DÓLAR CAI A R$ 4,90 COM AJUDA DO EXTERIOR, QUE AGUARDA DADOS DE INFLAÇÃO DOS EUA

Em um dia de agenda e liquidez fracas mundo afora, o destaque tanto na sessão doméstica quanto na externa foi o câmbio. Vindo de uma tendência recente de fortalecimento, o dólar teve uma tarde de acomodação, em linha com o comportamento dos juros de curto prazo nos Estados Unidos. Tudo isso porque o mercado espera desaceleração na inflação ao consumidor (CPI) americano, que é divulgada amanhã às 10h30. Com o DXY comportado na faixa de 105 pontos e a consequente valorização de commodities, o dólar aqui no Brasil caiu a R$ 4,9078 (-0,14%) no segmento à vista. As questões fiscais nos Estados Unidos e no Brasil acabaram ficando em plano secundário à tarde. Lá, o investidor ainda repercute a alteração para negativa pela Moody’s da nota dos EUA, o que puxou para cima os juros de prazo mais longo. Aqui, a semana é decisiva sobre a meta de 2024, que pode ser alterada no projeto da LDO até sexta-feira, fator de atenção dos agentes de juros futuros. No mercado acionário, o Ibovespa conseguiu manter a casa de 120 mil pontos, apesar da queda leve (-0,13%). O índice foi penalizado por bancos e Vale (-0,21%), essa monitorando a suspensão de atividades de uma mina em Mariana (MG), enquanto Petrobras (ON +2,24% e PN +2,79%) teve boa performance por causa da subida da petróleo. Em Nova York, os índices terminaram sem direção clara – Dow Jones subiu 0,16%, S&P 500 caiu 0,08% e Nasdaq cedeu 0,22%.

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•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•BOLSA

CÂMBIO

Após ensaiar um alta mais forte pela manhã, quando se aproximou do teto de R$ 4,95 na máxima (R$ 4,9425), o dólar à vista perdeu fôlego à tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 13, em baixa de 0,14%, cotado a R$ 4,9078. Na mínima, a moeda desceu até R$ 4,9062. Operadores ressaltam que a liquidez foi bem reduzida, o que revela pouca disposição dos investidores por apostas mais contundentes. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro movimentou menos de US$ 9 bilhões.

Com agenda doméstica esvaziada e sem definições no front fiscal, a formação da taxa de câmbio no mercado local foi muito influenciada pelo ambiente externo. O escorregão do real pela manhã se deu em meio à valorização global da moeda norte americana ao avanço das taxas dos Treasuries, ainda em resposta ao rebaixamento, na sexta-feira à noite, da perspectiva do rating AAA dos Estados Unidos, de estável para negativa, pela Moody´s. Além disso, há riscos associados à chamada disfuncionalidade da política americana. A Câmara dos Representantes dos EUA precisa votar até sexta-feira, 17, uma proposta para evitar paralisação parcial do governo (shutdown).

No início da tarde, o estresse já havia diminuído. Referência do comportamento da moeda americana frente a seis divisas fortes, o índice DXY virou para o campo negativo, com perdas do dólar em relação ao euro e a libra. As taxas dos Treasuries também trocaram de sinal e passaram a recuar. A maioria das divisas de exportadores de commodities se fortaleceu, em dia de valorização do minério de ferro e alta de mais 1% das cotações internacionais do petróleo. O peso chileno foi uma das raras exceções, com perdas de mais de 1%, diante da expectativa de uma postura mais branda do Banco Central do Chile, dada a desaceleração inflacionária recente.

É grande a expectativa para leituras de inflação nos EUA que saem esta semana, dado que dirigentes do Federal Reserve, incluindo o chairman Jerome Powell, adotaram um tom mais duro ao longo da semana passada, deixando aberta a porta para alta adicional da taxa de juros de referência nos EUA. Amanhã, 14, é divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro. Na quarta-feira, 15, é a vez do índice de preços ao produtor (PPI).

