O rali do mercado acionário brasileiro teve uma pausa nesta sexta-feira, sessão que marcou apenas a segunda baixa do Ibovespa no mês. O ajuste de queda se deu em meio ao recuo das ações em Nova York, onde as bolsas foram pressionadas pela realização de lucros e também pela percepção de que o Federal Reserve pode retomar a alta dos juros em julho após a parada desta semana. O índice encerrou o dia em 118.758,42 pontos, queda de 0,39%. Na semana, marcada pela revisão de estável para positiva da nota BB- do Brasil pela S&P, houve valorização de 1,49%. Foi o oitavo ganho semanal seguido, sequência não vista desde o período de julho a setembro de 2017 - em que também houve oito semanais altas, na recuperação do mercado local após o soluço do "Joesley Day" e quando o mercado passou a projetar cortes ainda mais profundos na Selic. Mais uma vez, a perspectiva de juro mais baixo embalou a sequência de ganhos, que no acumulado do período analisado foi de 13,8%. Agora, o mercado segue projetando início da flexibilização dos juros em agosto e taxa de um dígito no fim de 2024. Na semana pré-Copom, o mercado de juros futuros teve oscilação discreta, à medida que assimilou dados de atividade mistos e surpresas desinflacionárias. No mercado cambial, o real segue a valorização recente da Bolsa, ainda que em menor intensidade. Hoje a moeda subiu aos R$ 4,8196 (+0,36%), mas na semana houve queda de 1,16%. O diferencial do juro doméstico, mesmo se mantidas as previsões de mais altas do Fed e baixa sustentada da Selic, segue atrativo, ponderam operadores. Lá fora, o dólar também caiu na semana na cesta DXY, pressionado pela valorização dos pares euro e iene após decisões de política monetária. As bolsas caíram na variação diária (Dow Jones perdeu 0,32%, S&P 500 recuou 0,37% e Nasdaq cedeu 0,68%), mas subiram na semana (1,25%, 2,58% e 3,23%, respectivamente). Os juros dos Treasuries subiram.
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BOLSA
A realização dos lucros acumulados nos últimos dias levou o Ibovespa a uma queda de 0,39% na sessão desta sexta-feira, 16, quando encerrou o dia com 118.758,42 pontos. O ajuste, no entanto, não foi suficiente para impedir o índice de chegar à oitava alta semanal consecutiva (+1,49%), na maior sequência de ganhos desde setembro de 2017. Embalada pelo otimismo com o País, a referência da B3 acumulou ganho de 13,8% neste período.
Nesta sessão, o índice operou volátil devido ao vencimento de opções sobre ações, entre mínima de 118.487,30 pontos (-0,62%) e máxima de 119.554,92 pontos (+0,28%), vindo de duas sessões consecutivas nas quais sustentou o nível de 119 mil pontos no fechamento e renovou os picos do ano. O giro financeiro atingiu R$ 35,1 bilhões, acima da média das últimas sessões.
Profissionais do mercado destacam que o Ibovespa ainda se beneficia do aumento do otimismo com o País, devido à expectativa de início do ciclo de cortes da taxa Selic em agosto e à melhora da perspectiva para o rating soberano do Brasil anunciada esta semana pela S&P Global, de estável para positiva. Por isso, atribuem a baixa da sessão a um ajuste que segue o bom desempenho da Bolsa nas últimas semanas.
"Houve um movimento de ajuste, porque tivemos uma puxada forte na semana e que, no meu ponto de vista, levou o Ibovespa a um nível já acima do esperado quando se olha para o cenário macro do Brasil", diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. "Teve muita empolgação com a perspectiva de redução dos juros e de estímulos na China, que levou a uma entrada de estrangeiros nos papéis de commodities."
As perdas do dia foram puxadas por segmentos como consumo (-1,39%) e imobiliário (-0,84%), que são sensíveis aos juros e acumulam ganhos ainda expressivos no ano, de 6,76% e 32,99%, respectivamente. Em contrapartida, o segmento de materiais básicos - que ainda perde 2,92% em 2023 - foi o destaque positivo da sessão, com alta de 0,14%. O setor financeiro também avançou no pregão (+0,07%).
