A melhora da percepção fiscal no Brasil e o ambiente externo favorável à tomada de risco resultaram num dia positivo para os ativos domésticos. A curva de juros perdeu inclinação, com a ponta longa cedendo mais do que a curta, o Ibovespa subiu e recuperou os 118 mil pontos, e o dólar esteve em baixa. Do exterior, a contribuição veio de dados nos EUA abaixo do esperado tanto do relatório Jolts quanto da confiança do consumidor, que reforçaram a percepção de manutenção dos juros pelo Federal Reserve até o fim do ano e ampliaram a expectativa pelo payroll na sexta-feira. No Brasil, a Medida Provisória (MP) sobre a tributação de fundos exclusivos e empresas offshore encaminhada ao Congresso já repercutia positivamente pela manhã e à tarde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, endossou que o Orçamento de 2024 será encaminhado com "resultado equilibrado". A afirmação dissipou temores de que a equipe econômica, sob pressão da área política, pudesse alterar a meta zero de resultado primário para 2024 para déficit entre 0,5% e 0,75% do PIB, afrouxando assim o compromisso com a disciplina fiscal. O Ibovespa fechou em alta de 1,10%, aos 118.403,61 pontos, com Vale e bancos na dianteira. O setor financeiro foi apoiado pela notícia de que o governo pode desistir de extinguir a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP). O dólar à vista encerrou em baixa de 0,42%, aos R$ 4,8546. Em Nova York, os índices acionários subiram, com destaque para o Nasdaq (+1,74%), com ajuda de notícias relacionadas à inteligência artificial. Dow Jones avançou 0,85% e o S&P 500, 1,45%. Os juros dos Treasuries recuaram, assim como o dólar ante rivais fortes, o que deu fôlego a commodities como petróleo e cobre.
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JUROS
Os juros futuros recuaram nesta terça-feira, 29, beneficiados pela retirada de prêmios de risco da curva após dados dos Estados Unidos diminuírem as apostas em novas rodadas de aperto monetário no país. Aqui, formalização de medidas do governo para elevar a arrecadação - taxando fundos exclusivos e empresas offshore - e declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reduziram o temor fiscal e ajudaram o movimento.
A combinação de vetores positivos externos e domésticos levou as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) a cederem em bloco, com destaque para os vencimentos mais longos. O resultado foi a desinclinação da curva de juros: às 17h20, o spread entre os contratos para janeiro de 2025 e janeiro de 2029 era de 11 pontos-base, quase 5 pontos abaixo do ajuste anterior (15,8 pontos).
As taxas chegaram a operar com viés de alta na etapa matutina, mas se consolidaram em terreno negativo após o relatório Jolts, do Departamento do Trabalho americano, ter mostrado queda no número de vagas abertas no país, de 9,165 milhões em junho para 8,827 milhões em julho - abaixo da expectativa de analistas ouvidos pela FactSet, que previam criação de 9,478 milhões de postos de trabalho.
Outro fator de alívio para as apostas nos EUA foi a queda do índice de confiança do consumidor do país medido pelo Conference Board, de 114 em julho para 106,1 em agosto, também abaixo da previsão dos analistas consultados pela FactSet (116).
"Em linhas gerais, esses dados sugerem que o Fed pode ser bem sucedido em conseguir um pouso suave da economia americana, que não precisaria apertar mais a política monetária. Com isso, o mercado acaba reduzindo as apostas em mais uma alta dos juros por parte do Fed, o que também acaba favorecendo a curva aqui", afirma o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno.
Além da mudança na perspectiva sobre o Fed, a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, também cita a formalização das medidas de taxação de fundos exclusivos e empresas offshore como um fator que ajudou na descompressão da curva de juros na sessão. Ambos os textos já haviam sido anunciados pelo Planalto, mas só passaram a tramitar no Congresso nesta terça-feira.
Segundo a analista, a apresentação dessas medidas foi recebida pelo mercado como um sinal de compromisso do governo com a meta de zeragem do déficit primário em 2024, inclusive porque o Executivo precisará enviar o Orçamento do ano que vem ao Congresso até esta quinta-feira, 31. "Essa pauta de ajuste fiscal acaba contribuindo para a retirada dos prêmios na curva", explica Abdelmalack.
Os juros chegaram inclusive a moderar o ritmo de queda no início da tarde, quando o Estadão revelou que os ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão) e Simone Tebet (Planejamento) levariam ainda nesta terça-feira a uma reunião da Junta Orçamentária a proposta de perseguir um déficit primário maior, entre 0,75% e 0,5% do PIB, no ano que vem. Mas retomaram a tendência anterior após Haddad ter garantido que o governo apresentará uma proposta de "resultado equilibrado" - com déficit zero - para 2024.