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, vê ainda “rigidez” na taxa de câmbio, acima de R$ 4,90, com aversão fiscal nos EUA, em meio à mudança da perspectiva de rating e o risco de shutdown. Velho observa que há dois cenários dominantes para a trajetória da taxa de câmbio quando se considera o ambiente externo. Uma ala do mercado não acredita em desaceleração relevante da economia americana, o que poderia levar o dólar a permanece abaixo de R$ 5,00. Outra corrente, diz o economista, vislumbra piora mais forte da atividade nos EUA e estresse nos mercados de renda variável, com reflexos nos fluxos de recursos para emergentes. Isso poderia resultar em uma depreciação do real.

Por aqui, as atenções se voltam para a votação final da reforma tributária na Câmara dos Deputados, após aprovação com alterações no Senado. Especula-se também que pode haver mudança da meta de déficit zero para 2024 no projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) nesta semana. A ala política do governo quer emplacar meta de déficit primário de 0,5% do PIB do ano que vem, com o objetivo de evitar contingenciamentos.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prorrogou por um dia o prazo para a apresentação de emendas ao relatório final do projeto da LDO de 2024, de quinta-feira, 16, para sexta-feira, 17. Uma das justificativas é o feriado da Proclamação da República, na quarta-feira, 15.

Para os analistas da Stonex, o quadro fiscal doméstico é o principal vetor de pressão sobre a taxa de câmbio nos próximos dias. No exterior, as leituras de inflação nos EUA e indicadores de atividade devem reforçar o quadro de “pouso suave” e a percepção de que as taxas de juros já atingiram seu pico nos EUA, o que contribui para queda do dólar. Também joga a favor do real a possibilidade de que dados da China mostrem recuperação da atividade e, assim, estimulem moedas de países exportadores de commodities.

Por aqui, a incerteza sobre o orçamento de 2024 reduz o apetite pelo real. Segundo os analistas da Stonex, seja qual for a meta estabelecida, parece consolidada a “falta de vontade de cortar despesas” para alcançar os objetivos fiscais. “Esta é a origem da maior percepção de risco para ativos brasileiros, o que pode aumentar a demanda por prêmios por parte dos investidores e enfraquecer o real”, afirmam os analistas Leonel Mattos, Alan Lima e Vitor Andrioli.

18:25

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.90780 -0.1363 4.94250 4.90620

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4918.000 0.12215 4952.500 4915.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4934.000 -0.12146 4943.000 4934.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Com expectativas de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos desacelere na comparação mensal de outubro em relação a setembro, o dólar operava em queda ante grande parte de moedas rivais fortes e emergentes, enquanto o dólar blue cedia ante o peso argentino, seguindo repercussão de debate presidencial da argentina ontem. Neste cenário, o petróleo conseguiu avançar mais de 1%, com investidores digerindo o avanço de projeções da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para oferta e demanda da commodity em 2023. Já as bolsas de Nova York mantiveram pouco impulso ao longo do dia, após força do Nasdaq na semana passada, fechando mistos, com apoio da Boeing no Dow Jones após notícias de possíveis novas encomendas. Já o cenário ficou misto entre os rendimentos dos Treasuries, que perderam o fôlego da manhã à medida que o mercado precifica o rebaixamento de perspectiva dos Estados Unidos pela Moody.

Segundo o Projeções Broadcast, o CPI dos Estados Unidos deve ter avançado 0,3% em outubro ante o mês anterior, uma desaceleração do ganho de 0,4% de setembro ante agosto. Já o núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, deve repetir a alta mensal de 0,3%. Na comparação anual, o CPI deve ser de alta de 3,3% e 4,1%, respectivamente.

Segundo o Brown Brothers Harriman (BBH), o dólar opera com volatilidade no aguardo do CPI, enquanto o City Index destaca que, caso a moeda americana consiga quebrar a marca de 152 ienes, poderá abrir caminho para seguir subindo até 155 ienes. “Apesar da recuperação mais ampla do dólar americano ter estagnado nos últimos dois meses, o dólar segue avançando ante iene devido à fraqueza da moeda japonesa. O Banco do Japão ainda não interveio, mesmo verbalmente, para conter a fraqueza contínua de seu câmbio”. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,22%, aos 105,631 pontos. Ao fim da tarde, o dólar subia a 151,62 ienes, o euro avançava a US$ 1,0704 e a libra tinha alta a US$ 1,2281.

