MERCADO LOCAL TERMINA SEMANA COM GANHOS ROBUSTOS E SE DESCOLA DE CAUTELA EXTERNA

MERCADO LOCAL TERMINA SEMANA COM GANHOS ROBUSTOS E SE DESCOLA DE CAUTELA EXTERNA

O investidor em Brasil vai para o fim de semana de Natal mais aliviado, depois de desatados vários nós que traziam incertezas ao mercado, a começar pelo fim da novela da PEC de Transição, que passou pelo Congresso mais desidratada do que a proposta inicial. Além disso, também já tem em mãos boa parte dos nomes que estarão na Esplanada dos Ministérios em 2023. Esse conjunto de informações, junto com outros indicadores positivos, como o IPCA-15 de dezembro um pouco abaixo do consenso, garantiu mais um pregão de ganhos aos ativos domésticos, resultando em uma semana bastante positiva, mesmo com o exterior em direção contrária. O Ibovespa, que subiu 2,00%, aos 109.697,57 pontos, registrou alta em todas as sessões da semana, o que resultou num acumulado de +6,65% - maior avanço desde o período entre 17 e 21 de outubro - e limitou a perda mensal a 'apenas' 2,48%. Os juros futuros não fizeram por menos: devolveram prêmios nos últimos cinco pregões, o que resultou no recuo de até 100 pontos em alguns vencimentos da curva a termo. Apenas hoje, os DIs longos chegaram a cair 20 pontos, após o IPCA-15 mais ameno. E o câmbio também deu sua parcela de contribuição para esse movimento da renda fixa. Afinal, ao terminar com desvalorização de 0,38% hoje, a R$ 5,1662, cedeu em quatro dos últimos cinco pregões, totalizando um recuo de 2,42% ante o real no período. E olha que os pares externos não ajudaram em nada. Ainda que hoje, em meio a muita volatilidade, as bolsas em Nova York tenham subido, o saldo semanal foi negativo para quase todos os índices - a exceção foi o Dow Jones. Afinal, os indicadores que vieram a público, sobretudo os norte-americanos, continuam sugerindo resiliência da atividade, da inflação e do mercado de trabalho. E, se por um lado, isso reduz as chances de uma recessão iminente, também significa que o Federal Reserve (Fed) ainda tem muito trabalho pela frente na condução do aperto monetário. É aí que reside o principal ponto de incômodo, uma vez que juros mais altos reduzem o apetite por ativos de maior risco, como as ações.

 

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BOLSA

O Ibovespa recuperou a linha dos 109 mil pontos e se manteve mais uma vez bem à frente dos índices acionários americanos e europeus, nesta sexta-feira que antecede o Natal. Foi o quinto ganho consecutivo para a referência da B3, uma sequência vitoriosa que não se via desde o intervalo entre 17 e 21 de outubro. Os descontos que se acumularam na Bolsa deram lugar a uma recuperação técnica nesta semana, em que o Ibovespa avançou 6,65%, vindo de perdas de 4,34% e 3,94% nas duas anteriores, o que resulta ainda em recuo no mês, de 2,48% - bem inferior, contudo, à retração de 7% vista no começo desta semana, em dezembro.

 

Hoje, o índice oscilou entre mínima de 107.551,70, da abertura, e máxima de 109.994,23, flertando assim com os 110 mil pontos, patamar não visto desde 7 de dezembro no intradia. No fechamento desta sexta-feira, o Ibovespa mostrava alta de 2,00%, aos 109.697,57 pontos, o maior nível de encerramento desde o último dia 6, então aos 110.188,57. No ano, o Ibovespa avança 4,65%. Fraco, o giro financeiro desta sexta-feira ficou em R$ 23,2 bilhões. O ganho semanal de 6,65% foi também o maior desde o intervalo entre 17 e 21 de outubro, quando havia subido 7,01%.

