CHANCE DE CORTE DO FED NO 1T24 DEIXA DE SER MAJORITÁRIA, MAS POUSO SUAVE AJUDA BOLSAS

O mercado acomodou-se à tarde, após um susto inicial com o relatório de emprego dos Estados Unidos mais forte que o projetado. Ainda assim, os ativos tomaram direções distintas. Juros e dólar mundo afora subiram, o que tenderia a tirar a atratividade das ações, mas as bolsas também tiveram alta. Tomado em conjunto com outros dados divulgados nesta semana, o payroll esfriou o ímpeto de apostas de corte iminente das taxas americanas, com a precificação de redução em março de 2024 recuando de 64,4% ontem para 45,6% hoje – tornando-se minoritárias, portanto. Ao mesmo tempo, os dados corroboram o discurso do Federal Reserve de que a economia dos EUA está em pouso suave, percepção que no fim ajuda a manter vivo o otimismo com o desempenho de empresas listadas. Ao fim da tarde, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 4,731% e o DXY avançava a 104,010 pontos. Entre os índices acionários, Dow Jones teve elevação de 0,36%, S&P 500 ganhou 0,41% e Nasdaq saltou 0,45%. Os ativos locais seguiram a toada externa, ainda que o investidor tenha mantido o radar atento para a questão fiscal. O relatório da LDO deixa uma brecha para limitação do contingenciamento no ano que vem a R$ 23 bilhões, o que trouxe desconforto para agentes, em especial no mercado de renda fixa. Dúvidas sobre o cumprimento da agenda arrecadatória no Congresso também pairam no ar. O DI para janeiro de 2027 tinha alta a 10,11% no fechamento. O dólar à vista subiu a R$ 4,9295 (+0,42%). E o Ibovespa subiu aos 127.093,57 pontos (+0,86%), marca que quase o tira do vermelho no mês (-0,19% até aqui). A alta das commodities deu fôlego adicional ao mercado doméstico.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

Os mercados estrangeiros continuaram calibrando as expectativas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed) ao longo da tarde, enquanto ainda digerem o dado mais forte que o esperado do mercado de trabalho. O resultado esvaziou a aposta majoritária por cortes de juros do BC americano no primeiro trimestre do ano que vem, em um movimento que deu força aos rendimentos dos Treasuries e ao dólar no exterior. Por outro lado, o emprego resiliente ajuda a afastar o risco de recessão nos EUA, cenário também sugerido pelo sentimento do consumidor em alta e ao arrefecimento das expectativas de inflação, conforme leitura preliminar da Universidade de Michigan. Assim, as bolsas de Nova York encontraram espaço para ganhos e o petróleo subiu mais de 2%, antes de uma semana que será marcada por dados de preços e decisão dos principais bancos centrais do globo.

A ferramenta FedWatch do CME Group voltou a mostrar chance majoritária de que o corte de juros dos Estados Unidos ocorrerá apenas em maio, não mais em março, após um payroll mostrar força no mercado de trabalho. Segundo a plataforma, as chances de manutenção dos juros em março agora são de 53,5%, ante 35,4% registrado ontem, enquanto o de cortes caiu de 64,4% para 35,4%.

Entretanto, a Berenberg avalia que as “surpresas positivas” no relatório sobre o emprego não justificam a redução das expectativas de cortes nas taxas da Fed em 2024, mas indica que sua projeção é que o corte de juros ocorra somente no segundo trimestre.

Mesmo assim, a mudança das expectativas da trajetória monetária ajudou a dar fôlego ao dólar ante moedas rivais, registrando recuperação na semana “com base em outro conjunto de dados robustos da economia dos EUA”, conforme avalia a Capital Economics. Os dados vão na contramão de indicadores europeus, principalmente da Alemanha, que por sua vez levaram a uma desaceleração do euro, apesar de a consultoria britânica destacar que a moeda do bloco não parece refletir totalmente o “fosso persistente entre os rendimentos dos EUA e da zona euro, o que provavelmente deixa alguma margem para mais fraqueza no curto prazo”. Assim, o índice DXY fechou em alta de 0,45%, a 104,010 pontos, o dólar subia a 144,98 ienes, o euro caía a US$ 1,0768 e a libra tinha queda a US$ 1,2548.