Às 17h20, o DI para janeiro de 2025, contrato mais líquido da sessão, recuava 4,8 pontos-base em relação ao ajuste da véspera (10,518% para 10,470%). Também cediam os contratos para janeiro de 2024 (12,396% para 12,395%), janeiro de 2027 (10,213% para 10,120%) e janeiro de 2029 (10,676% para 10,580%). Em meados da tarde, a curva precificava taxa Selic de 11,59% no fim de 2023 e de 9,19% no fim de 2024, conforme Rostagno, do Mizuho.
MERCADOS INTERNACIONAIS
Analistas passaram a destacar a possibilidade de desaceleração da inflação americana após dados da economia dos EUA aquém do esperado divulgados hoje, aumentando a expectativa de que o payroll de sexta-feira indique moderação do mercado de trabalho e que o Federal Reserve consiga um pouso suave. Com isso, a aposta majoritária do mercado voltou a ser pela manutenção das taxas do Federal Reserve (Fed) pelo menos até o início de 2024, segundo ferramenta do CME Group. O cenário beneficiou o apetite de risco no exterior, levando as bolsas de Nova York a fecharem em alta, com Nasdaq se destacando e subindo 1,74%. Ao mesmo tempo, pressionou os juros dos Treasuries e o dólar ante rivais fortes, o que deu fôlego a commodities como petróleo e cobre.
A visão de que o Fed manterá as taxas de juros na faixa atual, entre 5,25% e 5,50%, voltou a ser majoritária após o relatório Jolts de julho apontar menor geração de vagas e o índice de confiança do consumidor medido pelo Conference Board registrar queda além do esperado. Para o Wells Fargo, o Jolts é um sinal de que as pressões inflacionárias dos últimos anos estão diminuindo e é boa notícia para a busca do pouso suave nos EUA, enquanto a Capital Economics levanta dúvidas se, com os dados, o BC americano realmente precisará manter os juros restritivos para levar a inflação à meta.
Já para o Citi, caso o payroll, que será divulgado na próxima sexta-feira, seja tão fraco quanto o esperado, a semana poderá ser considerada "pacífica" pelo Fed. Entretanto, "embora o mercado de trabalho esteja normalizando, continuamos a esperar que o ainda apertado mercado de trabalho exerça uma pressão ascendente sobre a inflação dos salários e dos preços", destaca análise do banco americano.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, a chance majoritária é que os juros sejam mantidos no nível atual até maior, quando a maior possibilidade passa a ser de um corte de 25 pontos-base (35,8% de chance). A expectativa havia mudado durante o Simpósio de Jackson Hole, quando o presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, afirmou que não descartava mais altas de juros.
O cenário ajudou a dar fôlego às bolsas de Nova York, que receberam impulso adicional da Tesla (+7,69%), Alphabet (+2,72%), com notícias de avanços das empresas em inteligência artificial, seguidas da Apple (2,18%), que subiu após anunciar o lançamento do iPhone 15. Assim, o Nasdaq subiu 1,74%, seguido do S&P 500 (1,45%) e do Dow Jones (0,85%).
A mudança de perspectiva também afetou os juros dos Treasuries, com os dados de hoje aumentando a probabilidade de que o Fed já tenha chegado ao fim do ciclo de aperto, segundo destaca o BMO, levando os retornos dos títulos ao nível mais baixo desde o dia 11 de agosto. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T_note de 2 anos caía a 4,904%, o da T-note de 10 anos baixava a 4,111% e o do T-bond de 30 anos cedia a 4,222%.
O mesmo ocorreu com o dólar, que foi pressionado ante moedas fortes, apesar de se manter em alta ante de moedas emergentes, apesar de que no curto e médio prazo, a tendência é de queda, segundo análise da ActivTrades. Ante o peso argentino, o dólar blue avançou 1,63%, a 750 pesos argentinos. Em entrevista ao Broadcast, o economista-chefe da Fundação Latino-Americana de Pesquisa Econômica (FIEL), Juan Luis Bour, avalia que o pacote econômico do país poderá até aliviar momentaneamente a economia do país, mas na prática adia o problema e deve inclusive aumentar a inflação a partir de novembro. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar cedia a 145,77 ienes, o euro subia a US$ 1,0889 e a libra tinha alta a US$ 1,2652. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,51%, a 103,531 pontos.
A falta de pressão cambial ajudou o petróleo a avançar mais de 1% no pregão, também reagindo à possibilidade de aperto no mercado diante do furacão Idalia, que está se encaminha para os Estados Unidos, segundo avalia a Oanda. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 1,32% (US$ 1,06), a US$ 81,16 o barril. O petróleo Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou com ganhos de 1,24% (US$ 1,04), a US$ 84,91 o barril.
