CAGED FORTE IMPULSIONA MAIS DI, PRESSIONADO AINDA POR LIQUIDAÇÃO DOS TREASURIES

Sinais de que a economia brasileira tal qual a americana mostra resiliência mesmo com o juro em nível restritivo impulsionaram as taxas futuras domésticas na tarde desta segunda-feira. O resultado do Caged acima do teto da pesquisa do Projeções Broadcast deu a senha para que a curva local abrisse mais de 20 pontos-base nos vencimentos de curto e médio prazo diante da percepção dos agentes de que o crescimento do Brasil em 2023 se encaminha mesmo para os 3%. A chance de o Banco Central desacelerar o ritmo de cortes da Selic a 0,25 ponto porcentual ganhou corpo em dezembro (30% a 35% das apostas) e janeiro (40% das apostas). Enquanto isso, no exterior, o PMI industrial dos EUA forte proporcionou aumento de apostas em retomada do aperto monetário ainda este ano. Ainda que esse não seja o cenário-base, a percepção é de que, ainda assim, as taxas deverão permanecer altas por mais tempo para debelar ameaças inflacionárias. O retorno da T-note de 10 anos superou, no pico da sessão, níveis de 16 anos, acima dos 4,70%, estendendo por mais um dia a reprecificação de ativos mundo afora. De volta ao Brasil, o Ibovespa conseguiu manter o nível psicológico dos 115 mil pontos no fim, ainda que a perda tenha sido forte – o índice desceu aos 115.056,86 pontos (-1,29%). No câmbio, o dólar à vista subiu aos R$ 5,0667 (+0,79%), acompanhando a valorização global. O real, contudo, teve performance melhor que os pares, uma vez que a maior parte do ajuste já foi feita na semana passada.

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

JUROS

Os juros futuros, que pela manhã já operavam pressionados pelo exterior, galgaram patamares ainda mais elevados à tarde, acompanhando as novas máximas dos Treasuries e o avanço do dólar e com componente doméstico que tornou mais conservadoras as apostas para o ciclo da Selic. A geração de vagas apurada pelo Caged de agosto superou com folga o teto das estimativas e consolidou a ideia de que não há espaço para ousadias do Copom. Lá fora, os índices de gerentes de compras (PMIs, em inglês) industriais dos EUA também vieram acima das previsões, reforçando apostas de que o Federal Reserve voltará a subir os juros ainda este ano.

Às 17h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 superava 11% e estava em 11,020%, de 10,829% o ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 subia a 10,81%, de 10,57%. A taxa do DI para janeiro de 2027 marcava 11,03%, de 10,80%. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 11,50%, de 11,30% no ajuste de sexta-feira.

As taxas do miolo da curva chegaram a abrir mais de 20 pontos-base ao longo da tarde, sob pressão do exterior e do Caged. O saldo de 220.844 vagas criadas em janeiro superou o teto das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que era 209.692 postos. É mais um resultado forte do mercado de trabalho, na sequência da Pnad Contínua, que na semana passada mostrou que a taxa de desemprego no trimestre até agosto caiu a 7,8%, com massa salarial recorde.

“Temos o setor de serviços como protagonista, indicando resiliência da atividade e também trajetória mais lenta do grupo de serviços, que é o que vem sendo observado pelo Banco Central”, comentou a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. Sozinho, o setor de serviços, com 114.439 postos, respondeu por metade do saldo líquido de agosto. Vale lembrar que, também no IPCA-15 de setembro, na semana passada, o mercado se incomodou com a aceleração da inflação de serviços, ainda que o índice cheio (0,35%) tenha vindo abaixo da mediana das previsões (0,37%).

