TENSÃO COM EUA-CHINA LIMITA GANHOS, BOLSA VIRA E CAI, MAS DÓLAR AINDA CEDE A R$5,35

Blog, Cenário
O otimismo externo resultou em mais um dia positivo para os ativos brasileiros, sobretudo para o real, que voltou a experimentar ganhos importantes ante o dólar. Bolsa e juros futuros, no entanto, acompanharam esse movimento com certa distância, influenciados por fatores locais. O apetite por risco esteve atrelado, mais uma vez, a notícias sobre vacina contra a covid-19: a empresa americana Novavax anunciou progressos em testes clínicos de seu produto. Assim, no dia em que o pregão físico na Nyse foi retomado, embora com menos operadores e medidas de distanciamento físico, o índice Dow Jones chegou a retomar os 25 mil pontos e o S&P 500, os 3 mil pontos. A poucos minutos do fim, contudo, surgiram comentários de que o presidente dos EUA, Donald Trump, estaria reunido com o secretário de Estado, Mike Pompeo, para discutir eventuais sanções contra autoridades da China, o que tirou um pouco do fôlego dos negócios. O dólar ante o real, aliás, renovou mínimas na última hora de pregão, quando o índice DXY, que mede a moeda dos EUA ante divisas fortes, caiu abaixo de 99 pontos. Mas também voltou um pouco com esses comentários envolvendo EUA-China e, no mercado à vista, registrou desvalorização de 1,83%, a R$ 5,3578 - menor nível desde 29 de abril e passando a acumular queda no mês, de 1,49%. Foi justamente o tombo da moeda dos EUA que impediu um acúmulo de prêmios nos juros futuros. As taxas, que começaram o dia em forte baixa após o IPCA-15 aquém das projeções e chegaram a marcar chances de 60% de corte de 0,75 ponto da Selic, se acomodaram depois do leilão de NTN-B, significativamente maior do que os das últimas semanas, e com alguma cautela diante do cenário político. No fim, os DIs precificavam 56% de possibilidade de corte de 75 pontos. No mercado acionário, o fator político foi um dos que limitou uma trajetória mais profícua ao Ibovespa, que chegou a superar a marca de 87 mil pontos pela manhã, mas acabou perdendo vigor durante o período vespertino. A troca de acusações entre o governador do Rio, Wilson Witzel, alvo de uma operação da Polícia Federal, e membros da família Bolsonaro ficou no radar dos investidores e serviu como limitador para os negócios, sobretudo após os fortes ganhos da véspera. Mas foi a desaceleração dos ganhos em Wall Street que fez a Bolsa virar de vez e terminar o dia com baixa de 0,23%, aos 85.468,91 pontos, com as ações dos bancos sendo a principal porta de saída.  
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  MERCADOS INTERNACIONAIS O quadro de apetite por risco garantiu fechamento positivo nas bolsas de Nova York. No dia da volta com pregão físico na Nyse, embora com menos operadores e medidas de distanciamento, o índice Dow Jones chegou a operar acima dos 25 mil pontos e o S&P 500, dos 3 mil pontos, com o otimismo do investidores após relatos de avanços em um teste de vacina para coronavírus. Houve, porém, perda de fôlego na reta final, com as tensões entre EUA e China em foco. Ainda existe incerteza sobre quando e se de fato essa vacina pode se materializar e sobre o ritmo da retomada econômica, mas hoje prevaleceu o otimismo, com petróleo em alta, dólar em queda e os juros dos Treasuries avançando diante da menor busca por segurança. Houve, ainda assim, notícias negativas, como o novo corte na projeção para o PIB global da Fitch, que espera agora contração de 4,6% em 2020. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) revisou para baixo sua expectativa, prevendo recuo de 7,5% na economia da América Latina neste ano, com contração de 6,9% no Brasil, enquanto a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) advertiu para o "aumento exponencial" dos novos casos de coronavírus no País, projetando que o número de mortes no Brasil pode bater 88,3 mil no início de agosto.   