DADOS DOS EUA PÕEM DÚVIDA EM RETOMADA DO APERTO POR FED E IMPULSIONA BOLSAS DE NY

Indicadores de atividade dos Estados Unidos, divulgados logo cedo, seguiram reverberando nos mercados em Nova York nesta quinta-feira, acrescentando dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve. A surpreendente queda na produção industrial e o nível alto de pedidos de auxílio-desemprego trouxeram subsídios à ala do mercado que advoga para que a pausa feita ontem no aperto monetário pelo banco central americano se repita em julho. Investidores se ancoram nas falas de Jerome Powell, que evitou antecipar seu próximo passo e reforçou ser dependente de dados. Assim, os principais índices americanos terminaram em alta firme: Nasdaq subiu 1,15%, S&P 500 ganhou 1,22% e Dow Jones avançou 1,26%. Os juros dos Treasuries caíram. O dólar também recuou ante as moedas fortes, mas nesse caso reverberou a decisão hawkish do Banco Central Europeu, que apoiou o euro ante os pares. A despeito do embalo externo, o mercado local viveu um dia de ressaca após o rali da véspera, vitaminado pela decisão da S&P de alterar de estável para positiva a perspectiva do rating BB- do Brasil. De novo, o Ibovespa renovou a máxima do ano, mas aos 119.221,00 pontos (+0,13%) no fechamento ficou distante do pico do dia (119.686,12 pontos), quando parecia mirar os 120 mil pontos. Nos juros futuros, houve viés de alta na reta final, devido a ajustes técnicos e certo incômodo com a possibilidade de prorrogação do programa automotivo, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje na reunião ministerial, segundo fontes. O dólar à vista até chegou a operar abaixo da marca psicológica de R$ 4,80 na etapa da tarde, mas ficou perto da estabilidade ao fim do dia (R$ 4,8025, recuo de 0,09%).

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•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York aceleraram ganhos ao longo da tarde e fecharam em alta de mais de 1%, com Nasdaq no maior nível em 14 meses, em dia de apetite por risco após dados mistos nos Estados Unidos. Os indicadores pressionaram os rendimentos dos Treasuries ao levantar dúvidas sobre a necessidade de retomada do aperto do Federal Reserve (Fed) após manutenção das taxas ontem, mesmo que o mercado ainda precifique aumento de juros adiante. O ambiente benigno foi complementado pela esperança de novos estímulos na China, na esteira de corte de taxa de empréstimo de médio prazo, o que sustentou o petróleo a uma alta de 3%. A commodity recebeu suporte adicional do enfraquecimento do dólar ante boa parte dos pares, com euro em destaque após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sugerir que a elevação nos juros de hoje não foi a última do ciclo.

Para a Oanda, Wall Street ainda duvida da capacidade do presidente do Fed, Jerome Powell, de cumprir suas “ameaças hawkish” e entregar novas elevações de juros. Contudo, a consultoria observa que o quadro misto nos dados macroeconômicos de varejo, emprego e indústria dos Estados Unidos divulgados hoje deveriam representar um alerta para o mercado. “Se os gastos continuarem saudáveis durante o verão [do Hemisfério Norte], o Fed precisará cumprir a previsão do gráfico de pontos que projeta duas elevações [nos juros]”, avalia a Oanda.

O BMO aponta que a pausa no aperto monetário permite mais tempo para o Fed tentar um “pouso suave” antes do ressurgimento de temores entre investidores sobre o BC provocar um aperto excessivo da economia americana. No final da tarde, a ferramenta de monitoramento do CME Group exibia praticamente o mesmo quadro de precificação para o aperto monetário do Fed até o final do ano, com maior probabilidade de uma elevação de 25 pontos-base em julho (67,0%) e chance da faixa de juros terminar dezembro (43,7%) no intervalo de 5,25% a 5,50%.

