COMMODITIES E LEILÃO DE TREASURIES LEVAM DÓLAR A R$ 4,85 E IBOVESPA À 4ª ALTA SEGUIDA

Um leilão bem sucedido de papéis de 20 anos pelo Tesouro americano nesta tarde deu fôlego aos ativos de risco, com as Bolsas e moedas emergentes ampliando ganhos, favorecidas ainda pela valorização das matérias-primas. Com o exterior no foco, o Ibovespa subiu 0,95%, a quarta sessão seguida de alta, para 125.957 pontos, ainda no melhor nível desde o fim de julho, mesmo com a piora das ações da Petrobras no fim do dia, a despeito do avanço de mais de 2% do petróleo. A commodity, por sua vez, se beneficiou da fraqueza do dólar e das apostas na possibilidade de a Opep+, que se reúne no próximo domingo, apertar ainda mais a oferta. O dólar à vista caiu 1,10%, aos R$ 4,8517, no menor patamar desde os R$ 4,8055 de 2 de agosto último. O Tesouro dos EUA vendeu US$ 16 bilhões em T-Bonds com demanda acima da média, o que aliviou a curva dos Treasuries, pressionou o dólar mais para baixo e os índices acionários, para cima, reverberando sobre os ativos locais. A taxa de câmbio chegou, na mínima de R$ 4,8480, a romper a marca de R$ 4,85, e os juros futuros reduziram, e até zeraram no caso da ponta longa, a alta vista pela manhã. Os DIs, porém, retomaram o fôlego, e voltaram a subir com movimento de realização de lucros, após três sessões seguidas em baixa. Neste feriado do Dia da Consciência Negra em várias cidades, a liquidez foi bastante fraca no mercado doméstico.

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

BOLSA

O Ibovespa estendeu a série positiva pelo quarto dia ao encerrar a sessão em alta de 0,95%, aos 125.957,06 pontos, elevando os ganhos do mês a 11,32%, ainda a caminho de seu melhor desempenho em três anos – em novembro de 2020, a última vez em que acumulou ganho de dois dígitos, avançou 15,90%. Hoje, a referência da B3 oscilou entre mínima na abertura, a 124.773,21, e máxima de 126.162,01 pontos, com giro a R$ 23,2 bilhões na sessão. No ano, o Ibovespa avança agora 14,78%.

No fechamento, o índice da B3 mostrava o maior nível desde 28 de julho de 2021, então aos 126.285,59 pontos. A ação de maior peso individual no Ibovespa, Vale (ON +2,45%), foi o ponto alto da sessão, em que Petrobras, mesmo com o sinal positivo do petróleo, perdeu força em direção ao fechamento (ON -0,33%, PN +0,08%), o que impediu o índice de fechar na linha dos 126 mil pontos, como parecia destinado em boa parte da tarde. O encerramento foi de ganhos moderados para as ações de grandes bancos, com Itaú (PN +0,99%) à frente – exceção para Bradesco ON (-0,07%).

Além do avanço do minério e do petróleo, o dia foi de agenda relativamente esvaziada, com poucos catalisadores para os negócios. Na ponta ganhadora do Ibovespa, CSN (+9,49%), Raízen (+5,60%) e RaiaDrogasil (+4,57%). No lado oposto, Gerdau Metalúrgica (-4,62%), Gerdau (PN -4,33%) e Cemig (-2,84%).

A semana, mais curta nos Estados Unidos pelo feriado de Ação de Graças na quinta-feira, tem como destaque, amanhã, a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve – e chega no momento em que os mercados globais continuam a auscultar, atentamente, qualquer modulação na percepção do Fed sobre a economia americana e o nível em que os juros de referência já se encontram.

Recentemente, em meio aos sinais de arrefecimento da inflação e do nível de atividade nos Estados Unidos, o mercado começa a precificar a possibilidade de que o ciclo de alta na taxa de juros do Fed já tenha alcançado seu ponto máximo, e que o movimento de cortes venha a começar antes do que se imaginava, possivelmente ainda no primeiro semestre do ano que vem.

“Não parece que as minutas trarão mais informação para o mercado. Se olharmos o histórico das últimas divulgações, de fato o documento não tem feito muito preço, na maioria”, aponta a Guide investimentos em nota, na qual destaca também a vitória do libertário Javier Milei na eleição presidencial argentina, ontem.

“Milei foi contrário a manter relações comerciais com o Brasil, porém apoiou que o setor privado comercialize com quem assim desejar. Por enquanto, a relação comercial Brasil-Argentina deve seguir como ‘business as usual’. Mais importante será acompanhar o desempenho da economia argentina nos próximos anos, e seu efeito para a nossa balança comercial”, diz a Guide.

