CAUTELA INTERNA E FATORES TÉCNICOS PUXAM DÓLAR, QUE AJUDA A PRESSIONAR BOLSA

Cenário
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Na volta morna do feriado da maioria das praças Europeias e dos EUA, os ativos domésticos deram prosseguimento à realização de lucros iniciada ontem. Ainda com volume reduzido e agenda fraca, o investidor optou pela cautela antes do anúncio, previsto para quinta-feira, do restante dos nomes que irão compor o ministério do governo Lula. Foi nesse ambiente que o dólar, também pressionado por questões técnicas como remessas de fim de ano e disputa em torno da Ptax, teve valorização de 1,48% ante o real, a R$ 5,2866, limitando a queda no ano a cerca de 5%. E esse movimento do câmbio teve impacto direto na Bolsa, que viu as ações de exportadoras se sobressaírem e minimizarem o dia negativo. Por outro lado, papéis de empresas mais voltadas à economia doméstica e daquelas que possuem custos em dólar, como as aéreas, sofreram e acabaram levando o Ibovespa a um novo dia de baixa, desta vez de 0,15%, aos 108.578,20 pontos. No caso dos juros futuros, além da cautela local, o avanço dos yields dos Treasuries também acabou pesando na maior parte da sessão, mas no fechamento a pressão de alta se esvaiu as taxas terminaram de lado. Depois do fechamento dos negócios, a assessoria de imprensa do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad informou que ele pediu ao governo atual que não prorrogue a desoneração dos combustíveis. Em Wall Street, os mercados acionários exibiram pouca força durante a sessão desta terça-feira e terminaram sem direção única, também afetados pela baixa liquidez, pela agenda escassa e com os investidores absorvendo o afrouxamento das restrições da China por causa da Covid.

 

  • CÂMBIO
  • BOLSA
  • JUROS
  • MERCADOS INTERNACIONAIS

 

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou esta terça-feira com a segunda alta consecutiva em relação ao real, com ganho de 1,48%, cotado em R$ 5,2866, no maior nível desde o dia 19 (R$ 5,3090). Com uma agenda fraca no exterior e no País, a moeda brasileira se depreciou com maior intensidade que os pares internacionais - reflexo das incertezas políticas e de movimentos técnicos do mercado, de olho na formação da taxa Ptax do ano na próxima quinta-feira, 29.

 

'O mercado continua com bastante aversão a risco, por causa de ruídos políticos. Hoje, a gente conseguiu ver bastante isso, porque o real acabou destoando das demais moedas emergentes, na expectativa para os anúncios sobre quem vai comandar o Ministério do Planejamento e a presidência dos bancos públicos', diz a economista-chefe da Ourinvest, Cristiane Quartaroli.

 

Em um dia de valorização moderada das commodities, o real teve a maior depreciação entre as principais moedas emergentes. Às 17h30, a divisa americana avançava 1,17% em relação ao rand sul-africano e 0,44% ante o peso mexicano. O DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, operou em baixa durante parte da sessão.

 

Ao longo do dia, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite para chefiar o Ministério do Planejamento, dentro do esperado pelo mercado. Como mostrou o Broadcast/Estadão, o desenho final da pasta ficou sem o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) - que cuida de parcerias público privadas e ficará sob o guarda-chuva da Casa Civil - e sem o comando dos bancos públicos.

 

Os nomes dos presidentes da Caixa e Banco do Brasil estão sendo escolhidos pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Desatado o nó sobre o nome de Tebet, a expectativa é de que Lula anuncie os 15 ministérios ainda sem dono na próxima quinta-feira, 29.

 

O chefe de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, diz que a ansiedade do mercado com relação à formação do próximo governo pesou para a alta do dólar hoje, embora atribua a maior parte do movimento do dia a um ajuste dos agentes. O profissional lembra que o Banco Central divulgará também nesta quinta, 29, a taxa Ptax de dezembro e de 2022.

