MERCADO LOCAL TERMINA SEMANA COM VIÉS POSITIVO ANTE APOSTA DE CORTE DO FED E PETRÓLEO

Os ativos brasileiros fecham a semana com um viés mais otimista – alguns, como o real,
até com saldo positivo – diante da consolidação das apostas de corte de juros pelo
Federal Reserve em março e nova rodada de elevação do petróleo. No caso do Fed, o
gatilho veio dos dados da inflação ao produtor (PPI) de dezembro, com queda inesperada
na margem. No fim da tarde, a curva computava, segundo a CME, quase 80% de chance
de baixa dos Fed funds já no fim do primeiro trimestre, mais que os cerca de 70% de
ontem. O rendimento da T-note de 10 anos, benchmark global, cedeu para menos de 4% –
exatamente em 3,952% no horário de encerramento do pregão em Nova York. A T-note de
2 anos projetava 4,173%, depois de tocar o ponto mais baixo desde 17 de maio de 2023.
Já para o petróleo, a alta se impôs ainda ontem à noite, com o ataque dos Estados Unidos
e do Reino Unido aos houthis, no Iêmen, acirrando as tensões no Oriente Médio. Sem
novidade no front local, que segue aguardando o desenrolar do dilema fiscal, coube ao
investidor aproveitar a onda que, no fim das contas, é positiva para emergentes. O dólar à
vista cedeu aos R$ 4,8575, anotando queda de 0,36% na sessão e 0,30% na semana. O
Ibovespa subiu aos 130.987,67 pontos (+0,26%), aparando as perdas semanais a 0,78%.
E os juros futuros caíram hoje e ficaram praticamente no zero a zero ante a sexta-feira
passada. No exterior, o otimismo só não foi maior por causa de números ruins dos
balanços dos bancos americanos, que abriram hoje a temporada de balanços do quarto
trimestre. Dow Jones caiu 0,31% no dia. O S&P 500 e o Nasdaq subiram módicos 0,08% e
0,02%, respectivamente.
•CÂMBIO
•BOLSA
•JUROS
•MERCADOS INTERNACIONAIS
CÂMBIO
Em dia marcado pelo enfraquecimento da moeda americana em relação a divisas
emergentes e pelo recuo das taxas dos Treasuries, o dólar emendou o terceiro pregão
seguido de baixa no mercado doméstico de câmbio e encerrou a sessão desta sexta-feira,
12, no menor nível de fechamento deste ano. O real e seus pares se beneficiaram hoje do
aumento das apostas em início de queda de juros nos EUA a partir de março, na esteira da
leitura fraca da inflação no atacado americano em dezembro, e, em menor medida, de
nova rodada de alta do petróleo
Com mínima a R$ 4,8320 pela manhã, no auge do apetite ao risco no exterior, o dólar
terminou o pregão cotado a R$ 4,8575, em baixa de 0,36%. Após ter subido 0,39% na
primeira semana de janeiro, quando superou o teto de R$ 4,90, a divisa recuou 0,30%
nesta semana. No acumulado dos nove primeiros pregões de 2024, contudo, o dólar
ainda apresenta ligeira alta (+0,08%).
Após certa frustração ontem com o resultado levemente acima das expectativas da
inflação ao consumidor americano em dezembro, o mercado celebrou o desafogo da
inflação no atacado – que sinaliza para continuidade da tendência de desinflação nos
Estados Unidos. Divulgado pela manhã, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em
inglês) mostrou deflação de 0,1% no mês passado, abaixo do consenso das estimativas
de analistas, que apontava para uma alta de 0,2%.
Foi a senha para que os investidores reforçassem as apostas em início de afrouxamento
monetário nos EUA ainda no primeiro trimestre. Monitoramento do CME Group mostrou
que as chances de corte de juros pelo Federal Reserve em março subiram de 71% ontem
para mais de 80% após a divulgação do PPI, voltando a níveis vistos no fim de 2023. No
fim da tarde, haviam recuado para 79,5%.
O sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, Felipe Izac, lembra que dados fortes do
mercado de trabalho americano divulgados na semana passada haviam provocado alta
dos Treasuries e do dólar no exterior, com reflexos no mercado de câmbio local. A
expectativa era que as leituras de inflação referentes a dezembro divulgadas nesta
semana servissem de contraponto ao resultados do relatório oficial de emprego (payroll),
mostrando que o processo de desinflação nos EUA prossegue mesmo com mercado de
trabalho ainda apertado.
“O CPI ontem decepcionou. Mas os dados do PPI surpreenderam e fortaleceram essa
narrativa, que já era forte, de que o Fed vai cortar os juros em março. Isso levou ao
enfraquecimento do dólar em relação a moedas emergentes, que também se
beneficiaram da alta do petróleo”, afirma Izac, que vê possibilidade de nova rodada de
fortalecimento do real. “Com esse cenário macro, parece muito mais possível e provável
um dólar abaixo de R$ 4,80 do que perto ou acima de R$ 5,00″.
O CEO do Transferbank, Felipe Bazzo, observa que a possibilidade crescente de redução
da taxa básica pelo Fed ainda no primeiro trimestre aponta para a manutenção de um
diferencial entre juros interno e externo muito favorável ao real, dado que o Banco Central
deve manter o ritmo gradual de corte da taxa Selic nos próximos meses. “O real fica mais
atraente para uso em estratégias de carry trade”, diz Bazzo.
À tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial total foi negativo em 2,062 bilhões
na primeira semana do ano, graças à saída liquida de US$ 3,793 bilhões pelo canal
financeiro. Já do lado do comércio exterior, houve entrada líquida de US$ 1,731 bilhão.
Em queda frente à maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, o
dólar acabou subindo em relação ao euro, o que levou o índice DXY, que ameaçou romper
o piso de 102,000 pontos na mínima (102,087), a fechar em leve alta, na casa dos 102,400
pontos. As cotações do petróleo, que chegaram a subir mais de 4% pela manhã,
reduziram o ritmo de alta no fim da tarde. O contrato do tipo Brent para março fechou com
valorização de 1,14%, a US$ 78,29 o barril. Ataque anglo-americano a alvos do grupo
Houthis, no Iêmen, aumentaram as tensões no Mar Vermelho e despertaram temores de
ampliação do conflito no Oriente Médio, uma vez que os Houthis são ligados ao Irã.
18:23
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.85750 -0.3631 4.87880 4.83200
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4864.500 -0.36866 4889.500 4842.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4881.000 -0.53462 4881.000 4881.000
BOLSA
Com apoio enfraquecido ao longo da tarde nas ações da Petrobras (ON +0,53%; PN
+0,26%, na mínima do dia no fechamento) – em meio ao aprofundamento da tensão no
Mar Vermelho, após o bombardeio de posições houthis no Iêmen por mísseis dos EUA e
do Reino Unido nesta madrugada no Oriente Médio -, o Ibovespa obteve leve alta de
0,26%, aos 130.987,67 pontos, vindo de perdas nos três dias anteriores.
O desempenho desta sexta-feira limitou o ajuste negativo da semana a 0,78%. O índice
segue sem adicionar ganhos nesta abertura de ano: as duas primeiras semanas de janeiro
resultaram em perda agregada de 2,38% para o Ibovespa, que vinha de máximas
históricas no encerramento de 2023, aos 134,1 mil pontos.
Nesta sexta-feira, oscilou dos 130.409,66 aos 131.927,11 pontos, saindo de abertura aos
130.652,22 pontos. O giro ficou em R$ 19,3 bilhões na sessão. Em Nova York, o dia
também foi de variações comedidas, sem sinal único, entre -0,31% (Dow Jones) e +0,08%
(S&P 500). Mas, ao longo da semana, diferentemente do que se observou na B3, os três
índices de NY acumularam ganhos, entre 0,34% (Dow Jones) e 3,09% (Nasdaq), com a
leitura da inflação ao produtor nesta sexta-feira mantendo viva a expectativa de que os
juros do Fed possam, de fato, cair a partir de março.