Pela manhã, na agenda doméstica, o Boletim Focus trouxe nova queda nas expectativas de inflação para o ano, com algumas casas já projetando 4,2% para o fechamento do período, observa Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.

“O cenário tem ficado bem positivo quanto à queda da inflação, principalmente com o que se vê de arrefecimento no núcleo [dos preços]. Queda do setor de serviços, tudo isso tem ajudado. Não fosse o cenário externo, o Banco Central poderia até cogitar a aceleração da queda de juros”, ressalva o economista, acrescentando que a contração na última leitura do IBC-Br, de setembro, divulgada na semana passada, contribui também para redução nas projeções de alta do PIB para o ano, que pode ficar abaixo de 3%.

18:18

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 125957.06 0.9488

Máxima 126162.01 +1.11

Mínima 124773.21 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.32B

Volume (US$ Bilhões) 4.76B

18:23

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 127070 0.96941

Máxima 127100 +0.99

Mínima 125850 0.00

CÂMBIO

O dólar à vista apresentou queda superior a 1% na sessão desta segunda-feira, 20, mais do que devolvendo os ganhos da última sexta-feira, e fechou no menor nível desde o início de agosto. O dia foi marcado pelo enfraquecimento da moeda americana frente a divisas fortes e emergentes, em meio ao avanço de commodities diante da expectativa de estímulos ao setor imobiliário na China. Operadores relataram entrada de fluxo para a bolsa doméstica e internalização de recursos por parte de exportadores.

Com a agenda doméstica esvaziada, investidores trabalharam de olho na perspectiva de avanço da agenda econômica no Congresso, com possível votação do relatório do projeto de lei que taxa fundos offshore na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, amanhã, e do parecer final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), na quarta-feira, 22.

Lá fora, as atenções se voltam para a divulgação, amanhã, da ata do encontro de política monetária do Federal Reserve em 1º de novembro. Após leituras benignas de inflação nos EUA na semana passada, ganhou força a ideia de que o BC americano já encerrou seu ciclo de alta de juros. Especula-se agora com eventual início de processo de corte ainda no primeiro semestre. A semana é mais curta para o mercado dos EUA com o feriado do Dia de Ação de Graças, na quinta-feira, 23.

Em queda desde a abertura, o dólar rompeu o piso de R$ 4,85 à tarde em meio à máximas do Ibovespa e das Bolsas em Nova York, após a virada das taxas dos Treasuries mais longos para o campo negativo. Leilão do Tesouro dos EUA de papéis de 20 anos teve demanda acima da média, o que significa redução de prêmios, algo favorável a ativos emergentes. Com mínima a R$ 4,8480, a moeda fechou em baixa de 1,10%, cotada a R$ 4,8517 – menor valor de fechamento desde 2 de agosto (R$ 4,8055).

Segundo o analista de câmbio Elson Gusmão, da corretora Ourominas, não houve alterações no quadro doméstico que justificassem a apreciação do real hoje. “O mercado operou muito de olho no cenário externo. Amanhã tem a ata do Fed, e o mercado já especula uma queda de juros nos EUA para maio de 2024”, diz Gusmão, ressaltando que, com a liquidez reduzida, “qualquer movimentação acaba fazendo preço.” “Com a queda de hoje, podemos ver amanhã uma demanda grande de empresas por dólar para fazer remessas de lucros e dividendos. Esse patamar de R$ 4,85 é muito atrativo”.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes, o índice DXY operou em queda firme, com mínima aos 103,379 pontos. Entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities, destaque para o peso colombiano, o real e o peso mexicano. Ontem à noite, o Banco do Povo da China (PBoC, o Banco Central chinês) deixou suas principais taxas de juros inalteradas pelo terceiro mês consecutivo. Há expectativa, contudo, de auxílio financeiro a grandes incorporadoras, amenizando a crise no setor imobiliário. O peso argentino experimentou uma leve apreciação no dia seguinte à eleição do ultradireitista Javier Milei à presidência da Argentina.

A economista-chefe da Amor Capital, Andrea Damico, observa que, nos últimos dias, os agentes mostraram maior apetite ao risco, em razão do aumento da probabilidade de fim de ciclo de alta de juros pelo Fed com as leituras benignas da inflação ao consumidor e ao produtor. “O ambiente doméstico seguiu a tendência de ‘risk on’ do cenário externo. O cenário político contou com viés positivo no curto prazo. A manutenção da meta de déficit zero contribui para melhora do prêmio de risco, apesar da volatilidade do real ao longo da semana passada”, afirma Damico, em relatório.