Já entre as moedas emergentes, o dólar blue subia 3,66%, a 990 pesos argentinos, com novidades sobre a administração do governo de Javier Milei, que inicia oficialmente neste domingo, 10.

A movimentação levou os rendimentos dos Treasuries a se recuperarem de partes das perdas dos últimos dias. Na visão do BMO, a inclinação da curva de juros será, mais uma vez, o tema do próximo ano, o que levará investidores a acompanharem de perto as oscilações dos retornos dos títulos do Tesouro americano. “O início dos cortes nos juros marcará o início da próxima fase do ciclo; no entanto, existe uma grande incerteza se será um processo lento e gradual de retorno à neutralidade, ou se ocorrerá como uma reavaliação acentuada dos preços baseada em um choque externo”, avalia análise. No fim da tarde de Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 4,731%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,233% e o do T-bon de 30 anos tinha alta a 4,314%

Mesmo com pressão dos juros dos Treasuries, as bolsas de Nova York conseguiram se recuperar e fechar no azul, enquanto investidores também consideram dados mais fortes como uma chance de que os Estados Unidos alcancem um pouso suave. O Berenberg avalia que “a capacidade de os EUA conseguirem ou não o pouso suave que esperamos dependerá muito de o Fed cortar as taxas suficientemente cedo para evitar uma recessão mais profunda”.

Também hoje, a Fitch elevou projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos para 2024, de 0,3% para 1,2%, eliminando sua projeção de recessão em 2024, com um quadro fiscal favorável. Para 2025, a estimativa é de uma alta de 1,4%. Assim, o índice Dow Jones subiu 0,36%, o S&P 500 avançou 0,41% e o Nasdaq teve alta de 0,45%.

O petróleo conseguiu reverter parte das perdas recentes, com o WTI de volta ao nível de US$ 70 por barril, mas investidores ainda têm dúvidas da capacidade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de controlar os preços da commodity. Mais cedo, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou que o grupo estará pronto para tomar uma decisão se a situação de mercado exigir. O petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 2,73% (US$ 1,89), a US$ 71,23 o barril. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), ganhou 2,42% (US$ 1,79), a US$ 75,84 o barril

JUROS

Os juros futuros fecharam a sexta-feira em alta, reproduzindo principalmente o comportamento dos yields dos Treasuries após o relatório de emprego nos EUA ter surpreendido levemente para cima e esfriado o otimismo sobre um corte de juros pelo Federal Reserve ainda no primeiro trimestre de 2024. No Brasil, não houve agenda capaz de mexer com as taxas, mas pelo lado fiscal é crescente o desconforto, com os projetos de arrecadação caminhando a passos lentos no Congresso e aumento na perspectiva de gastos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 10,300% para 10,345% e a do DI para janeiro de 2026, de 9,93% para 10,01%. A do DI para janeiro de 2027 avançou a 10,11%, de 10,05%, e a do DI para janeiro de 2029 terminou em 10,53%, de 10,49%. Na semana, as taxas tiveram leve avanço em relação ao fechamento da última sexta-feira.

A leitura do payroll dos EUA em novembro, destaque da agenda do dia, conduziu os ativos de forma generalizada, pressionando para cima as taxas locais. Ao contrário de outros dados que saíram nesta semana, como o relatório Jolts e a pesquisa ADP que sinalizavam para um afrouxamento, o documento de hoje ainda indica resiliência do mercado de trabalho americano, o que pode levar o Federal Reserve a esticar o período de manutenção dos juros entre 5,25% e 5,50%.

A geração de 199 mil vagas superou em 1 mil a mediana de 198 mil, a taxa de desemprego caiu a 3,7%, ante estimativa de estabilidade a 3,9%, enquanto o salário médio por hora avançou 0,35%, praticamente em linha com o 0,30% previsto. Um aumento na criação de vagas ante os 150 mil de outubro era esperado após o fim da greve das montadoras e na indústria de entretenimento.

