HUMOR DO MERCADO MELHORA APÓS FALA DE DIRIGENTE DO FED E CHANCE DE TRÉGUA DO HAMAS

O sentimento do investidor em relação aos ativos de risco melhorou de maneira significativa ao longo da tarde desta segunda-feira. O conflito entre o Hamas e Israel trouxe cautela desde a manhã, mas aos poucos a percepção foi mudando. Primeiro, porque os agentes avaliam que a guerra deve ter mais impactos localizados do que mundiais. Segundo, porque um alto funcionário do Hamas disse à Al Jazeera estar disposto a negociar uma trégua. Quase que simultaneamente à notícia emitida pela TV árabe, o vice-presidente do Federal Reserve, Philip Jefferson, ressaltou que o núcleo da inflação nos Estados Unidos pode desacelerar mais e que estará atento ao nível dos juros dos Treasuries nas próximas decisões. Como ele tem poder de voto permanente no Fomc, as falas interpretadas como menos hawkish encontraram eco nas mesas de operação em um dia de liquidez baixa – devido ao feriado do Dia de Colombo, que fechou o mercado de Treasuries, justamente o mais pressionado recentemente. Assim, as bolsas americanas terminaram em alta, entre 0,39% (Nasdaq) e 0,59% (Dow Jones). Aqui no Brasil, o Ibovespa subiu aos 115.156,07 pontos (+0,86% ). Destaque para os ganhos de Petrobras (ON +4,10% e PN +4,30% ), na esteira da valorização de mais de 4% dos preços do petróleo. A commodity foi o ativo que mais absorveu os impactos da contraofensiva israelense aos terroristas do Hamas. O alívio da tarde faz os juros caminharem para fechar em queda de mais de 20 pontos-base nos vértices intermediários e levou o dólar à vista a fechar em queda de 0,62%, aos R$ 5,1300.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

A pressão sobre os índices acionários em Nova York se reverteu ao longo do dia, com ajuda de empresas de energia, que surfaram na alta de 4% do petróleo em meio a temores sob os impactos do conflito entre o grupo Hamas e Israel na produção. À tarde, circularam relatos de que a organização palestina estaria aberto a uma possível trégua, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu uma retaliação com “forças nunca vistas antes”. Investidores também repercutiram declarações do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, que reforçou expectativa por desaceleração da inflação nos EUA. As falas deram impulso a Wall Street e mitigaram o fôlego do dólar no exterior. Ainda assim, a moeda americana se manteve em forte alta ante o peso argentino no câmbio paralelo e alcançou recorde nominal a 920 pesos.

O novo conflito entre o grupo Hamas e Israel levou cautela aos mercados no início da manhã, em meio a uma série de ataques em larga escala iniciados no fim de semana e que seguiram nesta segunda-feira. Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que irá contra-atacar “com forças nunca vistas antes”, pouco depois de alto funcionário do Hamas afirmar ao jornal Al Jazeera que o grupo estaria disposto a uma trégua com o país.

Segundo avalia o Citi, o impacto econômico do conflito, entretanto, dependerá de sua natureza, mas o banco destaca desequilíbrio no lado da oferta e o aumento de despesas fiscais. “O impacto nas empresas irá provavelmente variar significativamente dependendo da sua exposição aos ativos, o que só se tornará mais claro à medida que o tempo avança”.

O quadro negativo nas bolsas, no entanto, foi revertido ao longo do dia, com destaque para a força do setor de energia, com destaque para a ConocoPhillips (5,63%), Chevron (2,77%) e Exxon Mobil (3,50%). Assim, Dow Jones subiu 0,59%, o S&P 500 avançou 0,63% e o Nasdaq teve alta de 0,39%.

A virada nos três principais índices acionários de Nova York se consolidou depois que Jefferson, o vice do Fed, afirmou que os últimos dados apontam para sinais “encorajadores” pela desaceleração da inflação. Mais cedo, a presidente da distrital do Fed em Dallas, Lorie Logan, havia chamado atenção para a persistência dos preços.