BOLSA
Faltando ainda duas sessões para o fechamento de agosto, o Ibovespa chegou hoje apenas ao quinto ganho diário no mês - o segundo consecutivo -, retomando agora a linha dos 118 mil pontos. Apesar da extensão das perdas que se sucederam na maior parte do mês, a dimensão do ajuste negativo foi discreta, limitada agora a 2,90% em agosto. Nas últimas seis sessões, desde o dia 22, alternou-se entre ganhos duplos e perdas duplas, obtendo assim quatro das cinco altas desde 1º de agosto, após ter enfileirado quedas em todas as sessões do mês até o último dia 17.
Hoje, a referência da B3 oscilou dos 117.123,70, da abertura, aos 118.493,13 pontos, na máxima do dia, fechando em alta de 1,10%, aos 118.403,61 pontos, com giro financeiro ainda moderado, a R$ 20,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 2,22% nessas duas primeiras sessões, recolocando o ganho acumulado no ano a 7,90%. Com a recuperação aos poucos em andamento, o nível de fechamento, hoje, foi o maior desde 9 de agosto quando o Ibovespa mostrava nível semelhante (118.408,77 pontos).
“Foi um dia positivo para os mercados em geral, e um grande catalisador foi o indicador sobre vagas de emprego nos Estados Unidos, o relatório Jolts, abaixo do esperado, que resultou em ajuste na perspectiva para os juros do Federal Reserve, que na visão do mercado, agora, podem ficar estáveis até março do ano que vem”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. Dessa forma, os rendimentos dos Treasuries recuaram na sessão, “um otimismo que se refletiu em impulso à Bolsa”, acrescenta.
Em Nova York, o índice de ações com maior exposição à perspectiva de curto prazo para os juros americanos, o Nasdaq, que reúne as ações de tecnologia, consideradas como de “crescimento”, fechou nesta terça-feira em alta de 1,74%, andando à frente do índice amplo, o S&P 500 (+1,45%), e do tradicional Dow Jones (+0,85%).
“Os futuros [do Ibovespa] estão em torno dos 120 mil pontos, em recuperação, com commodities, mineração e siderurgia ainda buscando refletir as iniciativas na China para tentar reaquecer o mercado acionário. E o setor financeiro também melhora aqui, com a possibilidade de o JCP [a distribuição de juros sobre capital próprio] não ser encerrado, mas sim sofrer algum tipo de mudança nas regras, em relação à tributação”, acrescenta Moliterno.
No noticiário corporativo, o anúncio da venda de 16 unidades de abate da Marfrig, por R$ 7,5 bilhões, colocou a ação do frigorífico na ponta do Ibovespa, em alta de 10,70% no fechamento, à frente de CVC (+6,36%) e de Locaweb (+4,42%). Por outro lado, a Minerva, compradora das unidades da Marfrig, caiu hoje 18,26%, por temores quanto ao nível de endividamento da empresa, que pode aumentar com a operação, na visão inicial do mercado. Destaque negativo também para Pão de Açúcar (-4,18%) e Petz (-2,78%) nesta terça-feira.
Entre as ações de maior peso no Ibovespa, Petrobras ON (+0,37%) e PN (+0,22%) tiveram desempenho discreto na sessão, enquanto Vale ON avançou 3,19%, em dia bem positivo também para outros nomes do setor metálico, como Gerdau Metalúrgica (PN +2,67%, na máxima do dia no fechamento) e CSN (ON +1,84%). Entre os grandes bancos, destaque para Unit de Santander, em alta de 2,72% no fechamento desta terça-feira.
“Empresas ligadas ao crescimento chinês reagiram positivamente, com destaque para exportadores de commodities, como Vale. A semana ainda contará com uma bateria de dados econômicos, aqui e lá fora, com divulgação de inflação e desemprego nos Estados Unidos e PIB do segundo trimestre no Brasil”, observa Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
“A política doméstica também não sai dos holofotes, como pudemos ver, ontem, no envio de um projeto de lei e de uma medida provisória com o objetivo de aumentar a arrecadação - uma tributando fundos offshore e outra aumentando a tributação sobre fundos exclusivos”, acrescenta Rachel. “O mercado fez leitura positiva sobre a busca do governo por mais receita, mostrando certo comprometimento em manter a estabilidade do fiscal”, diz Moliterno, da Veedha. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 118403.61 1.09513
Máxima 118493.13 +1.17
Mínima 117123.70 0.00
Volume (R$ Bilhões) 2.01B
Volume (US$ Bilhões) 4.13B
17:33
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 120275 1.03322
Máxima 120360 +1.10
Mínima 118840 -0.17
CÂMBIO
O dólar à vista apresentou queda firme na sessão desta terça-feira, 29, e fechou na casa de R$ 4,85, em meio ao sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior e ao recuo das taxas dos Treasuries. Dados abaixo do esperado de criação de vagas de trabalho nos EUA não apenas afastaram as chances de novas altas de juros pelo Federal Reserve neste ano como ampliaram as apostas em corte mais cedo em 2024. Operadores relataram também entrada de fluxo estrangeiro para ações domésticas, em especial ligadas a commodities metálicas, diante na expectativa de mais estímulos à atividade na China.