Na leitura de Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth Management, o mercado de trabalho americano continua seu processo de correção e, a princípio, tudo em linha com o cenário desenhado pelo Fed, que na semana que vem deverá manter inalterada a taxa de juros. “O interesse maior está na sinalização que o FOMC fará dos seus próximos passos”, diz. As apostas de que o processo de quedas começa em março refluíram em relação a ontem, de 64,4% para 45,6%, segundo a ferramenta do CME Group, enquanto as de manutenção subiram de 35,4% para 53,5%.

O ajuste das curvas globais atingiu também os DIs no Brasil, sendo que aqui há ainda um pano de fundo adicional de cautela com o risco fiscal. O economista-chefe e sócio da JF Trust, Eduardo Velho, lembra do adiamento da aprovação dos projetos fiscais para a próxima semana. “O governo, combinado com o apoio da base governista, precisa aprovar na próxima semana a cadeia de projetos que visam a dar um mínimo de arrecadação e suavizar o déficit público para 2024”, afirmou citando a Medida Provisória (MP) da subvenção do ICMS, a votação da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO), os vetos do Carf, regulamentação das apostas esportivas e a reforma tributária. “Caso contrário, teremos um novo estresse na curva de juros.”

Sobre o projeto da LDO, inicialmente, foi vista com bons olhos a supressão da chamada emenda Randolfe, que limitava o bloqueio de despesas à revelia da meta fiscal, pelo relator, o deputado Danilo Forte (União-CE). No entanto, ele incluiu no parecer um dispositivo que propõe a mesma sugestão dada pelo governo, ou seja, de que o contingenciamento não ultrapasse R$ 23 bilhões, mas técnicos do orçamento do Congresso ouvidos pelo Broadcast Político avaliam que o artigo incluído é “confuso” e dá “margem a interpretações”.

Em termos de impacto sobre a curva, o incômodo com a área fiscal tem sido limitado pela melhora do ambiente externo, com retornos dos Treasuries a níveis mais moderados, mas por outro lado é apontado como um dos fatores persistência da desancoragem das expectativas de inflação e pode figurar na lista dos balanços de riscos do Copom no comunicado da próxima semana. “Para uma ancoragem maior das expectativas é preciso reduzir o risco fiscal do país. A possibilidade de aumento de gastos públicos e uma redução dos esforços para zerar a meta de gasto primário no ano que vem geram incertezas”, apontou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research

CÂMBIO

O fortalecimento da moeda americana no exterior e o avanço das taxas dos Treasuries, com o rearranjo das apostas em relação ao início do processo de corte de juros nos EUA em 2024, ditaram o rumo do dólar hoje no mercado doméstico de câmbio. Apesar de relatos de entrada fluxo para bolsa e de internalização de recursos por exportadores, em dia de alta firme das commodities, a moeda trabalhou a maior parte da sessão com sinal positivo, acima do nível de R$ 4,90.

Com máxima a R$ 4,9364, o dólar à vista encerrou o pregão cotado a R$ 4,9295, em alta de 0,42%. Na semana, a divisa apresentou valorização de 1%. Operadores observam, contudo, que a liquidez foi moderada, o que indica ausência de alterações relevantes no posicionamento dos investidores. Principal termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para janeiro movimentou pouco mais de US$ 11 bilhões.

Indicador mais aguardado da semana, o relatório de emprego (payroll) nos EUA em novembro esfriou parte das apostas em início de corte de juros pelo Federal Reserve já em março de 2024. Depois de geração de empregos aquém do esperado revelada pelos relatórios Jolts e ADP nesta semana, havia expectativa de que o payroll pudesse mostrar um mercado de trabalho menos apertado. Não foi o que aconteceu.

Divulgado pela manhã, o payroll revelou que foram geradas 199 mil vagas na economia americana no mês passado, resultado ligeiramente acima da mediana de Projeções Broadcast (198 mil). A taxa de desemprego caiu a 3,7%, enquanto a estimativa era de estabilidade (3,9%). Já o salário médio por hora avançou 0,35%, além do previsto (0,30%).