Além dos comentários de Jefferson, os índices acionários receberam impulso também da força do setor de energia, diante da escalada do petróleo, que conseguiu o pregão com alta de 4%. Entretanto, analistas consultados pelo Broadcast, em especial publicado às 15h39 (de Brasília), avaliam que a barreira dos US$ 90 por barril sugere que o mercado de energia está mais resistentes a choques geopolíticos, ao contrário de 1973, quando uma guerra semelhante alavancou os preços da commodity.

Na visão da Oanda, contudo, o conflito entre Israel e Hamas desperta preocupações sobre mais aperto no mercado. “Parece que o risco de este conflito se alargar e arrastar no Ocidente significa que o risco de futuras sanções contra o Irã está aumentando. Esta não será uma guerra rápida entre Israel e o Hamas, o que significa que poderemos ver o petróleo comportar-se mais como um porto seguro se o cenário geopolítico se deteriorar”. Hoje, o porto israelense de Ashkelon e seu terminal petrolífero foram fechados.

O barril do petróleo WTI para novembro fechou com ganho de 4,33% (US$ 3,59), a US$ 86,38 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). A variação corresponde ao maior aumento nominal em seis meses, de acordo com a Dow Jones Newswire. O barril do Brent para dezembro subiu de 4,22% (US$ 3,57), a US$ 88,15 o barril, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).

A fala de Jefferson, que possui voto permanente no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), também pressionou o dólar, que chegou ao fim da tarde em queda ante o iene, mas ainda em alta ante euro e libra. Na visão do Bannockburn, tanto o dólar quanto o ienes foram favorecidos pela busca por ativos seguros em meio ao conflito, visto que a moedas são “altamente demandadas com impactos no sentimento de risco global”, confirma a Convera. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 148,50 ienes, o euro tinha baixa a US$ 1,0570 e a libra recuava a US$ 1,2242. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,04%, a 106,083 pontos.

O dólar blue, por sua vez, subia 7,39%, a 945 pesos argentinos, segundo levantamento do jornal Ámbito Financiero, em meio a incertezas políticas do país. Hoje, o ministro da Economia e candidato à presidência, Sergio Massa, sugeriu que o país deve voltar a renegociar o acordo de reestruturação da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

BOLSA

A mudança de sinal em Nova York à tarde, do negativo ao positivo, e a acentuação de ganhos em Petrobras (ON +4,10%, PN +4,30%), que chegou em certos momentos a passar à frente da própria alta do Brent na sessão, levou o Ibovespa aos 115.218,65 pontos na máxima do dia (+0,92%), e a fechamento ainda em alta de 0,86%, a 115.156,07, no maior nível deste mês de outubro, após ter encerrado setembro aos 116,5 mil. O giro ficou em R$ 19,0 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa ainda cede 1,21%, limitando o avanço do ano a 4,94%.

À exceção de Petrobras e de utilities como Eletrobras (ON +1,87%, PNB +2,32%), a sessão foi majoritariamente negativa para as ações na B3, refletindo a aversão a risco com novo ingrediente neste início de semana: a guerra no Oriente Médio deflagrada no sábado pelo Hamas, em ataque terrorista em escala considerada sem precedentes a Israel, 50 anos depois da Guerra do Yom Kippur.

A possibilidade de prolongamento dos combates na Faixa de Gaza, onde dezenas de reféns israelenses estariam sendo mantidos, colocou desde cedo pressão especialmente nas cotações do petróleo, tendo em vista também a rivalidade entre Israel e Irã, importante produtor da commodity e considerado um dos principais apoiadores do grupo extremista palestino.

“Um evento como esse resulta em aumento dos prêmios de risco, em um cenário que já era marcado, antes do conflito, por cautela dos investidores”, diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. “É muito cedo ainda para entender as repercussões dessa guerra, mas diferentemente do que se vê na Ucrânia, parece ser um conflito de exaustão mais rápida”, observa Alex Lima, estrategista-chefe da Guide. “Poder ser uma guerra mais curta, mas muito custosa também.”

