais de 40% abaixo do visto por lá. Não é porque as ações estão baratas que o investidor necessariamente compra”, diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch.

“Hoje, a queda do dólar (-1,49%, a R$ 5,5227 no fechamento) ajudou especialmente as ações de varejo e as companhias aéreas, muito correlacionadas à perspectiva para juros e inflação. Até onde a inflação pode ir continua a ser fator decisivo para que haja uma mudança de chave para o investidor. Por enquanto, o que se vê é o governo comprando popularidade para 2022, disposto a gastar o que for preciso, da forma que se mostrar possível, com ou sem PEC (dos Precatórios), pensando na reeleição”, acrescenta Attuch.

“O ponto de inflexão virá para 2023, o que o próximo governo fará, sendo o atual ou não. Os próximos 12 meses serão difíceis, mas sempre pode haver um pequeno rali aqui ou ali, com base em algum desdobramento favorável, sem força para se sustentar”, diz. Attuch observa também que a curva de juros está precificando Selic a 12% para o ano que vem, e que as revisões sobre crescimento econômico prosseguem, tendendo para o mínimo ou mesmo para o negativo em 2022 nas avaliações de instituições financeiras, atualizadas com frequência e compiladas semanalmente pelo BC.

Apesar das incertezas domésticas, a expectativa de alta para as ações no curtíssimo prazo voltou a ser amplamente majoritária no Termômetro Broadcast Bolsa. Entre os participantes, a previsão de que a próxima semana será de ganhos para o Ibovespa teve 70% dos votos, contra 20% dos que esperam estabilidade e 10%, queda. Na pesquisa anterior, o quadro estava mais equilibrado, com 30% acreditando em alta para a atual semana; 40%, em variação neutra; e 30%, em perdas.

Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para PetroRio (+17,87%), após a empresa informar que os consórcios de que participa foram escolhidos para começar as negociações exclusivas dos termos finais de transação para o processo de desinvestimento dos campos de Albacora e Albacora Leste, conduzido pela Petrobras.

Também entre os maiores ganhos do dia, Magazine Luiza (+12,27%), Via (+10,79%), Azul (+8,27%) e Gol (+8,16%). Na face oposta do índice, Gerdau PN (-4,00%), Vale ON (-2,97%) e Metalúrgica Gerdau (-2,63%), com o setor de mineração e siderurgia reagindo ao ajuste no câmbio e nos preços do minério de ferro. (Luís Eduardo Leal – [email protected], com Luiza Laval e Elisa Calmon)

17:32

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 104824.23 1.36555

Máxima 105555.46 +2.07

Mínima 103412.09 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.54B

Volume (US$ Bilhões) 6.39B

17:36

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 105285 1.18693

Máxima 106380 +2.24

Mínima 104235 +0.18

CÂMBIO

O ambiente externo de apetite ao risco, na esteira de dados fortes do emprego nos Estados Unidos e do anúncio de testes positivos de novo medicamento contra a covid-19, abriram espaço para uma rodada de fortalecimento do real na sessão desta sexta-feira (05).

Afora uma ligeira alta na abertura dos negócios, a moeda americana trabalhou em baixa durante todo o pregão. Ao longo da tarde, como relatos de entrada de fluxos e ajustes de posições de grandes tesourarias, o dólar à vista até flertou romper o piso de R$ 5,50, ao descer até a mínima a R$ 5,5035 – dez centavos a menos que a máxima da sessão (R$ 5,6076).

Com uma desaceleração do ritmo de perdas, a moeda americana encerrou o dia em queda de 1,49%, a R$ 5,5227. Vale ressaltar que a liquidez foi reduzida, com o volume negociado no contrato futuro para dezembro na casa de US$ 12 bilhões, o que, segundo operadores, deixa a formação da taxa de câmbio bastante suscetível a operações pontuais.

Seja como for, o tombo de hoje levou o dólar a encerrar a primeira semana de novembro em queda 2,19%, após encerrar outubro em alta 3,67%. Em setembro, a moeda já havia se valorizado 5,30%. No acumulado do ano, o dólar registra avanço de 6,44%.

No exterior, o dia foi de perdas generalizadas do dólar frente a divisas emergentes, com o real liderando o bloco, seguindo rand sul-africano (-1,24%) e o peso mexicano (1,05%). O índice DXY – que mede o desempenho da moeda americana frente a seis divisas fortes – operou em leve queda, na casa dos 94,200 pontos.

Dados do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em outubro mostraram geração líquida de 531 mil vagas, bem acima da expectativa de Projeções Broadcast (400 mil). A taxa de desemprego recuou de 4,8% em setembro para 4,6%, abaixo do consenso do mercado. O resultado animou os investidores, que saíram as compras de ativos de risco, fiando-se também na postura dovish do Federal Reserve, que não deve subir os juros antes de que o mercado de trabalho complete sua recuperação.

Segundo Hideaki Iha, operador da Fair Corretora, o enfraquecimento adicional do dólar ao longo da tarde foi provavelmente fruto da entrada de recursos e de ajustes técnicos de posições, com realização de lucros. “Ouvi relatos de que existe uma tesouraria grande com uma atuação forte hoje no mercado, aproveitando o ambiente externo positivo”, afirma Iha, destacando a queda expressiva também do peso mexicano, moeda gêmea do real.

O operador da Fair ressalta, contudo, que ainda persistem preocupações com a tramitação da PEC dos Precatórios, o que torna muito pouco provável um movimento maior de apreciação do real. Isso mesmo com a perspectiva de alta mais pronunciada da taxa Selic e de liquidez externa farta, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar nesta semana que o BC americano pode ser “paciente” em relação à taxa de juros.