“Temos uma recomposição do dólar no exterior, com desemprego menor nos EUA e ganhos salariais ainda elevados. O payroll frustra as expectativas do mercado e reduz a probabilidade de antecipação do corte dos juros pelo Federal Reserve para março”, afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, acrescentando que novos fluxos estrangeiros para a bolsa são insuficientes para levar a taxa de câmbio para baixo de R$ 4,80, com piso estimado “de forma econométrica” em R$ 4,72.

Monitoramento da plataforma da CME mostra que as chances de corte da taxa básica americana pelo Fed já em março caíram de 64,4% ontem para 45,6% hoje, na esteira da divulgação do payroll. As atenções se voltam agora para o conteúdo do comunicado do BC americano na quarta-feira, 13, quando provavelmente será anunciada manutenção dos Fed Funds na faixa entre 5,25% e 5,50%. No mesmo dia é divulgada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve reduzir a Selic em 0,50 ponto porcentual, a 11,75%.

Referência do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes, o índice DXY subiu e voltou a superar os 104,000 pontos, com a moeda americana recuperando de parte das perdas expressivas em relação ao iene ontem. O dólar também subiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de exportadores de produtos básicos. Entre pares do real, o peso mexicano, que ontem caiu mais de 1% diante da expectativa de início de corte de juros pelo BC do México, hoje avançou mais de 0,50% em relação ao dólar.

O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, vê um cenário positivo para o real e afirma que “vai sobrar dólar” no Brasil em 2024, com termos de trocas favoráveis, saldo robusto da balança comercial e redução do risco-País ao longo do ano. Oliveira minimiza eventual o impacto da redução da taxa Selic e, em consequência, da diminuição do diferencial de juros na formação da taxa de câmbio ao longo dos próximos meses. “No curto prazo, o juro importa, mas no longo prazo as determinantes apontam para valorização do real. Estamos muito construtivos para o Brasil nos próximos anos”, afirma o economista, que não vê taxa de câmbio se manter de forma sustentável acima de R$ 5.

Em relatório, o Bank of America afirma que o real continua “muito desvalorizado” em relação ao dólar e prevê taxa de câmbio a R$ 4,75 no fim deste ano. “A taxa de câmbio real do Brasil está mais de 15% mais barata do que a sua média de longo prazo, com os superávits comerciais recordes como evidência”, disseram os estrategistas do BofA Claudio Piron e Athanasios Vamvakidis, que têm preferência pelo real em relação ao peso mexicano, já que a taxa de câmbio real do México parece sobrevalorizada.

18:31

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.92950 0.4176 4.93640 4.89570

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4941.000 0.36563 4944.500 4903.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4942.000 0.10128 4960.000 4942.000

BOLSA

Pela primeira vez neste começo de dezembro, o Ibovespa emendou duas altas, quebrando nesta sexta sessão do mês a alternância de ganho e perda que vinha se impondo ao índice, após o salto de 12,54% acumulado em novembro, o maior ganho mensal em três anos. Hoje, voltou a romper nas máximas do dia o limiar dos 127 mil pontos, e conseguiu sustentar o nível em direção ao fechamento, quando ganhou força com Petrobras ON – que operava então, também, no pico desta sexta-feira. Assim, o índice da B3 retoma patamar visto na última sessão de novembro e que o favoreceu a buscar os 128 mil pontos já no dia seguinte, no fechamento de 1º de dezembro.

Desde então, com pouco fôlego após a última sexta-feira, o índice fez uma pausa para consolidação nesta semana, em que acumulou perda de 0,85%, vindo de ganhos nas seis anteriores, desde 23 de outubro. No mês de dezembro, as perdas se resumem agora a 0,19%. No ano, o Ibovespa sobe 15,82%. O giro financeiro ficou em R$ 20,8 bilhões na sessão, em que o Ibovespa oscilou dos 125.562,34 aos 127.289,43 (+1,02%), saindo de abertura aos 126.009,57 pontos. No fechamento, mostrava alta de 0,86%, aos 127.093,57 pontos.

O dado mais aguardado do dia – e também da semana – veio pela manhã, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos referente a novembro. E a leitura desagradou em parte os investidores, que em geral haviam se animado nos dias anteriores com outras métricas sobre o emprego no país, como os levantamentos da ADP e o Jolts, que reforçavam a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) encontraria espaço nos próximos meses para iniciar, antes do que se estimava, o ciclo de corte da taxa de juros de referência.

