EXPECTATIVA COM DADOS INFLACIONÁRIOS NA SEMANA PUXA REALIZAÇÃO DE ATIVOS DOMÉSTICOS

O mercado local começou a semana na defensiva, em meio à ansiedade que precede a divulgação de uma bateria de dados inflacionários no Brasil e no exterior. Aqui, amanhã cedo é informado o IPCA de junho, que deve mostrar a primeira deflação desde setembro do ano passado. Mas como o movimento foi amplamente antecipado no rali do mês passado, o investidor se acautelou na expectativa de fatos novos. Lá fora, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos é publicado na quarta-feira e a inflação ao consumidor (PPI), na quinta. Espera-se que os dados consigam clarear o cenário para a decisão do Federal Reserve, que deve retomar no fim do mês o aperto monetário, mas com chance de decretar essa como sua última elevação neste ciclo. Assim, ativos locais tiveram tendência distinta da observada em Nova York e a realização de lucros predominou. O Ibovespa desceu aos 117.942,44 pontos (-0,80%). O índice teve pressão especial de ações varejistas, como Lojas Renner (-6,46%) e Magalu (-4,09%), essas prejudicadas pela alta dos juros futuros. O DI para janeiro de 2025 avançou aos 10,77%, ante 10,68% no ajuste de ontem. O dólar à vista subiu aos R$ 4,8825 (+0,34%), tendo ainda o peso da baixa do barril do petróleo no mercado internacional. Na contramão, os três principais índices de Nova York subiram (Dow Jones +0,62%, S&P 500 +0,24% e Nasdaq +0,18%) ao passo que os juros dos Treasuries caíram (T-note de 2 anos cedeu aos 4,859% e de 10 anos recuou aos 4,009%). O dólar caiu ante divisas fortes com euro e libra avançando com sinais de mais aperto nas economias europeias ao mesmo tempo em que houve queda das expectativas da inflação no curto prazo, segundo relatório do Fed de Nova York. O índice DXY baixou aos 101,972 pontos (-0,29%).

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Vindo de ganho de 1,25% na sexta-feira, o Ibovespa manteve variação contida nesta primeira sessão de semana que trará novos dados de inflação nos Estados Unidos, no momento em que o mercado tenta auscultar sinais do Federal Reserve quanto aos juros americanos – e os emitidos hoje vieram no sentido de novos aumentos nos custos de crédito na maior economia do globo. Apesar do avanço moderado que prevaleceu no fechamento de Nova York, e mais cedo também nos principais mercados da Europa, a cautela se impôs na B3, que operou em baixa desde a abertura, a 118.897,42 pontos.

Ao fim, sem catalisadores domésticos que empurrassem o Ibovespa em outra direção, o índice mostrava perda de 0,80%, aos 117.942,44 pontos, com mínima aos 117.814,49, em variação de pouco mais de mil pontos ante a abertura. O giro foi de apenas R$ 18,1 bilhões nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa passa a terreno negativo (-0,12%), mas no ano ainda sustenta avanço de 7,48%.

“Dados de inflação na China – estável para o consumidor e em queda para o produtor – corroboraram a percepção de desaceleração da atividade no país asiático, que se mantém no foco de atenção dos investidores, especialmente em mercados com exposição a commodities, como o Brasil”, diz Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos. Assim, entre as ações de maior peso no Ibovespa, destaque para a queda de 1,53% em Vale ON nesta segunda-feira, em dia de retração de 3,46% para o minério de ferro em Dalian, na China, e de quase 4% em Cingapura.

O desempenho de Petrobras chegou a contribuir para mitigar o efeito negativo no Ibovespa, mas ao final as ações da empresa não mostravam sinal único, com a ON estável e a PN em leve alta de 0,17%, apesar do recuo em torno de 1% para o Brent e o WTI nesta segunda-feira. Na ponta negativa do índice nesta abertura de semana, destaque para nomes do varejo, como Renner (-6,46%), Magazine Luiza (-4,09%) e Via (-3,77%). No lado oposto, Azul (+3,11%), Ambev (+1,08%) e Raízen (+0,95%).