 

'O nível de negociação um tanto menor, aqui como no exterior, favorece a volatilidade nesta sessão pré-Natal, com muita gente já de fora, pelo feriado. A PEC da Transição, desidratada, ainda dá apoio ao sentimento positivo, bem como a recepção aos nomes já anunciados pelo governo eleito', para os ministérios e as áreas técnicas da Fazenda, diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3. 'Não foi negativo como se chegou a temer.'

 

Com o esvaziamento da agenda e também do volume de negócios à medida que o ano vai chegando ao fim, o apetite por risco, hoje, foi amparado por leitura abaixo do esperado para o IPCA-15 de dezembro, considerado como prévia da inflação no mês. A leitura vem no momento em que os investidores têm refeito contas com relação à Selic, tendo em vista a possibilidade de expansão fiscal em 2023 no Brasil, em paralelo ao aumento de juros ainda em curso em economias centrais, como Estados Unidos e zona do euro.

 

'O IPCA-15 ficou em 0,52% em dezembro, o que traz o índice anual de 6,17% para 5,90%, alinhado com o IPCA cheio. Não trouxe surpresas ruins, nem nenhuma grande mudança, após o período de deflação, especialmente em transportes entre julho e outubro. Há uma estabilidade saudável, mas é preciso seguir acompanhando nos próximos meses', diz Bruno Mori, economista e sócio-fundador da Sarfin.

 

Na B3, o avanço do petróleo entre 2,67% (WTI) e 3,63% (Brent) nas sessões da Nymex e da ICE deu impulso às ações de Petrobras (ON +5,12%, PN +4,71%), em dia moderadamente positivo para Vale (ON +0,66%) apesar do leve recuo do minério na China, e negativo na siderurgia, sobretudo Gerdau (PN -3,88%), Gerdau Metalúrgica (-3,65%) e CSN (ON -2,25%).

 

Os grandes bancos, que viraram ao positivo ontem perto do fechamento, estenderam a recuperação nesta sexta-feira, com Santander e BB passando a subir no mês, respectivamente, 2,39% e 0,89% - hoje, a primeira fechou em alta de 1,32% e a segunda, de 2,47%. Itaú (PN +1,57%) e Bradesco (ON +1,37%, PN +1,75%) também tiveram bom desempenho na sessão, mas ainda cedem no mês.

 

Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para B3 (+8,57%), 3R Petroleum (+8,34%) e Positivo (+8,11%). No lado oposto, além de Gerdau (PN -3,88%) e de Gerdau Metalúrgica (-3,65%), destaque também para IRB (-4,21%) e Suzano (-2,70%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

 

 

18:27

 

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109697.57 1.99537

Máxima 109994.23 +2.27

Mínima 107551.70 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.31B

Volume (US$ Bilhões) 4.50B

 

 

 

 

18:32

 

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111400 1.80489

Máxima 111830 +2.20

Mínima 109340 -0.08

 

 

JUROS

Os juros futuros estenderam pela quinta sessão seguida o movimento de baixa que vem ditando a dinâmica da curva desde o início da semana. O alívio começou com a perspectiva de desidratação da PEC da Transição, aprovada na quarta-feira, e culminou hoje com o IPCA-15 de dezembro abaixo da mediana das estimativas e fraqueza generalizada do dólar. As taxas locais estiveram na contramão dos juros globais, que subiram após avaliação dos dados de gastos com consumo e renda pessoal nos Estados Unidos.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,46%, de 13,66% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,99% para 12,78%. O DI para janeiro de 2027 também terminou com taxa em 12,78%, de 12,96%. Desde a última sexta-feira, estes vencimentos devolveram 47, 99 e 84 pontos-base, respectivamente.

 

O operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio, classifica a trajetória desta sexta-feira como uma continuidade do que tem sido visto nos últimos dias, com o fôlego renovado pelo IPCA-15 de dezembro. 'Ajudou bastante', disse. A taxa de 0,52% ficou abaixo da mediana das estimativas, de 0,55%, e também ligeiramente aquém do dado de novembro (0,53%), sendo o menor para o mês desde 2018 (-0,16%). Fechou 2022 em 5,90%, com desaceleração ante 6,17% no acumulado em 12 meses até novembro.

