EM DIA FRACO, BOLSA E CÂMBIO SUPERAM CAUTELA EXTERNA, MAS TREASURIES PENALIZAM JUROS

A expectativa pela agenda da semana limitou os movimentos dos mercados nesta
segunda-feira, comprometendo também a liquidez, mas a Bolsa e o câmbio tinham
desempenho levemente positivo no fechamento dos negócios. O dólar à vista encerrou
em baixa de 0,23%, aos R$ 4,9815, após subir nas três últimas sessões e flertar com os
R$ 5, apesar da abertura da curva dos Treasuries. O avanço dos rendimentos dos títulos
do Tesouro dos EUA, porém, não poupou os juros futuros, que subiram, também com
ajustes técnicos antes do IPCA-15. O Ibovespa superou o sinal negativo de Nova York e
subiu 0,15%, aos 129.609,05 pontos. Os ganhos das ações da Petrobras conseguiram
neutralizar a influência negativa das commodities metálicas, que fez estrago
principalmente nos papéis da Vale, sobre o índice. No exterior, um leilão de T-Notes de 2 e
5 anos com demanda levemente abaixo da média impulsionou os retornos dos
Treasuries, que ganharam força enquanto tanto as bolsas de Nova York quanto o dólar se
movimentaram lateralmente, à espera de novos catalisadores e, no caso do mercado
acionário, após recordes recentes. O petróleo subiu mais de 1%, depois de Houthis
atacarem navios de bandeira americana no fim de semana e EUA e Reino Unido
revidarem.
•BOLSA
•CÂMBIO
•JUROS
•MERCADOS INTERNACIONAIS
BOLSA
Em dia de elevação na curva de juros americana, com os investidores à espera de novos
dados sobre a inflação dos EUA, na quinta-feira, e de correção nos preços do minério de
ferro na China, o setor metálico manteve o Ibovespa na defensiva nesta abertura de
semana que traz, amanhã, o IPCA-15 referente a fevereiro. Dessa forma, o índice da B3 se
manteve em faixa estreita de cerca de 900 pontos entre a mínima (129.076,84) e a máxima
(129.977,73) da sessão, em que saiu de abertura aos 129.416,99 pontos. Ao fim, mostrava
leve ganho de 0,15%, a 129.609,05 pontos, com giro financeiro fraco, de R$ 17,4 bilhões.
Após recordes recentes em Nova York, os três principais índices acionários fecharam o
dia em baixa: Dow Jones -0,16%, S&P 500 -0,38% e Nasdaq -0,13%. “Hoje, houve
descolamento aqui após todo o entusiasmo no exterior em torno dos resultados da
Nvidia, que beneficiaram especialmente as ações de tecnologia mundo afora. Aqui, o
descolamento, contudo, foi limitado pela forte correção vista nos preços do minério de
ferro”, diz Victor Miranda, sócio da One Investimentos.
Assim, na B3, apesar do avanço de Petrobras (ON +1,05%, PN +1,89%) – em linha com os
ganhos do petróleo na sessão em meio à instabilidade geopolítica no Oriente Médio, e às
vésperas de possível distribuição de dividendos extraordinários em 7 de março -, bem
como de alguns bancos (BB ON +0,96%, Itaú PN +0,29%), a queda de 2,42% em Vale ON,
a ação de maior peso no Ibovespa, limitou o potencial de alta do índice. O setor metálico
não foi bem nesta segunda-feira, em que o minério recuou mais de 3% em Dalian e na
casa de 4% em Cingapura e Qingdao. Nesse contexto, destaque para a queda de 3,16%
em CSN e de 1,21% para Gerdau.
O Conselho de Administração da Petrobras está dividido em relação ao pagamento de
dividendos extraordinários relativos a 2023, mas as condições para que ocorra são
favoráveis, com a dívida da companhia sob controle e o preço do petróleo indicando certa
estabilidade, reporta do Rio a jornalista Denise Luna.
