NY TEM GANHOS COM BANCOS E TECHS, ENQUANTO ATIVIDADE FRACA PESA GLOBALMENTE EM JUROS

Números trimestrais fortes de bancos americanos e renovadas apostas no setor de inteligência artificial (IA) sustentaram os ganhos das bolsas de Nova York nesta terça-feira. Os balanços das instituições financeiras têm vindo majoritariamente bons, o que afasta a chance de uma eventual crise sistêmica, temor que marcava a passagem do primeiro para o segundo trimestre. Um dos termômetros desse otimismo foi o papel do BofA, que saltou 4,42% após divulgar seu balanço. Entre as gigantes de tecnologia, Microsoft (+3,98%) e Meta (+0,46%) anunciaram uma parceria para distribuir novo software de IA para uso comercial por empresas. Com esse impulso corporativo, o índice Dow Jones saltou 1,06%, o S&P 500 subiu 0,71% e o Nasdaq ganhou 0,76%. Os investidores de ações puderam até deixar de lado as preocupações de curto prazo com a atividade econômica que os dados fracos de indústria e varejo nos Estados Unidos suscitaram, aproveitando-se inclusive da queda dos juros longos dos Treasuries provocada pelos indicadores. O recuo das taxas, aliás, foi global hoje. Títulos de 10 anos na Alemanha, na França e no Reino Unido cederam, em linha com o par americano. Aqui no Brasil, os operadores de renda fixa aproveitaram o alívio global para queimar um pouco dos prêmios acumulados desde o começo do mês. De todo modo, a agenda local praticamente nula tira ímpeto de apostas mais arriscadas. A Bolsa também sente a falta de tração do noticiário doméstico e os agentes optam por movimentos pouco contundentes. Blue chips como Vale (ON -0,63%) e Petrobras (ON -0,86% e PN -0,55%) puxaram as perdas do índice hoje. A mineradora divulga, após o fechamento do mercado, seu relatório de produção do segundo trimestre. O Ibovespa terminou o dia aos 117.841,19 pontos, desvalorização de 0,32%. Também sem tração, o dólar à vista subiu aos R$ 4,8088, leve avanço de 0,04%. Profissionais desse mercado observaram ao longo do dia o rompimento da faixa de 100 pontos do DXY, ainda que essa marca não tenha sido observada no fechamento (99,941 pontos, ganho de 0,10%).

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•BOLSA

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

Após balanços de bancos melhores que o esperado nos Estados Unidos, os mercados acionários de Nova York fecharam no território positivo, contando também com impulso da Microsoft, que teve o melhor pregão desde xxxx, após notícia de parceria com Meta para inteligência artificial. Na renda fixa, os juros dos Treasuries ficaram sem direção única, pressionados por interpretações de dados dos EUA que aponta que o Federal Reserve (Fed) poderá ser menos rígido nas próximas decisões, com desaceleração econômica dos EUA em foco. Já o dólar tinha leve alta, após passar parte do pregão em baixa, com diferenças de perspectivas de trajetória de juros dos países influenciando no câmbio. Apesar das dúvidas sobre as principais economias do mundo, o petróleo conseguiu fechar em alta, acompanhando perspectivas de oferta e demanda.

Balanços de grandes bancos americanos ajudaram a lançar um tom positivo principalmente sobre o Dow Jones, com Morgan Stanley (+6,45%) e Bank of America (+4,42%) apresentando resultados melhores que o esperado no segundo trimestre, levando alívio a investidores que temiam resultados fracos devido à turbulência bancária do início do ano, aponta a Oanda.

Segundo análise, é possível que, com os balanços, permaneça o otimismo de que uma economia resiliente dos EUA se traduza em gastos decentes, “apesar de todos os ventos contrários”. Outros bancos dos estados Unidos também foram na esteira dos balanços bem recebidos, como Goldman Sachs (+3,08%), Wells Fargo (+1,92%) e Citigroup (+1,64%).

A Microsoft, por sua vez, foi destaque ao anunciar parceria com a Meta para distribuir software de inteligência artificial. A nível comercial, a Microsoft anunciou que deverá cobrar US$ 30 por mês por pessoa pelo acesso ao software, um novo teste de precificar as ferramentas de IA. Assim, os papéis da empresa saltaram 3,98%. Ainda, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,06%, o S&P 500 subiu 0,71% e o Nasdaq avançou 0,76%.