Já entre emergentes, o dólar blue caía 3,65%, a 925 pesos argentinos, segundo o jornal Ámbito Financiero. Após debate presidencial realizado ontem entre o governista Sergio Massa e o ultradireitista Javier Milei, a grande imprensa argentina considerou que o ministro da Economia se saiu melhor no debate. Hoje, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) informou que a inflação ao consumidor do país avançou 142,7% em outubro, na comparação anual.

Neste cenário de dólar mais fraco no mundo, o petróleo subiu mais de 1% no pregão, após a Opep elevar em 100 mil barris por dia (bpd) sua previsão de alta na demanda global para commodity em 2023, apesar de também ter aumentado sua previsão para o aumento da oferta entre países fora do grupo. O analista Craig Erlam, da Oanda, avalia que o relatório indica que a economia da China pode não pesar tanto assim na demanda pela commodity, de forma que a questão a ser observada é se a “Rússia e a Arábia Saudita, membros da Opep+, irão recuar com cortes na produção para além de dezembro”. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 1,41% (US$ 1,09), a US$ 78,26 o barril. Enquanto isso, o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,33% (US$ 1,09), a US$ 82,52 o barril.

Nos mercados acionários, o cenário foi de volatilidade durante todo o dia, com Dow Jones avançando 0,16%, apoiada pela Boeing (+4,01%), com notícias de que a China está considerando retomar compras de aviões 737 Max da Boeing quando os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, se encontrarem esta semana na reunião de cúpula da Apec. Na visão da AJ Bell, “embora ainda haja claramente uma longa distância a percorrer, o acordo sinalizaria um descongelamento das relações entre os dois países e seria um grande benefício para a Boeing, que ainda está tentando se recuperar após uma série de problemas importantes”. Entretanto, o S&P 500 cedeu 0,08% e o Nasdaq teve queda de 0,22%.

Na renda fixa, os rendimentos dos Treasuries ficaram mistos, e, segundo o BMO, além do CPI, dados de varejo que também sairão nesta semana serão drivers importantes para os juros dos títulos. O banco também aponta a queda das expectativas de inflação nos Estados Unidos para 1 ano de 3,7% em setembro para 3,6% em outubro, segundo pesquisa do Federal Reserve (Fed) de Nova York. No horizonte de 5 anos, as expectativas cederam de 2,8% para 2,7%, mas as de 3 anos se mantiveram em 3,0%. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 5,028%, mas o da T-note de 10 anos subia a 4,624% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,746%. (Natália Coelho – [email protected])

Volta

JUROS

A semana começou com os juros futuros em alta moderada, refletindo essencialmente a expectativa com a agenda econômica nos próximos dias, em especial o índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos amanhã e, na área fiscal, a possibilidade de alteração da meta zero para 2024 no projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) esta semana. E ainda com um feriado local entre os dois eventos. As taxas avançaram, mas com um giro de contratos fraquíssimo, num outro sinal de compasso de espera.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou a 10,750%, de 10,733% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 terminou com taxa de 10,53%, de 10,49% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 10,65%, de 10,61%. A do DI para janeiro de 2029 subiu de 10,98% para 11,02%.

O volume de contratos muito escasso na sessão chamou a atenção, mesmo para uma segunda-feira, dia que costuma ter liquidez reduzida. Para se ter ideia, o DI para janeiro de 2025, normalmente o mais líquido, hoje movimentou 242 mil contratos, contra média diária de 1,044 milhão nos últimos 30 dias.

A alta mais firme das taxas locais se deu pela manhã, alinhada à trajetória dos Treasuries. À tarde o avanço dos yields perdeu fôlego, contribuindo para que as taxas aqui também desacelerassem o ritmo. Ainda assim, a curva doméstica não teve forças para engatar alívio consistente nos prêmios de risco.

