DÓLAR SEGUE EXTERIOR PRÉ-CPI E CAI A R$ 4,86 ENQUANTO DI LONGO ZERA ALTA COM SENADO

O mercado local testou um alívio ao longo da tarde desta terça-feira embalado na cena externa, de olho no ajuste de apostas antes do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI). A expectativa por lá é de uma desaceleração de 4,0% em maio para 3,1% em junho pelo critério em 12 meses, o que pode aumentar o coro de dirigentes da linha mais “dovish”. Essa percepção levou a uma ampliação da propensão à tomada de risco nesta segunda etapa, embalando as moedas rivais do dólar e as bolsas de Nova York. O índice DXY cedeu aos 101,732 pontos e o Dow Jones subiu 0,93%. Sob essa influência, aqui no Brasil, os movimentos mais intensos da manhã após o incômodo com a inflação de serviços foram gradualmente sendo deixados de lado. A aposta em um corte de 25 pontos-base em agosto seguiu majoritária (60% de chance, contra 40% de -50bps), mas deixou de ser determinante na formação de preços à medida que o noticiário de Brasília se impôs. A percepção agora é de que a reforma tributária pode ter uma tramitação mais simplificada no Senado. Desde ontem, crescia um movimento para fatiamento do texto em duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) – uma com o que é consensual e outra para tratar dos pontos de discordância da Câmara. Isso poderia estender por mais tempo do que o investidor projetava o debate sobre a reforma, além de diminuir a sua potência, caso a Câmara não chancelasse a parte da qual o Senado discordou, a exemplo do que ocorreu na reforma previdenciária de 2019. O relator do texto no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), descartou a divisão da PEC e ainda projetou concluir o debate até meados de outubro. Assim, o dólar ganhou espaço para cair ante o real, as taxas longas de juros zeraram a alta e chegam ao fim da tarde com viés de baixa, e o Ibovespa aparou as perdas. A moeda americana à vista terminou o dia aos R$ 4,8616 (-0,43%). O DI para janeiro de 2027 recuava a 10,13% às 17h20. E o Ibovespa cedeu aos 117.219,95 pontos, desvalorização de 0,61%.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

•JUROS

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

Um dia antes da publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) de junho dos Estados Unidos, os mercados acionários subiram, com expectativas de desaceleração nas taxas anuais tanto do índice cheio quanto de seu núcleo, segundo analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Neste cenário, o dólar cedia ante moedas fortes e a maioria das emergentes, o que apoiou o petróleo, que teve alta de mais de 2% no pregão, enquanto os juros dos Treasuries operavam mistos.

A expectativa dos 27 analistas consultados pelo Projeções Broadcast é que o índice cheio do CPI desacelere para alta de 3,1% em junho, ante avanço de 4,0% em maio o que, segundo análise da Navellier, poderá levar inclusive o Federal Reserve (Fed) a considerar mais uma pausa nas taxas de juros na próxima decisão monetária.

O Citi, por sua vez, avalia que mesmo a desaceleração prevista para o indicador (no caso do banco americano, de desaceleração para alta de 3,0% do índice cheio e de avanço de 5,0% no núcleo, não será o suficiente para influenciar na alta de 25 pontos-base (pb) pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). O banco já inclusive alerta para outra alta pelo BC americano em setembro.

Neste cenário, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,93%, o S&P 500 subiu 0,67% e o Nasdaq teve alta de 0,55%, com destaque para o avanço da Activision Blizzard (10,02%), que ganhou fôlego após a notícia de que a empresa poderá ser comprada pelo Microsoft, por US$ 75 bilhões.

Na visão da Oanda, as ações subiram “pois os rendimentos dos títulos dos Treasuries permaneceram limitados”, com o sentimento do mercado aprimorado pela melhora das estimativas de lucro do JPMorgan, que publica balanço nesta sexta-feira.