Hoje foi um dia simbólico para a Nyse, com operadores voltando ao local para trabalhar, após dois meses, embora apenas um terço desses profissionais tenha tido aval para isso, respeitando ainda medidas de distanciamento físico e outros cuidados, como o uso de máscaras. A gradual reabertura econômica tem amparado o otimismo nos mercados, ainda que com dúvidas sobre seu ritmo e o risco de uma eventual segunda onda de contágios pela covid-19. Hoje, parte do otimismo se deveu à notícia de que a Novavax lançou teste clínico com humanos de uma potencial vacina para coronavírus. O papel da companhia subiu 4,47%. O MUFG comenta ainda em relatório que a alta na confiança do consumidor dos EUA em maio, mostrada mais cedo pelo Conference Board, "diz aos mercados que o pior já passou por ora", com consumidores "começando a andar de novo pelas ruas, conforme os Estados reabrem". Chris Rupkey, do MUFG, diz que não é possível até agora projetar uma recuperação em "V" da economia americana, mas "esta está parecendo a recessão mais curta na história, que deve ser medida em meses, não em anos". A Stifel, por sua vez, também destacou o otimismo com a reabertura e o desenvolvimento da vacina.   Nas bolsas, o índice Dow Jones fechou em alta de 2,17%, em 24.995,11 pontos, o Nasdaq avançou 0,17%, a 9.340,22 pontos, e o S&P 500 subiu 1,23%, a 2.991,77 pontos. Houve perda de força perto do fechamento, com mínimas após relatos de que o presidente americano, Donald Trump, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, discutiam sanções contra autoridades da China por causa da repressão em Hong Kong. Porta-voz de Trump, Kayleigh McEnany disse nesta tarde que ele estava "descontente" com a postura chinesa e comentou que Hong Kong pode perder o posto de polo financeiro, caso a China intervenha.   Entre os Treasuries, a menor busca por segurança levou para cima os retornos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,173% e o da T-note de 10 anos, a 0,689%.   No câmbio, o dólar foi menos buscado. No horário citado, a moeda americana recuava a 107,51 ienes, o euro avançava a US$ 1,0984 e a libra tinha ganho a US$ 1,2332. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de divisas principais, caiu 0,96%, a 98,908 pontos. Mas o dólar avançava a 68,3033 pesos argentinos, após a Fitch rebaixar o rating da Argentina de C para default restrito (RD). Na sexta-feira, o país perdeu o prazo de carência para o pagamento de juros de bônus, embora sigam as negociações com os credores privados.   A possibilidade de reforço na demanda, com a retomada econômica, ainda apoiou o petróleo. O contrato do WTI para julho fechou em alta de 3,31%, a US$ 34,35 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto subiu 1,72%, a US$ 36,74 o barril, na ICE.   Além das tensões EUA-China, estiveram no radar revisões para baixo no crescimento e alertas de saúde. A Fitch projeta agora contração global de 4,6% em 2020. Já o IIF apontou em relatório que o PIB do Brasil deve encolher 6,9% neste ano e o da América Latina, 7,5%, prevendo "efeitos duradouros" da crise atual no País.   Já a Opas alertou em coletiva para o fato de que a América Latina agora é "o epicentro" da pandemia, argumentando que na maioria das Américas "não é hora de relaxar restrições". A entidade de saúde regional destacou o caso do Brasil, com "alta exponencial" do número de casos, e disse que suas projeções mostravam que o número de mortos no País pode atingir 88,3 mil no início de agosto. A Opas disse que, nesse quadro, medidas de distanciamento de fato ajudam, além de ressaltar a importância de se testar mais para a doença, para mapear e isolar os casos. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])   BOLSA   O Ibovespa quase encadeou o segundo dia positivo, embora em alta bem mais moderada do que a de ontem, enquanto Wall Street retornou do feriado pelo Memorial Day com avanço consistente, em meio à reabertura gradual das economias, superado, ao que tudo indica, o pior momento da primeira onda do novo coronavírus no exterior. O progresso anunciado pelo laboratório Novavax em testes clínicos para uma vacina contra a Covid-19 contribuiu para a demanda por ativos de risco fora do Brasil, como ações e petróleo. Por aqui, o fator político reaparece no radar, após a Polícia Federal realizar nesta manhã operação de busca e apreensão na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em meio a investigações sobre desvios de recursos da Saúde.   Entre os sinais de retomada no exterior e incertezas sobre a economia, a saúde e a política domésticas, o Ibovespa fechou a sessão de hoje em baixa de 0,23%, aos 85.468,91 pontos, após ter atingido ontem o maior nível de encerramento desde 10 de março, então a 92.214,47 pontos. Na máxima de hoje, o índice de referência da B3 foi a 87.332,53 pontos, maior nível intradia desde 11 de março, quando saiu de 92.202,15 pontos na abertura daquela sessão. Na mínima, à tarde, o Ibovespa tocou hoje os 85.395,71 pontos, tendo oscilado com mais frequência para terreno negativo após Witzel ter elevado o tom contra a família Bolsonaro.   