Neste cenário de dados mistos e consequentes incertezas sobre o Fed, os juros dos Treasuries caíram ao longo dia. Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos recuava a 4,637%, o da T-note de 10 anos cedia a 3,718% e o do T-bond de 30 anos baixava a 3,837%.

De qualquer forma, em Wall Street, prevaleceu o apetite de risco, que levou os três índices acionários a encerrarem no azul, ganhando força ao longo da tarde após abrirem mistos pela manhã. Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 1,26%, o S&P 500 subiu 1,22% e o Nasdaq teve alta de 1,15% – este último na maior pontuação desde abril de 2022. Todos os setores do S&P fecharam no azul, e no Dow Jones apenas os papéis das empresas Nike (-0,40%) e American Express (-0,38%) recuaram.

O setor bancário subiu de modo generalizado, com o índice KBW, medido pelo Nasdaq, avançando 1,50%. Entre os destaques do setor, o JPMorgan ganhou 1,13%, o Morgan Stanley avançou 1,22%, o Bank of America teve alta de 0,86%, o Citigroup subiu 0,66% e o Goldman Sachs avançou 0,39%. Este último teve seus ganhos reduzidos após notícias de que o Fed e a Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana) estão investigando sua atuação antes da quebra do Silicon Valley Bank (SVB).

No setor de tecnologia, Microsoft (+3,19%) liderou os ganhos e fechou em US$ 348,10 por papel, o maior valor ao final de um pregão da história da empresa, alta seguida por Meta (+3,10%), Apple (+1,12%), Google (+1,15%) e Amazon (+0,55%).

As American Depositary Receipts (ADRs) de empresas chinesas também se destacaram, registrando alta forte após o Banco do Povo da China (PBoC) informar corte de juros na linha de empréstimos de médio prazo. Também no radar, o Wall Street Journal reportou que o governo chinês está planejando um grande pacote de estímulos para fortalecer a recuperação da segunda maior economia do planeta.

Esta perspectiva pressionou o yuan, em um dia de fraqueza praticamente generalizada do dólar ante pares globais. No horário citado, o dólar subia a 140,28 ienes, o euro avançava a US$ 1,0950 e a libra tinha alta a US$ 1,2783. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,81%, a 102,115 pontos. Contra emergentes, o dólar subia a 248,5368 pesos argentinos, seguindo manutenção dos juros pelo Banco Central da República Argentina (BCRA), em 97%.

O euro foi particularmente beneficiado contra a moeda americana devido a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar suas taxas de juros em 25 PB e revisar para cima suas expectativas para a inflação no bloco. O impulso foi amplificado por falas de Lagarde, sinalizando que, caso este quadro se confirme, o banco central deve elevar novamente os juros em julho.

Este cenário de enfraquecimento do dólar, apetite por risco e perspectiva de estímulos à economia chinesa ajudou a alta de mais de 3% do petróleo entre commodities. No fechamento, o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 3,43% (US$ 2,35) a US$ 70,81 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 3,37% (US$ 2,47), a US$ 75,67 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). (Laís Adriana – [email protected])

BOLSA

O Ibovespa sustentou o segundo dia de alta nesta quinta-feira, 15, amparado pelo otimismo com o País devido à expectativa de cortes na taxa Selic a partir de agosto e à melhora de perspectiva da S&P para o rating do Brasil, de estável para positiva. O índice avançou 0,13% e encerrou a sessão com 119.221,0 pontos, o novo pico do ano, apesar de ajustes em alguns papéis após a forte alta de 1,99% anotada na véspera.

Essa combinação de vetores positivos foi suficiente para compensar as quedas das ações preferenciais e ordinárias da Petrobras – de 2,36% e 1,48%, respectivamente – com a decisão da companhia de reduzir os preços da gasolina nas refinarias em 4,66% a partir desta sexta-feira, 16. O desempenho da empresa também acabou limitado por um movimento de realização de lucros após os papéis terem atingido a máxima histórica.