Na renda fixa, os juros dos Treasuries não firmaram direção única, com dados dos Estados Unidos apontando para uma fraqueza maior que o esperado nas vendas do varejo e de produção industrial. Na visão do ANZ, os dados indicam que as “pressões inflacionárias estão diminuindo um pouco, no entanto, os mercados ainda estão precificando totalmente um aumento de 25 pontos-base nas taxas pelo Federal Reserve na próxima semana”. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos avançava a 4,768%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,792% e o do T-bond de 30 anos baixava a 3,898%.

O dólar, por sua vez, subia levemente, o que, segundo a Brown Brothers Harriman (BBH), era resultado das diferentes perspectivas de juros e de crescimento econômico entre os países. Apesar da alta, o índice DXY se mantinha abaixo da marca de 100 pontos. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar avançava a 138,97 ienes. O índice DXY fechou em alta de 0,10%, a 99,941 pontos, o euro operava estável a US$ 1,1229 e a libra tinha queda a US$ 1,3045.

Já o dólar blue operava estável a 520 pesos argentinos, após ceder em meio a notícias de renegociações entre o governo da Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o presidente do país, Alberto Fernández, a expectativa é que haja acordo ainda esta semana para flexibilizar a reestruturação da dívida entre o país e o Fundo.

Também olhando para as expectativas da economia, investidores de petróleo acompanharam perspectivas de que o mercado de petróleo seguirá apertado, o que favoreceu os preços da commodity nesta sessão. Segundo análise da Remessa Online, o movimento considera a percepção de que os estoques americanos estão abaixo do nível. Segundo relatório da Iniciativa Conjunta de Dados das Organizações (Jodi, pela sigla em inglês), a demanda global por petróleo subiu 3 milhões de barris por dia em maio ante abril, enquanto os estoques de petróleo caíram 10 milhões de barris por dia.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 2,13% (US$ 1,58), a US$ 75,66 o barril, enquanto o Brent para igual mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,43% (US$ 1,13), a US$ 79,63 o barril.

Perspectivas da demanda e recuperação econômica também foram assuntos mencionados na cúpula do G20, que terminou sem um comunicado oficial devido à falta de consenso entre os países sobre o posicionamento referente à guerra da Ucrânia. Mais cedo, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou que é necessário fortalecer a rede de segurança para países mais vulneráveis.

A China anunciou uma série de medidas para estimular o consumo de bens e serviços, seguindo resultado menores que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do país, divulgado ontem. Na visão da Fitch, o PIB do país deverá crescer 5,6% em 2023, mas desacelerar a 4,8% em 2024 e 4,7% em 2025, devido a estabilização do consumo e da queda da produção industrial e nas importações. Já o Moody’s destaca que a recuperação do país está sendo desigual, com estagnação nos investimentos no consumo e investimentos, e com demanda global moderada. Ainda, a agência de avaliação de risco aponta para aumento de risco de vários setores, com pressão adicional sobre os governos regionais e locais. (Natália Coelho – [email protected])

JUROS

Os juros futuros deram sequência ao movimento de ontem, exibindo queda durante toda a sessão, em meio ao fechamento das curvas no exterior e à expectativa pelo início do ciclo de desaperto monetário no Brasil. Num dia sem catalisadores para os negócios, o mercado continuou em busca dos prêmios acumulados após a alta das taxas no fim da semana passada, diante da certeza de que a Selic começará a ser reduzida no próximo Copom, seja em 0,25 ponto porcentual seja em 0,50 ponto. No exterior, a agenda não foi tão forte, mas dados de atividade abaixo do esperado nos Estados Unidos reforçaram a percepção de que o processo de contração monetária está terminando. E o Tesouro trouxe lote menor de NTN-B no leilão desta terça-feira, com risco moderado para o mercado, evitando pressão maior sobre a curva.

Às 17h27, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,76%, de 12,788% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caía de 10,79% para 10,74%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 10,16%, de 10,24%, e a do DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 10,51%, de 10,55%.

