T-NOTE MAXIMIZA CAUTELA COM BRASIL, REAL PIORA À TARDE E CARREGA JUROS FUTUROS

Os ativos em geral experimentaram alguma deterioração na segunda metade de hoje, mas o real acabou sendo o principal destaque negativo em uma cesta de 34 moedas, afetando também os juros futuros e o Ibovespa. A aceleração dos yields dos Treasuries, que chegou reduzir o ímpeto das bolsas em Wall Street no meio da tarde, maximizou o movimento que os investidores já impunham ao câmbio por uma série de fatores domésticos, sobretudo relacionados à questão fiscal. Além de um orçamento aprovado com diversas manobras, o agravamento da pandemia no Brasil traz temores sobre aumento de gastos, o que deixa os agentes na defensiva. Com isso, o dólar terminou o dia com valorização de 1,25% ante o real, a R$ 5,7413. Na semana, a moeda dos EUA subiu 4,67%. Os juros futuros, que caminhavam para um dia de correção diante da forte inclinação recente da curva, não resistiram e também terminaram em alta, pressionados pelo dólar e pelo movimento dos T-notes. No balanço da semana, as apostas mais agressivas para alta da Selic no Copom de maio, de até 1,25 ponto porcentual, foram aparadas e estão concentradas na possibilidade de 1 ponto porcentual. Na renda variável, o Ibovespa, que chegou a testar o terreno negativo durante a etapa vespertina, terminou o dia com alta de 0,91%, aos 114.780,62 pontos, alinhado aos pares americanos. Na semana, contudo, teve perdas de 1,24%, diante do cenário fiscal frágil e do avanço das medidas de restrição com os números da pandemia batendo recordes sucessivos no Brasil. Hoje, por exemplo, no dia em que o Butantan anunciou que irá pedir autorização para testar uma vacina própria contra a covid e o governo federal falou sobre outras duas em desenvolvimento, São Paulo decidiu estender a fase de emergência no Estado até 11 de abril. Por fim, em Nova York, a alta firme do petróleo, apoiada pelo navio encalhado que atravanca o fluxo de transporte da commodity no Canal de Suez, sustentou os papéis de energia e ajudou as bolsas. Além disso, o otimismo com a retomada global, em meio a indicadores positivos nos EUA e na Europa, também ajudou.

CÂMBIO

A acelerada do dólar à máxima de R$ 5,7568 na sessão desta sexta-feira – o maior valor desde dia 9 de março (R$ 5,7974) -, indicou segundo especialistas em câmbio, um conjunto de fatores, principalmente de ordem doméstica, muito embora também tenha refletido o avanço do rendimento dos títulos do Tesouro americano com prazos de vencimento mais longos.

Pontos de tensão seguem no radar dos investidores como as manobras fiscais, vistas ontem à noite para a aprovação do Orçamento de 2021, a pandemia descontrolada – dentro do entendimento de que serão requeridos mais gastos – e ainda a indicação pelo próprio Banco Central de que o ritmo de normalização da política monetária não deve ser tão forte como estava sendo precificado, mantendo, assim, o baixo diferencial de juros com o exterior.

“Já se discute o retorno do estado de calamidade, o que dá um novo cheque em branco para gastos. Ou seja, um retorno à situação vista em 2020”, diz Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais.

Segundo ele, um forte indicativo de que a evolução do dólar frente ao real se deu nesta sessão por conta de motivos locais foi que, na comparação com moedas de pares emergentes, poucas se desvalorizavam, entre elas, a lira turca. Às 16h16, a divisa americana subia 1,95% frente a ela. Do lado contrário, o dólar recuava frente ao peso mexicano (-0,43%) e ao rublo (-0,54%).

O Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, termômetro do risco-País, chegava a 221.14 pontos ante 219.81 pontos marcados na véspera, de acordo com cotações da IHS Markit, no horário acima.

Do ponto de vista técnico, houve pressão no câmbio para a saída de recursos, com o dólar casado recuando para a casa de 0,70 ponto ante 1,5 ponto no fechamento da véspera.