Com a recuperação observada em maio, analistas gráficos apontam o nível de 90 mil pontos como alvo para o índice. Até o dia 5 de março, o Ibovespa mantinha-se acima dos 100 mil pontos, tendo fechado aos 102.233,24 pontos naquela ocasião, na sequência da correção iniciada na quarta-feira de cinzas, quando a progressão do coronavírus pelo mundo passou a assustar os mercados. O giro financeiro de hoje, elevado, totalizou R$ 29,5 bilhões e, agora, o índice acumula ganho de 4,01% na semana, e de 6,16% no mês, ainda cedendo 26,09% por ano. "Com a alta que tivemos ontem, dá para fazer uma pausa hoje e esperar um pouco", disse um operador, logo após a reação de Witzel. "A política ainda é um fator de preocupação, monitorado dia a dia", acrescentou.   Entre os setores da B3, destaque nesta terça-feira para bancos, que puxaram ajuste negativo após terem sido protagonistas no dia anterior com o ânimo em torno da fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a necessidade de privatizar o Banco do Brasil, cuja ação ON subiu mais de 10% ontem. Hoje, as ações do segmento registraram perdas entre 2,25% (BB ON) e 4,52% (Bradesco ON), em meio a rumores de que o governo poderia se antecipar a movimento no Senado para tabelar juros do cheque especial, com uma trava nas taxas de juros do cartão de crédito.   "Houve uma recuperação, mas ainda não há uma definição de tendência, daqui pra frente. Isso acaba reforçando o papel dos 'day traders', com visão de curto prazo, que acabam prevalecendo sobre a formação dos preços, operando a volatilidade. Foi o que aconteceu hoje com os bancos, um setor ainda atrasado no ano e que entrega lucros com regularidade: acabou passando por uma realização, após a alta do dia anterior", aponta Ari Santos, operador de renda variável da Commcor, observando que em média as ações de bancos acumulam perdas em torno de 40% em 2020, enquanto o Ibovespa cede 26% no período.   "Pelo peso que tem no índice, um avanço mais consistente das ações de bancos ajudaria a empurrar o Ibovespa para a linha de 90 mil pontos", diz Santos. "Realizar lucros rapidamente e colocar dinheiro no bolso tem sido um padrão, na medida em que ainda há muita dúvida sobre o cenário. A economia vai voltar bem aos poucos, assim como a confiança do consumidor, depois do desemprego elevado pela pandemia", acrescenta.   Em contraponto à queda dos bancos, destaque positivo para as ações de varejo e consumo, que contribuíram para mitigar a correção do Ibovespa. Na ponta do índice, B2W fechou em alta de 9,18%, seguida por Hypera (+7,02%) e Magazine Luiza (+6,75%). "As maiores altas do dia foram das ações de varejo online, após o mercado gostar do forte crescimento de vendas via e-commerce apresentado pela Magazine Luíza em seu resultado trimestral", diz Cristiane Fensterseifer, analista de ações da casa de análise Spiti.   No foco político desta terça-feira após operação da PF, o governador do Rio disse que, pelas provas disponíveis, o "senador Flávio já deveria estar preso" e que é vítima de uma perseguição movida pelo presidente Jair Bolsonaro que alcançará também outros governadores. Mais tarde, Flávio Bolsonaro reagiu a Witzel, ex-aliado e atual desafeto da família do presidente. "Isso não é nada perto do tsunami que pode chegar contra você. Pelo menos meia dúzia de secretarias vai ter problema", disse o senador (Republicanos-RJ), em transmissão pela internet.   Sinais preliminares de distensão política haviam aparecido na semana passada, com a reunião entre o presidente e governadores na qual houve acordo sobre a situação fiscal e a necessidade de manter os salários do funcionalismo sob controle até o fim de 2021. Depois, na sexta-feira, a divulgação do vídeo da reunião do dia 22 de abril acalmou o mercado, ao não trazer elementos que, na visão dos investidores, reforçassem a denúncia do ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Bolsonaro, de ingerência na PF.   