COM APOSTA DE -50PB EM AGOSTO E TAXA DE 1 DÍGITO NA CURVA, DIS CAEM PELA 3ª SESSÃO

A perspectiva de flexibilização da Selic continuou apoiando o mercado doméstico nesta primeira sessão do segundo semestre, marcada por mais uma rodada de queda firme dos juros futuros e, por consequência, elevação do Ibovespa. A aposta em um cenário ainda mais benigno para a inflação, a queda sensível nas estimativas mais longas capturada pela Focus e a chance de aprovação de pautas econômicas nesta semana na Câmara desenharam o cenário perfeito para a queima de prêmios nos contratos de Depósitos Interfinanceiros. Majoritária desde sexta-feira, a aposta de redução de 50 pontos-base da Selic em agosto agora ronda os 70%. Trechos intermediários na curva, por sua vez, apontam taxa de um dígito, caso dos vértices janeiro 2026 (9,945%) e janeiro 2027 (9,965%), o que não ocorria desde agosto de 2021. Com um panorama mais otimista para a economia doméstica, o Ibovespa voltou a ganhar fôlego e chegou, nos melhores momentos do dia, a mirar os 120 mil pontos. Ao fim, o índice marcava 119.672,78 pontos, alta de 1,34%. O embalo de ativos locais foi visto apenas pela manhã no câmbio. À tarde, prevaleceu a formação de posições defensivas por uma parcela do mercado. Ao fim da sessão, o dólar à vista estava em R$ 4,8084, alta de 0,39%. Em Nova York, as bolsas terminaram o pregão às 14h enquanto os Treasuries fecharam às 15h devido à véspera do Dia da Independência dos Estados Unidos. Os índices terminaram com leve alta, concentrada especialmente no setor de tecnologia, sob impulso da Tesla (+6,90%). O Nasdaq avançou 0,21%. Os retornos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram, com a perspectiva de os juros permanecerem altos por mais tempo. Esta semana saem dados do mercado de trabalho, notadamente o payroll, que ajudarão a balizar a decisão do fim do mês do Federal Reserve.

•JUROS

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

Os juros futuros começaram julho dando sequência ao rali que marcou o mercado no fim de junho, com taxas em queda pela terceira sessão consecutiva. O otimismo com o cenário de preços e das projeções futuras somou-se à confiança na evolução das pautas econômicas que estão na Câmara, e que devem ser discutidas nesta semana, para renovar o fôlego dos vendidos. Como resultado, a aposta que o Copom começará o ciclo de distensão monetária na próxima reunião, em agosto, aplicando uma queda de 50 pontos-base se consolidou hoje como majoritária na curva. E, mais do que isso, cresceram as expectativas de que a taxa básica estará abaixo de 9% ao fim do processo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,775%, de 12,846% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025, em 10,62%, de 10,76%. A do DI para janeiro de 2027 caiu de 10,14% para 9,96% e a do DI para janeiro de 2029 encerrou em 10,33%, de 10,46%. É sintomático que alguns vértices, como o DI para janeiro de 2027, tenham encerrado já com a taxa em um dígito.

Nessas três últimas sessões de queda, vencimentos como janeiro de 2025 e janeiro de 2027 devolveram entre 30 e 40 pontos, postergando um possível um movimento de realização de lucros. “O ciclo é de queda [da Selic]. Então, ou se opera aplicado ou muito aplicado no DI”, brincou um economista. O tombo das taxas desde então se deu muito em função da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% e da opção do governo por alterar o sistema de apuração, de ano-calendário para horizonte contínuo.