No fechamento, o índice de consumo (ICON -0,94%), com exposição ao ciclo doméstico, teve desempenho semelhante ao do índice de materiais básicos (IMAT -0,87%), correlacionado a preços e demanda formados fora do Brasil. Entre os grandes bancos, as perdas do dia chegaram a 1,84% (BB ON) no fechamento, à exceção de Bradesco (ON +0,07%, PN +0,06%).

“Nos Estados Unidos, as bolsas americanas operaram entre perdas e ganhos, em semana que marca o início da temporada de resultados do segundo trimestre. Empresas do setor financeiro como BlackRock, JPMorgan Chase, Wells Fargo e Citi irão divulgar balanços no decorrer da semana”, diz Vanessa Naissinger, especialista da Rico Investimentos.

Por lá, a presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, afirmou hoje que não acredita que os juros americanos estão restritivos o suficiente, de forma que deverão subir mais para conseguir controlar a pressão dos preços e trazer a inflação de volta à meta de 2%. Falando em evento na Universidade da Califórnia, ela destacou ainda que o Fed está mais perto do fim do ciclo de aperto monetário do que do início, mas ressaltou que o banco central americano está comprometido em trazer a estabilidade de preços de volta.

Por outro lado, nos Estados Unidos, as expectativas de inflação de um ano caíram pelo terceiro mês consecutivo, de 4,1% em maio para 3,8% em junho, segundo pesquisa do Federal Reserve de Nova York divulgada nesta segunda-feira. Foi a menor leitura desde abril de 2021, e três pontos porcentuais menor que as de junho de 2022.

Por sua vez, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que é cedo para comemorar o fim da inflação alta nos EUA, e que as projeções que defendem mais dois aumentos de juros pela autoridade monetária até o fim de 2023 são “realistas e razoáveis”. O aperto monetário, segundo ela, aparenta estar na etapa final.

Aqui, em outro ponto de destaque na agenda da semana, os investidores conhecerão amanhã, antes da abertura dos negócios, o IPCA de junho.

Em relatório, a equipe de pesquisa global do Bank of America (BofA) destaca que a América Latina está em “posição privilegiada” em comparação ao restante dos mercados emergentes. “Há pouca exposição a conflitos geopolíticos, e Brasil e Chile podem estar entre os primeiros países a cortar juros”, observa o BofA, acrescentando que a inflação em ambos já está em rápido declínio. “Os mercados de ações no Chile têm avançado desde o quarto trimestre de 2022; no Brasil, vêm em recuperação desde abril”, nota o banco americano.

Mas o BofA destaca também que, para o Brasil, uma questão-chave é quem estará na ponta compradora daqui para frente. “Vimos fracas entradas de fluxo estrangeiro durante a maior parte desse rali [de recuperação], e os fundos de ações locais continuam a apresentar resgates desde que os fluxos chegaram a um pico em setembro de 2021”, acrescenta o banco, no relatório.

Ainda assim, o BofA observa que o rali desde o fim de abril trouxe valorização de 17% para o Ibovespa, comparado a um avanço médio de apenas 2% para os mercados emergentes, em dólar.

“A inflação abaixo do esperado contribuiu para declínio dos juros e para o prosseguimento do movimento de recuperação das ações, no Brasil”, acrescenta o relatório, em que o BofA observa também que o Ibovespa, excluindo commodities, está sendo negociado agora com apenas 5% de desconto em relação ao padrão histórico, comparado a um desconto de 26% nas mínimas de 2023. (Luís Eduardo Leal, [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. %  

Último 117942.44 -0.80367

Máxima 118897.42 -0.00

Mínima 117814.49 -0.91

Volume (R$ Bilhões) 1.80B

Volume (US$ Bilhões) 3.70B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 119100 -0.87391

Máxima 120285 +0.11

Mínima 119030 -0.93

JUROS

A segunda-feira de noticiário escasso e agenda esvaziada abriu espaço para um movimento de correção na curva de juros, com taxas em alta moderada durante todo o dia. O ambiente externo, hoje de indefinição, não serviu de parâmetro, com retornos dos Treasuries em desempenho misto, assim como o comportamento do dólar ante moedas emergentes. A liquidez foi fraca, refletindo ainda o compasso de espera pela agenda da semana, com dados de inflação aqui e no exterior.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,82%, de 12,779% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,68% para 10,77%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,16%, de 10,10%. A do DI para janeiro de 2029 avançou de 10,44% para 10,50%.