Segundo cálculos do economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, a precificação da curva a termo preservava os 10% de probabilidade de aceleração no ritmo de queda da Selic para 0,75 ponto no Copom de novembro e 90% de chance de 0,50 ponto. Para a reunião de dezembro, as apostas em 0,75 ponto estão zeradas e a probabilidade de uma diminuição da dose para 0,25 ponto já está entre 35% e 30%, contra 65% a 70% de chance de 0,50 ponto. “Para o Copom de janeiro, a probabilidade de 0,25 já está em 40%”, afirma Serrano. A curva projeta Selic já um pouco acima de 11,75% para o fim de 2023 e em 10,50% no fim de 2024.

Em evento hoje da Abracam, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o mercado tem errado bastante para baixo as projeções de crescimento. “As pessoas começaram a se perguntar se não seria o caso de estudar um pouco se todas essas reformas feitas nos últimos anos estão causando crescimento estrutural mais alto”, disse.

A resiliência da economia traz preocupações sobre a eficácia do ciclo de aperto monetário promovido também nos EUA. Não só se espera juro elevado por um período prolongado como os PMIs acima do esperado despertaram novamente as apostas de retomada da alta pelo Federal Reserve na reunião de novembro, ainda que continuem minoritárias. O juro da T-note de 10 anos chegou a 4,70% nas máximas do dia, maior nível em 16 anos, e o do T-bond de 30 anos, a tocar recorde de 13 anos, em 4,81%. A taxa da T-Note de 2 anos, por sua vez, na máxima foi a 5,12%.

O economista André Perfeito comenta que até a curva nos EUA voltar a ficar positivamente inclinada, a variável de ajuste será a parte longa. “Dada a inclinação negativa da curva de juros nos EUA e dado que os juros curtos não vão cair, única solução lógica para isso será a elevação dos juros longos. Os efeitos será o fortalecimento do dólar e a perspectiva de juros mais elevados no mundo num ambiente inflacionário mais desafiador”, afirma.

Campos Neto, no evento da Abracam, mostrou preocupação com a possibilidade de os juros continuarem subindo lá fora. “Se a taxa de juros longa nos Estados Unidos continuar alta e continuar subindo, em algum momento, podemos ter saída de recursos acelerada”, disse o presidente do BC.

MERCADOS INTERNACIONAIS

Indicadores de atividade industrial mais fortes que o esperado e sinalizações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) ajudaram a elevar as chances de uma alta de 25 pontos-base nos juros americanos na próxima decisão, segundo ferramenta do CME Group – apesar da possibilidade de manutenção ainda ser majoritária. Como resultado, a sessão foi marcada por mais uma rodada de firme venda de títulos públicos globalmente, que levou o rendimento dos Treasuries de 10 anos ao maior nível em 16 anos e o do T-bond de 30 anos à máxima desde 2010. O cenário também deu fôlego ao dólar antes moedas fortes, o que levou o índice DXY a bater 107 pontos – o euro atingiu mínimas desde janeiro ante a divisa americana. O movimento no câmbio impôs pressão considerável sobre o petróleo, que terminou em queda de cerca de 2%. Já as bolsas de Nova York fecharam mistas, com Nasdaq ainda apoiada por empresas de semicondutores.

Powell afirmou hoje que o Fed está focado em retomar a estabilidade de preços, apesar de não mencionar mudanças nas taxas dos Fed Funds, ao contrário da diretora da autoridade monetária, Michelle Bowman, que destacou que considerada “apropriado” elevar novamente os juros e mantê-los em nível restritivo “por algum tempo”.

Também em discurso realizado hoje, o vice-presidente para Supervisão do Federal Reserve, Michael Barr, apontou que a questão mais importante é por quanto tempo os juros terão de seguir em “nível suficientemente restritivo para atingir nossas metas”, o que, segundo ele, “deve levar algum tempo”, considerando a resiliência da inflação.

As falas se juntaram aos resultados do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial medidos pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) e pelo S&P Global, ambos maiores que a expectativa do mercado. Entretanto, conforme avalia a Oxford Economics, com foco no PMI do ISM, o avanço não é suficiente para compensar os últimos meses em que o dado ficou abaixo do nível neutro, mas eleva as chances de um pouso suave.