 

'Com uma liquidez baixa, o dólar desceu só dois centavos durante o leilão pela manhã, quando US$ 2 bilhões era para ter feito muito mais', diz Caciano, citando o leilão de linha (venda com compromisso de recompra) feito pelo BC às 10h30 de hoje. 'Para mim, o que está acontecendo é um movimento artificial de compra, com todo mundo pensando na Ptax.'

 

Ao longo da sessão, o contrato futuro do dólar para janeiro, termômetro do apetite por negócios do mercado, movimentou cerca de US$ 12,0 bilhões. (Cícero Cotrim - [email protected])

 

 

18:32

 

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.28660 1.4839 5.30280 5.19740

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5291.000 1.28254 5303.500 5194.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5323.000 1.58397 5332.000 5226.500

 

 

BOLSA

O bom desempenho do índice de materiais básicos (+2,87%), que reúne ações ligadas a commodities, conteve as perdas do Ibovespa a 0,15% na sessão desta terça-feira, em que fechou aos 108.578,20 pontos. Hoje, a referência da B3 oscilou entre mínima de 107.418,40 e máxima de 109.352,67 pontos, saindo de abertura aos 108.739,34 pontos. Ainda fraco nesta reta final de ano, o giro financeiro ficou em R$ 20,0 bilhões na sessão. No ano, o Ibovespa avança 3,58%, mas ainda cede 3,47% no mês de dezembro. Na semana, a perda está em 1,02% com as duas baixas diárias, após cinco ganhos seguidos que colocaram a alta acumulada na semana passada a 6,65%.

 

À tarde, o Ibovespa chegou a ampliar as perdas do dia à casa de 0,7% a 0,8%, com virada pontual em Petrobras para o negativo, mas tanto a ON (+0,67%) como a PN (+0,68%) regressaram ao azul e sustentaram o sinal no fechamento da sessão. O desempenho do índice também foi favorecido por Vale (ON +2,39%) e pelas siderúrgicas (Gerdau PN +4,97%, CSN ON +2,26%), que se mantiveram em alta na esteira dos sinais de reabertura da China - o que dá suporte aos preços do minério -, mesmo com evolução ainda preocupante da Covid-19 na segunda maior economia do mundo, grande consumidora de commodities.

 

Assim, além de Gerdau e de Vale, destaque também para Gerdau Metalúrgica (PN +4,61%, máxima do dia no fechamento) na ponta de ganhos do Ibovespa, com CVC (-7,20%), Via (-7,06%) e Méliuz (-6,40%) ocupando o lado oposto na sessão. Se o dia foi positivo para os materiais básicos, o índice de consumo fechou a terça-feira em baixa de 1,78%.

 

Ontem, a China detalhou como será feito o relaxamento das medidas de restrição, entre as quais o fim do rastreamento de pessoas que tiveram contato com infectados, fim das demarcações de áreas de risco de contágio, bem como, o já antes anunciado, fim da quarentena de viajantes que estiveram fora do país, observa em nota a Guide Investimentos, destacando também a proximidade do início de implementação das medidas, a partir de 8 de janeiro.

 

“Uma reabertura consistente da China em 2023 seria muito boa, traria bom suporte para os emergentes, não só ao Brasil. E temos situação vantajosa frente a outros emergentes, com relação à inflação e dívida. Apesar da recuperação vista na semana passada, em que a Bolsa andou bem com a aprovação de PEC desidratada, com prazo de um ano e não dois, os 'valuations' aqui continuam muito depreciados”, diz Felipe Moura, sócio e gestor de renda variável da Finacap Investimentos.

 

“Até que a PEC ficasse definida, o mercado esteve bem disfuncional, com os ruídos políticos resultando em muito prêmio de risco. E passou a melhorar na última semana, quando se teve um pouco mais de visibilidade”, acrescenta Moura. Ele observa também que a baixa liquidez, em fim de ano sem novos gatilhos, dificulta tirar conclusões para o próximo mês, em que o futuro governo estará apenas começando. “O mercado continuará muito atento a esses movimentos iniciais”, diz.