Após as taxas terem recuado na sexta-feira, a disposição para alguma recomposição dos prêmios foi vista hoje desde a abertura, quando o ambiente internacional já estava nublado e o dólar operava pressionado ante o real. Mas, sem uma referência forte, a trajetória altista era limitada também pela perspectiva de IPCA amanhã e, na sequência, pela divulgação dos índices de inflação ao consumidor e ao produtor dos Estados Unidos (CPI e PPI, em inglês), que não recomendavam assumir posições mais firmes.

Ariane Benedito, economista da Esh Capital, acredita que parte do mercado pode ter montado posições defensivas ante o risco de o IPCA de junho amanhã vir acima do consenso de deflação e de um CPI forte nos EUA na quarta-feira. “Este não é o índice queridinho do Fed, mas pode ter impacto nos ativos”, disse a economista, lembrando que hoje diretores da instituição defenderam mais duas altas de juros no país este ano.

Para o IPCA, a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast é de -0,10%, ante alta de 0,23% registrada em maio. “Se isso se confirmar, há espaço para a pressão de alta vista hoje ser dissipada”, prevê a economista.

A depender também da leitura dos preços de abertura do indicador, poderá haver um redesenho nas apostas para a Selic no que se refere à dose do primeiro corte e no orçamento total. A ideia de que o início da flexibilização se dará em agosto parece consolidada ao menos nas mesa de renda fixa. “Ainda está nebuloso se o Copom começará com 0,25 ou com 0,50 ponto porcentual, muito em função desse discurso do BC, de cautela e parcimônia”, afirmou Ariane Benedito.

Não por acaso, na precificação da curva, de -37 pontos, o mercado está dividido para o Copom de agosto, com 50% de chance para cada lado (0,25 e 0,50). Para o Copom seguinte, de setembro, parece mais claro que a tendência é acelerar o ritmo, com a curva projetando 85% de probabilidade de redução de 0,5 ponto (-46 pontos). Para o fim de 2023, a taxa projetada é de 11,75% e para o fim de 2024, pouco acima de 9,00%.

Na Pesquisa Focus divulgada nesta manhã, o cenário para a Selic é um pouco mais conservador. Não houve mudança para as medianas em 2023 (12,00%), 2024 (9,6%) e 2025 (9,00%), enquanto a de 2026 subiu de 8,63% para 8,75% ante o Boletim da semana passada. Pelo lado da inflação, a forte melhora nas expectativas vistas na semana passada não se repetiu na edição de hoje, com exceção da mediana de IPCA para 2023 (4,98% para 4,95%), ano que vai perdendo relevância no horizonte da política monetária.

Mais dovish do que a maioria dos Departamentos Econômicos, o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, diminuiu suas projeções para Selic no fim de 2023, de 11,75% para 11,25%, e de 2024, de 10,5% para 9,75%, a partir da aprovação da reforma tributária pela Câmara na última sexta-feira. “Mantemos o nosso cenário de que o Banco Central iniciará o ciclo de afrouxamento monetário em agosto com corte de 50 pontos-base da taxa Selic e aumentamos de 200 para 250 pontos-base a expectativa de corte em 2023”, explica Oliveira. (Denise Abarca – [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira, 10, em alta de 0,34% em relação ao real, cotado em R$ 4,8825, em realização parcial de lucros após as quedas acumuladas em junho (-5,59%) e na última sexta-feira, 7 (-1,30%), quando a Câmara aprovou a reforma tributária. Dados de inflação menores que o esperado na China ajudaram a balizar o movimento, enquanto investidores recompunham posições defensivas em câmbio.