“Não existe nada definido do ponto de vista fiscal. A PEC foi aprovada com margem muito pequena e já tem partidos que se posicionaram contra”, diz Iha, ressaltando haverá fortes resistências ao texto no Senado, liderado por Rodrigo Pacheco, pré-candidato à presidência. “A incerteza ainda é grande. Não dá para pensar em ficar vendido (apostar na queda do dólar) nesse nível de R$ 5,50, R4 5,52. Isso é um bom preço para compra”, afirma.

Pela manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reiterou sua confiança na votação da PEC dos Precatórios em segundo turno na Câmara dos Deputados na terça-feira (9) sem “mudanças radicais”. A PEC foi aprovada em primeiro turno com apenas quatro votos a mais do que o necessário e já enfrenta uma avalanche de críticas e questionamentos.

Assim como fez o PDT ontem, deputados Alessandro Molon (PSB-RJ), Joyce Hasselman (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Marcelo Freixo (PSB-RJ) apresentaram hoje um mandado de segurança ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o pedido de liminar para barrar a tramitação da PEC. A ação suprapartidária alega “irregularidades formais dos atos, seus patentes desvios de finalidade e o atropelo do devido processo legislativo” no modo como Lira conduziu os trabalhos.

Segundo Zeller Bernardino, especialista em câmbio da Valor Investimentos, houve um certo alívio no mercado com as declarações de Lira de que há condições para aprovação da PEC, o que contribui para a queda mais acentuada do dólar. “Hoje o clima foi positivo lá fora e tivemos essa questão da PEC, que ajudou também. Porém isso não é suficiente para ter um dólar mais baixo no longo prazo. A questão fiscal brasileira ainda é a maior preocupação”, afirma.

Na B3, o dólar futuro para dezembro era negociado a R$ 5,5560, em queda de 1,35%, com giro na casa dos US$ 12,5 bilhões. (Antonio Perez – [email protected])

17:36

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.52270 -1.4877 5.60760 5.50350

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5564.500 -1.19851 5635.000 5527.500

DOLAR COMERCIAL 5637.500 -0.90724 5637.500 5637.500

JUROS

O apetite global pelo risco, induzido pelos dados robustos do payroll americano, favoreceu ativos de economias emergentes em geral, incluindo alívio de prêmios na curva de juros na medida em que o dólar também teve queda generalizada. As preocupações fiscais seguem presentes, mas hoje os receios com o futuro da PEC dos Precatórios tiveram uma trégua, com o noticiário sobre o assunto mais esvaziado. As taxas longas recuaram com mais força ante as demais e a curva perdeu inclinação. Na semana marcada pela ata do Copom hawkish e aprovação tumultuada da PEC dos Precatórios na Câmara, a curva fechou nivelada com taxas nos 12% nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2023 em diante, com forte desinclinação ante a sexta-feira passada.

A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 12,04%, de 12,11% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,176% para 12,12%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 12,09%, de 12,194% no ajuste anterior. O diferencial entre os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2023 terminou a semana em apenas 5 pontos-base, de 13 pontos na sexta-feira passada, após ficar negativo em 5 pontos na última quarta-feira.

As taxas estiveram em baixa desde cedo, bastante alinhadas ao comportamento do câmbio. A queda perdeu um pouco de força no começo da tarde, mas depois retomou fôlego e as taxas ainda renovaram mínimas quando dólar desceu até a casa dos R$ 5,50. A moeda à vista fechou em R$ 5,5227 (-1,49%). O real junto com o rand sul africano foi destaque entre os emergentes, embalado pelo aumento da confiança na economia dos Estados Unidos após a divulgação do relatório de emprego de outubro. Foram criadas 531 mil vagas, ante expectativa de geração de 400 mil, com dados anteriores sendo ainda revisados para cima.

Para o operador de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno, o bom humor no exterior até justifica um ajuste nos prêmios esticados na curva, mas vê um certo exagero no ritmo. “É verdade que o mercado botou muito prêmio, mas a curva fechou demais. A inflação não está em patamar confortável e ainda há muita incerteza sobre a PEC”, afirma.

Com a queda de hoje, o mercado toma fôlego para enfrentar a agenda da próxima semana, que tem entre os principais pontos justamente a tramitação da PEC. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer votar os destaques e também o texto em segundo turno na terça-feira. Ele minimizou hoje riscos de mudanças “radicais” no texto e avaliou que os partidos da oposição deverão manter seus votos.

Apesar da liberação pelo governo de quase R$ 1 bilhão em emendas para deputados antes da votação dar alguma segurança para os próximos passos, a sequência da tramitação pode ser comprometida por ofensivas jurídicas. A oposição viu manobra de Lira antes da votação final para encaminhamento ao Senado. “O questionamento judicial e a incerteza na votação no Senado seguem no radar, da mesma forma, que a prorrogação do auxílio emergencial financiada por créditos extraordinários fora do teto de gastos”, afirmou o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho. Depois da Câmara, o governo deve ter ainda problemas para aprovar a PEC no Senado, onde há mais divergências.

A próxima semana reserva ainda na agenda o IPCA de outubro e dados remanescentes de atividade do terceiro trimestre – a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de setembro -, que serão importantes para balizar as expectativas de PIB do terceiro trimestre. (Denise Abarca – [email protected])

17:36

Operação   Último

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 7.87

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 7.65

Over Selic (%a.a) 7.65