 

Núcleos e preços de serviços, aos quais a política monetária tem um foco especial, também tiveram leitura positiva. 'A inflação de serviços gerais segue cedendo, inclusive seguindo a métrica parametrizada pela 'média trimestral dessazonalizada e anualizada', e os núcleos também mantém um ritmo bem comportado. Assim, consideramos o resultado da ponta como minimamente saudável aos olhos do Banco Central, que precisa atacar os componentes mais inerciais da cesta de bens e serviços', avaliaram os economistas Marco Caruso e Eduardo Vilarim, do Banco Original.

 

Dados os níveis de prêmio que a curva havia atingido, Alírio considera que 'sem dados que surpreendessem negativamente, vindo pelo menos em linha, havia muito espaço para correção', o que foi permitido pelo fim da incerteza sobre a PEC e hoje com a ajuda do IPCA-15.

 

Apesar do ambiente externo negativo, a Warren Renascença destaca que a semana foi favorável ao mercado de juros dada a redução do prazo da PEC, de dois para um ano, e a interpretação de que houve desidratação adicional com relação à questão dos recursos represados do PIS/Pasep, estimados em R$ 24,6 bilhões. 'Esses recursos constituiriam a fonte de custeio dos investimentos previstos para serem contemplados com o 'excesso de arrecadação'', afirma o chefe da Área de Estratégia, Sérgio Goldenstein. Nesse sentido, acrescenta que não há abertura de novo espaço no teto de gastos, cuja ampliação ficaria então em cerca de R$ 170 bilhões, e não os R$ 200 bilhões inicialmente estimados.

 

Ainda, segundo o estrategista, os nomes indicados para a diretoria do BNDES e as declarações de Aloizio Mercadante descartando a volta da TJLP e do crédito subsidiado a grandes grupos reduziram as preocupações com medidas parafiscais. Por fim, destaca a posição técnica mais favorável nos DIs após movimentos de 'stop loss” nas semanas anteriores, conjugando-se à ausência de leilões do Tesouro na 2ª quinzena do mês e à proximidade do vencimento de R$ 293 bilhões de títulos prefixados no dia 2 de janeiro.

 

No exterior, enquanto o dólar perdeu força ante as demais moedas, os juros dos Treasuries avançaram, com o mercado digerindo o índice de preços de gastos com consumo (PCE, em inglês), de grande peso nas decisões do Federal Reserve. O índice cheio subiu 0,1% em novembro ante outubro, e o núcleo 0,2%, em linha com o esperado. Na comparação anual, avançaram 5,5% e 4,7%, desacelerando após altas de 6,0% e 5,0% em outubro, respectivamente, mas ainda longe da meta de inflação de 2%, o que acabou mantendo a percepção de que a política monetária americana terá se seguir em níveis contracionistas, ainda que com riscos para a atividade. O dado ainda mostrou que a renda pessoal nos EUA cresceu 0,4% em novembro ante o mês anterior, acima da previsão de alta de 0,3%. (Denise Abarca - [email protected])

 

 

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou o pregão de hoje na quarta baixa consecutiva, cotado a R$ 5,1662, em queda de 0,38%. Com o resultado, a divisa americana acumula recuo de 2,42% em relação ao real na semana e, no ano, cai 7,35%. A disparada dos preços de commodities e a redução da incerteza fiscal do País apoiaram a moeda brasileira ao longo da sessão, em meio à baixa liquidez na antevéspera do Natal.