Diante da agenda esvaziada de indicadores e noticiário reduzido, a curva seguiu o que é considerado seu curso “natural”, de baixa, reforçado pelo viés externo também de queda nas taxas dos Treasuries e dos bônus na Europa. A produção industrial americana recuou 0,5% em junho, ante consenso de estabilidade, e as vendas do varejo, também de junho, avançaram 0,2%, menos do que o previsto (+0,6%). Na Europa, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Klaas Knot disse que altas de juros pelo BCE além de julho são “uma possibilidade” e não uma certeza.

No Canadá, a inflação ao consumidor avançou 2,8% em junho na taxa anual, desacelerando em comparação à alta de 3,4% em maio. É a primeira vez desde março de 2021 que a inflação canadense fica dentro da faixa alvo estabelecida pelo banco central do país, de 1% a 3%.

Internamente, com o Congresso em recesso e a agenda limitada de indicadores na semana, o mercado busca inspiração nas apostas para a Selic para a montagem de posições vendidas. “A cada dia que passa o corte vai ficando mais próximo e o mercado vai operando hoje em cima disso”, resume o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.

A não ser em caso de algo inesperado, o quadro de apostas deve seguir dividido entre redução de 0,25 e 0,50 ponto até pelo menos a divulgação do IPCA-15 de julho na próxima semana, vista como o próximo evento com potencial de definir o cenário das expectativas, uma vez que as medianas de inflação no Boletim Focus pouco têm se mexido.

A notícia de que o governo recuou e vai mandar ao Congresso a reforma tributária ligada à renda somente no fim do ano, após a conclusão da etapa de alterações nos impostos sobre o consumo, foi bem recebida. A leitura é de que, desse modo, não compromete a evolução da primeira fase, que já está no Senado, facilitando a sua aprovação.

Em relatório, o UBS Global Wealth Management avalia que a aprovação da reforma tributária deve trazer efeitos positivos para a classificação de risco soberano do Brasil. “Os bônus soberanos em dólar, no entanto, estão sendo negociados em preços entre ‘justos e caros’, com spreads consideravelmente mais apertados que seus pares”, afirmam os economistas.

No leilão de NTN-B, o Tesouro vendeu integralmente o lote de 1,1 milhão de títulos, com risco para o mercado (DV01) de US$ 889 mil, pouco acima dos US$ 781 mil da semana passada, mas com taxas abaixo do consenso de mercado, segundo a Necton Investimentos. (Denise Abarca – [email protected])

BOLSA

Em dia com poucos catalisadores para os negócios, o Ibovespa se acomodou um pouco abaixo dos 118 mil pontos, em recuo de 0,32% no fechamento da sessão, em que oscilou dos 117.324,10 aos 118.731,86, da mínima à máxima do dia, e encerrou aos 117.841,19, devolvendo boa parte do leve ganho do dia anterior. Nesta terça-feira, o índice de referência da B3 reverteu também o pequeno avanço visto até o começo da tarde, não conseguindo acompanhar o desempenho moderadamente positivo em Nova York, onde o destaque foi o Dow Jones, em alta de 1,06% no encerramento.

Tão fraco quanto o de ontem, o giro ficou em R$ 18,7 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa cede 0,21%, mas avança 7,39% no ano e está positivo na semana (+0,11%). Na B3, o desempenho majoritariamente negativo dos grandes bancos (Itaú PN -1,94%) tirou o suporte que havia assegurado no dia anterior ao Ibovespa, em sessão mais uma vez desfavorável, ainda que levemente, às ações de commodities (Vale ON -0,63%; Petrobras ON -0,86%, PN -0,55%).

Na ponta do índice, destaque nesta terça-feira para Yduqs (+7,11%), Pão de Açúcar (+4,80%), Alpargatas (+4,04%), Cogna (+3,76%) e Prio (+2,83%), com Assai (-2,81%), JBS (-2,77%), Minerva (-2,13%) e Méliuz (-2,09%) no lado oposto.

Ao fim, “o Ibovespa apresentou pequena queda, enquanto o dólar operou de forma estável [na sessão]. O principal índice da B3 esteve em equilíbrio entre o desempenho mais fraco das ações relacionadas a commodities e o avanço de parte dos papéis associados à economia local”, comenta Carlos Honorato, professor da FIA Business School, que chama atenção para a perda de vigor da economia chinesa, a que a B3 tem forte exposição pelo peso das ações de matérias primas na composição do Ibovespa.

