NY SE RECUPERA DE PERDAS RECENTES, MAS AGENDA SEMANAL CARREGADA TRAZ CAUTELA A BRASIL

A semana começa com os mercados americano e brasileiro com sentimentos opostos, com algum fôlego ao risco lá fora e relativa cautela aqui. Depois de computar perda forte no início de agosto, as bolsas de Nova York tentaram se recuperar, ancoradas no noticiário corporativo e monitorando as falas de dirigentes do Federal Reserve antes da divulgação de dados inflacionários, na quinta (CPI) e na sexta-feira (PPI). Enquanto a diretora Michelle Bowman defendeu a necessidade de mais altas de juros, o presidente da distrital de Nova York, John Williams, vislumbrou corte das taxas já em 2024. As falas do segundo acabaram encontrando mais eco e deram força adicional aos índices americanos, que subiram entre 0,61% (Nasdaq) e 1,16% (Dow Jones). No Brasil, apostas mais conservadoras prevaleceram. Durante a tarde, o Ibovespa até tentou seguir o humor externo com ajuda de Vale (ON +0,50%) e Petrobras (ON +0,67% e PN +0,63%), mas as baixas nos setores financeiro e de consumo prevaleceram, também em meio à expectativa com a enxurrada de balanços. O índice terminou o dia em 119.379,50 pontos, queda de 0,11%. Na renda fixa, os juros futuros subiram com o mercado à espera da ata do Copom (amanhã) e do IPCA (sexta). No câmbio, o ceticismo com o sucesso dos estímulos monetários na China penalizou moedas emergentes. Assim, o dólar à vista subiu aos R$ 4,8946, valorização de 0,40%.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

Falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) mostraram divergência entre os membros do comitê de política monetária do BC americano, com a diretora do BC americano, Michelle Bowman, destacando a necessidade de mais altas de juros, mas com o presidente do Fed de Nova York, John Williams, já discutindo corte de juros. Entretanto, os índices acionários de Nova York fecharam em alta, reagindo a balanços publicados nos últimos dias. Neste cenário, o dólar operava misto ante moedas fortes, com força em especial da libra, de olho na possibilidade de mais aperto pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Já os juros dos Treasuries ficaram sem direção única – ao contrário dos bônus europeus, que subiram -, em agenda esvaziada de indicadores, levando as atenções para as projeções do índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) de julho dos Estados Unidos, que será divulgado quinta.

Enquanto Bowman reiterou hoje comentários feitos no fim de semana sobre a necessidade de mais elevações de juros nos EUA – apesar de destacar a necessidade de dados -, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, destacou que os EUA estavam do pico de juros, já considerando a possibilidade de corte de taxa em 2024.

Na visão do Brown Brothers Harriman (BBH), as falas de Bowman destacam a divergência entre os dirigentes do Federal Reserve (Fed) sobre a trajetória dos juros americanos, após comentários considerados “dovish” de outros membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) nos últimos dias, como Raphael Bostic e Austan Goolsbee.

Entretanto, ainda digerindo o payroll misto da última sexta-feira, os mercados acionários de Nova York mantiveram alta, apesar da fraqueza da Apple (-1,73%) após resultados corporativos, com destaque para o avanço da Berkshire Hathaway (+3,60%), que divulgou balanço além das expectativas.

Na visão da Oanda, a força de Wall Street segue uma temporada de balanços “sólida”. “Conforme chegamos ao último lote de ganhos, até agora 84% das empresas do S&P 500 forneceram resultados, e cerca de 80% vieram de acordo com as expectativas do mercado”. O número foi apoiado pela FactSet, que no último dia 4, apontou que 79% das empresas do S&P 500 reportaram lucro por ação acima do esperado. Assim, o índice Dow Jones subiu 1,16%, o S&P 500 avançou 0,90% e o Nasdaq teve alta de 0,61%.

Já na Europa, Pill destacou que as altas de juros ainda estão começando a fazer efeito na inflação, mas ressaltou que o índice de preços segue “muito alto”, especialmente a de alimentos. Neste cenário, a libra subiu ante o dólar, que operava misto ante moedas rivais. Entretanto, segundo avaliação da Mizuho, os resultados do payroll aumentaram as perspectivas de uma taxa de juros “mais alta” por “mais tempo”, o que deve apoiar o dólar, “embora ainda haja muitos ‘bears’ da moeda que provavelmente continuarão pressionando o índice DXY de volta para a marca de 100 pontos”. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar avançava a 142,46 ienes e o euro operava estável a US$ 1,1008. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, tinha alta de 0,03%, a 102,047 pontos. Já a libra subia a US$ 1,2786.