“O quadro da semana vai mais pelo lado negativo, com o CPI de outubro amanhã, o fiscal aqui e o feriado entre as duas coisas”, resumiu Marianna Costa, economista-chefe do TC. A inflação americana vindo abaixo do esperado ou até em linha, explica, poderá ser a “pá de cal” nas apostas de nova alta de juros pelo Federal Reserve, especialmente se os dados de atividade também previstos para a semana apontarem desaceleração. “Se o CPI surpreender para cima, vai deixar a pulga atrás da orelha”, completou. A mediana das estimativas é de 0,1% para o índice cheio (3,3% no dado anual), de 0,4% e 3,7% em setembro. Para o núcleo, o consenso é de 0,3% e 4,1%, mesmas taxas de setembro.

No fim da tarde, o rendimento da T-Note de dez anos estava em 4,62%. Pela manhã, voltou a encostar nos 4,70%, ao bater máxima de 4,69%. Ainda que a Moody’s tenha revisado de estável para negativa a perspectiva para a nota AAA dos Estados Unidos na sexta-feira, a decisão é vista como pedra cantada, uma vez que o mesmo já tinha sido feito pela Fitch e pela S&P Global. “O problema é que, com esse timing, a Moody’s joga mais luz para a questão do shutdown”, explica Costa.

A Câmara dos Representantes dos EUA tem até sexta-feira para costurar um novo acordo que eleve o teto da dívida americana, evitando, assim, uma paralisação da máquina a partir de sábado. No cerne da questão, estão os riscos fiscais, argumento justamente apontado pela Moody’s para justificar a piora do outlook, exacerbado nos últimos meses. “O fator mais preocupante é que o nível de polarização política é tal que não há qualquer expectativa de mudança de rumo nos próximos anos”, afirma Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth Management.

A questão fiscal também é fator de cautela no Brasil. O governo tem até as 16h de sexta-feira, 17, se quiser mesmo alterar a meta de 2024 na LDO, apresentando uma emenda ao texto aprovado na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que preservava o objetivo de zerar o déficit. O prazo se encerraria na quinta-feira, 16, mas o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), levou em conta o feriado na quarta-feira, 15. A expectativa é que o parecer final do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) seja votado em 22 de novembro na CMO.

“De um lado, a ala política, encabeçada por Rui Costa (PT), busca alternativas para já trazer uma meta menos ambiciosa do ponto de vista fiscal, enquanto, na outra ponta, o Ministério da Fazenda tenta adiar ao máximo essa decisão”, destaca a equipe da Levante Investimentos.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou nesta tarde emendas propondo alteração da meta zero para déficit de 0,75% ou 1% do PIB. Se acatadas, a decisão tende a ser mal recebida pelo mercado, cuja tolerância seria para um déficit de até 0,5%.

Outro fator que merece atenção é o petróleo, que hoje subiu 1% devolvendo parte da queda da semana passada. O tipo Brent, referência para os preços internos, até chegou a cair abaixo de US$ 80 nos últimos dias mas não se sustentou abaixo deste patamar. De todo modo, entrou no radar do mercado a possibilidade de que a Petrobras diminua novamente este ano os preços da gasolina. Ainda que não seja por ora o cenário básico da maioria dos economistas, o potencial de impacto negativo é estimado de 10 a 20 pontos-base no IPCA de 2023, a depender da magnitude do corte (veja detalhes em matéria publicada às 13h22

BOLSA

Vindo de alta de 1,29% na sessão anterior, e de três semanas de ganhos consecutivos – no que foi sua melhor série desde os nove avanços seguidos, entre abril e junho -, o Ibovespa sustentou a linha dos 120 mil pontos nesta segunda-feira, em leve viés negativo no fechamento, em dia sem sinal único e de variações contidas também para as referências de Nova York.

Hoje, o índice da B3 oscilou dos 119.878,23 aos 120.606,30 pontos, saindo de abertura aos 120.561,18. Ao fim, mostrava baixa de 0,13%, aos 120.410,17 pontos, com giro a R$ 19,0 bilhões, em sessão com poucos catalisadores disponíveis, aqui e no exterior, para orientar os negócios. No mês, o Ibovespa sobe 6,42% e, no ano, tem alta de 9,73%.