No setor metálico, além dos preços do minério de ferro, o mercado ainda monitora a
possível sucessão no comando da Vale, e não agradou muito a notícia de que, após
fracassar na indicação do ex-ministro Guido Mantega para a empresa, o governo estaria
apoiando o nome do acionista Paulo Caffarelli, com passagem por Cielo e longa carreira
no Banco do Brasil, além de ter sido secretário-executivo do Ministério da Fazenda – mas
sem tanta experiência no setor de mineração, apontam alguns analistas, apesar de
Caffarelli ter estado também na CSN.
Na ponta do Ibovespa na sessão, JBS (+4,19%), Marfrig (+3,87%) e BRF (+3,78%). No lado
oposto, Pão de Açúcar (-7,41%), Dexco (-5,96%) e IRB (-3,85%).
“A queda do minério de ferro afetou o desempenho do Ibovespa hoje, em momento em
que a Bolsa tem sofrido com a retirada de recursos pelo investidor estrangeiro. Janeiro já
tinha sido o de maior saída de recursos para o mês desde 2016, e fevereiro dá
prosseguimento a esse movimento de saque, com retirada na casa de R$ 10 bilhões,
inferior apenas aos R$ 20 bilhões de fevereiro de 2020″, diz Gabriel Freitas, sócio e
especialista da Blue3 Investimentos.
A agenda doméstica, amanhã, traz a leitura preliminar do índice oficial de inflação do
país, no momento em que o mercado segue, pari passu, as métricas que interferem na
orientação da política monetária. Após alta de 0,31% em janeiro, “o IPCA-15 de fevereiro
deve registrar aumento, para 0,82%, impulsionado pelo ajuste das mensalidades
escolares e pelos efeitos da nova alíquota do ICMS sobre combustíveis, que entrou em
vigor no início do mês”, observa em nota a Guide Investimentos.
“Essa perspectiva de aceleração da inflação tem sido monitorada de perto pelo BCB
[Banco Central do Brasil], que ainda mantém a estratégia de realizar mais dois cortes de
0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, Selic, apesar do risco crescente de não
conseguir finalizar o ciclo de cortes com a taxa em um dígito”, acrescenta a casa.
Nova leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos também está no centro
da atenção do mercado nesta semana: na quinta-feira, será conhecido o PCE, métrica de
inflação favorita do Federal Reserve, o BC americano.
“Uma leitura elevada deste índice poderia solidificar a convicção, entre os formuladores
de política monetária [nos EUA], de que é prudente proceder com cautela nesta fase final
do combate à inflação, postergando a expectativa de redução da taxa de juros para
junho”, aponta a Guide, observando que, na véspera da divulgação do PCE, será
conhecida a mais recente leitura sobre o PIB americano. No Brasil, a agenda da semana
traz também o PIB do quarto trimestre.
18:47
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 129916.11 0.6823
Máxima 129916.11 +0.68
Mínima 128326.04 -0.55
Volume (R$ Bilhões) 2.82B
Volume (US$ Bilhões) 5.71B
19:11
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 132050 0.7246
Máxima 132055 +0.73
Mínima 130085 -0.77
CÂMBIO
Após três pregões consecutivos de alta, em que subiu 1,24% e se aproximou do nível
psicológico de R$ 5,00 no fechamento, o dólar à vista abriu a semana em leve queda no
mercado doméstico de câmbio. Segundo operadores, as perdas da moeda americana em
relação ao euro e a algumas divisas emergentes pares do real, como o pesos mexicano e
colombiano, abriram espaço para ajustes e movimentos pontuais de realização de lucros.
Apesar do leve refresco hoje, analistas afirmam que o real e seus pares latino-americanos
ainda estão sob pressão diante do rearranjo das apostas em torno do início e da
magnitude do cortes de juros pelo Federal Reserve. Na quarta-feira, 28, sai a segunda
leitura do PIB americano no quatro trimestre de 2023. Mais esperado, o índice de preços
de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) – medida de inflação preferida pelo
banco central americano – será divulgado na quinta-feira, 29. Por aqui, amanhã o IBGE
informa o IPCA-15 de fevereiro.