O cenário também foi de alta para as bolsas da Europa, apesar do fôlego do FTSE 100, em Londres, ser contido pelo avanço dos salários do Reino Unido o que, segundo análise da Capital Economics, deverá pressionar mais uma alta de 25 pontos-base (pb) pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) na decisão de agosto, enquanto o ING já aponta a possibilidade de outra alta de 50 pontos-base (pb). Assim, os olhares passam a se voltar para a pesquisa do CPI britânico, que será divulgada no próximo dia 19.

O dólar também caía no pregão, pressionado pelas expectativas de arrefecimento da inflação CPI amanhã. Segundo a Convera, “a maior economia do mundo parece estar evoluindo de uma forma que pode permitir que o Fed diminua o ritmo dos aumentos de juros e os interrompa em pouco tempo”. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar recuava a 140,43 ienes, o euro subia a US$ 1,1010 e a libra tinha alta a US$ 1,2928. O índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,24%, a 101,732 pontos.

O alívio do câmbio ajudou a dar fôlego ao petróleo, que teve alta de mais de 2%, seguindo o avanço de perspectivas da demanda, segundo o secretário-geral da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham Al Ghais. Também aumentando a demanda, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos elevou suas projeções para o preço do petróleo Brent para o fim do ano, de US$ 78,65 par US$ 79,34, mas manteve o de 2024 em US$ 83,51.

A CMC Markets também avalia que os preços do petróleo foram beneficiados pelo otimismo de que novas medidas de estímulo da China trarão uma retomada na demanda, após anúncio de mais apoio ao setor imobiliário pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), seguindo a estabilidade da inflação chinesa em junho, na leitura anual . “Também há evidências crescentes de que os recentes cortes na produção estão começando a surtir efeito com um aperto na oferta”.

Os juros dos Treasuries, por sua vez, operam mistos, com o rendimento da T-note de 2 anos avançando a 4,881%, o da T-note de 10 anos caindo a 3,979% e o do T-bond de 30 anos baixando a 4,020%. Na visão da AmeriVet, segundo a Dow Jones Newswires, a expectativas para os retornos é de volatilidade, devido a uma combinação de “aumento da oferta, semanas de verão, evolução econômica, escoamento do balanço patrimonial e o Fed em busca de seu ponto de pausa”. (Natália Coelho – [email protected])

Volta

CÂMBIO

O dólar à vista recuou 0,43% em relação ao real nesta terça-feira, 11, a R$ 4,8616, revertendo a alta de 0,34% observada na véspera. Ajustes de apostas para os próximos passos da política monetária aqui e nos Estados Unidos – após a divulgação do IPCA de junho e à véspera da publicação da inflação ao consumidor (CPI) americana nesta quarta-feira, 12 – deram o tom da sessão.

O desempenho do real também foi beneficiado pela expectativa positiva de evolução da reforma tributária no Senado. Assim, o dólar caiu mais em relação à moeda brasileira do que na comparação com outros pares emergentes, como o peso mexicano (-0,05%), e exportadores de commodities, a exemplo do dólar australiano (-0,18%), apesar de altas acima de 2% nos preços do petróleo na sessão.

A moeda americana sustentou ganhos em relação ao real ao longo de toda a manhã e chegou à máxima de R$ 4,9231 (+0,83%) por volta de 9h30, após o IBGE ter apontado deflação de 0,08% no IPCA de junho – o que, na leitura de analistas, reforçou a expectativa de um corte da Selic em agosto. No entanto, a moeda passou a cair durante a tarde, até a mínima de R$ 4,8550 (-0,56%).

“Pela manhã, o pessoal acabou vendo que o IPCA abre espaço para o corte de juros, mas, com os serviços pressionando, acho que uma baixa de 0,25 ponto, e não de 0,50 ponto, acaba ficando escrita em pedra. Acho que essa leitura começou a ser entendida um pouco mais durante a tarde, e esse corte menor da taxa Selic favorece o real”, diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.

O aprofundamento das perdas globais do dólar durante a tarde – quando o índice DXY chegou à mínima da sessão, aos 101,665 pontos, como reflexo da melhora nas bolsas de Nova York – também sustentou a virada. Para Velloni, os ajustes nas apostas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também favoreceram a baixa global da moeda americana, enquanto o mercado aguarda sinais de alívio da inflação no CPI.