Mesmo que bastante antecipado, esse desfecho do CMN tem reverberado sobre os ativos desde a última quinta-feira e respaldado melhora importante nas expectativas de inflação, especialmente as de longo prazo, e de Selic. No Boletim Focus de hoje, a mediana para o IPCA 2023 caiu abaixo de 5% (4,98%) e a para 2024 cedeu de 3,98% para 3,92%. As de 2025 e de 2026 derreteram em torno de 20 pontos-base. A de 2025, que nos modelos do Banco Central está em 3,1%, no Focus recuou a 3,60%, de 3,80%. A de 2026 foi de 3,72% para 3,50%. Quanto à Selic, a mediana para o fim de 2023 caiu de 12,25% para 12,00% e a de 2024 permaneceu em 9,50%.

O estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, Daniel Leal, afirma que o mercado está começando a apostar em um corte mais acelerado da Selic pelo Banco Central. “O otimismo foi desencadeado pelo CMN com a manutenção da meta, Focus, e também a possível agenda de votação da semana, em especial, reforma tributária”, disse.

Na curva, a precificação apontava nesta tarde 70% de probabilidade de redução da taxa básica, hoje em 13,75%, em 50 pontos-base, de 60% de chance vista na sexta-feira. Já a probabilidade de queda de 25 pontos caiu de 40% para 30%. Para o fim de 2023, a curva projetava Selic de 11,50% e para o fim de 2024, entre 8,75% e 9%.

Além da melhora das projeções de IPCA no Focus, a segunda-feira teve outras boas notícias que acabaram servindo de pano de fundo para justificar o rali. Entre elas, mais um resultado robusto da balança comercial, que em junho teve superávit de US$ 10,6 bilhões, o melhor para o mês. O superávit do acumulado dos seis primeiros meses de 2023, de US$ 45,5 bilhões, foi o maior da série histórica. E, segundo apuração do Broadcast, as vendas de veículos novos terminaram junho com crescimento de 6,4% frente a igual período de 2022, no embalo dos descontos patrocinados pelo governo. Na comparação com maio, as vendas subiram 7,4%, com o ritmo diário batendo a marca de 9 mil veículos pela primeira vez este ano.

“Dos emergentes, Brasil ainda é considerado atrativo, não somente pela escala do seu mercado, mas também comparativamente a outras economias emergentes: Turquia, Rússia e África do Sul seguem com ruídos políticos e de intervenção”, lembrou o economista-chefe e sócio da JF Trust, Eduardo Velho, para quem o novo corte da gasolina anunciado pela Petrobras empurra ainda mais as projeções de IPCA para baixo e eleva a probabilidade de recuo da Selic de até 50 pontos em agosto.

Ainda, o otimismo do mercado é apoiado pela percepção positiva sobre o andamento das reformas na Câmara, especialmente a reforma tributária, uma vez que a aprovação do arcabouço já estaria em boa medida precificada. A avaliação é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu fortalecido da reunião do CMN ante as pressões heterodoxas da área política pela mudança de meta. Esse “empoderamento” e visto como importante nas negociações com o Legislativo.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a expectativa é votar o texto da reforma tributária até sexta-feira na Câmara. Porém, o governo terá de enfrentar a resistência de governadores a uma série de pontos, com destaque para as críticas dos Estados do Sul e do Sudeste. (Denise Abarca – [email protected])

BOLSA

O Ibovespa iniciou julho com o pé direito, retomando a linha de 119 mil pontos, em alta superior a 1%, apesar da cautela externa, com leves ganhos em Nova York na véspera do feriado de 4 de julho e desempenho negativo tanto para os preços do minério de ferro como do petróleo, em linha com dados mais fracos sobre a atividade industrial na China. Ainda assim, as ações de commodities (Vale ON +3,13%; Petrobras ON +1,72% e PN +1,86%) avançaram nesta segunda-feira, bem como as de outros carros-chefes da B3, como os bancos (destaque para Santander Unit +2,55%).