 

No noticiário doméstico, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta tarde que o martelo sobre o que o novo governo pretende fazer sobre a taxação dos combustíveis ainda não tinha sido batido. No fim da tarde, veio a confirmação, pela assessoria de Haddad, de que ele pediu ao atual governo que a desoneração de combustíveis não seja estendida. Desde cedo, circulavam informações de que a isenção determinada pelo governo Jair Bolsonaro, e prevista para terminar em 31 de dezembro, seria mantida por pelo menos 30 dias, por meio de medida provisória (MP).

 

Na B3, diferentemente das ações de commodities, o dia foi majoritariamente negativo para as de grandes bancos, à exceção de Bradesco ON (+0,61%) no fechamento. No segmento, destaque para Banco do Brasil (ON -3,32%), refletindo ainda a incerteza sobre quem ocupará o comando da instituição de crédito no próximo governo. Sem ainda conhecimento do nome do futuro presidente do banco, relatos dão conta de que Kátia Abreu, que encerrará o mandato de senadora em 2023, teria sido sondada pelo PT para assumir a diretoria de Agronegócios do BB.

 

Para Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, os rumores em torno de nomes para o banco sugerem viés político “cada vez mais forte”, o que “é muito negativo para os papéis ligados a estatais'.

 

Em outro desdobramento do dia, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) reuniram-se no fim da tarde no hotel em que o petista está hospedado em Brasília, conforme o Broadcast Político. Como antecipado mais cedo, a senadora em fim de mandato confirmou a Lula que aceitará o convite para comandar o Ministério do Planejamento.

 

Lula pretende fazer o anúncio final da configuração final da Esplanada apenas na quinta-feira, a três dias da posse. Segundo apurou o Broadcast Político, apesar de importante nó ter sido desatado nesta tarde - a definição de Tebet para o Planejamento -, Lula ainda precisa resolver impasses que envolvem, por exemplo, questões partidárias internas, o que atrasa o fechamento do desenho do governo.

 

Assim como a expectativa para as estatais, 'as nomeações para os ministérios continuaram no foco de atenção nesta semana', observa Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos. 'O mercado não desgostou de Simone Tebet para o Planejamento, parece um nome mais ao centro. Mas ainda enxerga com algum ceticismo o quanto ela poderia trazer algo de diferente numa equipe econômica com peso mais político do que técnico, sinalizando que quer (o futuro governo) uma condução mais heterodoxa, o que traz certa desconfiança', acrescenta a economista. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Amélia Alves e Eduardo Gayer)

 

 

18:27

 

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108578.20 -0.14673

Máxima 109352.67 +0.57

Mínima 107418.40 -1.21

Volume (R$ Bilhões) 1.99B

Volume (US$ Bilhões) 3.78B

 

 

 

 

18:33

 

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110095 -0.37553

Máxima 111360 +0.77

Mínima 108960 -1.40

 

JUROS

Os mercados domésticos estenderam o movimento de realização de lucros já visto ontem, com os juros futuros dando sequência à recomposição de prêmios durante a maior parte da sessão. A partir do meio da tarde, engataram melhora e passaram a andar de lado. Com o noticiário local relativamente esvaziado, o exterior serviu de referência, com as curvas abrindo e moedas emergentes sob pressão. Mas a liquidez continuou bastante abaixo do padrão, com parte dos players já em folga de fim de ano.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,545%%, de 13,571% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 passou de 12,95% para 12,92% e a do DI para janeiro de 2027 de 12,91% para 12,92%. No fim da tarde, a pressão sobre as taxas perdeu força, aparentemente sem um gatilho específico. Depois do encerramento dos negócios, a assessoria do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad informou que ele pediu ao atual governo que a desoneração dos combustíveis, que termina este mês, não seja estendida.

 

Sob a ressalva de que o baixo volume de contratos negociados compromete uma avaliação mais confiável do desempenho dos ativos, profissionais da área de renda fixa viram a trajetória de avanço que prevaleceu nas taxas nesta terça-feira em boa medida atrelada ao mercado internacional. 'Tivemos poucas notícias, mas lá fora os Treasuries voltaram do feriado com juros em alta, o que ajuda a puxar para cima as taxas por aqui. O externo é que está preponderando, mas tem um pouco do contexto local também', afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, referindo-se às preocupações com o cenário fiscal e monitoramento dos nomes que restam para compor o ministério do governo Lula.