“Como o payroll de sexta-feira traçou uma linha mais calma, o mercado está apostando que o Fed pode aumentar os juros somente em mais uma reunião, em 0,25 ponto porcentual, e parar o movimento”, afirma. Ferramenta do CME Group indica que é majoritária (92,4%) a probabilidade de alta dos juros americanos à faixa de 5,25%-5,50% em julho. O mercado espera manutenção da taxa neste nível até maio de 2024, quando começariam os cortes.

O gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, acrescenta que a alta do dólar em relação ao real pela manhã respondeu a incertezas sobre a inclusão de jabutis na reforma tributária pelo Senado. Mas esse movimento fez com que a cotação da moeda americana chegasse a um ponto de realização dos lucros, o que contribuiu para a virada de sinal durante a tarde, junto às perspectivas para a política monetária.

“Quando o dólar sai de um fechamento de R$ 4,87 para R$ 4,92, é um sintoma de preocupação, que mostra que o investidor está procurando se prevenir. Mas o exportador entra vendendo suas posições, porque quase 1% de alta é significativo para ele”, afirma Galhardo.

Perto do meio-dia, declarações conjuntas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também limitaram a incerteza em torno do futuro da reforma tributária. Em entrevista coletiva, Pacheco descartou a possibilidade de “fatiar” a medida e garantiu que a intenção é votar o texto até meados do segundo semestre e promulgá-lo até o fim de 2023.

Depois, o relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), disse esperar devolver a medida para a Câmara em meados de outubro e rejeitou a possibilidade de fatiar a medida durante a sua tramitação. “É quase impossível fatiar essa PEC [Proposta de Emenda à Constituição]”, disse o parlamentar, acrescentando que o plano de trabalho para a proposta na Casa será apresentado em agosto.

O BTG Pactual diminuiu a sua projeção para o dólar no fim de 2023, de R$ 5,10 para R$ 4,80, citando a aprovação da reforma tributária como motivo da revisão. Caso o governo consiga produzir o aumento de receitas necessário para cumprir as metas de resultado primário do arcabouço – que indicam déficit zerado já no ano que vem -, há espaço para uma nova revisão para baixo, diz a economista do banco Iana Ferrão, em relatório.

“Em um cenário alternativo, em que o governo consegue esse aumento de carga, estimamos que a taxa de câmbio poderia apreciar ainda mais até o fim do ano, para níveis mais próximos a R$4,60/US$. A redução adicional do risco-País mais do que compensaria a diminuição adicional do diferencial de juros americano e doméstico”, diz o texto. (Cícero Cotrim – [email protected])

17:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.86160 -0.4281 4.92310 4.85500

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4877.500 -0.78316 4942.000 4872.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4910.000 -0.40602 4923.000 4910.000

JUROS

Após a leitura do IPCA de junho ter pressionado para cima os juros pela manhã, à tarde o mercado passou por uma rodada de alívio que levou as taxas para perto da estabilidade, com a ponta curta mantendo um viés de alta e as longas adotando viés de baixa. O otimismo com as pautas econômicas aprovadas pela Câmara e que agora estão no Senado, em especial a reforma tributária e o projeto sobre o Conselho de Administração das Receitas Fiscais (Carf), que trazem boas perspectivas para a arrecadação, prevaleceu na dinâmica vespertina. De todo modo, com o IPCA de hoje, houve ajuste no quadro de apostas para a Selic, com a expectativa de queda de 25 pontos agora levemente majoritária.

Às 17h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,85%, de 12,812% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passava de 10,74% para 10,77%. A do DI para janeiro de 2027 caía de 10,15% para 10,13% e a do DI para janeiro de 2029 a 10,45%, de 10,48%.

O mercado operou em dois tempos nesta terça-feira. Os ajustes ao IPCA que pressionaram a curva pela manhã deram lugar à tarde a um alívio via expectativa de que o Senado, assim como a Câmara, seja proativo na discussão da reforma tributária e do projeto sobre o Carf. Assim, o movimento da segunda etapa acabou por reforçar o “flattening” da curva já visto desde cedo, quando as taxas curtas subiam mais do que as longas.