Dessa forma, o dia foi de avanço forte dos rendimentos dos Treasuries. Na visão do analista Edward Moya, da Oanda, os investidores estão “começando a perceber que o rendimento disponível ao longo da curva do está muito atraente neste momento”. Já o BMO já destaca a importância do relatório de empregos (payroll), que será divulgado nesta sexta-feira, segundo análise, deverá “definir o tom de negociação dos títulos do Tesouro”. Por volta das 17h(de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 5,096%. O da T-note de 10 anos avançava a 4,678%, após ter atingido 4,702% na máxima intraday, ultrapassando a marca de 4,7% pela primeira vez desde outubro de 2007. Já o do T-bond de 30 anos marcava alta a 4,775%, depois de ter alcançado 4,818%, maior nível desde abril de 2010.

No câmbio, houve busca acentuada pela proteção da moeda americana. Segundo destaca a CMC Markets, a moeda ganhou força principalmente em relação a moedas ligadas a commodities, após PMIs industriais e de serviços menores que o esperado da China. Já o Brown Brothers Harriman (BBH) aponta o acordo temporário entre as casas legislativas americanas no fim de semana, que resolveram temporariamente a possível paralisação do governo americano até novembro, de forma que não há razão para “acreditar que a tendência ascendente do dólar tenha terminado”. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 149,80 ienes, o euro recuava a US$ 1,0491, o menor nível desde janeiro, e a libra tinha baixa a US$ 1,2098. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho de 0,74%, a 106,904 pontos, o maior nível desde novembro de 2022.

Com a pressão cambial, o petróleo cedeu pelo quarto pregão consecutivo, mas com o Bret ainda acima de US$ 90 o barril. Na visão de Craig Erlam, da Oanda, a perda de impulso pode se relacionar ainda com realização de lucros, “dada especialmente a proximidade com a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) na quarta-feira”. O barril do petróleo WTI para novembro cedeu 2,17% (US$ 1,97), a US$ 88,82 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para dezembro recuou 1,62% (US$ 1,49), em US$ 90,71, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).

Assim, os principais índices acionários de Nova York fecharam sem direção. Nasdaq conseguiu subir 0,67%, com destaque para as altas da Nvidia (+2,95%), Alphabet (+2,53%) e Meta (+2,20%). Já a Tesla conseguiu reverter suas perdas de mais cedo e fechou em alta de 0,55%%, após chegar a cair mais de 1% ao informar entregas de veículos elétricos abaixo do esperado pelo mercado. Hoje, o índice Dow Jones caiu 0,22% e o S&P teve alta marginal de 0,01%.

Ainda, o City Index alerta que, enquanto os juros dos Treasuries continuarem subindo, o mercado acionário deverá ficar sob pressão. “Confrontados com riscos adicionais em um ambiente macro desafiante, os investidores que procuram rendimento prefeririam obter um retorno fixo e decente, do que esperar pagamentos de dividendos incertos ou uma maior valorização do capital em ações”.

BOLSA

Vindo de três ganhos no fechamento do mês anterior, o Ibovespa iniciou outubro pressionado pela aversão a risco global, que resultou em forte avanço dos rendimentos dos Treasuries nesta abertura de semana. Assim, o índice da B3 encerrou o dia bem mais perto da mínima (114.761,10) do que da máxima (116.672,30) da sessão, saindo de abertura aos 116.565,17 pontos. Ao fim, mostrava queda de 1,29%, a 115.056,86, com giro fraco, a R$ 15,8 bilhões. No ano, o índice sobe 4,85%.