À espera da agenda carregada da semana e sem fatos novos para sustentar apostas mais
contundentes, o mercado trabalhou em ritmo lento e com liquidez reduzida. Com
oscilação de menos de três centavos de real entre a mínima (R$ 4,9710) e a máxima (R$
4,9960), o dólar à vista fechou a R$ 4,9815, em queda de 0,23%. Principal termômetro do
apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para março movimentou menos de US$
10 bilhões. Em fevereiro, a moeda americana apresenta ganhos de 0,90%.
Segundo a economista Cristiane Quartaroli, do Ouribank, a cautela pautou os negócios
hoje, com investidores na expectativa, sobretudo, pela divulgação do PCE, que pode
ratificar a perspectiva de corte de juros nos EUA apenas a partir de junho ou julho. “Com
isso, embora a taxa de câmbio esteja cedendo hoje sem um grande motivo aparente,
ainda está em nível elevado”, afirma Quartaroli.
No exterior, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a seis
moedas fortes – trabalhou em queda moderada, abaixo da linha dos 104,000 pontos,
sobretudo em razão de perdas de cerca de 0,20% da moeda americana em relação ao
euro. O dólar apresentou comportamento misto na comparação com divisas emergentes
e de países exportadores de commodities. As principais divisas latino-americanas, à
exceção do peso chileno, avançaram após o tombo da semana passada.
Para o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, o nível atual da inflação
nos EUA, se ratificado pelo PCE, tende a castigar as moedas emergentes, uma vez que
leva parte do mercado a trabalhar com a possibilidade de que não haja redução de juros
pelo Fed ainda no primeiro semestre.
“Tenho uma grande dúvida sobre como será a postura do Copom com esse ambiente de
juros nos EUA. Na minha visão, se o Banco Central brasileiro continuar nesse ritmo de
cortes mesmo com os níveis atuais das taxas americanas, o real pode ser mais
pressionado”, afirma Velloni.
À tarde, a da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira teve superávit
de US$ 1,484 bilhão na quarta semana de fevereiro (dias 19 a 25). No mês, o superávit
acumulado é de US$ 4,571 bilhões e, no ano, de US$ 11,097 bilhões.
Para parte dos analistas, o fluxo comercial positivo, que pode crescer a partir de março
com entrada de recursos da exportação da safra agrícola, tende a dar suporte ao real e
evitar uma alta mais forte do dólar no mercado doméstico em meio à postergação do
corte de juros pelo Fed.
O projeto de hedge cambial para impulsionar investimentos verdes em longo prazo,
apresentado hoje pelo ministério da Fazenda, não deve ter impacto na formação da taxa
de câmbio. O objetivo do programa, em parceria com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), é reduzir o custo de hedge cambial para atrair investidores
estrangeiros ao mitigar os riscos de eventual depreciação do real
18:32
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.93160 -0.6087 4.96450 4.92540
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4928.500 -0.6951 4969.500 4928.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4948.000 -0.6825 4948.000 4948.000
JUROS
A semana começou com alta nos juros futuros, mais acentuada nos longos, afetados pelo
ambiente externo e riscos fiscais. A pressão veio do avanço das taxas dos Treasuries e
também de ajustes de posições antes da agenda carregada da semana, que contempla
dados de inflação o Brasil e nos Estados Unidos. Alguns participantes do mercado
atribuem ainda o ganho de inclinação ao desconforto com as contas públicas, após a
divulgação do relatório da dívida pelo Tesouro.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em
10,035%, de 10,006% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 subiu de
9,84% para 9,92%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 10,12%, na máxima, de
10,02%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 10,54% (de 10,45% na sextafeira). A liquidez esteve fraca ao longo da sessão, mas melhorou na reta final,
especialmente até o trecho intermediário. Vale lembrar que nesta terça-feira tem IPCA-15
de fevereiro e leilão de NTN-B do Tesouro.
