BOLSA RUMA AOS 120 MIL PONTOS E REAL É MELHOR MOEDA GLOBAL NA ESTEIRA DE COMMODITIES

Cenário

A firme alta das matérias-primas após o corte de compulsório do banco central da China embalou a bolsa e o real, ambos destaques globais de alta nesta quinta-feira. O Ibovespa subiu aos 119.391,55 pontos e já flerta com a marca psicológica dos 120 mil pontos. No fechamento, o índice escalou ao maior nível em 40 dias, com ajuda substancial de Vale ON (+4,10%) e Petrobras (PN +2,54% e PN +2,94%). No mercado de câmbio, o dólar à vista deixou o nível dos R$ 4,90 e caiu ao menor valor desde 30 de agosto. Ao fim da sessão, valia R$ 4,8727 (-0,91%), a maior queda ante as principais moedas negociadas no mundo. Entre as commodities, o destaque foi o salto do barril do petróleo WTI, referência para as petroleiras dos Estados Unidos, para além dos US$ 90 pela primeira vez no ano. Lá fora, a possível pausa no aperto do Banco Central Europeu (BCE) e a percepção de que o Federal Reserve conseguirá um "pouso suave" para a economia americana injetaram otimismo adicional. Nas bolsas de Nova York, o Dow Jones subiu 0,96%, o S&P 500 ganhou 0,84% e o Nasdaq avançou 0,81%. De volta ao Brasil, o mercado de juros futuros acabou não sentindo a onda de otimismo que ações e real experimentaram, com as taxas chegando ao fim da tarde muito próximas dos ajustes. Foi um jogo de forças tanto para alta (petróleo e juros dos Treasuries subindo) quanto para baixa (bom desempenho do câmbio). Agentes já evitam posições mais direcionais antes das decisões do Fed e do Copom, na quarta-feira que vem.

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

BOLSA

Embalado desde a manhã por Vale (ON +4,10%) e Petrobras (ON +2,94%, PN +2,54%), o Ibovespa obteve o quarto ganho consecutivo, em sua melhor sequência desde o intervalo de 20 a 26 de julho, de cinco altas. Assim, foi alçado hoje ao maior nível de fechamento desde 4 de agosto, então aos 119.507,68 pontos. Hoje, oscilou dos 118.181,15, mínima na abertura, até os 119.748,08 pontos, na máxima do dia no fim da tarde, e encerrou em alta de 1,03%, aos 119.391,55 pontos, com giro financeiro a R$ 24,0 bilhões na sessão. Na semana, o índice da B3 avança 3,54% e, no mês, tem alta de 3,15%. No ano, acumula ganho de 8,80%.

As ações de commodities reagiram positivamente à nova iniciativa da China para estimular a própria economia - grande consumidora de insumos -, por meio de corte nos depósitos compulsórios recolhidos ao Banco Central. Perspectiva mais favorável sobre o ritmo de atividade na maior economia asiática já vinha induzindo recuperação das ações de produtores de matérias-primas, especialmente as do setor metálico, como Vale, cuja ON ainda acumula perda de 17,32% no ano - em setembro, sobe 7,74% e, na semana, 5,11%.

Com o petróleo em alta perto de 2% nesta quinta-feira, colocando o Brent na faixa de US$ 93 por barril, as ações da Petrobras também foram bem na sessão, acumulando agora ganhos de 6,04% (PN) e 8,43% (ON) no mês - em 2023, avançam respectivamente 69,86% e 60,87%. Na ponta do Ibovespa na sessão, além de Vale e Bradespar (+5,17%), destaque também para CSN (+3,65%), CSN Mineração (+3,26%) e Cosan (+3,19%).

No lado oposto, destaque para a queda de 18,92% em Via, ação que passou por sete leilões ao longo da sessão, por ter atingido a oscilação máxima permitida, em meio à reação negativa dos investidores à precificação de R$ 0,80 por ação no follow on de papéis da companhia. "A oferta foi precificada com um desconto de 28% sobre o fechamento de ontem. Com isso, a companhia irá captar R$ 623 milhões, que devem ser utilizados no reforço do capital de giro, na otimização da estrutura de capital e na renegociação de dívidas", observa a Guide Investimentos. No campo perdedor na sessão, destaque também para Azul (-4,31%), Pão de Açúcar (-3,17%) e Gol (-3,09%).

"Hoje, as ações do setor de commodities responderam bem ao corte de compulsório na China, mas o cenário ainda é desafiador, de forma que o Ibovespa, no ponto atual, deve manter uma lateralização nessa faixa que vai dos 117 mil até a resistência dos 121 mil, nível que enfrentará dificuldade para romper", diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

Ele menciona um cenário externo ainda difícil, com juros elevados nas maiores economias, apesar da recente melhora de perspectiva em relação à China. No contexto doméstico, o mercado volta a prestar atenção à situação fiscal e a eventuais medidas de oneração tributária para que o governo consiga se aproximar ou eventualmente atingir a meta de déficit zero para o próximo ano.