Em um dia de vencimento de opções sobre ações, as bluechips Petrobras e Vale conseguiram sustentar ganhos e ajudaram a limitar as perdas do Ibovespa, amparadas também por altas acima de 1% nos preços do petróleo e pelo leve ganho de 0,12% do minério de ferro na China. Os papéis preferenciais e ordinários da petroleira avançaram 0,85% e 0,60%, respectivamente, em meio ao pagamento de dividendos a investidores, enquanto Vale ON ganhou 0,16%.
O sinal negativo de Nova York contribuiu para limitar o desempenho do Ibovespa na sessão, com quedas de 0,68% (Nasdaq) a 0,32% (Dow Jones). A trajetória de alta dos juros futuros - que avançaram ao longo do pregão, mas acabaram terminando o dia entre estabilidade e queda - também ajudou a prejudicar os segmentos mais relacionados à economia doméstica, segundo analistas.
Apesar da perda observada no dia, analistas destacam que a tendência ainda é de ganhos para o Ibovespa, já que o Brasil deve continuar atraindo recursos externos. Conforme dados publicados pela B3, investidores estrangeiros já ingressaram com R$ 6,913 bilhões na Bolsa brasileira em junho e R$ 13,791 bilhões em 2023 - e cerca de metade desta cifra ingressou nos últimos cinco pregões.
O JPMorgan elevou a projeção para o Ibovespa no fim de 2023, de 130 mil pontos para 135 mil pontos, citando a melhora do seu cenário macroeconômico para o País, com aumento na projeção de crescimento do PIB (0,5% para 2,4%) e queda na expectativa para a taxa Selic terminal (12% para 11%). O banco americano vê o Brasil como "protagonista" entre emergentes no segundo semestre, devido à expectativa de queda dos juros.
As atenções, agora, ficam voltadas à decisão de política monetária do Banco Central na próxima quarta-feira, 21. É praticamente consenso entre analistas do mercado que a autoridade monetária deve manter a taxa Selic em 13,75%, e a maioria das casas espera alguma sinalização de que um corte de juros pode estar próximo.
Na ponta negativa do Ibovespa, os destaques do dia ficaram com Carrefour ON (-6,56%), Rumo ON (-4,75%), Assaí ON (-4,18%), Via ON (-4,14%) e Marfrig ON (-4,11%). Em contrapartida, as maiores ganhadoras do pregão foram CVC ON (+5,63%), Dexco ON (+3,06%), SLC Agrícola ON (+2,94%), CPFL Energia ON (+2,89%) e Azul ON (+2,79%). (Cícero Cotrim - [email protected]).
18:07
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 118758.42 -0.388
Máxima 119554.92 +0.28
Mínima 118487.30 -0.62
Volume (R$ Bilhões) 3.50B
Volume (US$ Bilhões) 7.26B
18:03
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 121085 -0.65228
Máxima 122050 +0.14
Mínima 120760 -0.92
JUROS
Os juros futuros passaram a sexta-feira em trajetória de alta, mas a pressão perdeu força no meio da tarde e as taxas acabaram fechando entre a estabilidade e viés de baixa. O exterior foi apontado como principal condutor hoje dos negócios. Os juros dos Treasuries avançaram, assim como o dólar, com o aumento da percepção de novas altas de juros nos Estados Unidos, o que acabou reverberando por aqui. Porém, ajustes técnicos acabaram dissipando o movimento de avanço das taxas, dado ainda o ambiente de otimismo com os fundamentos econômicos no Brasil. A agenda local, com o IBC-Br acima do consenso e o IGP-10, abaixo, não chegou a alterar a convicção do mercado sobre o ciclo de cortes da Selic.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou a 13,025%, de 12,999% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 ficou em 11,140%, de 11,09%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,525%, de 10,56%, e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 10,860% (de 10,90%). No balanço da semana, a curva teve ligeira inclinação, com a ponta curta estável ante os níveis da última sexta-feira e a longa com alta de menos de 10 pontos-base.