A eventualidade de novas ações contra governadores conflagraria o quadro político, apontam analistas, no momento em que as atitudes do presidente permanecem sob escrutínio da Justiça. Em aguardado pronunciamento à tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem Bolsonaro tem se reaproximado, fez um apelo ao entendimento. "Faço desse momento um convite à pacificação dos espíritos; temos de trabalhar pelo Brasil", disse Maia. (Luís Eduardo Leal - [email protected])   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 85468.91 -0.22713 Máxima 87332.53 +1.95 Mínima 85395.71 -0.31 Volume (R$ Bilhões) 2.95B Volume (US$ Bilhões) 5.49B Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 85865 -0.22659 Máxima 87455 +1.62 Mínima 85375 -0.80     CÂMBIO O dólar teve novo dia de baixa e zerou a alta acumulada em maio, passando agora a registrar queda de 1,48%. O real ganhou força hoje influenciado pela queda generalizada da moeda americana no exterior e pelo cenário político mais ameno, embora ainda monitorado de perto pelas mesas de câmbio. Nem mesmo a crescente aposta de corte mais intenso de juros em junho pesou nos negócios com dólar hoje e os investidores seguiram reduzindo posições contra a moeda brasileira no mercado futuro. No mercado à vista, a moeda americana terminou o dia cotada em R$ 5,3578, na menor cotação desde 29 de abril, em baixa de 1,83%. Na mínima do dia, o dólar à vista e futuro caiu ao nível de R$ 5,33.   O índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, foi negociado em forte queda na tarde de hoje, e chegou a cair abaixo do patamar de 99 pontos, no menor nível desde 8 de maio. O analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo, a continuidade de reaberturas de economias europeias e progressos no desenvolvimento de uma vacina para o coronavírus ajudam a fortalecer o euro e também as moedas de emergentes.   Mas apesar desse otimismo, a elevação da tensão entre a China e os Estados Unidos, segue no radar. Hoje Washington voltou a atacar Pequim e, em entrevista à rede de TV Fox Business, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que é "um grande erro" da China impor uma lei de segurança nacional sobre Hong Kong e que Donald Trump já não considera mais um acordo comercial com o país asiático tão importante como achava antes da pandemia. Houve relatos ainda da imposição de sanções por Washington ao país asiático.   No mercado doméstico, o noticiário político foi monitorado, mas ficou em segundo plano hoje. Nem mesmo a crescente aposta do mercado de corte de 0,75 ponto porcentual da taxa básica de juros, na reunião de junho do BC hoje no mercado futuro de juros, foi suficiente para segurar a queda da moeda americana. O analista de moedas do Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC), Luis Hurtado, revisou sua projeção e espera que a Selic caia para 2% ou 2,25% ao final do ano. Se não afetou hoje, ele acredita que no curto prazo o BC mais propenso a cortar juros vai pressionar o câmbio.   Sobre o cenário político, Hurtado acredita que o tema ainda vai continuar dominando o noticiário, na medida em que prosseguem as investigações de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e hoje ainda teve depoimento de mais de seis horas do empresário Paulo Marinho no Rio. Com juro menor e maior ruído político, o CIBC elevou a projeção de dólar para R$ 5,50 ao final do segundo trimestre. Na segunda metade do ano o real tende a ganhar um pouco de força, com a retomada da economia, e a moeda americana deve encerrar o quarto trimestre em R$ 5,10.   Os estrategistas em Nova York do Citibank destacam que o vídeo da reunião ministerial de Bolsonaro não trouxe maiores surpresas, o que ajuda a reduzir "riscos de cauda". Ao mesmo tempo, o banco americano alerta que o cenário político ainda é muito sensível no Brasil, especialmente em um contexto de escalada dos casos de covid-19 e potencial efeito nas taxas de aprovação do presidente.   O Citi projeta que o dólar vai seguir acima de R$ 5,00, terminando o ano em R$ 5,54 e encerrando 2021 em R$ 5,15. O banco hoje cortou a projeção de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano, de contração de 4,5% para queda de 6,5%.   Após a divulgação do vídeo, investidores, sobretudo os locais, fizeram ajustes importantes ontem em suas apostas no mercado futuro de dólar. Os fundos nacionais elevaram suas posições vendidas, que ganham com a queda da moeda americana, em 15.365 contratos, o equivalente a US$ 770 milhões somente ontem. Do último dia 11 até ontem, as apostas vendidas dos fundos aumentaram em mais de oito vezes, saindo de 11 mil contratos para 94 mil, de acordo com dados da B3 monitorados pela corretora Renascença.   