Lá fora, "os dados americanos de hoje sugerem manutenção dos juros do Federal Reserve na semana que vem", mas, considerando os últimos resultados corporativos trimestrais, as ações no índice amplo de Nova York, o S&P 500, ainda estão esticadas, observa Harada. E, com o nível de endividamento que se tem por lá, as empresas poderão começar a encontrar dificuldade no vencimento das dívidas, o que mantém no radar a possibilidade de correção mais aguda, tendo em vista o nível em que os índices de ações estão, acrescenta o gestor.

"Hoje, o núcleo do índice de preços ao produtor (PPI) nos Estados Unidos teve variação quase em linha com a expectativa [para o mês de agosto]. Também pela manhã, foi divulgada a leitura semanal sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego, em [leve] alta frente ao intervalo anterior, mostrando certo arrefecimento do mercado de trabalho americano. Por outro lado, as vendas do varejo nos Estados Unidos vieram bem acima do esperado para agosto, em alta de 0,6%", diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

Na próxima quarta-feira, no Brasil, também haverá a decisão do Copom sobre os juros de referência, a Selic. "Seguimos esperando um corte de 0,5 ponto porcentual, levando a taxa de juros para 12,75% ao ano. Entendemos que pressões domésticas e globais ainda devem manter o tom de cautela dos diretores do Banco Central - incluindo a recente alta nos preços de petróleo, o elevado nível das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, além do risco fiscal latente e da economia ainda resiliente por aqui", aponta Antonio Sanches, analista da Rico Investimentos.

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 119391.55 1.02862

Máxima 119748.08 +1.33

Mínima 118181.15 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.39B

Volume (US$ Bilhões) 4.91B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 120500 0.84104

Máxima 120940 +1.21

Mínima 119930 +0.36

CÂMBIO

O dólar à vista emendou nesta quinta-feira, 14, a segunda sessão consecutiva de queda firme no mercado doméstico de câmbio e fechou abaixo da linha de R$ 4,90 pela primeira vez desde 30 de agosto. Operadores atribuíram a baixa do dólar a desmonte de posições defensivas no mercado futuro e a fluxo estrangeiro para a Bolsa, em meio ao avanço das commodities metálicas e do petróleo, após anúncio de novos estímulos monetários na China.

O real apresentou o melhor desempenho entre as principais moedas globais, incluindo divisas fortes e emergentes. Ativos de risco se beneficiaram da aposta quase unânime em manutenção da taxa básica americana pelo Federal Reserve em seu encontro de política monetária na próxima semana, apesar de a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e as vendas no varejo nos Estados Unidos em agosto terem superado as expectativas.

Em baixa desde a abertura, o dólar à vista furou o piso psicológico de R$ 4,90 na primeira hora de negócio e registrou mínima a R$ 4,8628 pela manhã. No fim do dia, a moeda recuava 0,91%, cotada a R$ 4,8727. Com as perdas ontem e hoje, a divisa já acumula desvalorização de 2,21% na semana. Principal termômetro de liquidez, o contrato de dólar futuro para outubro apresentou giro forte, acima de US$ 14 bilhões.

"O real está se destacando muito hoje. Esse movimento está muito ligado às commodities, com minério de ferro quase nas máximas do ano e o petróleo acima de US$ 90", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.

Segundo o tesoureiro, a inflação americana já mostra uma trajetória clara de desaceleração, com seus componentes, à exceção de serviços, abaixo do índice cheio na comparação anual. "E mesmo serviços já mostra uma tendência de perda de fôlego. Não parece que a inflação vai surpreender para levar a outra alta de juros. E o Fed parado é bom para o real", afirma Weigt.

Uma rodada de apreciação mais forte do real depende, além de um ambiente externo de maior apetite por emergentes, de redução de prêmios de risco associados à questão fiscal. Investidores ainda veem com ceticismo a possibilidade de o governo conseguir alcançar a meta de resultado primário zero em relação ao PIB no ano que vem.

Ontem à note, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta a tributação de apostas esportivas e outros jogos online, uma das medidas do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ampliar as receitas e cumprir a meta fiscal. A proposta segue agora para o Senado. Hoje à tarde, o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que deve organizar na próxima semana reunião do governo com líderes partidários no Senado para acertar os ponteiros em torno de projetos prioritários do governo na Casa.