As taxas tinham avanço mais firme pela manhã, acompanhando a reação dos ativos externos a discursos de membros do Fed que fortaleceram as apostas de aperto de juro no encontro de política monetária de julho. "Não temos um driver específico para curva hoje, mas lá fora os ativos estão pressionados com esse 'para e volta' das apostas para o Fed", afirma o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier.
Segundo ele, assim como as incertezas sobre os próximos passos do Fed, no Brasil há dúvidas sobre se a precificação de cortes na curva está adequada ao cenário e se o prêmio é justo, o que ajuda a explicar o comportamento mais volátil do miolo da curva, mais especificamente o DI janeiro de 2025 e janeiro de 2026. De maneira geral, os DIs projetam de forma majoritária manutenção da Selic em 13,75% na próxima semana, corte de 25 pontos no Copom de agosto, de 50 pontos no de setembro e taxa entre 11,75% e 12,00% no fim do ano. No fim de 2024, a projeção é de 9,75%.
Na esteira do IPCA de maio abaixo da mediana, vieram declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abrindo a guarda para um eventual corte "à frente" em evento com varejistas no começo da semana, mas a empolgação do mercado foi refreada pela entrevista do diretor do Renato Dias Gomes, ao Broadcast/Estadão, na qual disse que o BC não deve ter pressa para reduzir. Daí veio a S&P e melhorou a perspectiva da nota de crédito do Brasil (BB-), devolvendo animação aos ativos.
Dois indicadores na agenda da sexta-feira embasam a percepção positiva sobre a economia brasileira e a ideia de que o espaço para o Copom começar ao menos a sinalizar na reunião da semana que vem que uma queda da Selic na próxima está no radar.
O IGP-10 de junho caiu 2,20%, de -1,53% em maio, abaixo da mediana que apontava deflação de 2,12%. Já o IBC-Br de abril subiu 0,56% na margem, atingindo 148,33 pontos, no melhor desempenho desde dezembro de 2013. O número deve puxar revisões para cima de PIB no segundo trimestre, mas nada que interfira na avaliação de que as condições para o alívio monetário estão sendo cumpridas. "Apesar do IBC-Br melhor, os dados do segundo trimestre, no geral, estão fracos", afirmou Xavier.
No meio da tarde, ajustes técnicos acabaram por aliviar a curva, principalmente nos vencimentos mais longos. Nas mesas de renda fixa, operadores relatam zeragem de posição tomada de giro, em que investidores que compraram pela manhã desfazem a operação no fim do dia. Além disso, a agenda da próxima semana com o Copom e Boletim Focus na segunda-feira, a qual pode trazer novas quedas nas medianas de IPCA, também estimulou uma postura mais leve. Por fim, depois da ação da S&P, fica no radar a possibilidade de movimentos similares das agências Fitch e Moody's. (Denise Abarca - [email protected])
CÂMBIO
Após cinco pregões consecutivos de queda, período em que acumulou desvalorização de 2,46%, o dólar à vista subiu na sessão desta sexta-feira, 16. Pela manhã, a divisa ensaiou tocar os R$ 4,85, ao registrar máxima a R$ 4,8498, mas perdeu fôlego ao longo da tarde com pressão vendedora no mercado futuro. Com mínima a R$ 4,8088, o dólar encerrou cotado a R$ 4,8196, avanço de 0,36%.
Segundo operadores, houve um movimento natural de ajuste de posições e realização de lucros no mercado doméstico, induzido pelo sinal predominante de alta da moeda americana em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre os principais pares do real, apenas o peso mexicano e o rand sul-africano conseguiram escapar da maré negativa.