“Dificuldades na segunda maior economia do mundo colocarão mais pressão sobre o crescimento global. A economia da China perdeu ritmo no segundo trimestre devido à queda das exportações, ao baixo desempenho das vendas no varejo e a um setor imobiliário estagnado”, acrescenta Honorato.

Na ausência de novos sinais ruins, como a fraca leitura sobre o PIB chinês na virada para a segunda-feira, a sessão de hoje foi relativamente tranquila também para os índices de ações nos Estados Unidos, com dados sobre vendas do varejo no país, às 9h30, trazendo núcleo e índice um pouco abaixo do esperado para junho, o que resultou, a princípio, em algum estresse para o índice DXY, que contrapõe o dólar a referências como euro, iene e libra, e também na curva de juros americana. Mas tal movimento se mostrou pontual, transitório, observa Helder Wakabayashi, analista da Toro Investimentos.

Aqui, “há ainda uma grande expectativa pelo início de corte dos juros, mas os fortes balanços corporativos divulgados no exterior fazem com que o dólar responda de forma expressiva. A gente sabe que, no Brasil, o corte de juros em agosto é bem provável, mas há incerteza se será de 0,25 ou de meio ponto porcentual. Os balanços corporativos nos Estados Unidos têm dado uma ideia da direção da economia americana, e o lucro do Bank of America no segundo trimestre foi, de certa forma, um fator de alívio, inclusive para quem espera que os juros americanos fiquem entre 5% e 5,25% no ano”, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.

Em geral, nesta terça-feira, as ações de grandes bancos operaram em forte alta nos principais mercados acionários do mundo, após o sólido balanço do Bank of America (BofA) ter reforçado a percepção de que o setor financeiro deixou para trás turbulências que resultaram na quebra de três instituições de médio porte nos Estados Unidos no primeiro semestre do ano.

Por aqui, ontem, a leitura mais recente do IBC-Br, em retração de 2% em maio ante abril, veio em momento no qual a desaceleração da inflação animava o mercado, em consonância com um quadro de resiliência econômica e também do mercado de trabalho doméstico.

“A taxa de juros é como freio de mão, e a elevação foi necessária no momento em que também se discutia muito a situação das contas públicas, o que resultava na colocação de prêmios na curva. O quadro para as contas públicas é mais positivo desde o arcabouço fiscal, e agora com a reforma tributária. Mas o início de cortes tende a ser parcimonioso, começando por 25 pontos-base e podendo ir depois a 50 pontos, com a Selic chegando a 12%, 12,5% no fim do ano, e a um dígito no fim de 2024”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

A perspectiva de juros mais baixos ao longo deste segundo semestre vinha induzindo, especialmente em junho, uma recuperação de preços dos ativos em Bolsa. Mas o gás da retomada tem se mostrado mais curto desde a virada para julho, mês em que, até aqui, o Ibovespa tem aparado um pouco do avanço de 9% que havia acumulado no anterior. Nas últimas quatro sessões, sem quebras, o Ibovespa tem basicamente devolvido o que acumula no dia precedente, com a linha de 117 mil pontos prevalecendo na maioria dos fechamentos desde o último dia 10, após ter sustentado os 119 mil pontos entre 3 e 5 de julho. (Luís Eduardo Leal – [email protected], com André Marinho)

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 117841.19 -0.31997

Máxima 118731.86 +0.43

Mínima 117324.10 -0.76

Volume (R$ Bilhões) 1.86B

Volume (US$ Bilhões) 3.88B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118760 -0.68573

Máxima 119940 +0.30

Mínima 118405 -0.98

CÂMBIO

O dólar à vista avançou 0,04% em relação ao real nesta terça-feira, 18, a R$ 4,8088, puxado pelo leve fortalecimento global da moeda americana. O cenário externo guiou o mercado de câmbio doméstico, enquanto agentes calibravam as expectativas para os próximos passos de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) após dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos.