 

Conforme apurou o Broadcast Político, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite para assumir o Planejamento, o que em tese seria bem recebido. Um nome fora do PT e de viés liberal agrada ao mercado. Mas a reação acabou sendo neutra, pois a pasta não terá o controle nem do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que deve ficar com a Casa Civil, nem dos bancos públicos, que serão alocados na Fazenda. 'A influência será limitada', diz Rostagno, acrescentando que o PT tem ficado com os postos-chave em termos de apelo político e social. 'Isso traz preocupação sobre a qualidade da política econômica.'

 

Nesse sentido, o perfil mais expansionista que se desenha para a próxima gestão tem estimulado posturas mais conservadoras quanto ao ciclo de corte da Selic em 2023, com várias casas, se não já revendo o espaço para alívio, ao menos trabalhando com um orçamento bem menor. É o caso do BTG Pactual, que revisou sua estimativa para o juro básico no fim do ano que vem de 11,00% para 12,75%, ante os atuais 13,75%.

 

'A deterioração do cenário doméstico já indica que o cenário de cortes de Selic em 2023 precisa ser reavaliado. Nesse sentido, como havíamos sinalizado anteriormente, nosso ciclo de queda de juros se moveu em direção a um movimento mais distante e modesto', afirma, em relatório, a equipe de economistas da instituição liderada pelo ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida. 'Uma deterioração mais significativa dos fundamentos fiscais, que tenha impacto no preço de ativos, deve ser monitorada e impõe riscos altistas a esse cenário', complementa.

 

No exterior, onde a liquidez também esteve comprometida, os retornos dos Treasuries avançaram com apostas de extensão da política monetária restritiva pelo Federal Reserve. A taxa da T-Note de dez anos no fim da tarde renovava máximas na casa de 3,86%. As nevascas que assolam várias partes dos Estados Unidos - com mais de 60 mortes e o Estado de Nova York em situação de emergência - ainda não causam revisões pessimistas para o desempenho da economia no quarto trimestre. Já sobre o afrouxamento da política de covid-zero na China, o mercado tem feito uma leitura de curto prazo, olhando para expectativa da retomada do consumo viabilizada pelas medidas de reabertura. Por ora, o risco de milhares de mortes ao longo de 2023, que podem ter impacto econômico negativo, tem sido relativizado.

 

Em nota, o economista Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, afirma que ainda que não tenha seu fim decretado oficialmente, espera-se que a política de tolerância zero seja extinta totalmente a partir de janeiro, com novas providências no tocante a vacinas sendo tomadas. 'Hoje a Covid chinesa está sendo utilizada para justificar o bom humor do mercado, mas o pico de contágio se renova diariamente e não será raro observarmos mau humor do mercado sendo atribuído à mesma justificativa', afirma.

 

Na agenda econômica, nem o INCC, que acelerou de 0,14% em novembro para 0,27% em dezembro, nem a Nota de Crédito, segundo a qual a inadimplência no crédito livre (4,3%) atingiu o pico desde junho de 2018 (4,4%), tiveram efeito sobre a curva. O dia teve ainda o relatório da dívida pública de novembro mostrando aumento de 11% no colchão de liquidez do Tesouro, para R$ 1,142 trilhão, suficiente para cobertura de vencimentos por 9,30 meses. (Denise Abarca - [email protected])

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

Na volta do Natal, com a agenda econômica esvaziada e pouca liquidez devido aos feriados de fim de ano, investidores digeriram as medidas de reabertura na China, que geraram otimismo e menor busca por segurança, se refletindo no enfraquecimento do dólar e na alta dos retornos dos Treasuries, assim como no fortalecimento das commodities. No entanto, o aumento de casos da doença no país asiático e a dificuldade em lidar com o caos sanitário preocupam e limitam os ganhos dos ativos de risco, sendo que os mercados acionários de Nova York exibiram pouca força durante a sessão. Nos EUA, as fortes nevascas levantam temores quanto ao crescimento da economia americana, apesar de a maioria dos analistas não acreditar em impactos robustos.