O fôlego do câmbio ao longo do dia chegou a pressionar o petróleo, que fechou em queda. Na visão da Oanda, temores por uma recessão nos Estados Unidos também empurraram os preços da commodity para baixo, enquanto o mercado também digere o aumento de preços pela estatal Saudi Aramco, da Arábia Saudita. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,06% (US$ 0,88), a US$81,94 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), registrou baixa de 1,04% (US$0,90), a US$ 85,34 o barril.

Na renda fixa, os juros dos Treasuries operaram mistos, com uma leve queda da inversão dos juros. Para a Capital Economics, entretanto, essa inclinação dos rendimentos das T-notes de 2 anos e 10 anos deverá ser menos acentuada ao longo do próximo ano, destacando que a mudança deve vir do retorno da T-note de 2 anos. No fechamento de Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,778%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,088% e o do T-bond de 30 anos subia a 4,266%.

O Bank of America (BofA) revisou para cima sua previsão para o rendimento do Bund de 10 anos este ano. Os retornos deverão atingir um pico acima de 2,65%, antes de cair para 2,4% no final do ano (anteriormente, 2,25%). Nesta sessão, o retorno do Bund de 10 anos subiu a 2,595% e o Gilt do mesmo vencimento avançou a 4,548%.

Também no radar de hoje, está a notícia de que o PayPal lançou stable Coin lastreada em dólares americanos chamada de PayPal USD, terá sua paridade garantida por meio do depósito de dólares, títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo e equivalentes de caixa. (Natália Coelho – [email protected])

BOLSA

Com Petrobras (ON +0,67%, PN +0,63%) em alta apesar do recuo do petróleo, e com a ação da Vale oscilando do negativo ao positivo (ON +0,50%), o Ibovespa parecia, no meio da tarde, que conseguiria evitar a quinta perda consecutiva e alcançar seu primeiro avanço no mês. Ao fim, a moderada ajuda das duas gigantes de commodities não foi o suficiente para carregar o índice, que fechou em leve baixa de 0,11%, aos 119.379,50 pontos, permanecendo no menor nível de encerramento desde 20 de julho.

Da mínima à máxima do dia, foi hoje dos 118.893,90 aos 120.103,93 pontos, saindo de abertura a 119.509,35, com giro fraco na sessão, a R$ 19,7 bilhões. Em agosto, o Ibovespa cai 2,10%, mas avança 8,79% no ano.

O dia foi mais uma vez negativo, ainda que moderadamente, para as ações de grandes bancos, com destaque ainda para Bradesco (ON -0,64%, PN -0,71%) após o balanço do segundo trimestre, divulgado na noite de quinta-feira – exceção para Santander no fechamento, em leve alta de 0,07% nesta segunda-feira. Na ponta ganhadora do Ibovespa, BB Seguridade (+2,38%), com o balanço trimestral, à frente de Embraer (+2,17%) e de Dexco (+1,71%) neste começo de semana, enquanto Méliuz (-6,95%), CVC (-3,97%) e Lojas Renner (-3,16%) puxaram a fila oposta.

“Empresas que vinham numa toada boa tiveram certa realização hoje, na ausência de notícias. E Vale e Petrobras, com peso grande no índice, contribuíram para dar uma segurada no Ibovespa hoje, em um começo de semana agitada, com muitos indicadores para sair. Assim, realizou um pouco, em compasso de espera”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

“O relatório Focus trouxe, pela manhã, aumento nas projeções para PIB e redução para as de câmbio e Selic, com manutenção para IPCA (estimativa para 2023, a 4,84%). A semana será movimentada, com balanços trimestrais de empresas (como Itaú), além de novos dados de inflação no Brasil e em países como Estados Unidos e China, bem como a aguardada ata do Copom, amanhã”, diz Rosiane Duarte, analista da Toro Investimentos.

“A tendência do dia, desde a abertura, era mais de baixa para a Bolsa, refletindo um cenário de incerteza também lá fora, com o dólar tendo ganhado força no mundo inteiro desde o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos [pela Fitch, na semana passada]”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos. No Brasil, o dólar à vista fechou esta segunda-feira em alta de 0,40%, a R$ 4,8946.

“O Ibovespa tem encontrado dificuldade para dar continuidade à alta, com uma queda mais forte, hoje, entre as small caps [ações de menor capitalização de mercado] – diferentemente da semana passada, quando essas ações avançaram cerca de 1,5%, contra queda do Ibovespa [no intervalo]”, acrescenta o operador, referindo-se também a um leve avanço da curva de juros na sessão, refletindo a cautela dos investidores nesta véspera de ata do Copom, da qual se espera explicação adicional para o corte de meio ponto porcentual, e não de 0,25 ponto, efetivado na Selic na noite da última quarta-feira.

“Depois de balanços mais fracos de Petrobras e Vale, na semana passada, o mercado aguarda, agora, os números do Itaú, outro banco bastante relevante para o índice, com expectativa de resultado melhor do que o do Bradesco”, diz Lourenço, qualificando a atual temporada de balanços do segundo trimestre, em geral, como “mista”.

