As declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, ao dizer que estaria preocupado apenas se houvesse um aperto "consistente" e "persistente" nas condições financeiras e defender a atual postura monetária do banco central americano, não apenas foram insuficientes para impedir um novo dia de avanço dos yields dos Treasuries mais longos, como os fizeram acelerar ainda mais. E tal movimento fez as bolsas americanas terminarem com perdas importantes, ainda que longe das mínimas, ao mesmo tempo em que fortaleceu o dólar. Os ativos brasileiros, que experimentavam recuperação firme diante da aprovação da PEC Emergencial no Senado com respeito ao teto de gastos, não passaram incólumes ao mau humor externo. O Ibovespa, que chegou a superar o nível de 114 mil pontos logo após o Senado aprovar o texto que libera a concessão ao auxílio emergencial em segundo turno, terminou com avanço muito mais modesto, de 1,35%, aos 112.690,17 pontos. Destaque para a desempenho positivo de bancos e de Petrobras, num dia de avanço de cerca de 4% do petróleo, após a Opep manter os cortes na produção. O real também acabou sendo afetado pelo cenário externo, assim como outras moedas emergentes. A divisa americana foi à mínima de R$ 5,54 no começo da tarde, mas voltou a subir com os impactos das declarações de Powell nos ativos e terminou com queda modesta, de 0,11%, a R$ 5,6582 no mercado à vista. Em meio a essas oscilações, apenas os juros futuros escaparam da dinâmica negativa importada de Wall Street. Os vencimentos longos, bastante sensíveis à dinâmica fiscal, tombaram até 60 pontos com o alívio trazido pela PEC, que, embora tenha ficado longe do ideal e bastante desidratada ante a proposta original, escapou do fatiamento e manteve o respeito ao teto de gastos. As taxas curtas caíram menos, reduzindo a inclinação da curva, mas também o ritmo de apostas de alta de 0,75 ponto porcentual da Selic no Copom de março.
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