A pressão de alta sobre a curva começou a perder força após declarações do senador Eduardo Braga (MDB-AM), escolhido para ser o relator da tributária no Senado. Ele afirmou que o plano de trabalho será apresentado em agosto e que há ajustes pontuais a serem feitos no texto aprovado pela Câmara, como questões envolvendo a região Nordeste e pautas federativas. Ainda, defendeu que a Fazenda e o Planejamento “rodem modelos” da proposta com previsão de arrecadação e tributação e reafirmou que a intenção é manter a carga tributária neutra. O emedebista negou também o fatiamento da reforma. Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a intenção é votar o texto até o meio do segundo semestre e promulgá-lo ainda este ano.

Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia demonstrado confiança na promulgação da reforma tributária e disse ter tido também uma “sinalização importante” do Senado para votar em agosto o projeto do Carf, que, segundo ele, dará sustentação na elaboração do orçamento pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Até o recuo do governo no Senado em trechos do decreto que alterou as regras sobre saneamento básico foi bem recebido pelos investidores, visto como um gesto de aceno aos parlamentares. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a nova versão não terá pontos de atrito com o Congresso e que o governo trabalha para publicar o novo decreto ainda nesta semana.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que já desde ontem a curva já vem perdendo inclinação com o mercado precificando a tramitação da tributária no Senado. “É uma boa reforma se olharmos a perspectiva de crescimento potencial à frente”, afirma, destacando pontos como possibilidade de menor judicialização e litígios tributários, o que pode resultar em maior arrecadação e reduzir o risco fiscal.

Ao mesmo tempo, Rafael Rondinelli, economista do Banco Modal, comenta que o processo de tramitação do texto visto na Câmara e o que se apresenta no Senado indicam capacidade de articulação política do governo que resulta em menor incerteza, melhorando o ambiente de negócios.

Quanto ao efeito do IPCA sobre a curva, ambos concordam que o mercado aproveitou para aparar exageros na precificação de cortes da Selic, muito mais pelo desempenho ruim de serviços nos preços de abertura do indicador do que pelo headline. A queda de 0,08% é considerada praticamente em linha com a mediana das expectativas de deflação de 0,10%. A inflação de serviços saltou de -0,06% em maio para +0,62% em junho. Por outro lado, a média dos núcleos desacelerou e o índice de difusão ficou abaixo de 50%, saindo de 55,97% para 49,60%, segundo o BV.

Borsoi, da Nova Futura, afirma que o resultado em nada muda o consenso de que a Selic vai começar a ser reduzida em agosto, mas dá argumento para uma calibragem nas apostas. “Houve exagero na precificação de cortes, com alguns até prevendo aceleração do ritmo de redução a 0,75 ponto em algum momento ainda este ano e Selic abaixo de 9% no fim do ciclo. Estava excessivo, ainda mais se considerarmos que há risco de o Federal Reserve levar os juros a até 6%. Se isso acontecer, o Banco Central aqui fica de mãos atadas”, disse.

No meio da tarde, a precificação da curva era de -35 pontos-base para o Copom de agosto, de -37 ontem, o que representa 60% de chance de queda de 0,25 ponto e 40% de probabilidade de 0,50 ponto, ante 50% a 50% ontem. Para o Copom de setembro, a curva aponta 80% de chance de redução de 0,50 ponto e Selic de 11,75% no fim de 2023. (Denise Abarca – [email protected])

BOLSA

Mantendo viés negativo pelo segundo dia – e, como ontem, com máxima correspondendo à abertura -, o Ibovespa cedeu 0,61%, a 117.219,95 pontos no fechamento desta terça-feira, em sessão na qual havia chegado, na mínima intradia, ao menor patamar desde 9 de junho, hoje a 115.703,93 pontos. O giro foi a R$ 27,4 bilhões. Na semana, o Ibovespa cai 1,41% e, no mês, perde 0,73% – no ano, avança 6,82%.