Somados às quedas em torno de 1% dos preços de petróleo, esses fatores mantiveram o dólar em alta ante o real durante praticamente toda a sessão. Em meio à agenda esvaziada do dia e à espera pelo IPCA de junho nesta terça-feira, 11, e pela inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos na quarta-feira, 12, a moeda oscilou menos de quatro centavos entre a mínima de R$ 4,8563 (-0,20%) e a máxima de R$ 4,8924 (+0,54%).

Termômetro do apetite por negócios, o contrato futuro de dólar para agosto movimentou cerca de US$ 9,5 bilhões.

A queda interanual de 5,4% dos preços ao produtor (PPI) da China em maio, maior baixa em oito anos, adicionou incertezas sobre o ritmo de crescimento econômico do gigante asiático e pressionou os preços do petróleo e do minério de ferro (-3,46%). Enquanto isso, a baixa das expectativas de inflação de um ano nos Estados Unidos levou a um recuo de 0,30% do índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes.

“A sessão de hoje teve uma pequena alta do dólar ante o real, de menos de quatro centavos no intraday, um pouco por causa da agenda esvaziada. Os dados do PPI da China caíram em um ritmo assustador, o que causou uma preocupação no cenário externo”, diz o chefe de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano. “Mas é uma alta irrelevante: menos de cinco centavos é uma moeda andando de lado.”

Caciano destaca ainda que a alta do dólar nesta sessão se deve parcialmente a um ajuste técnico nas posições compradas de estrangeiros na Bolsa após a aprovação da reforma tributária, considerando a retirada de R$ 1,459 bilhão apenas na última quinta-feira, 6. Outros agentes destacam que os sinais de fraqueza da economia chinesa podem ter motivado uma fuga de estrangeiros nesta segunda-feira.

“O estrangeiro hoje vendeu Vale na Bolsa, já que os dados mostraram uma economia não muito forte na China”, afirma o operador de câmbio da Ourominas Elson Gusmão. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,80%, aos 117.942,44 pontos, com baixa de 1,53% de Vale ON. O dólar teve desempenho misto ante moedas de outros exportadores de commodities, como as divisas australiana (+0,19%) e canadense (+0,06%).

Declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) também ajudaram a sustentar os ganhos da moeda americana em relação ao real ao sugerirem maior aperto monetário nos EUA. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, defendeu mais juros para controlar a inflação, enquanto a chefe da distrital de São Francisco, Mary Daly, afirmou considerar “realistas e razoáveis” projeções de mais dois aumentos dos juros.

“Os discursos de dirigentes do Fed hoje estão sinalizando mais dois aumentos este ano, com algo em torno de 75 pontos-base, e isso ajuda o dólar a ter uma leve alta”, diz Caciano, da Trace Finance.

No cenário doméstico, agentes aguardam a divulgação do IPCA de junho nesta terça-feira para calibrar as expectativas em torno dos próximos passos da política monetária. O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central mostrou leve queda da mediana para a inflação deste ano (4,98% para 4,95%) e estabilidade para 2024 (3,92%), 2025 (3,60%) e 2026 (3,50%).

Os investidores também se mantêm atentos à evolução da reforma tributária no Senado. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a tramitação da medida será mais fácil do que na Câmara, mas previu que os senadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem alterar o texto para incluir regimes especiais para fábricas de automóveis instaladas nas regiões.

Já o projeto que retoma o chamado voto de qualidade no Carf, também aprovado pela Câmara na última sexta-feira, só deve ser votado no Senado após o recesso parlamentar, segundo apurou o Broadcast. A medida é uma das apostas do governo para turbinar receitas e garantir a zeragem do déficit primário em 2024. Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar ser possível atingir a meta.

