Se o dia foi de cautela no exterior, por aqui prevaleceu um movimento de compras que sustentou os ativos e interrompeu a sequência negativa desta semana. Boa parte desse bom humor derivou de sinalizações que reduziram a percepção de risco fiscal. Logo no começo do dia, os investidores já tinham em mãos a notícia de que o próximo governo não deve renovar a desoneração dos combustíveis, o que até pode puxar um pouco mais a inflação, mas significa receitas extras de ao menos R$ 50 bilhões.
O investidor em Brasil aproveitou a ausência dos mercados externos, ainda devido ao feriado de Natal, e promoveu uma realização de lucros com base em alguns poucos catalisadores domésticos. Além da cautela em relação aos nomes que ainda restam para compor o ministério do próximo governo, a piora da percepção fiscal parece já ter efeito sobre as expectativas dos agentes, conforme mostrou a piora das projeções de inflação para 2023, 2024 e 2025 contidas no Boletim Focus.