 

Após a China detalhar o afrouxamento de regras relacionadas à pandemia de covid-19 ontem, a Administração Nacional de Imigração do país asiático anunciou hoje que voltará a emitir passaportes para os cidadãos do país que viajem ao exterior, além de retomar certos vistos de trânsito para passageiros internacionais.'A China está na frente e no centro dos mercados no momento', disse Hani Redha, gerente de portfólio da PineBridge Investments, ao The Wall Street Journal. 'Sem isso, estava bem claro para nós que teríamos uma recessão global bastante ampla. Agora, com a China se movendo na direção oposta, você pode atenuar isso', acrescenta. O gigante asiático ainda revisou seu crescimento econômico em 2021 ante o ano anterior, de 8,1% reportado em janeiro a 8,4%, o que eleva a base de comparação para a expansão deste ano.

 

Este cenário trouxe certo otimismo, o que reduziu a apetite por ativos de segurança. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,408%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,854% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,939%. A LPL Research espera que o rendimento do Tesouro de 10 anos termine 2023 em 3,25-3,75%. 'O Federal Reserve (Fed) tem atuado de forma agressiva para tentar domar a inflação, mantendo as expectativas inflacionárias bem ancoradas, ao mesmo tempo em que freia a economia. A inflação mais baixa e a desaceleração da economia apontariam para um viés de queda nos rendimentos', diz a consultoria. No câmbio, o euro avançava a US$ 1,0644, a libra perdia a US$ 1,2029, e o dólar tinha alta a 133,54 ienes. Já o DXY baixou 0,13%, a 104,179 pontos.

 

Apesar da intensificação da reabertura chinesa, analistas têm dito que as ondas atuais de infecções pelo país continuarão a pressionar a atividade. 'A China realmente se esforçou para abandonar a covid zero e haverá algumas dores de crescimento com esse esforço. A explosão na contagem de casos provavelmente será economicamente prejudicial para eles', disse Michael Reynolds, vice-presidente de estratégia de investimento da Glenmede, ao The Wall Street Journal. Dessa forma, os mercados acionários exibiram uma sessão contida. O Dow Jones avançou 0,11%, a 33.241,56 pontos, o S&P 500 teve baixa de 0,40%, a 3.829,25 pontos, e o Nasdaq perdeu 1,38%, a 10.353,23. Ações da Tesla despencaram 11,41%, após circular informação de que a montadora de veículos elétricos vai reduzir sua produção na fábrica de Xangai em janeiro, diante do medo de avanço do coronavírus.

 

Nos EUA, o Estado de Nova York entrou em estado de emergência devido à tempestade de inverno. Para analistas, o Produto Interno Bruto (PIB) do país no quarto trimestre deve ser impactado, mas não de forma robusta. O Goldman Sachs projeta que, em 2023, os EUA evitarão uma recessão e, em vez disso, continuarão progredindo em direção a um pouso suave. 'Esperamos que o Fed entregue aumentos de taxa de 25 pontos-base em fevereiro, março e maio e, em seguida, mantenha a taxa em 5-5,25% pelo resto de 2023. Estamos céticos de que o FOMC cortará a taxa até que a economia esteja ameaçando entrar em recessão, e não esperamos que isso aconteça no próximo ano', prevê o banco.

 

Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo fecharam mistos. Além da melhora da perspectiva para a demanda, no momento em que a China relaxa sua postura no combate à covid-19, esteve no radar o fato de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto proibindo a venda de petróleo russo para os países que impuserem teto ao preço do produto. O óleo WTI para fevereiro fechou com queda de 0,04%, em US$ 79,53 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 0,49%, a US$ 84,33 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).(Letícia Simionato - [email protected])

 

 

 

 

 

 

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