“Um pouco pior do que se esperava, o payroll trouxe surpresa, o que se refletiu em volatilidade para os preços dos ativos nesta sexta-feira. Jogou um pouco de água no chope de quem acreditava que o Fed poderia começar a cortar os juros já no primeiro trimestre do ano que vem, ou lá por maio, com segurança maior para o segundo semestre nas apostas do mercado”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando o desempenho positivo do setor de commodities e dos bancos para o fechamento do Ibovespa em alta.

O economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman, avalia que o relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o chamado payroll, é consistente com o crescimento da economia americana, mas veio como um balde de água fria no otimismo de investidores e no apetite por risco, de forma que o presidente do Fed, Jerome Powell, na reunião da próxima semana, terá de se manifestar quanto às expectativas de corte de juros no curto prazo, reporta de Nova York a correspondente do Broadcast, Aline Bronzati.

Para a Pantheon, o relatório de empregos dos EUA não deve mudar a decisão do Federal Reserve na próxima semana, considerando que o BC americano já terminou de elevar suas taxas. Mas a solidez na criação de empregos e a queda na taxa de desemprego tornam provável que Powell “resista à pressão para abandonar” a postura rígida do BC americano, bem como a mensagem de que os dirigentes continuam prontos a elevar novamente as taxas de juros, “se necessário”.

A Oxford Economics, por sua vez, considera que detalhes do relatório sobre o emprego, robustos, sugerem que o Fed tende a manter fora da mesa a possibilidade de cortes de juros, por vários meses à frente.

Lá fora, mesmo com idas e vindas, os três índices de Nova York (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) também conseguiram fechar o dia em retomada moderada, com ganhos discretos, na casa de 0,3% a 0,4% na sessão, apesar do avanço visto nos rendimentos dos Treasuries, nesta sexta-feira – que contribuiu para elevar a curva de juros brasileira. Tal reação nos juros futuros domésticos, ao fim de semana que antecede as deliberações não só do Fed mas também do Copom sobre as respectivas políticas monetárias – nas próximas terça, 12, e quarta-feira, 13 -, afetou na B3 em particular as ações associadas ao ciclo doméstico, como as de varejo (Casas Bahia -3,77%, Magazine Luiza -5,75%), na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, ao lado de Azul (-4,33%) e IRB (-4,04%).

No lado oposto, destaque nesta sexta-feira para Pão de Açúcar (+6,13%), Prio (+5,02%) e Arezzo (+3,63%). As ações do setor de petróleo, inclusive Petrobras (ON +3,41%, PN +3,20%), responderam bem à recuperação de mais de 2% nos preços do Brent e do WTI, ao fim de semana bem negativa para a commodity, que acumulou perdas na casa de 4% no intervalo, e para as ações do setor. Assim, Petrobras ON e PN, mesmo com a retomada de hoje, encerraram a semana com perdas de 1,45% e 3,31%, pela ordem.

O dia foi levemente positivo para Vale (ON +0,28%) e para outros nomes do setor metálico (Gerdau PN +0,90%, CSN ON +1,36%), assim como para os grandes bancos, em que o destaque ficou para o avanço de 1,60% em Bradesco PN.

Apesar do mantra de que fim de ano é tempo de rali, o mercado reduziu fortemente o otimismo sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Na contramão da tendência histórica, a fatia dos que acreditam em alta para o Ibovespa na próxima semana agora é minoritária, com 28,57%, enquanto a maioria de 57,14% espera estabilidade para o índice. Os que preveem queda são 14,29%, mesmo porcentual da pesquisa da semana passada. No último levantamento, a percepção de ganho tinha participação de 71,43% e a de variação neutra para 14,29%.

18:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 127093.57 0.86025

Máxima 127289.43 +1.02

Mínima 125562.34 -0.35

Volume (R$ Bilhões) 2.08B

Volume (US$ Bilhões) 4.23B

18:31

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 127180 0.72866 131000 0.47553

Máxima 127495 +0.98 131000 +0.48

Mínima 125675 -0.46 131000 +0.48