Ao se manter em baixa ao longo das duas últimas sessões, o índice de referência da B3 quebra padrão que havia prevalecido entre 28 de junho e 7 de julho, quando alternou ganhos e perdas diários, dentro da faixa de 116 mil a 119 mil pontos nesses fechamentos.

Entre as ações de maior peso e liquidez, destaque nesta terça-feira para Petrobras (ON -0,78%, PN -1,35%), apesar de avanço, na casa de 2%, para o petróleo na sessão, que reaproximou o Brent da linha de US$ 80 por barril. As ações da estatal refletiram reação à ‘due diligence’ solicitada pela Petrobras na Braskem, para eventual ‘tag along’ na venda de ações da Novonor na Braskem (PNA -2,03%).

“Tag along nada mais é do que uma garantia para os minoritários de que possam deixar a sociedade, caso o controle seja transferido para uma nova empresa”, explica Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos.

“Para Braskem, é compreensível a reação negativa nas ações hoje: sem possibilidade de ‘upside’ no curto prazo, na medida em que esse processo de venda deve se arrastar por mais uns meses. Mas, para Petrobras, a reação poderia ter sido positiva: a priori, é mais uma aquisição, e com alavancagem ínfima. Não há dificuldade para levar a Novonor, com a Petrobras conseguindo cobrir qualquer oferta com muita facilidade”, acrescenta.

Assim, em dia negativo para Petrobras e também para os grandes bancos (Itaú PN -1,76%, BB ON -1,43%), à exceção de Bradesco PN (+0,06%), a forte recuperação em Vale (ON +3,29%), na esteira de estímulos concedidos pelo BC chinês ao problemático segmento imobiliário do país, contribuiu para impedir que o Ibovespa levasse as perdas do dia mais adiante. Embora em menor medida, o desempenho de outros nomes do setor metálico na B3 nesta terça-feira, como CSN (ON +0,73%) e Gerdau (PN +0,27%), também contribuiu para mitigar as perdas do Ibovespa na sessão.

Na ponta do índice, além de Vale, destaque para IRB (+4,41%) e Prio (+3,06%). No lado oposto, Gol (-5,88%), Minerva (-3,93%) e Méliuz (-3,37%). “No acumulado deste ano, as ações [da Vale] ainda registram queda de mais de 20%, descontadas frente aos pares”, observa Julia Monteiro, analista da MyCap.

Destaque da agenda doméstica pela manhã, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho deixou a impressão de que o processo de desinflação segue em curso, ainda que a retração de 0,08% observada no mês tenha sido menos visível do que se antecipava (Projeções Broadcast -0,10%).

Para o Bank of America (BofA), a leitura de junho mantém espaço para que o BC corte em 0,50 ponto porcentual a Selic na reunião do Copom em agosto, enquanto, para o Goldman Sachs, o ciclo de cortes de juros no Brasil deve começar mesmo no próximo dia 2, mas em dose menor: redução de 25 pontos-base.

“O IPCA veio um pouco fora da expectativa, mas o movimento, o sentimento geral, é de melhora relevante em relação às últimas semanas e meses, com a aprovação da reforma tributária ainda sendo um fator que auxilia a resiliência do Ibovespa nessa faixa que tem prevalecido, após uma recuperação de quase 20% nos últimos dois meses”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, destacando também a relativa acomodação dos juros futuros.

Apesar de a deflação de junho ter sido mais discreta do que se projetava, a leitura foi a menor para o mês desde 2017, observa em nota Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acrescentando que, em 12 meses, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,16%, comparada a 3,94% até maio.

“Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro registraram variações negativas em junho. Destaque para os grupos Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente – juntos, representam 42% da cesta do IPCA”, aponta Sung. (Luís Eduardo Leal – [email protected], com Júlia Pestana)

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 117219.95 -0.61258

Máxima 117941.81 -0.00

Mínima 115703.93 -1.90

Volume (R$ Bilhões) 2.74B

Volume (US$ Bilhões) 5.59B

17:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118890 -0.17632

Máxima 119800 +0.59

Mínima 117035 -1.73