18:23

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.85170 -1.1048 4.90660 4.84800

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4855.000 -1.2107 4911.000 4851.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4874.000 -1.14593 4900.500 4870.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Um leilão de T-bonds de 20 anos com demanda elevada fez os rendimentos dos Treasuries da ponta longa acelerarem queda, em um movimento que também intensificou a pressão sobre o dólar no exterior. O cenário melhorou o sentimento de risco em Wall Street e levou as bolsas de Nova York a fecharem no azul, com Nasdaq em alta de mais de 1%. As ações da Microsoft saltaram x% após a empresa contratar Sam Altman, demitido do cargo de CEO da OpenAI na sexta-feira. As montadoras também tiveram altas robustas, com a ratificação de acordo com o sindicato UAW, que encerra de vez as greves no setor. Já o petróleo continuou subindo na esteira de rumores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode expandir esforços para manter os preços da commodity elevados. Amanhã, os países do Brics+ se reúnem em encontro de emergência solicitado pelo Irã para discutir o confronto Israel-Hamas, com a participação confirmada de Vladimir Putin e Xi Jinping. Na Argentina, a eleição de Javier Milei parece ter levado o risco-país para baixo (CONFIRMAR) e há a expectativa de uma reação positiva nos mercados amanhã, na volta do feriado, embora analistas apostem em volatilidade até a posse em dezembro.

Os retornos dos Treasuries longos recuaram depois do leilão de US$ 16 bilhões em T-bonds de 20 anos registrar demanda acima da média recente. Segundo o analista da ActivTrades Júnior Wuttke, o leilão “retira o mal estar do mercado em relação ao último leilão de Bonds de 30 anos, quando os traders tiveram que atuar mais ativamente devido à baixa demanda”. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos recuava a 4,895%, o da T-note de 10 anos baixava a 4,416% e o do T-bond de 30 anos cedia a 4,564%.

Após o leilão, o dólar, que já caía hoje, intensificou perdas. Segundo o Wells Fargo, “o dólar está fundamentalmente sobrevalorizado”, porque as mudanças trazidas na política monetária com dados mais fracos e desinflação ainda devem levar algum tempo. Segundo a Convera, novembro tem se consolidado como um momento forte para os ativos de risco, visto que a manutenção de juros pelo “G3”, o arrefecimento do mercado de trabalho nos EUA e a queda surpreendente na inflação de EUA, Reino Unido e zona do euro têm prejudicado o dólar contra rivais. No Reino Unido, a libra teve reação tímida às falas do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, que sinalizou em palestra que os juros do país devem ficar elevados por bastante tempo, contrariando as expectativas recentes de cortes mais precoces, após queda acentuada na inflação. Perto das 18h, a libra avançava a US$ 1,2511, o euro subia a US$ 1,0948 e o dólar cedia ainda a 148,35 ienes. Na Argentina, o chamado dólar cripto era negociado a 1.1016,45 pesos argentinos. O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,46%, a 103,438 pontos.

O leilão com demanda alta também fortaleceu o mercado acionário, com os índices de Nova York registrando melhora no apetite por risco. O mercado acionário monitorou o que a Navellier chamou de “terremoto”: o fundador da OpenAI, Sam Altman, foi contratado pela Microsoft depois de um suposto conflito com o conselho de sua antiga empresa. A Navellier avalia que a rusga provavelmente foi motivada por Altman querer evoluir “rápido demais” nas pesquisas com inteligência artificial, e que a contratação pela gigante da tecnologia americana provavelmente significa que “é seguro dizer que a implantação da IA da Microsoft irá agora acelerar”. Na esteira da notícia, os papéis da Microsoft subiram 2,05% na bolsa de Nova York, e impulsionou o Nasdaq a subir mais que seus pares.

A ratificação do acordo trabalhista pelo sindicato americano United Auto Workers com a Ford, Stellantis e General Motors colocou fim à greve que durou meses e atrapalhou a produção das montadoras. Com isso, os papéis das três subiram 0,68%, 1,88% e 1,65%, respectivamente, impulsionando os índices. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,58%, aos 35151,04 pontos, o S&P 500 avançou 0,74%, aos 4547,38 pontos e o Nasdaq ganhou 1,13%, aos 14284,53 pontos.

No mercado de commodities, o petróleo fechou o dia com ganhos de mais de 2%, enquanto crescem os rumores de que a Opep+ pode prorrogar os cortes na oferta para controlar a queda de preços vista no último mês. Segundo a Rystad Energy, os preços do petróleo para 2024 dependem de como a Arábia Saudita vai se posicionar quanto à disponibilidade da commodity no mercado: caso opte por prorrogar seus cortes voluntários até abril de 2024, “o preço do petróleo atingiria uma média de US$ 96 por barril em 2024″, afirmou em pesquisa publicada hoje. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para janeiro encerrou a sessão com valorização de 2,35% (+US$ 1,79), a US$ 77,83. Na Intercontinental Exchange, o barril do Brent para o mesmo mês avançou 2,12% (+1,71), a US$ 82,32.