Ainda no começo da tarde, os juros dos Treasuries ampliavam alta, levando os rendimentos da T-note de 10 anos ao maior nível em 16 anos e os do T-bond de 30 anos a tocar recorde de 13 anos. Nesse contexto de aversão a risco, as ações de maior peso e liquidez operaram em sentido único, negativo. A deterioração do Ibovespa, do meio para o fim da tarde, seguiu a acentuação de perdas em Petrobras ON e PN, então nas respectivas mínimas do dia, acompanhando o Brent em queda perto de 2% na sessão, no piso do dia para o barril. No fechamento, Petrobras ON mostrava baixa de 1,90% e a PN, de 1,50%

Assim, o Ibovespa, após ter fechado a sexta-feira aos 116,5 mil pontos, retrocedeu hoje, durante a sessão mas não no fechamento, aos níveis de terça e quarta-feira passadas, quando fechou nos menores patamares desde o começo de junho.

“Início de outubro e mercado não resiste: a aversão a risco global voltou a dar o tom, sem que o impedimento do ‘shutdown’ nos Estados Unidos, com a votação no Congresso americano no sábado, contribuísse para a melhora da confiança neste início de semana”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos. À tarde, acrescenta o analista, veio a piora, em cima também de novas falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que foi “duro com relação à estabilidade de preços.”

“Dia bastante difícil, com a Bolsa brasileira respondendo à dinâmica de juros lá fora, com forte pressão também sobre as ações cíclicas domésticas, entre as quais as ‘small caps’ [papéis de menor capitalização de mercado, que costumam amplificar movimentos em relação ao Ibovespa, especialmente quando este opera sob pressão, como hoje]”, diz João Piccioni, analista da Empiricus Research. “Bolsa inteira, praticamente, veio para baixo”, acrescenta.

Sem negócios na China em razão do feriado da “Semana Dourada” e, dessa forma, sem referência de preços para o minério nesse intervalo, o dia na B3 foi negativo também para o setor metálico, com Vale ON em baixa de 0,87% – e que inclui a siderurgia (Gerdau PN -1,45%, CSN ON -0,99%). A sessão foi ruim para o segmento de maior peso no índice, o financeiro, com destaque, entre os grandes bancos, para Bradesco (ON -1,58%, PN -1,40%).

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta segunda-feira, Vamos (-8,41%), MRV (-6,56%) e Azul (-6,15%), com Fleury (+3,37%), BB Seguridade (+2,34%), BRF (+2,06%) e Minerva (+1,73%) na fila oposta, em que 13 papéis, dos 86 que constituem a carteira Ibovespa, conseguiram evitar perdas na sessão.

Na agenda doméstica, destaque nesta segunda-feira para os números do Caged, sobre a geração de vagas de trabalho, que “surpreendeu positivamente” em agosto, acima do teto das expectativas para o mês, aponta Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

“Temos sinais de que a desaceleração do mercado de trabalho é bastante gradual, com as admissões fazendo frente às demissões. O mercado de trabalho ainda está aquecido, o que resulta em um crescimento forte para o PIB em 2023”, acrescenta a economista, destacando o desempenho do setor de serviços na geração de vagas em agosto, responsável por quase 52% do saldo do Caged – e um segmento com peso de pouco mais de 70% no PIB. “A desaceleração do setor de serviços tem se mostrado também mais gradual do que se previa

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 115056.86 -1.29396

Máxima 116672.30 +0.09

Mínima 114761.10 -1.55

Volume (R$ Bilhões) 1.57B

Volume (US$ Bilhões) 3.10B

17:33

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 115625 -1.38172

Máxima 117290 +0.04

Mínima 115235 -1.71

CÂMBIO

O dólar à vista abriu a semana em alta firme no mercado doméstico de câmbio, em mais um dia marcado por avanço das taxas dos Treasuries e fortalecimento da moeda americana no exterior. Leituras acima do esperado de índices gerente de compras (PMIs) industriais nos Estados Unidos em setembro levaram a aumento das chances de nova alta da taxa básica do país pelo Federal Reserve neste ano, reforçando o cenário de juros elevados por período prolongado nos EUA.