“É natural o petróleo subir hoje da forma como se vê, principalmente se o Irã for arrastado para o conflito”, acrescenta o estrategista da Guide Investimentos. “Israel não produz petróleo, mas o Estreito de Ormuz, que fica ali perto, é por onde passam 20% da produção global da commodity, o que explica também esta alta do Brent hoje”, em um dia no qual o mercado de juros nos Estados Unidos permaneceu fechado por conta de feriado – lembrando que os juros futuros, assim como o câmbio, são uma correia de transmissão natural da percepção de risco dos investidores.

“É possível que o impacto [sobre os ativos] permaneça limitado, caso o conflito não se estenda a terceiras partes, tanto que as bolsas abriram de forma negativa, mas depois foram se ajustando”, diz Guilherme Sahadi, CEO da BullSide Capital.

Dessa forma, o Ibovespa chegou a subir quase 1% no melhor momento da tarde, em paralelo à recuperação vista em Nova York, com relato, da agência Reuters, de que o Hamas estaria disposto a discutir logo uma trégua com Israel, em meio ao bombardeio noturno da Faixa de Gaza. Também contribuiu para a melhora o comentário do vice-presidente do BC americano, Philip Jefferson, sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos, recebido de forma favorável pelo mercado.

“Da guerra, por enquanto, o efeito maior veio para Petrobras e petrolíferas como Prio e 3R Petroleum, em alta na sessão. Também ajudaram o Ibovespa declarações mais ‘dovish’, suaves, de autoridade do Federal Reserve, com melhora lá fora que se espelhou aqui dentro”, do meio para o fim da tarde, observa Fernanda Bandeira, sócia e especialista da Blue3 Investimentos.

Com a retomada dos negócios na China após o longo feriado da Semana Dourada, as ações do setor metálico voltaram a contar nesta segunda-feira com a referência de preços de Dalian, onde o minério de ferro fechou a sessão em baixa de 2,76%, a US$ 113,39, no contrato mais negociado, para janeiro de 2024. Na B3, Vale ON encerrou o dia em baixa de 0,72%, na máxima do dia, e as perdas entre as siderúrgicas chegaram a 1,11% (Usiminas PNA), também relativamente moderadas no fechamento.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Grupo Casas Bahia (-4,92%), Azul (-2,97%) e Alpargatas (-2,61%). No lado oposto, Prio (+8,78%), PetroReconcavo (+8,70%) e 3R Petroleum (+6,01%), à frente de Petrobras e de Magazine Luiza (+4,49%).

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 115156.07 0.86401

Máxima 115218.65 +0.92

Mínima 113448.18 -0.63

Volume (R$ Bilhões) 1.90B

Volume (US$ Bilhões) 3.68B

17:36

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 115580 0.76722

Máxima 115615 +0.80

Mínima 113450 -1.09

JUROS

A deflagração do conflito entre Israel e Hamas no fim de semana prenunciava um dia difícil para os mercados, o que acabou não se confirmando. Os juros futuros já pela manhã operavam comportados, com viés de baixa que se transformou em queda firme à tarde. Declarações dovish de um dirigente do Federal Reserve e informações de que o grupo extremista estaria aberto a negociar um armistício abriram caminho para uma correção mais consistente de parte da alta da semana passada. Ainda, em boa medida, o alívio da curva foi propiciado pela ausência do mercado de Treasuries, que hoje não funcionou em razão do feriado do Dia de Colombo nos Estados Unidos.

Às 17h17, a taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,850%, de 10,954% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 caía de 10,83% para 10,66%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,89% (11,08% no ajuste) e a do DI para janeiro de 2029 cedia a 11,39%, de 11,56%.

