NY EMBALA À TARDE COM AJUDA DE IA ENQUANTO IBOVESPA PERDE FORÇA NA ESPERA DO PAYROLL

O anúncio do Google sobre um novo sistema de inteligência artificial (IA), o Gemini, mais poderoso do que qualquer outro disponível no mercado fez a ação da sua controladora, a Alphabet, disparar em Nova York e, a reboque, impulsionar os índices mais expostos a papéis de tecnologia. O papel classe A da Alphabet subiu 5,31% e o classe C avançou 5,34%, com movimento concentrado à tarde. O Nasdaq saltou 1,37% e o S&P 500 ganhou 0,80%. Mais tímido, o Dow Jones teve alta de 0,17%, com o otimismo com cautela que emergiu nos mercados nesta véspera de relatório de emprego dos Estados Unidos. É esperada uma aceleração de 150 mil para 198 mil na geração de postos de trabalho entre outubro e novembro, mas os analistas pontuam que isso não indica um novo aperto da mão de obra americana e sim um efeito estatístico do fim das greves das montadoras. Aqui no Brasil, depois de uma abertura mais firme com a ajuda da Vale, houve uma acomodação na segunda etapa quando o investidor optou por “esperar para ver” o dado amanhã cedo antes de fazer apostas mais ousadas sobre qual o efeito dele no plano de voo do Federal Reserve. O índice terminou o dia em 126.009,57 pontos (+0,31%). Câmbio e juros locais também ficaram de lado, em um ambiente de liquidez fraca. O dólar à vista subiu aos R$ 4,9090 (+0,13%) e as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DI) ficaram com um leve viés positivo. Lá fora, o iene teve forte valorização após sinalizações do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, de que a instituição finalmente abandonará sua política ultra-acomodatícia em breve.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

O iene acelerou ao longo da tarde e disparou aos níveis máximos desde agosto ante o dólar, em meio a aposta de que o Banco do Japão (BoE) finalmente abandonará sua política ultra-acomodatícia, após sinalizações do presidente da instituição, Kazuo Ueda. O movimento impôs forte pressão ao índice DXY, insuficiente para fornecer apoio significativo ao petróleo, que fechou em baixa marginal. Neste contexto, as bolsas de Nova York encerraram a sessão no azul, com o Nasdaq em alta de 1%, após repercutirem notícias de que a Alphabet está desenvolvendo um sistema de inteligência artificial (IA) mais desenvolvido do que o da OpenAI. Já os rendimentos dos Treasuries oscilaram sem direção única, em compasso de espera pela divulgação do payroll amanhã.

O mercado interpretou as falas do presidente do BoJ nesta manhã ao parlamento japonês como um indicativo de que o banco central do país pode subir juros muito em breve, avalia o economista-chefe da consultoria Análise Econômica, André Galhardo, apesar de que seja uma promessa muito sutil, mas foi o suficiente para dar grande força ao iene hoje, que subiu ao nível mais alto desde agosto e prejudicou o DXY, que já vinha sofrendo com uma série de indicadores que “apontam para alguma melhora na zona do euro” e diminuem o ímpeto do dólar. Hoje, o DXY recuou 0,59% e, às 18h (de Brasília), o euro subia a US$ 1,0802, a libra avançava a US$ 1,2591 e o dólar caía a 143,64 ienes.

A queda do dólar contra rivais no exterior foi insuficiente para melhorar os ânimos no mercado de petróleo, com os contratos mais líquidos caindo e o barril de WTI ainda abaixo dos US$ 70. O petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 0,05% (US$ 0,04), a US$ 69,34 o barril, ainda abaixo da marca de US$ 70, que ultrapassou ontem. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 0,33% (US$ 0,25), a US$ 74,05 o barril.

Segundo a Capital Economics, a balança comercial da China de hoje também não trouxe boas notícias à commodity, visto que, apesar de registrar avanço nas exportações da segunda maior economia do mundo, apontou para uma desaceleração nas importações do petróleo, sugerindo que os estoques chineses já estão bem abastecidos e as importações de petróleo não continuem aumentando como a demanda por cobre no país, que subiu mais de 1,70% hoje na esteira da expectativa de procura pelo metal básico após a balança comercial. Porém, mesmo com a China aumentando seu volume de importações, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) destacou, em relatório, hoje que as cadeias produtivas globais ainda não foram normalizadas no pós-covid, visto que gestores de inventário permanecem mais avessos ao risco.