No fechamento, o Ibovespa mostrava alta de 1,34%, aos 119.672,78 pontos, entre mínima de 118.092,02, da abertura, e máxima de 119.877,04, com giro financeiro a R$ 21,4 bilhões. O sinal positivo que prevaleceu ao longo de toda a sessão foi atribuído à expectativa pela votação da reforma tributária na Câmara esta semana e ao boletim Focus, divulgado pela manhã, com manutenção da tendência de melhora das expectativas de mercado para variáveis como a inflação – e com os agentes passando a projetar queda de meio ponto porcentual para a Selic ainda em agosto.

Na ponta do índice da B3, destaque nesta primeira sessão da semana para Locaweb (+3,96%), Gerdau Metalúrgica (+3,72%), Gerdau (PN +3,59%) e Arezzo (+3,30%). No lado oposto, MRV (-3,11%), Raia Drogasil (-2,80%) e Azul (-2,33%)

“Lá fora, os mercados operaram hoje entre o neutro e o positivo, sem muito fôlego, com expectativa forte para a agenda da semana, que traz na quarta-feira a ata da mais recente reunião de política monetária do Fed [quando se fez uma pausa na elevação dos juros de referência nos Estados Unidos] e para o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em junho, na sexta-feira”, diz Dennis Esteves, especialista e sócio da Blue3 Investimentos.

Em sessão mais curta para os ativos americanos nesta véspera de 4 de julho – e com retomada dos negócios apenas na quarta-feira – , os índices de Nova York fecharam o dia com ganhos entre 0,03% (Dow Jones) e 0,21% (Nasdaq). Na China, a leitura final sobre o PMI da Caixin, embora um pouco acima do limiar de 50 em junho, mostrou desaceleração ante maio, aponta Esteves, em momento no qual os investidores seguem monitorando de perto os índices de atividade industrial na segunda maior economia do mundo, ainda sem sinais de estímulos do governo no curto prazo.

”Na zona do euro, o mesmo dado de PMI também mostrou fraqueza, com o índice recuando de 44,8 pontos para 43,4, em desaceleração disseminada entre as principais economias: o PMI da Alemanha caiu para 40,6 pontos, o da Espanha foi a 48, e o da Itália a 43,8”, observa em nota a Guide Investimentos. Leituras abaixo de 50 indicam desaceleração do ritmo de atividade, na margem.

Na B3, o desempenho positivo do mercado foi puxado, basicamente, pelas empresas de commodities, apesar do PMI da China, e pelas varejistas do setor de consumo, com a perspectiva para o início do ciclo de redução de juros, que resulta em fechamento da curva dos DIs futuros ante a expectativa de atuação do BC sobre a Selic, aponta Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. ”O dia foi um pouco mais fraco em termos de volume, com o feriado de amanhã nos Estados Unidos, e meia sessão – horário mais curto de funcionamento – hoje por lá.”

Aqui, pela manhã, o boletim Focus trouxe nova queda nas projeções de inflação, enquanto a estimativa de crescimento do PIB subiu para 2,19%, observa Thiago Godoy, da Rico Investimentos. E o bom humor foi reforçado à tarde pela forte leitura sobre a balança comercial no primeiro semestre, com saldo no maior nível histórico para o mês de junho, a US$ 10,592 bilhões, assim como o acumulado nos seis meses iniciais do ano, a US$ 45,5 bilhões, em alta de 33% frente ao mesmo período de 2022.

“A expectativa para a Bolsa, para o mês e o ano, é a mesma: ainda está descontada, sem pares à altura entre os emergentes – não tem quem esteja tão barato quanto [a B3]. Bolsa deve chegar a 120 mil ou 125 mil pontos até o final do ano. Para julho, não dá para cravar, mas deve ser favorecida por ingresso de capital estrangeiro. O fluxo para Bolsa ainda não veio com força total”, diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 119672.78 1.34289