Lá fora, o índice DXY - referência do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta firme ao longo do dia e orbitava os 104,400 pontos no fim da tarde. O euro desceu aos menores níveis desde março diante de apostas de que o Banco Central Europeu (BCE) encerrou o ciclo de aperto monetário hoje ao elevar a taxa de juros em 25 pontos-base. A presidente do BCE, Cristine Lagarde, disse que o nível atual dos juros pode ajudar a inflação a voltar para a meta, caso seja mantido por tempo suficiente.

A moeda americana recuou, contudo, na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre as exceções, figuraram o rand sul-africano e o peso chileno. Já os pesos mexicano e colombiano, moedas de carrego que exibem os maiores ganhos no ano, também se fortaleceram em relação ao dólar

Para o analista de mercado da Ebury Eduardo Moutinho, o BCE "provavelmente já encerrou o ciclo de aperto", embora ainda haja pressões inflacionárias. "As moedas emergentes dispararam após a divulgação do BCE. Os mercados estão abraçando o cenário de que as taxas de juros nos países desenvolvidos atingiram um pico, e a história do carry trade volta a ser a principal", afirma Moutinho. (Antonio Perez - [email protected])

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.87270 -0.907 4.92170 4.86280

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4881.000 -0.94368 4933.000 4874.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4946.000 13/09    

MERCADOS INTERNACIONAIS

O apetite por risco seguiu guiando os mercados no exterior, favorecidos pela ideia de que o Federal Reserve (Fed) conseguirá chegar a um 'pouso suave', após dados econômicos hoje reforçarem a percepção de que a economia dos Estados Unidos segue resiliente. As bolsas de Nova York fecharam em alta, com força em particular da Arm Holdings, em seu primeiro dia na Nasdaq. Já os juros dos Treasuries foram para cima, com o rendimento da T-note de 2 anos voltando a operar acima de 5%. O dólar avançou ante moedas fortes, com fraqueza principalmente do euro após analistas considerarem que a alta de 25 pontos-base nos juros do Banco Central Europeu (BCE) poderá ser a última do ciclo de aperto, apesar das dúvidas sobre quando os cortes de juros iniciarão. Já o petróleo fechou em alta de quase 2%, acompanhando a possibilidade de que o mercado da commodity siga apertado.

Dados da economia dos EUA vieram mais fortes que o esperado hoje, que incluíram o avanço do varejo acima do consenso em agosto ante julho e com menos pedidos de auxílio-desemprego que o projetado na semana, o que beneficiou as bolsas de Nova York. Segundo avalia a Oanda, os índices ganharam fôlego pela ideia de que o consumidor americano segue resiliente.

Os indicadores, para Carla Argenta, analista da CM Markets, reforçam a ideia de que os Estados Unidos deverão ver o esperado "pouso suave". Entretanto, a Navellier alerta que as projeções de que o Fed consiga reduzir a inflação sem causar uma recessão terão de conviver com a ideia de taxas de juros mais elevadas por períodos mais longos, a não ser que o BC americano mude a meta da inflação de 2%.

Neste cenário, os mercados acionários de Nova York fecharam no positivo, com destaque para a alta de 24,69% da Arm Holdings. A empresa levantou US$ 4,9 bilhões em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), com sua ação chegando a ser negociada por mais de US$ 60. Hoje, o índice Dow Jones subiu 0,96%, o S&P 500 avançou 0,84% e o Nasdaq teve alta de 0,81%.

Os dados, entretanto, também ajudaram os retornos dos Treasuries, pela expectativa de que o Fed possa manter as taxas altas por mais tempo, conforme avalia o BMO. Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 5,011%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,290% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,386%.

Mesmo com o avanço do dólar ante moedas fortes hoje, o protagonista do dia foi o euro, que chegou a operar nos menores níveis desde março, pressionado pelo discurso considerado dovish da presidente do BCE, Christine Lagarde, por analistas, que já consideram que a alta de juros de hoje será a última. "O BCE decidiu aumentar mais uma vez [os juros], mas sugeriu claramente que as taxas não poderiam subir mais. Acreditamos que o BC terminou [o ciclo de aperto] e continuamos a esperar o primeiro corte das taxas em junho de 2024", avalia a Nordea.

Já segundo a City Index, há ainda a probabilidade de uma quebra do euro abaixo de US$ 1,0635. De acordo com análise, a moeda precisará subir para o suporte entre US$ 1,0765 e US$ 1,0775 para "inclinar ligeiramente esta balança". No fim da tarde, o dólar operava estável ante o iene, o euro caía a US$ 1,0643 e a libra cedia a US$ 1,2409. Já o índice DXY subiu 0,61, a 105,405 pontos.