A repercussão das falas de Ueda contribuiu ao apetite por risco no mercado. Os três principais índices acionários de Nova York fecharam no azul hoje, com destaque para o Nasdaq, que se descolou dos pares e subiu mais de 1,3%. O movimento ocorreu na esteira do otimismo dos investidores com a notícia de que a Alphabet – que hoje subiu 5,31% – está desenvolvendo o software de inteligência artificial mais poderosos do mercado, conhecido como Gemini, e também com os ganhos de 9,89% da Advanced Micro Devices (AMD), que começou a produzir novos chips para IA, a fim de concorrer com a Nvidia. O S&P 500 também surfou no desempenho das companhias aéreas, depois que a JetBlue (+15,22%) aumentou suas projeções para resultados no último trimestre e contaminou o setor com otimismo por demanda maior. No fechamento hoje, o Dow Jones subiu 0,17%, aos 36.117,38 pontos; enquanto o S&P 500 ganhou 0,80%, aos 4.585,59 pontos; e o Nasdaq subiu 1,37%, atingindo 14.339,99 pontos.

O BMO explica que as notícias sobre a política monetária do Japão teve efeito reduzido sobre os retornos dos Treasuries, mesmo com o governo japonês sendo um dos maiores compradores de títulos públicos dos EUA, e hoje os juros ficaram mistos, com a ponta longa subindo em compasso de espera do payroll, que será divulgado amanhã cedo e põe fim a uma série de dados sobre o emprego americano nesta semana. Conforme projeções do Broadcast, o relatório de empregos dos EUA amanhã deve indicar geração de 130 mil a 275 mil vagas, com mediana de 198 mil. Às 18h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos caia a 4,582%. Já o da T-note de 10 anos subia a 4,148% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,261%.

BOLSA

O Ibovespa seguiu o padrão das quatro sessões anteriores, desde a virada do mês, em que tem alternado perdas e ganhos a cada dia. Hoje, o índice fechou em leve alta de 0,31%, aos 126.009,57 pontos, recuperando fração da queda de 1,01% de ontem. Nesta quinta-feira, oscilou em margem estreita, de cerca de mil pontos, entre a mínima (125.565,53) e a máxima (126.581,04) da sessão, em que saiu de abertura aos 125.622,65. O giro foi de R$ 20,6 bilhões nesta quinta-feira. Na semana, o Ibovespa ainda cede 1,70% e, neste começo de dezembro, recua 1,04%. No ano, sobe 14,83%.

A cautela na sessão decorreu em parte da expectativa para a divulgação, amanhã, dos dados econômicos mais aguardados na agenda global, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em novembro, com a geração líquida de vagas, a taxa de desemprego e o ganho salarial médio. É um conjunto de informações importantes para a orientação da política monetária do Federal Reserve, que volta a se reunir na próxima semana para deliberar sobre a taxa de juros de referência, assim como o Copom sobre a Selic, no Brasil, na terça (12) e quarta-feira (13).

“Os principais índices [de ações em Nova York] operaram em alta, com os pedidos semanais de seguro-desemprego contribuindo ainda para a sinalização de um quadro de mercado de trabalho menos apertado, em linha com os dados de emprego no setor privado medidos pela ADP, divulgados ontem”, aponta Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos. No fechamento da sessão em Nova York, Dow Jones mostrava alta de 0,17%; S&P 500, de 0,80%, e Nasdaq, de 1,37%.

Nesta véspera de payroll, o desempenho do setor metálico foi acanhado, na B3, apesar do avanço de quase 4% para o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian (China): Vale ON subiu 0,32% e as siderúrgicas não conseguiram se alinhar em sentido positivo, com CSN ON mostrando perda de 0,93% no fechamento.

“Tem havido pressão compradora no minério em meio à expectativa de retomada de atividade na China, com o país tendo apresentado crescimento das exportações pela primeira vez em seis meses”, diz Stefany Oliveira, head de análise de trade da Toro Investimentos. Ela se refere à expansão de 0,5% nas vendas ao exterior em novembro, ante previsão de que haveria estabilidade na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em outubro, tinha havido queda de 6,4% nas exportações do país asiático.

Os dados sobre o comércio exterior chinês foram divulgados na madrugada desta quinta-feira. Considerando exportações e importações, a segunda maior economia do mundo teve superávit comercial de US$ 68,39 bilhões no mês passado, ante consenso de que haveria saldo de US$ 47 bilhões em novembro. “Um aumento inesperado das exportações e uma redução das importações no período levaram a uma surpresa positiva no saldo do mês”, aponta a Guide Investimentos.

Por outro lado, a volatilidade nos preços do petróleo, que oscilaram do positivo ao negativo à tarde, em Londres e Nova York, contribuiu para que as ações de Petrobras moderassem o grau de recuperação observado em suas ações mais cedo nesta quinta-feira, e fechassem sem direção única (ON +0,31%, PN -0,24%), ante a sexta sessão consecutiva de retração para as cotações da commodity.