Máxima 119877.04 +1.52

Mínima 118092.02 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.14B

Volume (US$ Bilhões) 4.47B

18:04

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 121625 1.77398

Máxima 121735 +1.87

Mínima 119900 +0.33

CÂMBIO

Após operar com sinal predominante de baixa pela manhã, o dólar ganhou força ao longo da tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 3, em alta de 0,39%, cotado a R$ 4,8084. O escorregão do real no primeiro pregão de julho vem depois de o dólar acumular perdas de 5,59% em junho e de 9,29% no primeiro semestre – a maior queda semestral desde 2016, período marcado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Segundo operadores, houve uma pressão compradora no segmento futuro, com investidores retomando parcialmente posições defensivas, na véspera do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos. Com os mercados fechados por lá amanhã, o volume deve ser reduzido por aqui. Houve oscilação de quase cinco centavos entre mínima (R$ 4,7608) e máxima (R$ 4,8094), à tarde. Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para agosto teve bom movimento para uma segunda-feira, superando US$ 14 bilhões.

Uma ala do mercado comenta que o aumento das chances de corte da taxa Selic em 50 pontos-base pelo Copom em agosto, no que seria o primeiro passo de um ciclo mais forte de redução dos juros, poderia estar por trás do fôlego menor do real na sessão de hoje. Pela manhã, o boletim Focus trouxe nova rodada de queda das expectativas de inflação, o que – somando à decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% para até 2026 – deixaria o BC à vontade para reduzir os juros. Em geral, contudo, a avaliação predominante é a de que o país continuará com taxas reais elevadas, e atrativo para operações de carry trade.

Lá fora, o índice DXY – que mede o comportamento do dólar frente a seis divisas fortes – também se firmou em leve alta à tarde, ao redor dos 103,000 pontos. Apesar de dados fracos do setor industrial nos EUA, as taxas dos Treasuries avançaram, com manutenção das apostas em alta adicional dos juros nos EUA. A moeda americana operou em baixa moderada na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares latino-americanos do real.

O diretor de tesouraria do banco de câmbio Braza Bank, Bruno Perottoni, vê exagero nas apostas em uma redução de 0,50 ponto da taxa Selic em agosto. Petroni observa que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apesar de sinalizar que há espaço para cortes, mantém um tom mais conservador. Além disso, o quadro inflacionário global preocupa e há possibilidade de novas altas de juros nos EUA.

“Se o BC sinalizar que diante das condições econômicas vai cortar os juros com parcimônia, não vejo sustos no câmbio. O Brasil continua atraente para carry”, afirma Petroni, que atribui a apreciação do real neste ano em grande parte à melhora das perspectivas fiscais e à postura firme do BC, que não cedeu a pressões políticas. “Já um corte rápido e precipitado dos juros, que arranhe a credibilidade do BC, pode levar o dólar para cima de R$ 5,00”.

À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 10,592 bilhões em junho, acima da mediana de Projeções Broadcast (US$ 9,500 bilhões). Foi o maior valor para os meses de junho. O superávit do acumulado dos seis primeiros meses de 2023, de US$ 45,5 bilhões, é o maior da série histórica. A Secex revisou a estimativa para o superávit comercial neste ano de US$ 84,1 bilhões para US$ 84,7 bilhões – que significa um aumento de 37,7% em relação ao resultado de 2022.

O UBS Wealth Management reduziu a estimativa para a taxa de câmbio no fim do terceiro trimestre de R$ 4,85 para R$ 4,60. Após nova rodada de apreciação do real nos próximos meses, contudo, o dólar deve voltar a subir e fechar o ano a R$ 4,80, de R$ 5,00 estimados anteriormente. A moeda brasileira é favorecida pelo fortalecimento da balança comercial, que apresenta desempenho recorde neste ano. A instituição espera superávit recorde acima de US$ 70 bilhões para o ano inteiro, depois de saldo positivo de US$ 62 bilhões do ano passado.