Apesar do respiro hoje, o dólar à vista encerrou a semana com perda de 1,16% em relação ao real, na esteira da pausa no aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) e do anúncio da mudança da perspectiva do rating brasileiro (BB-) de estável para positiva pela S&P Global. Com queda em nove dos 11 pregões de junho, o dólar tem desvalorização de 5,00% no mês e de 8,72% no ano.
Termômetro do comportamento da moeda americana frente a pares, o índice DXY subiu hoje e voltou a ultrapassar a linha dos 102,400 pontos na máxima, com ganhos de mais de 1% ante o iene, após o Bando do Japão (BoJ) manter a política monetária expansionista. Além disso, monitoramento do CME Group mostrou que as chances de juros no fim do ano nos EUA acima dos níveis atuais voltaram a ser majoritárias. Na semana, contudo, o Dollar Index caiu mais de 1%, em razão, sobretudo de perdas de mais de 2% na comparação com o euro. Ontem, o Banco Central Europeu (BCE) elevou as taxas de juros da zona do euro em 25 pontos-base e deixou a porta aberta para continuidade do ciclo de aperto.
Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, era de se esperar uma recuperação do dólar hoje, com ajustes após a euforia provocada pelo ingresso de recursos externos para a bolsa e a pausa no aperto monetário pelo Federal Reserve. "Com a perspectiva crescente de queda de juros em agosto, os ingressos de gringos se tornaram mais robustos nos últimos dias", afirma Velho, ressaltando que não "há razão para uma desvalorização do real consistente no curtíssimo prazo", dada a perspectiva de aprovação do novo arcabouço fiscal no Congresso.
Dados da B3 mostram que os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 767,681 milhões na bolsa doméstica na sessão de quarta-feira, 14. No mês de junho, houve entrada de R$ 6,913 bilhões. Com isso, o saldo do capital externo no ano está positivo em R$ 13,791 bilhões.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, também atribui a alta do dólar hoje uma correção natural e vê a taxa de câmbio oscilando no intervalo entre R$ 4,80 e R$ 5,00 no curto prazo. A conjuntura internacional, diz Galhardo, favorece o real ao combinar perspectiva de fim de alta de juros nos EUA e estímulos monetários na China. "A revisão da S&P ajuda bastante e o arcabouço avança no Congresso mesmo que a trancos e barrancos. O fluxo exportador e especulador mantém a liquidez no mercado de câmbio e estanca a possibilidade de uma alta expressiva do dólar", afirma.
Pela manhã, investidores digeriram a deflação de 2,20 do IGP-10 de junho, acima da mediana de Projeções Broadcast (-2,12%), e o avanço de 0,56% do IBC-BR em abril, enquanto a mediana apontava estabilidade. A deflação no atacado sugere menos pressões inflacionárias à frente e respalda as apostas em início do ciclo de corte da taxa Selic em agosto ou setembro.
O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, observa que o IBC-BR reflete, sobretudo, o bom desempenho do setor agropecuário, enquanto a indústria dá sinais de em razão da taxa Selic elevada e o consequente encarecimento do crédito. "A atividade econômica entrará em trajetória mais nítida de desaceleração em meados do segundo trimestre, após desempenho melhor do que o esperado do primeiro trimestre", afirma Maciel. (Antonio Perez - [email protected])
18:02
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.81960 0.3561 4.84980 4.80880
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL 4829.000 0.01036 4861.000 4820.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4848.500 0.01031 4868.000 4848.500
MERCADOS INTERNACIONAIS
Uma piora nas ações de techs puxou as bolsas de Nova York às mínimas do dia ao longo da tarde, revertendo o fôlego causado pela queda nas expectativas de inflação dos EUA. Ainda assim, os três principais índices acionários de Wall Street acumularam sólidos ganhos em uma semana marcada pela manutenção dos juros do Federal Reserve (Fed), que também apoiou o petróleo. Mas o presidente da distrital de Richmond, Thomas Barkin, indicou hoje que deve apoiar a retomada do aperto nos próximos meses, em linha com a precificação do mercado. Com isso, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, enquanto o dólar teve viés positivo ante rivais, em destaque na comparação com iene após o Banco do Japão (BoJ) manter suas taxas inalteradas.