Profissionais do mercado destacaram que o corte realizado pela Petrobras reacendeu os temores de interferência na empresa, em um momento no qual as estimativas de entidades do setor apontam que os preços domésticos já estão abaixo do padrão internacional. Esses vetores acabaram se sobrepondo à melhora da perspectiva para o rating da empresa anunciada pela S&P e às altas acima de 3% nos preços do petróleo.

Em contrapartida, a queda dos juros futuros ao longo da sessão ajudou a amparar ações ligadas à economia doméstica em setores como imobiliário (0,45%) e consumo (0,29%), enquanto o aumento de 1,43% nos preços do minério de ferro e a expectativa de crescimento da demanda chinesa sustentaram o segmento de materiais básicos (1,45%), com destaque para os papéis ordinários da Vale, que ganharam 0,78%.

“O Ibovespa buscou mostrar um viés positivo nesta quinta-feira, com o potencial de valorização da moeda, a decisão da S&P, e apoiado pela performance de Wall Street e pela valorização de commodities como o petróleo, embora o movimento de realização de alguns lucros tenha atenuado a alta”, diz o especialista em investimentos da Blue3 Investimentos Guilherme Mendes.

Em Nova York, o índice S&P 500 avançou 1,22%, ao maior nível desde abril de 2022. S&P 500 e Nasdaq também anotaram ganhos superiores a 1%, puxados por uma recuperação após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de interromper o ciclo de aperto monetário na quarta-feira, 14.

Para o operador de renda variável da One Investimentos Victor Miranda, a melhora das expectativas para a demanda chinesa e o fluxo de recursos estrangeiros para o País ajuda a explicar o novo ganho registrado pelo Ibovespa na sessão, em um cenário de performance positiva para ativos de risco globalmente. “A Bolsa tem performado bem especialmente no mês de junho, devido à entrada de fluxo estrangeiro”, afirma.

Conforme dados da B3, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,619 bilhão na Bolsa brasileira na sessão de terça-feira, 13. No mês de junho, houve entrada de R$ 6,145 bilhões e, no acumulado do ano, de R$ 13,023 bilhões.

No noticiário doméstico, pesquisa do Projeções Broadcast mostra que a maioria do mercado financeiro espera que o Banco Central mantenha a taxa Selic em 13,75% na reunião da próxima semana e inicie o ciclo de cortes da taxa Selic em agosto. Para a maior parte dos analistas, é provável que o Comitê de Política Monetária (Copom) use o comunicado de junho para preparar o terreno para redução dos juros à frente.

Economistas do mercado calcularam que o corte dos preços de gasolina pela Petrobras pode retirar até 0,1 ponto porcentual do IPCA de 2023, com impacto negativo de até 0,03 ponto em junho, o que favorece a chance de deflação no mês.

Braskem PNA foi o destaque positivo da sessão, com ganho de 6,43%, sustentado pelas especulações do mercado em torno da possível compra da empresa pela Unipar. Ações ligadas à economia doméstica, como Yduqs ON (5,57%), CVC ON (3,90%) e Hapvida (3,72%) aparecem na sequência. Suzano ON (3,62%) completa a lista das cinco maiores altas do pregão após ter aumentado os preços de celulose no mercado asiático.

As principais perdas do dia foram observadas em B3 ON (-3,35%), Lojas Renner (-1,95%), Magazine Luiza (-1,57%) e Vibra ON (-1,57%), além de Petrobras PN. O Ibovespa oscilou entre mínima de 118.692,80 pontos e máxima de 119.686,12 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 29,0 bilhões na sessão. (Cícero Cotrim – [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 119221.00 0.12785