A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 2,934 bilhões na primeira semana de julho, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com aumento de 10,4% da média diária de exportações e queda de 15,8% da média diária de importações na comparação com igual período de 2022. No ano, o superávit acumulado é de US$ 47,998 bilhões. (Cícero Cotrim – [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.88250 0.3411 4.89240 4.85630

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4916.000 0.43927 4923.500 4875.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4990.000 06/07    

MERCADOS INTERNACIONAIS

Novas falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) sobre expectativas de mais aperto monetário neste ano reforçaram a expectativa de analistas de mais duas altas de 0,25 ponto porcentual nos juros americanos até dezembro – em linha com o que o próprio banco central dos EUA tem sinalizado -, mas que difere da estimativa majoritária (51,8%) captada por ferramenta do CME Group, de apenas mais uma elevação de 25 pontos-base no período. Assim, as bolsas de Nova York tiveram um dia de oscilação entre leves altas e baixas, mas terminaram o pregão no azul. Dados fracos de inflação na China, entretanto, renovaram inseguranças quanto à demanda por commodities, levando para baixo os preços do petróleo e alimentando a busca por Treasuries. O dólar seguiu pressionado ante rivais fortes, com euro e libra avançando diante de sinais de mais aperto monetário na Europa enquanto nos EUA houve queda nas expectativas da inflação no curto prazo.

Na visão da ANZ, as falas dos dirigentes do Fed Michael Barr, Mary Daly e Loretta Mester sinalizaram novos apetites por juros, o que, segundo o banco neozelandês, é consistente com os gráficos de pontos apresentados na decisão monetária de junho. Mais duas altas de 25 PB nos juros americanos neste ano já havia sido incorporadas pelo CIBC, principalmente após dados do emprego (payroll) da sexta-feira passada. A força do mercado de trabalho foi, inclusive, ressaltada por Mester, durante seu discurso na Universidade da Califórnia.

Nesse cenário, as bolsas de Nova York operaram de forma contida, com investidores de olho nas expectativas do índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês), que será publicado na próxima quarta-feira, avalia o analista Edward Moya, da Oanda. No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,62%, a 33.944,40 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,24%, a 4.409,53 pontos.

A notícia de que o índice Nasdaq 100 será alvo de “rebalanceamento” a partir do dia 24 de julho, que irá redistribuir o pesos das empresas, pesou nas principais ações do índice, como Alphabet (-2,54%) e Microsoft (-1,60%), com Meta (1,23%) mantendo a resiliência devido ao aplicativo Threads que, segundo a AJ Bell, “tem o potencial de ser um grande disruptor”.

O petróleo foi influenciado pelos sinais de desaceleração da China, mesmo frente a expectativas de mais estímulos do governo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em queda de 1,18% (US$ 0,87), a US$ 72,99 o barril, enquanto o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 0,99% (US$ 0,80), a US$ 77,69 o barril.

Os juros dos Treasuries, por sua vez, caíram, com sinais do Federal Reserve (Fed) de Nova York de que as expectativas de inflação no horizonte de um ano caíram pelo terceiro mês seguido, de 4,1% a 3,8% em junho, o que poderia sugerir um Fed menos rígido pela frente. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,859%, o da T-note de 10 anos baixava a 4,009% e o do T-bond de 30 anos estava em 4,041%, depois de ter caído mais cedo.

O mesmo foi visto no dólar, que recuou ante moedas fortes, com o ING apontando riscos do CPI para a moeda nesta semana. “Nosso economista espera uma leitura de núcleo mês a mês de consenso de 0,3%, que deve continuar fornecendo notícias encorajadoras sobre a história desinflacionária – mas ainda deve ficar aquém de ajustar a narrativa do Fed ou convencer os mercados a precificar uma alta em julho”. Ainda, mais sinais de aperto pelos BCs da Europa ajudaram a pressionar o dólar, com o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, ressaltando a força da inflação no Reino Unido.

Por volta das 17h (de Brasília), o euro subia a US$ 1,1001. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,29%, aos 101,972 pontos, a libra subia a US$ 1,2862, o dólar recuava a 141,30 ienes.dólar recuava a 141,30 ienes. (Natália Coelho – [email protected])