Forte em todo o mundo, o dólar já abriu em alta por aqui e superou rapidamente o nível de R$ 5,05. No início da tarde, em sintonia com avanço das taxas da T-note de 10 e 30 anos, atingiu o pico da sessão a R$ 5,0805. Ao fim do pregão, a moeda subia 0,79%, negociada a R$ 5,0667, ainda nos maiores níveis desde 31 de maio. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para novembro teve giro expressivo para uma segunda-feira, movimentando mais de US$ 14 bilhões.

O real, que costuma sofrer mais em episódios de estresse no exterior por ser mais líquido, desta vez não liderou as perdas entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre pares latino-americanos, o peso colombiano apresentava, no fim da tarde, queda superior a 2%, ao passo que o peso mexicano perdia cerca de 1,5%.

“O real apanhou muito na semana passada e hoje acaba com desempenho melhor que os pares. A inflação americana ainda é alta e o pessimismo dos membros do Fed pressiona o dólar para cima no mundo”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. “O grande ponto e que o Fed demonstra estar confuso de como sair deste impasse juros versus inflação”.

Monitoramento da CME mostrou que a possibilidade de o BC americano elevar a taxa básica em 25 pontos na sua próxima reunião de política monetária, em 1° de novembro, subiu de cerca de 18% na sexta-feira para pouco mais de 30%. A agenda da semana traz divulgação de dados do mercado de trabalho americano em setembro (pesquisa ADP na quarta-feira, 4, e payroll na sexta-feira, 6), o que contribui para o clima de cautela nos mercados.

Diretora do Fed, Michelle Bowman afirmou hoje que considera “apropriado” elevar mais os juros e mantê-los em “nível restritivo por algum tempo” a fim de que a inflação volte à meta de 2%. Já o vice-presidente para supervisão do BC americano, Michael Barr, disse que a questão mais importante não é se os juros devem subir mais neste ano, mas por quanto tempo terão que permanecer “em nível suficientemente restritivo” para atingir a meta de inflação, o que “deve levar algum tempo”.

Referência do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY tocou novamente o nível dos 107,000 pontos, especialmente em razão dos ganhos da moeda americana em relação ao euro. Dados de PMI industrial da zona do euro mostraram queda na passagem de agosto para setembro, em linha com a expectativa de analistas.

As taxas dos Treasuries avançaram em bloco. Principal ativo do mundo e referência para os mercados globais de renda fixa, o retorno da T-note de 10 anos subiu mais de 2%, tocando 4,70% na máxima, maior nível desde outubro de 2007. Já as cotações do petróleo recuaram, com o tipo Brent em baixa de 1,62%, cotado a US$ 90,71 o barril, às vésperas da reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo e aliados (Opep+)

No front doméstico, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,904 bilhões em setembro, abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (US$ 9,10 bilhões), mas, ainda assim, recorde para os meses de setembro. No ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 71,309 bilhões. O governo revisou a projeção de superávit neste ano de US$ 84,7 bilhões para US$ 93 bilhões.

O economista da Pezco Helcio Takeda afirma que a perspectiva de superávit comercial recorde em 2023 não deve impedir que o dólar se mantenha acima de R$ 5,00 até o fim do ano. “O dólar parece estar mais sujeito a fatores internacionais, como o avanço dos yields das Treasuries, que acabam exercendo influência muito maior do que os fundamentos do País, como o superávit comercial renovando recordes e o déficit tranquilo em conta corrente”, afirma.

Takeda espera dólar em R$ 5,03 no fim de 2023 – praticamente em linha com o fechamento da última sexta-feira (R$ 5,0268) e pouco acima do “valor justo” indicado pelos fundamentos, mais próximo de R$ 4,90. (Antonio Perez – [email protected], com Cícero Cotrim)

17:33

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.06670 0.7937 5.08050 5.03770

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5078.000 0.43513 5100.500 5057.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5021.500 26/09