Durante o dia, na falta de um condutor forte para dar rumo às taxas, o mercado aproveitou
para ajustar posições antes dos eventos da semana. “Aqui estava meio de lado, mas
depois piorou e até antes que lá fora. É redução de posição de parte dos agentes”, disse o
economista-chefe do banco Bmg, Flávio Serrano, acrescentando que o ganho de fôlego
dos juros dos Treasuries potencializou o movimento por aqui.
Os yields dos principais títulos norte-americanos avançaram, especialmente após leilões
do Tesouro com demanda mais fraca. A taxa da T-Note de dez anos voltou a superar
4,30% nas máximas e a da T-Note de 2 anos, mais sensível à percepção sobre a política
monetária de curto prazo, chegou perto dos 4,75%.
Internamente, o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi,
acrescenta que os números do Tesouro referentes à dívida pública em janeiro também
pesaram sobre os negócios, com destaque para o avanço de 10,65% no custo médio em
12 meses e a queda de 17,22% no colchão de liquidez. “O Tesouro vai ter que recompor
caixa com taxas mais altas”, diz.
A reserva de liquidez caiu de R$ 982,3 bilhões para R$ 813,2 bilhões entre dezembro e
janeiro. O índice de liquidez recuou de 7,57 para 7,10 meses. Mas ambos os indicadores
devem melhorar nos próximos meses. O coordenador-geral de Operações da Dívida
Pública, Helano Borges, destacou que é comum haver mais torres de vencimento no
começo do ano, o que justifica a redução do colchão, reforçando que o índice de liquidez
ainda tem folga em relação ao limite prudencial.
O estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein, acredita que a reserva
de liquidez voltará a subir a partir de fevereiro, “tendo em vista que o volume de resgates
da DPMFi entre fevereiro e junho totaliza apenas R$ 336 bilhões”, com média mensal de
R$ 67,2 bilhões neste período.
A agenda da semana começa a ganhar tração nesta terça-feira. Logo na abertura, já
estará disponível o IPCA-15. A pesquisa do Projeções Broadcast aponta mediana de
0,82%, que seria muito acima dos 0,31% de janeiro, puxada pelos efeitos da
recomposição de tributos federais nos preços de combustíveis e reajustes em Educação.
Em 12 meses, o consenso é de avanço para 4,53%, de 4,47% em janeiro, voltando,
portanto a rodar ligeiramente acima do teto da meta de 4,50%. Antes do IPCA-15, o
mercado já terá em mãos o resultado do Boletim Focus.
Para a abertura do dado, a expectativa é de aceleração em preços administrados, livres e
serviços. “As atenções estarão principalmente na composição do índice de inflação, que
piorou nas últimas divulgações, como reconhecido pelo próprio presidente do Banco
Central, Roberto Campos, em apresentação na semana passada”, diz Gino Olivares,
economista-chefe da Azimut Wealth Management.
Embora o Banco Central tenha indicado no comunicado do Copom de janeiro mais dois
cortes de 0,5 ponto porcentual da Selic, a curva de juros já precifica 35% de probabilidade
de desaceleração do ritmo para 0,25 ponto na reunião de maio, segundo Serrano. Para
março, os DIs embutem queda de 50 pontos-base e para maio, 41 pontos. A curva aponta
Selic terminal de 9,70%.
Já as pautas econômicas podem ficar um pouco mais travadas no Congresso esta
semana, na medida em que os principais representantes da Fazenda estão envolvidos
com as reuniões de ministros de finanças e bancos centrais do G20 em São Paulo. O
ministro Fernando Haddad, diagnosticado com Covid, terá sua participação presencial
comprometida.