De maneira geral, o comportamento da curva surpreendeu positivamente, mesmo pela manhã, quando ainda não havia os principais “drivers” de alívio, que apareceriam somente à tarde. Na primeira etapa, as taxas oscilavam entre a estabilidade e sinal levemente negativo, com o mercado tentando interpretar o contexto geopolítico e suas consequências para o cenário econômico. O efeito mais direto dos ataques e contra-ataques foi a escalada do petróleo novamente rumo a US$ 90 por barril, com alta de mais de 4%. Ainda assim, o mercado de juros arriscava alguma correção, aproveitando que hoje não havia negócios com Treasuries uma vez que os prêmios de risco subiram muito nos últimos dias.

“Apesar da alta do petróleo, a reação nos mercados têm sido discreta ao avaliar que a guerra em Israel contra a Faixa de Gaza será limitada à região”, afirmou o economista André Perfeito, sobre a redução da aversão ao risco ao longo do dia. Outro fator de alívio veio da informação, publicada pela Reuters, de que o Hamas supostamente estaria disposto a negociar uma trégua. Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que irá atacar a facção islamista com “forças nunca vistas antes”.

Desse modo, qualquer conclusão mais firme sobre os próximos dias pode ser precipitada, dada a magnitude dos ataques e incertezas sobre o poderio bélico do Hamas. O economista-chefe da Azimut Wealth Management, Gino Olivares, cita por exemplo que é preciso esperar para ver se a demanda por títulos americanos se fortalece e chama também a atenção para a commodity. “Numa conjuntura de estoques baixos de petróleo, qualquer ameaça de interrupção (total ou parcial) da oferta por parte dos grandes produtores do Oriente Médio pode colocar enorme pressão em um mercado já bastante pressionado”, destaca.

Para o Brasil, há receio de contágio das tensões via preços de combustíveis se o avanço do petróleo, que vinha devolvendo altas na semana passada, de fato se consolidar perto dos US$ 100. “Os preços de combustíveis trazem risco de contaminação para outros preços e, com isso, o Banco Central poderia cortar menos a Selic ou encurtar o ciclo”, explica o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.

A equipe da Levante Investimentos vê limites para o quanto a Petrobras poderá absorver a alta antes de começar a repassá-la ao mercado interno. “Como o mercado antecipa os movimentos, é bastante provável que haja uma alta dos juros futuros, tendo em vista mais pressão sobre a inflação”, preveem os profissionais.

Ainda sobre os impactos para o Brasil, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou que tanto o dólar quanto o petróleo foram dois riscos já mencionados pelo Copom e destacou que hoje pela manhã o valor da commodity registrava uma alta próxima a 5%. A posição do Brasil nesse aspecto, de acordo com Galípolo, hoje é bastante diferente em relação ao passado, porque passou a ser produtor. “Passa a ser um alerta para a gente em função dos impactos nos preços domésticos dado o impacto que o preço do petróleo tem em uma série de insumos e bens que a gente consome aqui e com a correlação com o dólar”, destacou.

No meio da tarde, declarações do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Phlip Jefferson, acabaram se sobrepondo às preocupações com o petróleo, abrindo espaço para a melhora dos ativos e colocando os juros em queda firme na B3.

O ponto que mais chamou a atenção é quando disse que atuará com cautela ao avaliar a necessidade de aperto monetário adicional, mencionando o avanço recente nos juros dos Treasuries de longo prazo. Disse que estará atento ao aperto nas condições financeiras, e manterá isso em mente nas suas decisões, ao lado dos indicadores. Vale lembrar que as taxas estão nas máximas desde 2007 e a percepção é de que o Fed pode estar confortável em ver o mercado fazendo o seu trabalho de desinflacionar a economia, controlando a política monetária mais pelo discurso do que pelas ações em si.