Para a consultoria Capital Economics, a balança comercial da China mostra que os estoques de petróleo seguem bem abastecidos no país – que, por isso, deve continuar importando a commodity em volume menor do que a média recente, nos próximos meses. Como as importações do insumo atingiram níveis históricos este ano, em alta de 12% no acumulado de 2023, queda de ritmo é esperada.

Na B3, as ações de grandes bancos, por sua vez, firmaram-se em alta no meio da tarde, e apesar de oscilação pontual em direção ao fim do dia, ainda mostravam variação entre +0,25% (Bradesco PN) e +1,62% (BB ON) no fechamento, o que ajudou o Ibovespa a retomar a marca de 126 mil pontos que havia sido cedida no encerramento anterior. Na ponta ganhadora do dia, Soma (+5,68%), Eztec (+5,44%) e Yduqs (+4,75%), com Engie (-2,69%), Hypera (-2,40%) e Cielo (-2,05%) na fila oposta.

18:23

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 126009.57 0.308

Máxima 126581.04 +0.76

Mínima 125565.53 -0.05

Volume (R$ Bilhões) 2.06B

Volume (US$ Bilhões) 4.21B

18:24

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 126195 0.37782

Máxima 126825 +0.88

Mínima 125755 +0.03

CÂMBIO

Com troca de sinais ao longo do pregão, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,13%, cotado a R$ 4,9090, na contramão do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. Apesar da instabilidade, as oscilações foram contidas – de pouco de mais de três centavos entre mínima (R$ 4,8799) e máxima (R$ 4,9147), ambas pela manhã. Operadores atribuíram o escorregão do real a ajustes técnicos e a fluxo de remessas ao exterior. Além disso, teria pesado contra a moeda brasileira a queda de cerca de 1% do peso mexicano, após leitura benigna da inflação no país estimular as apostas de que o banco central do México (Banxico) dará início a um ciclo de corte de juros.

Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em queda firme, na linha dos 103,500 pontos, em razão, sobretudo, da valorização de cerca de 2,5% do iene em relação à moeda americana. Investidores interpretaram declaração do presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, de que a gestão da política monetária se tornará mais “desafiadora” como um sinal de que o BC japonês está se parando para encerrar a prática de taxa de juros negativa.

“A questão do iene acabou influenciando o comportamento de outras moedas fortes em relação ao dólar, que já vinha se enfraquecendo com o sentimento de perda de força da economia americana e a perspectiva de que os juros comecem a cair mais cedo nos Estados Unidos”, afirma o sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, Felipe Izac, acrescendo que indicadores recentes dos EUA mostram desaceleração da atividade.

Após dados abaixo do esperado do mercado de trabalho americano (relatório Jolts e ADP) nos últimos dias, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na semana encerrada em 2 de dezembro vieram em linha com o esperado. As expectativas se voltam para a divulgação, amanhã, do relatório oficial de emprego (payroll) dos EUA referente a novembro, que pode mexer com as expectativas em relação à condução da política monetária americana. Segundo a mediana das estimativas de 26 analistas ouvidos por Projeções Broadcast, houve geração de 198 mil empregos no mês passado, número maior do que o reportado em outubro (150 mil). Já a taxa de desemprego deve se manter em 3,9%, também de acordo com a mediana de Projeções Broadcast.

Para Izac, da Nexgen, o quadro externo tem preponderado na formação da taxa de câmbio e, caso não haja um estresse no mercado internacional, há mais chances de o dólar voltar para níveis como R$ 4,80 ou até mesmo R$ 4,70 do que romper os R$ 5,00 e se aproximar de 5,10 no curto prazo. “Apesar da nossa situação fiscal complicada, o viés ainda é de apreciação do real”, afirma Izac, que identificou saída mais forte de recursos após o dólar ter registrado mínima abaixo de R$ 4,88. “O dólar caiu em um primeiro momento com a reação dos preços das commodities, como minério de ferro, mas depois voltou a subir com um fluxo de institucionais por questões técnicas, como remessas de fim de ano ao exterior”.

À tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial na semana passada (de 27 de novembro e 1º de dezembro) foi positivo em US$ 3,608 bilhões, graças sobretudo à entrada líquida de US$ 2,821 bilhões via comércio exterior. Embora o fim de ano seja marcado por remessas de lucros e dividendos, o canal financeiro apresentou saldo positivo de US$ 787 milhões na semana passada, provavelmente em razão de investimentos em carteira, sobretudo para a bolsa doméstica. Com o aumento de entrada de recursos nos últimos dias, o fluxo total em novembro, que vinha negativo até meados do mês, fechou positivo em US$ 296 milhões, resultado de entrada de US$ 999 milhões pelo lado comercial e saída de US$ 703 milhões pelo canal financeiro

18:24

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.90900 0.1346 4.91470 4.87990

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4923.000 0.22394 4924.500 4889.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4937.000 0.0608 4940.000 4937.000

JUROS

O mercado de juros continuou reticente no período da tarde, com as taxas até buscando firmar sinal de baixa, mas sem sucesso num ambiente de liquidez moderada, mantido o compasso de espera pelo dado do payroll americano amanhã. O documento poderá validar as apostas agressivas de corte de juros nos EUA em 2024 caso esteja alinhado aos dados fracos do mercado de trabalho conhecidos nos últimos dias, mas o investidor preferiu esperar. A agenda local de indicadores não trouxe destaques e, da parte fiscal, também não houve avanço na questão da subvenção da ICMS esperado para hoje.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 passou de 10,319% para 10,320%, e a do DI para janeiro de 2026 fechou estável em 9,97%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,08%, de 10,07%, e a do DI para janeiro de 2029 encerrou em 10,52%, de 10,50%.

O mercado de juros hoje se ressentiu da falta de uma referência para ditar um rumo para as taxas, uma vez que no exterior a expectativa pelo relatório de emprego nos EUA amanhã igualmente travou os negócios. As taxas dos Treasuries tiveram oscilações contidas e também faltou definição por parte do petróleo. “O mercado operou sem convicção”, resumiu o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Ainda que os indicadores do emprego nos EUA na semana sugiram um payroll de novembro na mesma linha, Rostagno lembra que as taxas americanas já fecharam muito no último mês, com o yield do papel de 10 anos, por exemplo, saindo de 5% em outubro para a faixa atual de 4,11%. “Fica limitado o espaço para mais quedas”, afirma.

A pesquisa do Projeções Broadcast aponta novamente para uma criação de vagas no mês passado abaixo de 200 mil, dada a mediana de geração de 198 mil postos. A previsão para a taxa de desemprego é de 3,9%. Os ativos precificam um alívio total de 125 pontos-base no juro americano em 2024, com o ciclo começando em março.

Na percepção dos economistas, ainda que o payroll corrobore os dados anteriores, há exagero na precificação de cortes e a tendência é de que o Federal Reserve, seja no comunicado e seja entrevista de Jerome Powell, na próxima semana corrija a rota dos ativos.

Na leitura de Rostagno, esse apetite ao risco trazido pelas apostas para o juro dos EUA está neutralizando na ponta longa da curva o efeito do desconforto gerado pela estagnação da pauta fiscal no Congresso. “Se houve um ajuste lá fora, essas preocupações voltarão a pesar”, disse.

A poucas semanas do início do recesso parlamentar, ainda estão pendentes o projeto de taxação das apostas esportivas e a Medida Provisória (MP) que trata da subvenção do ICMS, considerada o principal pilar de arrecadação para o cumprimento do arcabouço fiscal. A votação do primeiro no plenário do Senado foi adiada para a semana que vem. A apresentação do relatório da MP, esperada para hoje, deve ser apresentado na terça-feira (12) na comissão mista e votado na quarta-feira (13).

Segundo apurou o Broadcast Político, para destravar a pauta econômica, o governo Lula recebeu da cúpula do Congresso um pedido de liberação de aproximadamente R$ 6 bilhões em recursos extras a deputados e os senadores ainda este ano, apurou o Broadcast Político. O Congresso tem ainda uma série de vetos do presidente Lula para analisar, entre eles o da desoneração da folha de pagamentos.

Ao menos, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Danilo Forte (União Brasil-CE), apresentou hoje seu parecer final. Como esperado, o texto não incluiu a emenda que determinava que o aumento real (acima da inflação) de 0,6% das despesas fosse mantido mesmo que isso significasse não cumprir a meta fiscal, proposta pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A previsão de Forte é de que o parecer final seja votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso terça-feira.

Pelo lado da inflação, a Petrobras anunciou hoje queda de R$ 0,27 por litro de diesel A para as distribuidoras. A medida trouxe impacto pontual de queda nos juros futuros, uma vez que o efeito sobre a inflação ao consumidor é marginal – estimativas apontam apenas 1 ponto-base no IPCA de 2023 -, ao contrário do que ocorreria se a empresa reduzisse o preço da gasolina.

Na gestão da dívida, o Tesouro testou com sucesso o apetite do investidor, com mais uma emissão robusta de prefixados. Os 11 milhões de LTN e os 2 milhões de NTN-F foram absorvidos integralmente, com o risco em DV01 calculado pela Warren Rena em US$ 567,15 mil.