MERCADOS INTERNACIONAIS
Em mais um dia de agenda internacional fraca, investidores se posicionaram para os
dados importantes que virão na semana e acompanharam um leilão de T-notes de 5 e 2
anos com demanda levemente abaixo da média. O leilão impulsionou os retornos dos
Treasuries, que ganharam força, enquanto tanto as bolsas de Nova York quanto o dólar se
movimentaram lateralmente, à espera de novos catalisadores e, no caso do mercado
acionário, após recordes recentes. O dólar fraco, por sua vez, não ofereceu resistência
muito grande ao petróleo, que subiu mais de 1%, depois de Houthis atacarem navios de
bandeira americana no fim de semana e EUA e Reino Unido revidarem.
Nesta semana, será divulgada a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados
Unidos no 4º trimestre de 2023, e também a leitura de janeiro do índice de preços de
gastos com consumo (PCE), a principal medida de inflação utilizada pelo Federal Reserve
(Fed) em suas decisões de política monetária. Além disso, investidores vão acompanhar
os discursos de mais dirigentes do BC americano.
Hoje, um leilão de US$ 63 bilhões em T-notes de 2 anos e outro de US$ 64 bilhões em Tnotes de 5 anos tiveram demanda levemente abaixo da média. A baixa procura pelos
títulos do Tesouro impulsionou os retornos dos Treasuries, que já vinham em alta. Louis
Navellier, da gestora Navellier, avalia que, para além dos leilões, investidores também
apostam na “robustez da economia americana”, apesar de que os níveis dos rendimentos
ainda continuam “um pouco acima” do nível ideal.
O CEO do deVere Group, Nigel Green, disse que a demanda por Treasuries entre seus
clientes está ficando cada vez maior nos últimos meses, bem como a procura por títulos
do governo britânico (Gilts). Ele afirmou que o aumento no interesse pode ser atribuído ao
crescente consenso de que os BCs vão cortar taxas de juro ainda neste ano. Tudo
somado, próximo do fechamento de Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a
4,716%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,276% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a
4,391%.
André Galhardo, da Remessa Online, indica que, apesar dos cortes iminentes, o Banco
Central Europeu (BCE) não deve reduzir juros antes do Federal Reserve (Fed). Hoje, a
presidente do BCE, Christine Lagarde, voltou a discursar nesse sentido, ao pontuar que é
preciso primeiro ter mais confiança de que a inflação seguirá à meta para só então cortar
juros. A perspectiva de cortes tardios deu força ao euro, que se fortaleceu levemente
contra o dólar hoje. Perto das 18h (de Brasília), o dólar subia a 150,68 ienes, o euro
avançava a US$ 1,0853 e a libra tinha alta a US$ 1,2689. O índice DXY, que mede o dólar
ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,10%, a 103,827 pontos.
Enquanto o dólar permanecia em território de fraqueza, o preço dos contratos futuros do
petróleo subiu. No fim de semana, o grupo Houthi atacou navios com bandeira norteamericana, e Reino Unido e EUA retaliaram. Segundo o analista de Inteligência de
Mercado em Petróleo da StoneX, Bruno Cordeiro, o temor de que o conflito impacte ainda
mais o transporte da commodity pelo Mar Vermelho somou-se também à estagnação das
conversas por um cessar-fogo em Gaza. Com isso, na Internacional Commodity Exchange
(ICE), o Brent para maio fechou com ganhos de 1,08% (US$ 0,87), aos US$ 81,67 por barril
e, na New York Mercantile Exchange, o WTI para abril avançou 1,43% (US$ 1,09), a US$
77,58 o barril.
Nas bolsas de Nova York, a ausência de catalisadores fez os índices andarem de lado na
maior parte do dia, mas pioraram os ânimos perto do fim do pregão e acumularam
perdas. Em destaque, os papéis da gigante de tecnologia Alphabet, que controla o
Google, recuaram 4,44%, após fortes críticas ao seu sistema de inteligência artificial
“Gemini”. No fechamento, o índice Dow Jones recuou 0,16%, aos 39.069,30 pontos; o
S&P500 caiu 0,38%, aos 5.069,52 pontos; e o Nasdaq caiu 0,13%, aos 15.976,25 pontos.