CÂMBIO

Após operar entre leve alta e estabilidade pela manhã, o dólar à vista perdeu força ao longo da tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 9, cotado a R$ 5,1300, em baixa de 0,62%, com mínima a R$ 5,1220. A virada no mercado de câmbio doméstico se deu diante da retomada do apetite ao risco no exterior, com alta firme das bolsas em Nova York, na esteira de fala de dirigente do Federal Reserve sugerindo menos espaço para nova alta dos juros. Foi ventilada também a informação de que o grupo palestino Hamas estaria disposto a negociar uma trégua com Israel. Em pronunciamento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que vai atacar o Hamas com “forças nunca vistas antes”.

Nos primeiros minutos do pregão, o dólar chegou até a ensaiar uma alta firme, com máxima a R$ 5,1824, em meio a temores geopolíticos. Israel responde a ataque do Hamas ao seu território com bombardeio aéreo e bloqueio terrestre à Faixa de Gaza, controlada pelo grupo palestino. Operadores observam que a ausência dos negócios com Treasuries, em razão do feriado do Dia de Colombo nos EUA, diminuiu a liquidez e deixou a formação da taxa de câmbio mais sujeita ao impacto de operações pontuais. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para novembro movimentou pouco mais de US$ 8 bilhões.

No exterior, o índice DXY – que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – era negociado no fim da tarde próximo da estabilidade, no limiar dos 106,000 pontos, após máxima aos 106,600 pontos. O dólar caia na comparação com as principais divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com o peso mexicano e o rand sul-africano, dois pares do real, como as principais exceções. As cotações do petróleo, que amargaram forte queda na semana passada, subiram mais de 4% diante de preocupações com a oferta, mas respeitaram o teto de US$ 90 o barril. O contrato do Brent para dezembro fechou em alta de 4,22%, a US$ 88,15.

O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, observa que o fato de o mercado de Treasuries estar fechado impede uma leitura mais clara dos efeitos do conflito sobre a percepção de risco dos investidores. “De qualquer forma, existe um aumento das incertezas. Dentro de três ou quatro dias, vamos entender o real impacto sobre os ativos. Tudo vai depender se o conflito vai transbordar para outros países do Oriente Médio, como o Irã, já que a região é grande produtora de petróleo”, afirma Sung. “Se houver um escalonamento da guerra, vamos ver efeitos mais negativos os mercados. Investidores vão buscar ativos mais seguros como os títulos do governo americano, a bolsa brasileira vai sofrer e o dólar tende a subir.”

Embora o Irã seja visto como um apoiador do Hamas na região, autoridades do país negaram envolvimento com o ataque do grupo palestino a Israel. A possibilidade de que o Irã seja tragado pelo conflito preocupa, uma vez que o país abriga o Estreito de Ormuz, localizado entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico e por onde é escoado cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo.

“Se tivermos uma escalada da guerra, principalmente com o Irã sendo arrastado para dentro do conflito, podemos ter alta mais forte do petróleo e um choque inflacionário”, diz o estrategista-chefe da Guide Investimentos, Alex Lima, ressaltando que, nos últimos dois meses, a inflação americana já havia sido “contaminada” pela alta dos preços dos combustíveis. “Por enquanto, a reação dos preços dos ativos é relativamente branda, com o mercado de juros nos EUA fechado. Tem potencial para piorar se o conflito se estender.”

Parte relevante do alívio do mercado à tarde veio de sinais mais amenos em relação à a política monetária americana. Com voto nas decisões do Fed, o vice-presidente do BC americano, Philip Jefferson, disse hoje que pode ser cedo para garantir que o aperto já realizado vai levar a inflação à meta de 2% ao ano, mas ressaltou que levará em conta indicadores econômicos e também o nível das taxas dos Treasuries em suas próximas decisões.

Segundo Jefferson, a inflação, embora ainda “muito elevada”, traz sinais “encorajadores”. Ele afirmou também que atuará com cautela ao avaliar a necessidade de mais alta de juros. “Olhando para frente, continuarei consciente do aperto das condições financeiras por meio de juros mais altos em títulos de dívida e vou manter isso em mente ao avaliar a trajetória futura das taxas”, disse o vice-presidente do Fed.

17:36

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