Na B3, o desempenho das ações de Petrobras (ON +2,24%, PN +2,79%), com o avanço um pouco abaixo de 1,5% para as cotações do petróleo, contribuiu para mitigar o sinal majoritariamente negativo de outros setores de peso no índice, como o metálico (Vale ON -0,21%, CSN ON -0,24%, Gerdau PN -0,88%) e o financeiro à exceção, entre os grandes bancos, de Santander (Unit +1,31%, na máxima do dia no fechamento).

Na ponta ganhadora do Ibovespa, Petz (+3,41%), Lojas Renner (+3,01%) e Totvs (+2,83%), à frente das duas ações de Petrobrás e de CSN Mineração (+2,49%). No lado oposto, B3 (-4,09%), à frente de Magazine Luiza (-3,89%), Casas Bahia (-3,85%) e CVC (-3,62%) no fechamento.

O BTG Pactual rebaixou a ação ordinária da B3 de compra para neutro, destacando que o papel acumulou altas expressivas recentemente, de 5% na última sexta-feira e de cerca de 15% no mês de novembro. O preço-alvo para 2024, contudo, permanece em R$ 14,00, o que representa alta de 8% sobre o fechamento de sexta-feira, 10.

“O dia foi paradão, de ‘mais ou menos’ para ‘ruim’ lá fora, e aqui o mercado acompanhou. O destaque desde cedo foi a mudança da perspectiva do rating dos Estados Unidos por uma das agências de classificação de risco de crédito, com a nota para a dívida soberana colocada em revisão, o que resultou a princípio em abertura das curvas de juros lá fora”, diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, acrescentando que tal movimento de aversão a risco chegou a ser revertido no exterior ao longo do dia, o que ajudou também, em parte, as bolsas.

No fechamento desta segunda-feira, Dow Jones apontava leve alta de 0,16%, enquanto S&P 500 e Nasdaq ainda cediam 0,08% e 0,12%, respectivamente.

“Aqui, a curva de juros subiu, principalmente nos vértices intermediários, de três a sete anos, o que afetou, hoje, em especial as ações de menor capitalização de mercado, as small caps, enquanto o setor de energia, com Petrobras à frente, foi favorecido pelo avanço dos preços da commodity na sessão”, acrescenta a analista.

No quadro doméstico, a semana será mais curta no Brasil, com o feriado da quarta-feira, 15, pela Proclamação da República. No dia seguinte, 16, é “o final do prazo para a definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo relator, deputado Danilo Forte, e há expectativa de mudança na meta fiscal [para o ano que vem, de déficit zero para algo entre 0,50% e 0,75% do PIB, como saldo negativo], o que deve vir por emenda de parlamentar, não do governo”, avalia Julio Hegedus Netto, economista da Mirae Asset.

No exterior, “a agenda começa a ganhar tração a partir de amanhã, com destaque para a divulgação de dados sobre a inflação ao consumidor, o CPI, nos Estados Unidos”, diz Gabriela Sporch, analista da Toro Investimentos.

“A agenda de hoje foi muito modesta e os mercados acionários pareceram corrigir os movimentos da semana passada, com um rali forte especialmente na Nasdaq, em Nova York, que tinha registrado seu maior ganho diário desde maio, na sexta-feira. Nesta semana, haverá novos dados de inflação não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa”, diz Dennis Esteves, sócio da Blue3 Investimentos, acrescentando que a cautela nessa abertura de semana decorreu, em especial, da decisão da agência Moody´s de colocar a nota de crédito dos EUA em revisão, com viés negativo.

No Brasil, o Boletim Focus, divulgado na manhã de hoje, trouxe queda nas expectativas de mercado para a inflação em 2023, após a divulgação da mais recente leitura sobre o IPCA, referente a outubro. “O Banco Central entende que a inflação começa a arrefecer e que deve chegar perto da meta em 2024, o que contribui para o trabalho de corte da taxa de juros, o que deve levar a Selic a 11,75% no fechamento de 2023”, diz Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.

18:23

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 120410.17 -0.13102

Máxima 120606.30 +0.03

Mínima 119878.23 -0.57

Volume (R$ Bilhões) 1.89B

Volume (US$ Bilhões) 3.85B

18:25

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 121575 -0.23387

Máxima 121660 -0.16

Mínima 120865 -0.82