Wall Street teve fôlego pontualmente revigorado pela manhã, após a Universidade de Michigan informar queda nas expectativas de inflação em 1 ano de 4,2% em maio a 3,3% na prévia de junho, menor nível desde 2021. Contudo, as bolsas de Nova York perderam fôlego ao longo da tarde, com os índices Dow Jones e S&P 500 invertendo sinal e o Nasdaq aprofundando perdas, movimento que acompanhou a deterioração nas ações de tecnologia. No final da tarde, o Dow Jones fechou em queda de 0,32%, o S&P 500 cedeu 0,37% e o Nasdaq recuou 0,68%. Entre as ações de destaque, a Microsoft perdeu 1,66%, a Alphabet recuou 1,25%, a Amazon cedeu 1,27%, a Apple caiu 0,59% e a Meta teve queda de 0,29%.
Na variação semanal, porém, o Dow Jones subiu 1,25%, o S&P 500 avançou 2,58% e o Nasdaq teve alta de 3,13% respectivamente. Segundo a Oanda, Wall Street continua otimista de que a onda de inteligência artificial (IA) "não desaparecerá tão cedo" e que as políticas monetárias globais divergentes devem levar os investidores para os Estados Unidos, sinalizando que a tendência de altas em ações de tecnologia ainda deve permanecer por algum tempo.
Destaque no setor de IA, a Nvidia fechou em leve alta de 0,09%, após ter avanço significativo na contramão de pares do setor de semicondutores, como a Micron Technology (-1,69%). Esta última foi pressionada após anunciar que metade da receita relacionada à China está sob risco seguindo a proibição da companhia no país asiático. Já a Intel manteve ganhos fortes (+1,54%), na esteira de anúncios de sua nova fábrica de semicondutores na Polônia e de negociações para instalar uma planta na Alemanha.
Os ganhos semanais também foram apoiados pela manutenção dos juros pelo Fed, na última quarta-feira, o que também solidificou ganhos do petróleo na semana junto à perspectiva de novos estímulos econômicos para acelerar a recuperação da China. No fechamento, o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 1,58% (US$ 1,12), em US$ 71,93 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês subiu 1,24% (US$ 0,94), a US$ 76,61 o barril, na ICE. Na comparação semanal, o WTI subiu 2,51% e o Brent, 2,43%.
Para o BMO, o foco do mercado deve recair sobre as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, no Congresso dos Estados Unidos, na próxima semana. "Powell deve optar por sinalizar nível restritivo por mais tempo ao invés de uma nova alta em julho", avalia o banco.
Porém, outros dirigentes do BC americano podem não seguir a mesma comunicação. Hoje, Barkin criticou a inflação "teimosamente persistente" e "muito elevada" nos EUA, enfatizando que está disposto a fazer mais na política monetária para controlar os preços no país.
As falas deram impulso para os rendimentos dos Treasuries e fôlego para o dólar ante boa parte das divisas. Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,707%, o da T-note de 10 anos aumentava a 3,765% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 3,853%. No horário citado, o dólar subia a 141,80 ienes, o euro caía a US$ 1,0946 e a libra tinha alta a US$ 1,2831. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,13%, a 102,243 pontos. Na semana, porém, o DXY recuou 1,27%.
A moeda americana ganhou fôlego particular contra o iene, após o BoJ decidir manter sua política ultra-acomodatícia com as taxas de juros negativas e o controle da curva de juros. No entanto, analistas projetam que o banco central deva realizar mudanças na próxima reunião monetária, em julho. "Se a política monetária não refletir essa mudança dos fundamentos econômicos e o BoJ mantiver sua política dovish, então o iene deve se depreciar ainda mais", alerta o ING, em relatório, acrescentando que espera um crescimento "sólido" do país. (Laís Adriana - [email protected])