O UBS Wealth Management também destaca fatores domésticos que contribuíram para a melhora das expectativas em relação ao real nos próximos meses: manutenção da meta de inflação em 3% pelo CMN na semana passada, melhora das perspectivas para as contas públicas com o novo arcabouço fiscal, e avanço da reforma tributária, que pode ser aprovada na Câmara dos Deputados até o próximo mês. (Antonio Perez – [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.80840 0.3925 4.80940 4.76080

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4830.500 0.37403 4835.500 4784.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4844.841      

MERCADOS INTERNACIONAIS

Em pregão mais curto na véspera do feriado de independência nos EUA, sinais de desaceleração da indústria nas principais economias do mundo pressionaram o petróleo e moderaram o ímpeto das bolsas de Nova York. Ainda assim, os três principais índices acionários de Wall Street terminaram em leve alta, com Tesla apoiada por entregas firmes de elétricos e o setor bancário ajudado pela distribuição de dividendos. Os rendimentos dos Treasuries também avançaram, à medida que o mercado mantém expectativa pela retomada do aperto monetário do Federal Reserve (Fed) este mês. Com liquidez enxuta, o dólar teve ganhos marginais ante euro e libra, mas caiu frente à maior parte das divisas emergentes.

O cenário diante da desaceleração do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial das principais economias, com Estados Unidos, Alemanha, zona do euro e Reino Unido se firmando em território contracionista, limitou os ganhos dos mercados acionários. Enquanto o ING destaca que o setor americano já se encontrava em recessão, diante da queda a 46 do PMI medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), a Oxford Economics apontava para uma “perspectiva sombria” para a indústria da zona do euro.

As perspectivas pressionaram o petróleo, que chegou a ser beneficiado pelos cortes voluntários da Arábia Saudita e da Rússia, anunciados hoje, mas com impulso limitado, segundo a Oanda. Assim, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em queda de 1,20% (US$ 0,85), a US$ 69,79 o barril, enquanto o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 1,01% (US$ 0,76), a US$ 74,65 o barril.

Entretanto, apesar das projeções de mais desaceleração pela frente, os índices acionários de Nova York conseguiram fechar em leve alta. O apoio veio da Tesla (6,90%), após a empresa divulgar recorde no número de entregas do segundo trimestre, e de bancos, na esteira do aumento nos dividendos trimestrais após bons resultados de teste de estresse feito pelo Federal Reserve (Fed). Neste cenário, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,03%, o S&P 500 subiu 0,12% e o Nasdaq avançou 0,21%.

O cenário não foi o mesmo do outro lado do Altântico, onde as bolsas da Europa fecharam mistas, com a desaceleração dos PMIs pesando nos papéis. Em Londres, o FTSE ficou particularmente pressionado pela AstraZeneca, segundo a CMC Markets, “após desapontamento com os resultados de um novo remédio usado no tratamento de câncer de pulmão”.

Os juros dos Treasuries, entretanto, subiram. Na visão da SP Angel, segundo a Dow Jones Newswires, os retornos seguem se beneficiando diante dessa perspectiva de mais altas de juros pelo Fed, mantendo o movimento de alta. Hoje, o destaque também foi para um aprofundamento da inversão entre os juros das T-notes de 2 e 10 anos, atingindo a maior amplitude desde 1981. No horário de fechamento encurtado de hoje, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,921%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,856% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,867%.

No câmbio, o dólar avançou ante euro e libra durante todo o pregão. Na visão da Brown Brothers Harriman (BBH), “com os mercados agora começando a precificar cada vez mais o segundo aumento do Fed este ano, (…) é provável que haja mais ganhos. Os dados de empregos [payroll] desta sexta-feira serão fundamentais para essa reavaliação, embora tenhamos muitos outros dados importantes dos EUA antes disso”. Assim, o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de seis rivais fortes, encerrou a tarde em alta de 0,07%, a 102,988 pontos, o dólar avançava a 144,74 ienes, euro recuava a US$ 1,0913 e a libra tinha queda a US$ 1,2690. (Natália Coelho – [email protected])