 

A divisa operou em queda durante todo o pregão. No meio do dia, chegou a testar a mínima de R$ 5,1199 (-1,27%), mas diminuiu as perdas em relação ao real ao longo da tarde. O movimento acompanhou o enfraquecimento global do dólar, em especial na comparação com moedas como o dólar australiano, peso do México e rand sul-africano, que ganharam terreno ante a moeda americana durante o pregão.

 

O quadro responde ao aumento dos preços de commodities registrado ao longo do dia e, sobretudo, à disparada do petróleo. O contrato futuro do Brent fechou o dia em alta de 3,69%, cotado a US$ 83,97 o barril, enquanto o WTI marcou ganhos superiores a 2,5% durante a sessão, após a Rússia anunciar um corte de até 7% da sua oferta da commodity em 2023.

 

A chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Roberta Folgueral, destaca o impacto da baixa liquidez do pregão sobre o desempenho do real, que acabou 'andando de lado' ao longo da sessão. 'Os importadores que tinham compromissos já fecharam, as multinacionais que tinham de enviar dividendos já enviaram. Isso acaba lateralizando demais', afirma.

 

Para o chefe de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, a redução das incertezas do cenário doméstico ainda é a principal responsável pelo fortalecimento do real. O profissional destaca que a resolução dos principais imbróglios fiscais para 2023 esta semana - com a promulgação da PEC da transição e a votação do Orçamento - permitiu o desmonte de posições defensivas no câmbio.

 

'Desde ontem, a apresentação do time de ministros e a definição da PEC da transição desenharam um movimento de calmaria nos mercados. Quando você olha o movimento, está acontecendo um desmonte de posições de hedge no dólar', diz Caciano. 'O valor interno continua se sobrepondo ao externo, na mesma toada do Ibovespa, que também foi super bem.'

 

O mercado ainda digeriu o IPCA-15 de dezembro, que subiu 0,52% - em desaceleração na comparação com novembro (0,53%) e menor do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast (0,55%). Na agenda externa, destaque para a alta de 0,2% do PCE, em linha com o consenso dos analistas consultados pelo <i>Wall Street Journal</i>.

 

Apesar do fortalecimento do real ao longo da semana, o Rabobank reiterou, em relatório, a expectativa de que a divisa americana avance neste final de ano e chegue ao fim de dezembro cotada a R$ 5,30, uma valorização de 2,6% em relação ao fechamento de hoje. Apesar dos fundamentos positivos para a moeda brasileira, o risco fiscal ainda deve pesar.

 

'Além disso, vetores globais como um Fed mais hawkish, a desaceleração da economia chinesa, a crise energética na Europa e o cenário geopolítico continuam a turvar a perspectiva para exportadores de commodities. Como resultado, acreditamos que o real tem o potencial de continuar sob pressão e o dólar pode atingir R$ 5,30 no fim de 2022 e 2023', escrevem os estrategistas do banco Mauricio Une e Renan Alves. (Cícero Cotrim - [email protected])

 

 

18:32

 

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.16620 -0.378 5.17810 5.11890

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5180.000 0.03862 5182.500 5121.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5195.500 -0.58362 5202.000 5164.500

 

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

A divulgação de indicadores mistos da economia americana deu o tom nos mercados internacionais desta sexta-feira, gerando volatilidade, em meio a uma sessão de baixa liquidez devido ao feriado de Natal. Após oscilações entre ganhos e perdas, as bolsas de Nova York fecharam em alta, com pouco fôlego, enquanto os rendimentos dos Treasuries avançaram. No câmbio, o dólar enfraqueceu, o que deu suporte às commodities. Os preços do petróleo, em especial, também foram favorecidos por preocupações renovadas com a oferta de óleo da Rússia, no âmbito do teto imposto pela União Europeia (UE). Do lado da demanda, o aumento de casos de covid-19 na China volta a deixar investidores em alerta.

 

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) - medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed) - avançou 0,2% em novembro ante outubro, em linha com expectativa de analistas. Já a renda pessoal cresceu 0,4% no mesmo intervalo, superando o consenso, de aumento de 0,3%. Por outro lado, os gastos com consumo subiram 0,1% no período, abaixo das expectativas do mercado, de alta de 0,2%.