Já os estrangeiros aumentaram posições compradas ontem, que ganham com a alta do dólar, em 8,8 mil contratos (US$ 440 milhões). Mas quando se considera um prazo maior, desde o último dia 11, os estrangeiros reduziram estas posições em cerca de 30 mil contratos, baixando de 81 mil para 54 mil contratos, segundo os dados da Renascença. (Altamiro Silva Junior - [email protected])   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.35780 -1.834 5.40170 5.33530 Dólar Comercial (BM&F) 5.5660 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5348.000 -1.78145 5403.000 5334.500 DOLAR COMERCIAL 5353.000 -2.04044 5390.000 5347.500   JUROS Os juros futuros tiveram momentos distintos nesta terça-feira, marcada pela divulgação do IPCA-15 mais baixo da história do Plano Real. Pela manhã, as taxas caíram com força em reação à deflação de 0,59% mostrada pelo índice, que elevou as apostas num novo corte de 0,75 ponto porcentual da Selic no Copom de junho, em meio ainda ao tombo do dólar e ao exterior positivo. No começo da tarde, passado o leilão de NTN-B, o ímpeto de fechamento das taxas esfriou, com a ponta curta já operando nos ajustes de ontem e as taxas longas bem distantes das mínimas. Fatores relacionados ao leilão, que foi significativamente maior do que o das últimas semanas, e uma certa cautela com o cenário político acabaram por puxar uma realização de lucros, considerando ainda que as taxas já haviam caído ontem com força. A realização de lucros só não avançou mais em função do dólar, que no fechamento da etapa regular derretia mais de 2%, abaixo dos R$ 5,35.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou em 2,385%, de 2,382% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2022 subiu de 3,20% para 3,24%. O DI para janeiro de 2025 terminou a sessão regular com taxa de 6,01%, de 6,10% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 recuou de 7,06% para 6,98%.   Os juros começaram a tarde nas máximas, com os curtos rondando a estabilidade. "O leilão foi grande e uma parte do movimento é o fato de ontem o mercado já ter andado muito", comentou um gestor, para explicar a redução da queda das taxas. O Tesouro ofertou 1,6 milhão de NTN-B, mais que o dobro da oferta anterior de 650 mil. A instituição vendeu todo o lote de 1,5 milhão de papéis curtos e pouco mais de um terço (34.750) dos 100 mil títulos longos. Nas mesas, os relatos são de que as taxas do leilão foram "amassadas" e que a deflação do IPCA-15 que saiu logo na abertura acabou por melhorar o mercado e elevar a demanda pelos títulos.   Outro efeito do IPCA-15 foi sobre a precificação da curva em relação às apostas para a Selic, com avanço da expectativa de queda de 0,75 ponto na atual taxa de 3,00% na reunião de junho, o que deixa, assim, o mercado dividido. Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, a curva apontava no fim da tarde 56% de chance de corte de 0,75 ponto contra 44% de probabilidade de redução de 0,5 ponto. Pela manhã, em função da surpresa com o IPCA-15, a chance de quede de 0,75 ponto chegou a ser claramente majoritária, alcançando 60%. O IPCA-15 teve deflação de 0,59%, superando até o piso das previsões coletadas pelo Projeções Broadcast (-0,57%). O índice em 12 meses sobe 1,96%, sendo que o piso da meta de inflação para 2020 é de 2,50%.   A ressaca com o leilão de NTN-B no início da etapa vespertina coincidiu ainda com a informação de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, faria pronunciamento na abertura da sessão, num dia de operação da Polícia Federal (PF) na casa do governador do Rio, Wilson Witzel, mas o tom das declarações trouxe alívio ao mercado. Maia convocou a “pacificação dos espíritos”, a preservação da democracia e a luta contra o coronavírus, mas, ainda assim o mercado não pode baixar muito a guarda. Na sequência de Maia, o empresário Paulo Marinho, ao sair da PF onde havia prestado novo depoimento, disse que havia trazido "elementos materiais de prova sobre vazamento" e mencionou celular do ex-ministro Gustavo Bebianno que está guardado nos Estados Unidos. (Denise Abarca - [email protected])     Operação CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.70 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 2.90 Over Selic (%a.a) 2.90    
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