Máxima 119686.12 +0.52

Mínima 118692.80 -0.32

Volume (R$ Bilhões) 2.89B

Volume (US$ Bilhões) 6.01B

18:04

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 121880 0.44503

Máxima 122250 +0.75

Mínima 120895 -0.37

JUROS

Os juros futuros oscilaram com queda moderada durante quase toda a sessão. Na esteira da melhora da perspectiva do rating do Brasil pela S&P Global ontem, o mercado teve hoje novos gatilhos para sustentar o alívio dos prêmios, como o reajuste em baixa nos preços da gasolina pela Petrobras e o dado fraco do setor de serviços, ambos endossando a ideia de que as condições para o ciclo de distensão monetária estão sendo dadas. Do exterior, houve contribuição dos Treasuries e da queda generalizada do dólar, enquanto a oferta de prefixados do Tesouro no leilão, embora grande, foi menor do que na semana anterior. Na reta final dos negócios, porém, o fôlego de queda acabou e as taxas fecharam entre a estabilidade e viés de alta.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou 13,025% (máxima), de 13,041% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,14% (11,12% ontem) e a do DI para janeiro de 2027, em 10,62% (10,61% ontem).

As taxas oscilaram majoritariamente em baixa, ainda reverberando a decisão da S&P ontem que reforçou a percepção de aumento de fluxo para os ativos brasileiros, que pela manhã aumentou a expectativa pelo leilão de prefixados do Tesouro. A oferta de 11 milhões de LTN e de 1,5 milhão de NTN-F, com risco para o mercado de US$ 511 mil, veio grande, mas não tanto quanto a da semana passada, que teve lotes gigantescos de 25 milhões de LTN e 3,5 milhões de NTN-F. O Tesouro colocou integralmente os volumes.

“Foi um leilão de médio para grande. Os lotes já vinham sendo elevados nas últimas semanas, mas o de hoje ainda sugere emissões de prefixados acima dos intervalos do PAF”, diz Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez. Ele lembra que o Tesouro vem com captações mais robustas de prefixados desde março, quando o arcabouço fiscal começou a andar no Congresso, conseguindo colocar lotes de NTN-F, papel preferido dos não-residentes, acima do padrão.

Com o anúncio da S&P, a expectativa é de um rali ainda maior para os ativos domésticos, que ainda têm prêmios atrativos na ótica do risco/retorno em comparação a outros pares emergentes. “A sinalização de mudanças estruturais favorece muito a gestão da dívida. O Brasil está numa posição mais confortável do que Rússia, Argentina e Turquia, em termos de fundamento. E tem um mercado maior e mais desenvolvido do que o Chile, por exemplo”, comentou Leal.

No raciocínio do mercado, a melhora da gestão da dívida, da percepção fiscal e do câmbio abrem caminho para que o Banco Central comece a reduzir a Selic, amparado ainda na evolução do cenário para os preços. Hoje a Petrobras anunciou corte de R$ 0,13 por litro às distribuidoras a partir de amanhã, o que alimenta a expectativa de deflação do IPCA de junho. Especialistas calculam efeito de queda em torno de 0,10 ponto porcentual para a inflação em 2023.

Novos sinais de esfriamento da atividade no segundo trimestre ajudam nessa percepção. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de abril, divulgada hoje, mostrou queda no volume de serviços de 1,6% na margem, bem pior do que o recuo de 0,4% apontado pela mediana das estimativas do Projeções Broadcast.

O ambiente internacional também favoreceu o recuo das taxas por aqui. Os rendimentos dos Treasuries cederam com dados fracos da economia dos Estados Unidos, que trouxeram dúvidas sobre a retomada do aperto monetário em julho. Ontem, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que as opções para o próximo encontro estavam em aberto. Hoje, o Banco Central Europeu (BCE) ratificou o consenso das expectativas e elevou o juro em 25 pontos-base.