“A B3 trabalhou entre altos e baixos durante o dia, enquanto, em Nova York, o sinal que prevaleceu no fechamento foi positivo [Dow Jones +1,16%, S&P 500 +0,90%, Nasdaq +0,61%]. As bolsas europeias, por sua vez, foram afetadas pela queda na produção industrial da Alemanha, em retração de 1,5% em junho, superior à que se antecipava, de cerca de meio ponto para o mês. O dia foi negativo também para os preços do petróleo, em Londres e Nova York, e para o minério de ferro na China”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

Aqui, “além da ata do Copom, que pode fazer preço amanhã, a tramitação da PLDO na Câmara trouxe um pouco de pressão à curva de juros hoje, em meio a alguma indefinição sobre a votação do arcabouço e o efeito sobre o fiscal, uma questão ainda bastante sensível”, acrescenta Esteves. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 119379.50 -0.10726

Máxima 120103.93 +0.50

Mínima 118893.90 -0.51

Volume (R$ Bilhões) 1.96B

Volume (US$ Bilhões) 4.01B

17:33

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 119675 -0.16268

Máxima 120495 +0.52

Mínima 119240 -0.53

JUROS

A cautela externa penalizou os mercados emergentes nesta segunda-feira, ajudando a puxar para cima os juros futuros em toda a extensão da curva a termo, numa semana de agenda carregada de eventos e indicadores importantes para balizar as apostas para a política monetária. No Brasil, amanhã sai a ata do Copom e na sexta, o IPCA de julho. No exterior, as atenções se voltam ao índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos, na quinta-feira.

A sessão teve volume comedido de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados. O DI para janeiro de 2024, o mais líquido, girava pouco mais de 500 mil por volta das 17h, ante média diária de 845.318 nos últimos 30 dias. A taxa estava em 12,485%, de 12,463% o ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subia de 10,47% para 10,55%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 10,12%, de 10,07%, e a do DI para janeiro de 2029 avançava de 10,54% para 10,59%.

A agenda hoje fraca de indicadores contrasta com o calendário expressivo ao longo da semana, o que ajudou a colocar o mercado na defensiva. Somado a isso, o exterior também não contribuiu, com o dólar em alta ante o real e inclinação na curva dos Treasuries. “A expectativa pelo CPI, que deve mostrar aceleração, deixa o investidor receoso”, afirma o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, explicando que esse sentimento pesa em especial sobre emergentes da América Latina, cujos bancos centrais já deram a largada no ciclo de ajuste em baixa de suas taxa de juros. Enquanto isso, nos Estados Unidos, por exemplo, o quadro é mais incerto, com risco tendendo mais para alta do que para queda. A semana reserva ainda dados da inflação e do comércio exterior na China.

Ainda que o real possa estar sofrendo justamente pelo alívio da Selic, o câmbio é uma preocupação na renda fixa por causa do cenário inflacionário, num momento em que os preços de combustíveis, bastante sensíveis à variação do dólar, já estão defasados ante o exterior. Esse contexto aumenta a ansiedade com relação à ata do Copom amanhã, na qual os diretores devem redobrar esforços para tentar conter o ímpeto das apostas na aceleração do ritmo de queda da Selic nas próximas reuniões.

No meio da tarde, a curva embutia -58 pontos-base para o Copom de setembro, ou seja 32% de chance de uma redução de 0,75 ponto porcentual e 68% de chance de queda de 0,50 ponto, na atual Selic de 13,25%. Para o fim de 2023, projetava taxa básica de 11,50% e para o fim de 2024, entre 9,00% e 9,25%.

“Há dúvida se pelo fato de Campos Neto ter ido para o lado ‘dovish’ não houve uma mudança na função-reação do BC por pressão política”, diz Rosatgno, que chama ainda atenção para o Boletim Focus, no qual o ajuste das estimativas não foi acompanhando por melhora relevante nas medianas do PIB. A mediana para o PIB de 2023 passou de 2,24% para 2,26% a de 2024 se manteve em 1,30%.

Na pesquisa, enquanto as medianas para o IPCA oscilaram marginalmente, as de Selic foram ajustadas à luz do Copom. A estimativa para o fim de 2023 caiu a 11,75%, de 12,00% na semana passada e a de 2024, de 9,25% para 9,00%. A previsão para o fim de 2025 também caiu em 0,25 ponto, de 8,75% para 8,50% e a de 2026 permaneceu em 8,50%. “As projeções de Selic não incorporaram os recados do BC no comunicado da semana passada”, comenta o economia André Perfeito referindo-se aos ajustes de baixa para 2024 e 2025.