Aqui, a moeda ficou instável durante a maior parte do dia, e oscilou pouco mais de três centavos entre a mínima, de R$ 4,7956 (-0,24%), e a máxima, de R$ 4,8273 (+0,42%). O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de pares fortes, avançou 0,10%, a 99,946 pontos, e, na máxima intradia, chegou a retomar a marca psicológica de 100 pontos.

Às 17h21, o contrato de dólar futuro para agosto avançava 0,10%, cotado em R$ 4,8245, com giro financeiro de US$ 11,5 bilhões.

Dados da economia americana divulgados durante a manhã sinalizaram arrefecimento. As vendas do varejo dos EUA avançaram 0,2% em junho ante maio – menos do que o consenso de analistas consultados pela FactSet (0,6%) -, enquanto a produção industrial recuou 0,5% no período, contra uma expectativa de estabilidade (0,0%). Já o índice de confiança das construtoras avançou 1 ponto no mês, a 56, na sétima alta seguida.

Após os resultados, a curva dos Treasuries continuou indicando chance majoritária (99,8%) de que o Fed deve elevar a sua taxa de juros em 25 pontos-base, à faixa de 5,25% a 5,50%, na sua decisão do próximo dia 26. Conforme a ferramenta de monitoramento do CME Group, a maior parte do mercado aposta em manutenção dos juros neste nível até dezembro (42,9%) e em um corte de 25 pontos já em janeiro (40,2%).

“Hoje, o driver foi mais de política econômica global e questões inflacionárias, e o resultado que tivemos recentemente sobre a economia chinesa”, afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha. No domingo, 16, o Escritório Nacional de Estatísticas da China divulgou que o PIB do país cresceu 6,3% no segundo trimestre de 2023 ante igual período de 2022, abaixo do esperado.

Após os dados fracos, o gigante asiático anunciou nesta terça-feira um conjunto de 11 medidas para impulsionar o consumo de bens e serviços, o que ajudou a sustentar altas dos preços do petróleo durante a sessão, entre 1,43% (Brent) e 2,13% (WTI). Mesmo assim, o dólar acabou anotando ganhos contra as principais divisas de exportadores de commodities, como o dólar australiano (+0,07%) e o neozelandês (+0,76%).

O chefe da tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, afirma que a moeda americana tem oscilado em margem estreita nos últimos quatro dias, sem um fator que canalize movimentos. Em meio à agenda doméstica esvaziada devido ao recesso parlamentar e ao período de férias no Hemisfério Norte, a tendência é que o mercado continue observando dados dos EUA, em busca de pistas sobre os próximos passos do Fed, afirma.

“O Fed vai ser o principal driver, e esses dados sobre a economia americana devem dar uma mexida no mercado”, diz o especialista. “Como o dólar chegou testar em junho aquele nível de R$ 4,75, mas não conseguiu passar, acho que, neste momento, ele pode oscilar entre R$ 4,75 e R$ 4,90”, completa.

Rolha, da Venice, lembra que a divisa americana tem oscilado entre R$ 4,80 e R$ 4,90, mas vê espaço para valorização do real nos próximos meses, mesmo com a perspectiva de início do ciclo de corte da taxa Selic pelo Banco Central a partir de agosto. Para o analista, o diferencial de juros ainda deverá ser capaz de atrair recursos estrangeiros para o Brasil.

“Eu acredito ainda num viés muito mais baixista para a moeda, podendo chegar a bandas perto de R$ 4,69, embora a gente tenha essa resistência para furar o R$ 4,75. Mas acredito que esse fluxo deve ser atrativo para o Brasil receber capital internacional, além de menores apostas contra o real”, diz Rolha.

Hoje, o UBS Global Wealth Management afirmou que o dólar deve cair a um nível próximo de R$ 4,60 no curto prazo e se estabilizar em torno de R$ 5,00 em um prazo de seis a 12 meses. Em relatório assinado pelo seu CIO para mercados emergentes nas Américas, Alejo Czerwonko, a casa diz que a reforma tributária aprovada pela Câmara no início de julho deve ser positiva para o rating soberano do Brasil. (Cícero Cotrim – [email protected])

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.80880 0.0395 4.82730 4.79560

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4823.500 0.083 4838.500 4806.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4849.500 0 4849.500 4849.000