“O consenso era de que haveria alta de 0,1% [a 0,2%] para o PPI [índice de inflação ao
produtor nos EUA] em dezembro, mas veio retração de 0,1% no mês. E como os custos de
produção, de certa forma, podem ser vistos como dado antecedente para a inflação ao
consumidor – na medida em que baixa de custo pode ser também repassada -, o mercado
de capitais avança com a especulação sobre o início da queda de juros nos Estados
Unidos”, observa Daniely Holanda, sócia da Matriz Capital.
De acordo com dados da plataforma CME, no fim da tarde desta sexta-feira, o mercado já
precificava 79,5% de possibilidade de corte na taxa de juros do Federal Reserve (o BC dos
EUA) em março – ontem, a mesma previsão correspondia a 71%.
Contudo, na B3, além de Petrobras – com o avanço em torno de 1% para Brent e WTI na
sessão, também enfraquecido à tarde -, poucos papéis de primeira linha contribuíram
para o pequeno ganho do Ibovespa na sessão, como Banco do Brasil (ON +0,58%), Itaú
(PN +0,12%) e Gerdau (PN +0,52%). Na ponta do índice nesta sexta-feira, destaque para
Pão de Açúcar (+11,17%), Carrefour Brasil (+4,97%) e Hapvida (+4,62%). No lado oposto,
MRV (-6,79%), Gol (-4,28%) e Soma (-1,88%).
O dia foi negativo para Vale (ON -1,27%), a ação de maior peso individual no Ibovespa, a
qual refletiu, na sessão, o valor do minério de ferro. A commodity voltou a recuar em razão
de preocupações com a demanda, “apesar de números positivos da balança comercial
chinesa terem superado as estimativas em dezembro”, aponta a Guide Investimentos em
nota. Nesta sexta-feira, o contrato mais negociado no mercado futuro de Dalian, para
maio de 2024, fechou em queda de 1,76%, com o minério cotado a 948,5 yuans por
tonelada, o equivalente a US$ 132,29.
O Termômetro Broadcast Bolsa desta semana mostra expressiva piora na perspectiva dos
agentes do mercado financeiro para o Índice Bovespa na próxima semana. Na
comparação com a semana passada, dobrou a quantidade dos que esperam queda do
índice no curtíssimo prazo, com o porcentual passando de 33,33% para 66,67%, hoje. Já a
expectativa de alta para o Ibovespa recuou de 44,44% para 16,67%. Entre os participantes
que esperam estabilidade do indicador, a alteração foi menor, sendo reduzida de 22,22%
na semana passada para 16,67%, nesta sexta-feira.
Apesar do ajuste na ponta, no Brasil, “a tese macro para 2024 continua a ser de que a
Selic continuará a cair, o que favorece o apetite por ações e outros ativos de risco”, diz
Charo Alves, especialista da Valor Investimentos. Nos Estados Unidos, mesmo ontem,
quando a leitura da inflação ao consumidor em dezembro veio “quente”, acima do
esperado, o mercado, conforme mostra a curva de juros futuros americana, manteve a
aposta “majoritária” de que haverá espaço para a taxa do Fed ser reduzida em março,
acrescenta o analista.
18:22
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 130987.67 0.25941
Máxima 131927.11 +0.98
Mínima 130409.66 -0.18
Volume (R$ Bilhões) 1.94B
Volume (US$ Bilhões) 3.99B
18:23
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 132120 0.31891
Máxima 133030 +1.01
Mínima 131390 -0.24
JUROS
Os juros futuros caíram em bloco nesta sexta-feira, mais uma vez colados ao movimento
das taxas americanas. A inesperada queda do índice de preços ao produtor nos Estados
Unidos, o PPI, em dezembro, reforçou as apostas do mercado em um corte de juros no
país já em março. Com isso, as taxas futuras caíram, lá e aqui.
“Ontem, tivemos a inflação ao consumidor dos EUA [CPI] pior do que o esperado e um
IPCA pior do que o esperado, mas hoje o mercado usou esse PPI melhor do que o
esperado como razão para continuar imprimindo essa posição, que já queria botar, na
curva de juros”, afirma o gestor de multimercados e renda fixa da Mag Investimentos,
Ricardo Jorge.