Para ele, o Copom deixou explícito que irá deixar a taxa em terreno contracionista para ancorar as expectativas ainda mais. “Me parece que os economistas resolveram colocar as taxas que entendem como neutra (ou mesmo abaixo da neutra) no final do ciclo, o que não me parece factível por ora”, diz.

Na inflação, o Focus trouxe que a expectativa para 2024, que incorpora boa parte do horizonte da política monetária do BC, passou de 3,89% para 3,88%, “em ajuste que sugere certo esgotamento do processo de melhora das projeções para o próximo ano”, afirmam Silvio Campos e João Leme, economistas da Tendências. A meta central de inflação para 2024 é de 3,0%. Para 2025 e 2026, seguem em 3,50%. (Denise Abarca – [email protected])

CÂMBIO

Após ter superado o nível de R$ 4,91 pela manhã, o dólar à vista arrefeceu o ritmo de alta ao longo da tarde em sintonia com o exterior e o ensaio de melhora do Ibovespa. Entre máxima a R$ 4,9146 e mínima a R$ 4,8701, a moeda encerou a sessão cotada a R$ 4,8946, avanço de 0,40%. Com ganhos em quatro dos cinco pregões de agosto, a divisa já acumula valorização de 3,49% no mês. A liquidez foi comedida, com o contrato de dólar futuro para setembro movimentando menos de US$ 10 bilhões.

Segundo operadores, o real sofreu com o sentimento de cautela diante da agenda carregada da semana – que traz como destaques índices de inflação ao consumidor nos EUA, na China e no Brasil, além da ata do Copom – e da queda dos preços das commodities como minério de ferro e petróleo. Às incertezas em relação ao próximo passo do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) soma-se certo ceticismo com o sucesso dos estímulos monetários na China.

Além do ambiente externo mais incerto, operadores notam certo desconforto com o quadro político doméstico, em meio a negociações para minirreforma ministerial, a que estaria supostamente condicionada à votação final do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.

“O investidor estrangeiro está com o um pé atrás e começa a se movimentar para buscar proteção, o que ajuda a explicar a alta do dólar nos últimos dias”, afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, ressaltando que os estrangeiros estão tirando recursos da bolsa doméstica neste início de mês. “A impressão é que estamos mais perto de ver o dólar atingir R$ 5,00 do que voltar para R$ 4,70, pelo menos por enquanto.”

Dados mais recentes da B3 mostram que os estrangeiros retiraram liquidamente R$ 1,07 bilhões da bolsa na sessão da última quinta-feira, 3. No mês, as saídas já somam R$ 2,775 bilhões. No ano, contudo, a entrada líquida de capital externo ainda é positiva em R$ 21,35 bilhões. Os estrangeiros aumentaram a posição comprada em dólar futuro nos últimos dias.

É grande a expectativa em torno da divulgação amanhã da ata do Copom. Espera-se que haja explicação mais clara pela opção majoritária pelo corte de 0,50 ponto e detalhamento da visão dos diretores que votaram pela redução de 0,25 ponto. Embora o comunicado da decisão do comitê na semana passada tenha acenado com mais cortes de 0,50 ponto, há especulação de que possa haver uma aceleração no ritmo de baixa, para 0,75 ponto.

Para o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, o mercado local ainda está digerindo a decisão dividida do Copom e a perspectiva de uma queda mais rápida dos juros, o que ajuda a explicar o fato de o real ter um dos piores desempenhos entre divisas emergentes hoje.

Apesar do tropeço da moeda brasileira no curto prazo, Rolha vê espaço para que a taxa de câmbio retorne ao nível de R$ 4,70. “Mesmo com cortes da Selic, teremos uma taxa real muito atraente, com a inflação controlada, e o diferencial de juros interno e externo seguirá elevado. Devemos ver uma volta do fluxo do estrangeiro para cá. Ainda vejo um viés de baixa para o dólar”, diz Rolha.

Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY chegou a operar acima dos 102,300 pontos, com máxima a 102,384 pontos, mas perdeu parte do ímpeto e rondava o limiar dos 102,000 pontos no fim da tarde. A moeda americana apresentava sinal divergente em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares do real. O dólar subia na comparação com peso chileno e o rand sul-africano, mas recuava na comparação com os pesos mexicano e chileno. No mês, as piores perdas em relação ao dólar entre emergentes mais relevantes são da moeda brasileira, acima de 3%, e do rand, superiores a 4%.

Dirigentes do BC americano deram hoje declarações divergentes. A diretora Michelle Bowman afirmou que serão necessárias mais altas de juros para levar a inflação à meta de 2%. Já o presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou esperar que a atuação do BC para desacelerar a economia esteja perto de seu pico e acrescentou esperar que as taxas de juros possam começar a cair no próximo ano. (Antonio Perez – [email protected])

17:33

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.89460 0.3959 4.91460 4.87010

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4921.000 0.44907 4937.000 4891.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4853.000 02/08