Por aqui, as atenções seguem voltadas às medidas do governo para ampliação de receita e a peça orçamentária. No início da tarde, houve certo desconforto nas mesas de operação com a possibilidade de mudança da meta de zerar o déficit primário para 2024, como estabelecido no arcabouço fiscal. Isso fez o dólar desacelerar bastante o ritmo de queda e flertar por alguns momentos com a estabilidade. Fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartado a possibilidade de mudança da meta fiscal e o aprofundamento da desvalorização da moeda americana lá fora, contudo, levaram o dólar novamente para baixo por aqui.
Com máxima a R$ 4,9020, registrada na primeira hora de negócios, e mínima a R$ 4,8495, a moeda encerrou a sessão cotada a R$ 4,8546, em queda de 0,42% - o que reduz a alta da divisa em agosto para 2,65%. No ano, o dólar ainda acumula desvalorização de 8,06%. Houve melhora da liquidez, que foi bem reduzida ontem. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para setembro movimento mais de US$ 12 bilhões.
Reportagem do Broadcast informou que os ministros da Casa Civil (Rui Costa), da Gestão (Esther Dweck) e do Planejamento (Simone Tebet) defendem como meta para 2024 um déficit primário entre 0,5% e 0,75% do PIB em 2024. O governo tem que entregar o projeto de lei orçamentária ao Congresso até quinta-feira, 31. Logo em seguida, Haddad disse que o Orçamento de 2024 será encaminhando com "resultado equilibrado", dado que não haveria mais tempo de mudar. "Está pronto há mais de 15 dias. O orçamento está indo equilibrado, o que significa que as receitas primárias são iguais as despesas primárias", disse o ministro da Fazenda.
Esse posicionamento foi reforçado por Haddad após a reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), composta pelo ministros da Fazenda, Casa Civil e Planejamento. "Não tem nenhuma alteração de rota no orçamento", disse. Ontem, o governo anunciou detalhes da taxação de fundos fechados e de empresas offshore, duas medidas para aumentar a receita e tentar cumprir a meta de resultado primário.
Segundo o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, parte da alta do dólar no mês se deve a um aumento do risco fiscal, com desconfiança do mercado em relação ao cumprimento da meta fiscal em 2024, dado que o governo não contempla corte de despesas. "Não dá para alcançar a meta apenas com aumento de receitas. O dólar recuou com a aprovação do arcabouço, mas ainda está acima do que já vimos neste ano" diz Velloni, em referência ao fato de a taxa de câmbio ter ficado abaixo de R$ 4,80 em julho. "Essa parte fiscal ainda é uma barreira muito grande para o real se apreciar mais".
No exterior, o índice DXY trabalhou em queda firme ao longo do dia e no fim da tarde rondava os 103,400 pontos, após mínima aos 104,355 pontos. A moeda americana caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. As taxas da T-note recuaram em bloco. O retorno do papel de 2 anos - mais ligado às expectativas para os próximos passos do Fed - caiu mais de 3% e furou o piso de 4,90% na mínima.
Pela manhã, o relatório Jolts mostrou que o número de vagas abertas no mercado de trabalho dos EUA caiu de 9,165 milhões em junho para 8,827 milhões em julho, quando a previsão de analistas era de 9,478 milhões. Já o índice de confiança do consumidor dos EUA, calculado pelo Conference Board, caiu de 114 em julho para 106,1 em agosto, enquanto analistas esperavam 116.
"Esse dado de emprego, com menor abertura de vagas, mostrou uma perspectiva mais positiva no combate à inflação. Foi a notícia que acabou puxando o dólar para baixo e favoreceu o real hoje", afirma o especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone, acrescentando que é preciso esperar os indicadores dos EUA que vão sair neta semana, em especial o relatório oficial de emprego (payroll) de agosto na sexta-feira, para saber se o movimento de perda de força do dólar no exterior pode se tornar uma tendência.
Monitoramento do CME Group mostrou que as apostas em nova alta de juros pelo Fed neste ano deixaram de ser majoritárias. Além disso, superaram os 50% as chances de os juros estarem abaixo do nível atual (entre 5,25% e 5,50%) em maio de 2024. Trata-se de uma mudança do cenário observado desde sexta-feira, de início de cortes dos FedFunds a partir de junho, sobretudo em razão do discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole. (Antonio Perez - [email protected])
17:33
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
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DOLAR COMERCIAL FUTURO 4876.500 -0.68228 4925.000 4874.000