O contrato de depósito interfinanceiro (DI) mais negociado da sessão, para janeiro de
2025, fechou com taxa de 10,070% – cinco pontos-base abaixo dos 10,121% do ajuste
anterior. Também na comparação com os ajustes, caíram as taxas dos DIs para janeiro de
2026 (9,749% para 9,670%), 2027 (9,875% para 9,780%) e 2029 (10,241% para 10,170%).
Todas as taxas ficaram em torno dos ajustes da sexta-feira, 5, praticamente anulando os
movimentos da semana. Mas os juros longos tiveram uma queda mais pronunciada, o
que levou a uma perda de inclinação da curva. O spread entre os contratos para janeiro
de 2025 e janeiro de 2029 ficou em 10 pontos-base, ante 13 pontos uma semana atrás.
Os juros futuros do Brasil e dos Estados Unidos chegaram a subir durante a manhã, mas
rapidamente viraram para o negativo após a divulgação do PPI. O índice caiu 0,1% em
dezembro, na comparação com novembro, enquanto o consenso do mercado apontava
para alta de 0,2%.
Esse sinal de inflação mais baixa não deflagrou a queda das taxas americanas – com a TNote de dez anos encerrando o dia mais uma vez abaixo de 4% – como fortaleceu a
expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, comece a reduzir
os juros já em março.
Segundo a ferramenta do CME Group, a curva americana precificava, no fim da tarde de
hoje, quase 80% de chance de um corte de 25 pontos-base no mês. Ontem, depois de
números de inflação ao consumidor (CPI) mais fortes do que o esperado nos Estados
Unidos, a probabilidade era de 71%.
Aqui, as apostas na condução da política monetária também mudaram. Nas contas do
economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, a taxa Selic de fim de ciclo precificada
pela curva caiu de 9,5% ontem para 9,3% no fim da tarde de hoje. Isso representa, grosso
modo, 80% de chance de queda dos juros a 9,25%, contra 20% de chance de redução da
taxa a 9,5%.
Segundo Jorge, da Mag, os DIs continuam atrelados às taxas americanas, mas a queda
das taxas aqui tem ignorado riscos na condução da política monetária. Um deles, ele
explica, é que diretores do próprio Fed têm dado declarações contra a possibilidade de
um corte dos juros em março. Mas fatores internos também pesam.
“Nós ainda não sabemos os efeitos que o El Niño pode causar na inflação, temos as
questões fiscais na mesa e a incerteza sobre a condução da política monetária nos EUA”,
diz Jorge. “O mercado está indo numa vertente de precificar mais cortes da Selic sem que
haja sinais de que isso é possível.”
Com o noticiário escasso, fatores domésticos foram acompanhados de longe pelo
mercado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltará das férias na próxima
segunda-feira, 15, e a expectativa é que ele avance na negociação com o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a reoneração da folha de pagamentos.
Na semana que vem, as atenções do mercado também estarão voltadas a falas de
dirigentes do Fed. Na quarta-feira, o banco central americano ainda divulgará o Livro
Bege, e na quinta-feira, serão publicados os dados relativos a pedidos de auxíliodesemprego no país.
Aqui, o IBGE divulgará dados de atividade como o volume de serviços e as vendas do
varejo de novembro, e o Banco Central informará o IBC-Br do mês. A Fundação Getulio
Vargas (FGV) publicará o IGP-10 de janeiro.
MERCADOS INTERNACIONAIS
Após subir 4%, o petróleo desacelerou e encerrou o pregão com alta de pouco mais de
1%, em meio a novas atualizações de conflitos entre os Houthi e os Estados Unidos, o que
renovou preocupações sobre a oferta da commodity. A perda de fôlego do óleo,
entretanto, não apagou a força de empresas de energia, ao mesmo tempo em que impôs
pressão extra a empresas aéreas, que já caíam após balanço decepcionante da Delta
Airlines. Assim, junto a resultados aquém do esperado de bancos americanos, as bolsas
de Nova York fecharam mistas, apagando os ganhos após o índice de preços ao produtor
(PPI, na sigla em inglês) dos EUA vir abaixo do esperado em dezembro. O dado de
inflação, por sua vez, aumentou o otimismo sobre corte de juros do Federal Reserve (Fed)
mais cedo e pressionou o dólar, além dos os rendimentos da ponta curta dos Treasuries, o
que levou o juro da T-note de 2 anos ao menor nível desde maio.