Mesmo com pressão cambial, o barril do WTI chegou a operar na máxima neste ano, fechando acima de US$ 90 pela primeira vez em 2023. Falando do déficit do mercado, a Fitch espera que haja mais impulso no aperto do mercado neste semestre, ainda na esteira dos cortes da Arábia Saudita. Entretanto, a Capital Economics chama atenção que os temores sobre os cortes é "exagerado" ao considerar a possibilidade de que os preços cheguem a três dígitos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 1,86% (US$ 1,64), a US$ 90,16 o barril, enquanto o Brent para o novembro negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,98% (US$ 1,82), a US$ 93,70 o barril. (Natália Coelho - [email protected])

JUROS

Enquanto a Bolsa e o câmbio repercutiram os ganhos das commodities na esteira do corte de compulsório pela China, os juros futuros se acomodaram perto da estabilidade durante à tarde, que não trouxe novidades no noticiário nem agenda relevante capazes de dar dinâmica ao mercado, após manhã de volatilidade. No balanço geral, a quinta-feira teve uma gama de fatores que poderiam influenciar as taxas tanto para baixo quanto para cima e esse jogo de forças acabou limitando a oscilação. Além disso, a uma semana do Copom e da reunião do Federal Reserve, players já evitam posições mais direcionais antes das decisões.

Às 17h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,385%, de 10,367% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,00%, de 9,99% ontem. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,23%, estável ante o ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2029, também estável, marcava 10,79%%. O DI para janeiro de 2031 exibia taxa de 11,11%, a mesma do ajuste anterior.

As taxas se movimentaram praticamente só pela manhã, período em que estavam reservados os destaques da agenda. O Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu ao indicar pausa no atual ciclo de aperto monetário após elevar hoje o juro em 25 pontos-base, enquanto nos EUA índices de inflação e atividade vieram acima do esperado. Os dados jogaram mais pressão à curva dos Treasuries, com ganho de inclinação. A taxa da T-note de 2 anos voltou a testar os 5% e a de dez anos bateu máxima nos 4,30%.

A contaminação dos DIs, porém, foi neutralizada pela queda do dólar, por sua vez, atribuída ao avanço nas commodities, em reação ao anúncio da China de corte na taxa do compulsório, o que representa uma medida de relaxamento monetário. Por outro lado, a alta de 2% do petróleo, agora com o tipo WTI também atingindo os US$ 90, mantém a apreensão quanto ao risco de novo reajuste nos preços de combustíveis. De todo modo, dólar fechou abaixo de R$ 4,90, a R$ 4,8727, sendo o real destaque hoje entre as moedas.

Na opinião de Marcos Iório, gestor da Integral Investimentos, o mercado de juros já tinha "andado" nos últimos dias após o IPCA de agosto animar apostas na aceleração do ritmo de redução da Selic e hoje houve uma tentativa de ajuste, considerando as decisões de política monetária na próxima semana. "A parte curta está esperando o Copom, com algumas casa já considerando as chances de uma aceleração e um taxa terminal menor", destaca. Mas para a próxima semana parece consolidado o consenso de corte de 0,50 ponto porcentual. Na avaliação do gestor, no comunicado, os diretores devem repetir na linguagem a estratégia de tentar barrar apostas na ampliação da dose dos cortes futuros, diante do risco de nova inclinação da curva.

As taxas longas ficaram perto dos ajustes diante das incertezas no cenário internacional. Nem mesmo a aprovação pela Câmara, ontem, em votação simbólica, do projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas e outros jogos online, como cassinos virtuais, conseguiu animar o mercado, que segue cético sobre a capacidade de geração de receitas pelo governo para zerar o déficit primário em 2024. "Muito ainda tem de ser feito para atingir as metas. No papel é uma coisa....", avalia Iório. O governo espera arrecadar em torno de R$ 700 milhões com a regulamentação, mas estimativas internas calculam que o montante possa chegar a R$ 12 bilhões em um mercado totalmente regulado.

No Senado, o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM), adiou a apresentação do seu parecer, antes marcado para 27 de setembro, para o dia 4 de outubro, com previsão de votação no dia 18 do mês que vem.

A agenda doméstica trouxe hoje a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho, com a alta de 0,5% no volume de serviços ante junho alinhada à mediana das estimativas e, portanto, sem efeito sobre a curva.

No leilão de prefixados, o Tesouro mais do que dobrou hoje a oferta de LTN, para 11 milhões, ante o lote muito fraco de 5 milhões na semana passada, e elevou também o lote de NTN-F, de 800 mil para 1,050 milhão. Nas LTN, vendeu 8,737 milhões, bem menos do que o ofertado, mas as NTN-F tiveram demanda integral. As taxas saíram todas dentro do consenso. (Denise Abarca - [email protected])

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