 

Para o Citi, os dados do PCE vieram mais fortes do que se imagina. 'A precificação de mercado de um pico das taxas dos Fed Funds está sendo justificada por uma narrativa de que a inflação e os mercados de trabalho estão diminuindo rapidamente. Os dados não apoiam esse resultado projetado, em nossa opinião. O núcleo do PCE desacelerou em relação ao mês anterior, mas as revisões para cima e a fraqueza concentrada nas passagens aéreas e nos preços de carros usados sugerem que o ritmo subjacente do núcleo da inflação permanece acima de 4,0%', destaca o banco.

 

As encomendas de bens duráveis, por sua vez, caíram acima do esperado, enquanto as vendas de moradias novas subiram acima da expectativa. Medido pela Universidade de Michigan, o sentimento do consumidor também veio mais forte do que o esperado, ao mesmo tempo em que as expectativas de inflação em 1 e 5 anos tiveram queda.

 

'As ações dos EUA reduziram as perdas anteriores, à medida que os comerciantes digeriram uma ampla gama de dados econômicos mistos que, em geral, apoiam a história de que a inflação está caindo', destaca o economista Edward Moya, da Oanda. 'Wall Street teve duas rodadas de leituras econômicas hoje. A primeira, antes da abertura, mostrou que a demanda do consumidor está mais fraca. A segunda foi bastante otimista, pois o sentimento do consumidor melhorou, e as expectativas de inflação caíram ainda mais. As vendas de casas novas também melhoraram inesperadamente', acrescenta.

 

Neste cenário, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,53%, em 33.203,93 pontos, o S&P 500 subiu 0,59%, a 3.844,82 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,21%, a 10.497,86 pontos. Na semana, o Dow Jones subiu 0,86%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq caíram 0,20% e 1,94%, respectivamente. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,314%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,747% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,819%. O BMO destaca que, no próximo ano, o Fed fará os aumentos finais do ciclo de aperto e tentará manter a política monetária em território restritivo por um período de tempo atipicamente longo. 'Nossa chamada de final de ano para 2023 para rendimentos de 10 anos é de 3,0%, e prevemos que o ano será definido pela volatilidade dos preços e pelas rápidas mudanças nas narrativas macro', projeta.

 

No câmbio, o DXY perdeu 0,11%, a 104,314 pontos, sendo que, na semana,a queda foi de 0,50%. O dólar ainda tinha alta a 132,85 ienes, o euro subia a US$ 1,0618 e a libra tinha alta a US$ 1,2043. A desvalorização da moeda americana deu força ao petróleo: o WTI para fevereiro fechou em alta de 2,67% (US$ 2,07), a US$ 79,56 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 3,63% (US$ 2,94), a US$ 83,92 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, ambos subiram 6,85% e 6,17%, respectivamente.

 

Além disso, a commodity foi favorecida pela notícia de que a Rússia pretende reduzir a oferta em 2023. Vice-premiê russo, Alexander Novak afirmou que seu país deve reduzir a oferta de petróleo em 500 mil a 700 mil barris por dia (bpd) em 2023. Trata-se de uma retaliação, pelo fato de o G7 e aliados adotarem um teto de preço de US$ 60 o barril para o petróleo da Rússia, por causa da guerra na Ucrânia.

 

Ademais, incertezas em relação à demanda seguem em foco. Especialistas entrevistados pela Associated Press preveem que a China deve registrar entre 1 milhão a 2 milhões de mortes por covid-19 no próximo ano, como consequência da reabertura abrupta e flexibilização de medidas a partir de 7 de dezembro. Segundo a Capital Economics, as próximas duas semanas 'serão cruciais na batalha contra a covid-19 na China', e por consequência com maior risco de impactos econômicos. (Letícia Simionato - [email protected])