Agora, investidores aguardam a abertura dos mercados argentinos na terça-feira e monitoram as primeiras decisões do presidente eleito, Javier Milei, que assume em 2024. A expectativa é de que haja maior volatilidade no câmbio do país até o fim do ano, e que a reação inicial do mercado seja positiva. De acordo com a Navellier, a eleição do autodeclarado anarcocapitalista” tende a ser favorável aos EUA, visto que Milei já assumiu publicamente que não pretende se manter próximo economicamente da China, que vinha aumentando sua influência no país da América do Sul.

Amanhã também haverá um encontro emergencial virtual entre líderes do Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e os membros do Brics+ aceitos neste ano para discutir os confrontos geopolíticos no Oriente Médio, sendo que tanto o presidente russo, Vladimir Putin, quanto o presidente chinês, Xi Jinping, confirmaram presença, com expectativas de que se pronunciem durante o evento.

JUROS

Os juros futuros começaram a semana em alta moderada, realizando lucros após três sessões seguidas de queda. O ajuste chegou a perder força no meio da tarde, após o bem-sucedido leilão de títulos de 20 anos do Tesouro norte-americano, com demanda firme e taxas abaixo da média, ter aliviado a curva dos Treasuries. As taxas locais então foram para a estabilidade, mas depois voltaram a subir. O ambiente de negócios foi fraco, com agenda local esvaziada pelo feriado da Consciência Negra em várias cidades do País e exterior sem destaques.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,480%, de 10,420% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 10,20%, de 10,11% no último ajuste. A do DI para janeiro de 2027 encerrou a 10,33% (de 10,25%) e a do DI para janeiro de 2029, em 10,74% (máxima), de 10,66%.

O giro de contratos hoje foi extremamente reduzido na sessão, o que compromete avaliações mais consistentes sobre a dinâmica da curva. O DI para janeiro de 2025, normalmente o mais líquido, movimentou 379,5 mil contratos, ante média diária de 982,2 mil nos últimos 30 dias. De todo modo, o recuo de mais de 30 pontos-base nas principais taxas na semana passada dava espaço para ajustes, na ausência de um condutor forte para os negócios nesta segunda-feira. Assim, as taxas subiram pela manhã, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro americano não tinham direção firme.

O fôlego de alta esmaeceu no meio da tarde, após o leilão de US$ 16 bilhões em T-Bonds de 20 anos pelo Tesouro norte-americano. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,58 vezes, acima da média recente, de 2,52 vezes. Nos Treasuries, as taxas longas passaram a recuar, mas a queda também perdeu fôlego no fim da tarde.

“Os investidores estão demandando menos prêmio na taxa de juros americana. Menos prêmios nos EUA reduz atratividade das taxas lá, leva à queda do dólar e do DI longo”, afirmou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, lembrando que o comportamento do câmbio de emergentes é um bom termômetro sobre o apetite dos investidores. O dólar à vista fechou hoje em baixa de 1,10%, aos R$ 4,8517. No fim da tarde, o alívio se esvaiu e as taxas retomaram a trajetória altista.

Nos próximos dias, o calendário econômico local é escasso, mas a agenda em Brasília é importante para as aspirações fiscais do governo. Amanhã, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado pode apreciar o relatório do projeto de lei (PL) que taxa fundos offshore e fundos exclusivos. E a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional pode votar nesta semana o relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, no qual o governo optou por não enviar sugestão de emendas para alterar a meta de déficit primário zero em 2024.

Nos EUA, o Federal Reserve divulga a ata da reunião de política monetária em novembro e a expectativa é de que mantenha as portas abertas para novas altas de juros, “tal como fez Powell em seu discurso”, afirmam os economistas da Guide Investimentos. “Se olharmos o histórico das últimas divulgações, de fato, o documento não tem feito muito preço”, disseram.

A vitória do Javier Milei na eleição presidencial na Argentina não chegou a ter impacto sobre os ativos locais. A avaliação é de que algum efeito para o Brasil, se vier, poderá surgir à frente, dada a relevância do país vizinho no comércio exterior brasileiro. “Milei já foi contrário a manter relações comerciais com o Brasil, porém apoiou que o setor privado poderá comercializar com quem assim desejar. Dessa forma, por enquanto, a relação comercial Brasil-Argentina deve seguir com ‘business as usual'”, avaliam os economistas da Guide.

A Pesquisa Focus, divulgada antes da abertura, foi monitorada, sem influenciar o comportamento da curva. Até porque as projeções de IPCA para 2024, 2025 e 2026 pouco se alteraram. Para 2024 e 2025, anos que estão no horizonte da política monetária, as medianas ficaram em 3,92% (3,91% na semana passada) e 3,50% (inalterada). Para 2026, também permaneceu em 3,50%.