Ontem à noite, o presidente americano, Joe Biden, confirmou que forças militares dos
Estados Unidos atacaram alvos usados pelos Houthi, o que aumentou as tensões do
Oriente Médio e impulsionou o petróleo desde a madrugada. O analista Craig Erlam, da
Oanda, destaca que o ataque ampliou o risco de uma expansão dos conflitos da região e
da interrupção do fornecimento da commodity. “Apesar das medidas atuais, ainda existe
claramente a avaliação de que o risco de uma perturbação no mercado seja pequeno”,
ressalta, indicando que ainda sim, as cotações deverão ficar sensíveis a desdobramentos
geopolíticos futuros.
Apesar do avanço de hoje, a commodity caiu na semana. Para a Capital Economics, o
petróleo deverá se manter com um piso, chamando atenção para os possíveis
desenvolvimentos no Oriente Médio na próxima semana, junto à divulgação de novos
dados econômicos, que poderão orientar outras matérias primas. Na New York Mercantile
Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2024 fechou com alta de 0,92% (+US$
0,66), a US$ 72,68 o barril; enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental
Exchange (ICE), subiu 1,14% (+US$ 0,88), a US$ 78,29 por barril. Na variação semanal,
entretanto, os preços sofreram queda de 1,53% e 0,60%.
Assim, empresas de energia avançaram na sessão em Nova York, sendo o setor que mais
se fortaleceu entre os 11 subíndices do S&P 500. Destaque para a Chevron (1,37%) e para
a Exxon Mobil 1,30%). Na contramão, bancos americanos registraram perdas, após o
Bank of America (-1,06%) apresentar resultados corporativos aquém do esperado. Por
outro lado, o Citi subiu 1,04%, na esteira da informação de que a instituição lucrou US$ 9
bilhões em 2023.
Empresas aéreas enfrentaram forte pressão, seguindo a notícia de que a Delta Airlines (-
8,97%) projetou um guidance pior que o esperado para este ano. Na esteira, a United
Airlines despencou 10,63% e a American Airlines recuou 9,46%.
Tudo somado, o índice Dow Jones caiu 0,31%, o S&P 500 ganhou 0,08% e o Nasdaq subiu
0,02%. As bolsas perderam parte do fôlego que receberam após o PPI dos EUA vir aquém
do esperado, o que levou à plataforma do CME Group marcar maiores chances de corte
de juros em março. No fim da tarde, o mercado precificava 79,5% de possibilidade, o que,
segundo a Navellier, pressionou os rendimentos da ponta curta dos Treasuries, apesar de
a ponta longa ter conseguido se manter em alta.
A Oxford Economics avalia que os rendimentos dos títulos mais que reverteram as altas
da semana passada, já chamando atenção para a possibilidade de mudanças com os
leilões de títulos marcados para a próxima semana. No fim da tarde de Nova York, o
rendimento da T-note de 2 anos caía a 4,173%, o da T-note de 10 anos cedia 3,952% e o
do T-bond de 30 anos subia a 4,188%.
O dólar também operava misto ante moedas fortes, e a Capital Economics destaca que a
moeda já parecia destinada a terminar praticamente estável em relação a outras moedas.
“Este impasse nos mercados cambiais tem sido um padrão comum ao longo do último
ano e pensamos que isto provavelmente continuará nos próximos trimestres. Para que o
dólar suba, será provavelmente necessária uma grave recessão econômica ou uma
economia dos EUA tão resiliente que leve o Fed a adiar os cortes nas taxas”, avalia a
consultoria britânica. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 144,91 ienes,
enquanto o euro tinha queda a US$ 1,0954 e a libra caía a US$ 1,2747. O índice DXY
fechou em alta de 0,11%, a 102,404 pontos.