Cerca de meia hora antes do fim do pregão, as taxas zeraram o recuo e ensaiaram alta, em movimento atribuído a ajustes técnicos e a um certo incômodo com a possibilidade de prorrogação do programa automotivo, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje na reunião ministerial, que classificou o pacote de “um sucesso”, segundo fontes. (Denise Abarca – [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 15, em baixa de 0,09%, cotado a R$ 4,8025, com mínima a R$ 4,7953. Foi o quinto pregão consecutivo de queda da divisa, que já acumula desvalorização de 1,51% na semana e de 5,33% no mês. O real apresentou hoje desempenho bem mais modesto que o de seus pares latino-americanos, à exceção do peso mexicano, e de divisas de exportadores de commodities.

Pela manhã, a moeda até ensaiou uma alta e correu à máxima a R$ 4,8446, em movimento natural de correção e ajuste de posições após a euforia de ontem com a revisão pela S&P Global da perspectiva do rating brasileiro (BB-, grau especulativo) de estável para positiva. Passado um período de instabilidade e troca de sinais no início da tarde, a divisa acabou se firmando em terreno negativo, alinhando-se à onda global de enfraquecimento da moeda americana. No dia seguinte ao Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) interromper seu processo de aperto monetário, o Banco Central Europeu (BCE) elevou taxas de juros em 25 pontos-base. Além disso, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que uma pausa no ciclo de alta não está em pauta.

“O câmbio acabou seguindo a tendência que vimos desde o início da semana. A pausa na alta dos juros nos EUA e a mudança da perspectiva da nota pela S&P ainda são os principais fatores”, afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, acrescendo que a redução de preços da gasolina A em 4,66% anunciada hoje pela Petrobras tira pressão da inflação e, por tabela, melhora as expectativas para a economia brasileira.

Lá fora, o índice DXY operou em queda firme, com mínima à tarde abaixo da linha dos 102,100 pontos, com perdas de mais de 1% do dólar em relação ao euro. A moeda americana também caiu em bloco na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de produtos básicos, em especial dólar australiano, peso colombiano e rand sul-africano.

O dia foi de valorização de commodities agrícolas e metálicas. As cotações internacionais do petróleo subiram mais de 3%, com o contrato do tipo Brent para agosto fechando em alta de 3,37%. Após ter reduzido taxas de juros de curto prazo na segunda-feira, 12, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou ontem à noite corte de juro de linha de empréstimos de médio prazo para estimular a economia.

“O panorama mudou em alguns pontos na última semana, com melhora das expectativas para China, que puxa as commodities para cima e ajuda moedas emergentes. O Fed até alertou que pode voltar a subir os juros, mas acredito que seja uma estratégia para conter a euforia do mercado”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.

Indicadores americanos deram sinais contrários hoje. As vendas no varejo subiram 0,3% em maio, na contramão das expectativas (queda de 0,2%). De outro lado, a produção industrial caiu 0,2% em maio, enquanto analistas previam alta de 0,1%. Monitoramento do CME Group mostra que a chance de elevação da taxa de juros em 25 pontos-base pelo Fed em julho segue majoritária, acima de 60%.

Embora o dólar tenha tocado o nível de R$ 4,79 ao longo da sessão, o economista da Frente Corretora vê os R$ 4,80 como uma barreira relevante a ser rompida. “A mudança da perspectiva do rating pela S&P foi positiva. Para puxar esse dólar mais para baixo é preciso algo mais”, diz Velloni, citando a aprovação do novo arcabouço fiscal, que tramita no Senado, e da reforma tributária.

Após reunião lideranças no Senado e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o texto do novo arcabouço deve ser analisado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na terça-feira, 20, e ser encaminhando na sequência para votação em plenário.

O relatório do projeto no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou hoje que vai retirar do texto o dispositivo que limita crescimento do Fundo Constitucional do Distrito Federal e que os recursos para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) ficarão fora da regra de controle de gastos. Segundo Aziz, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou que votará o projeto na Casa logo após a aprovação no Senado. (Antonio Perez – [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.80250 -0.0895 4.84460 4.79530

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4828.500 -0.09311 4858.500 4809.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4848.000 -0.59426 4853.000 4848.000