“Há motivos do ponto de vista monetário, político e econômico. Os três trabalhando juntos para a desvalorização da moeda hoje”, complementou Sichel, adicionando que, com a pandemia e a forte expectativa de queda da economia, surge sempre rapidamente uma pressão política para a recomposição de renda.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, lembra que já faz um tempo que as moedas de emergentes têm sentido a pressão vinda do exterior, com os aumentos recorrentes dos juros dos treasuries dos Estados Unidos. No entanto, afirmou, hoje os problemas domésticos pesaram bem. Ele lembra que, entre 1998 e 2014, o Brasil passou por um momento responsável do ponto de vista fiscal.

“Com isso, a atração de recursos era farta e vinha por vários canais”, disse, ressaltando que, após 2014, o déficit se prolonga, o estoque da dívida sobe, assim como a proporção com o PIB, e os investimentos minguam. “Faz um tempo em que não se consegue tomar as rédeas para o controle fiscal. Aí é um efeito dominó, um processo que vai se acumulando e, sem dúvidas, o câmbio mostra isso.”

Nem notícias sobre a fabricação de vacinas nacionais aliviou a tensão dos investidores nesta sexta-feira que antecede um período de feriados antecipados, com prorrogação do estado emergencial até 11 de abril. Hoje o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta manhã (26) nova vacina produzida pelo Instituto Butantan contra a covid-19. Batizada de Butanvac, o imunizante foi desenvolvido em solo nacional e terá o pedido para fase de testes clínicos protocolado nesta tarde junto à Agência Nacional de Vigilância (Anvisa). Além disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ter mais uma vacina brasileira em desenvolvimento com a Universidade de São Paulo.

Sem qualquer atuação do Banco Central para amenizar o movimento altista, o dólar à vista encerrou com avanço de 1,25%, cotado a 5,7413. (Simone Cavalcanti – [email protected])

17:27

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.74130 1.2486 5.75680 5.64000

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL 5752.500 1.87727 5758.000 5641.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5761.000 1.40815 5761.000 5679.000

JUROS

Os juros futuros não sustentaram o movimento de queda iniciado ainda ontem e fecharam entre a estabilidade nos contratos longos e alta nos demais vértices. As taxas acompanharam a deterioração geral vista nos demais ativos e inverteram a direção na última hora da sessão regular, com o dólar renovando máximas acima de R$ 5,75 e o rendimento da T-Note de 10 anos voltando a se aproximar de 1,7%. Até então, a mensagem do Banco Central, ontem, de que a normalização da Selic não deve levá-la até o nível neutro e a aprovação do Orçamento, ainda que o texto tenha sido enfraquecido do ponto de vista fiscal, produziam alívio de prêmios, além do fato de as taxas já terem subido muito nos últimos dias.

Ainda que hoje os curtos tenham tido desempenho pior do que os longos, no balanço da semana a curva teve ganho importante de inclinação, de cerca de 50 pontos. Por outro lado, no fim do dia, as apostas de aperto de 1,25 ponto porcentual na Selic no Copom de maio voltaram a ganhar espaço em relação ao cenário da manhã, mas ainda seguem minoritárias.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 4,676% ontem para 4,725% e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a sessão regular em 8,11%, de 8,05% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2027 terminou em 8,69%, de 8,674%.

Os juros começaram o dia dando sequência ao movimento de ontem, com taxas em baixa firme, de mais de 10 pontos no trecho longo, favorecidos por um ambiente mais ameno após a aprovação do Orçamento no Congresso. A contabilidade “criativa” pela qual passou o texto para o encaixe de bilhões de reais em emendas parlamentares foi relevada pelo mercado, que olhou o copo meio cheio. “Ficou mais o lado de que o Orçamento passou e agora é ‘página virada’, mas com muitas dúvidas sobre transparência e o fato de que terá de fazer um contingenciamento grande”, disse o estrategista da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi.

O Balanço de Pagamentos de fevereiro, com déficit menor do que o previsto e salto no Investimento Direto no País (IDP) muito acima do previsto, embora não tenha tido efeito diretamente nas taxas, contribuiu para encorajar a tomada de risco. “O mercado vinha tão estressado que chega uma hora que qualquer coisa ajuda”, afirmou Caramaschi.

À tarde, com maior pressão dos Treasuries afetando o dólar, a moeda americana passou a renovar máximas ante o real, enfraquecendo a Bolsa e zerando a queda dos juros, a despeito do noticiário positivo sobre vacinas contra covid-19 anunciado hoje pelos governos federal e de São Paulo, de imunizantes 100% nacionais já em desenvolvimento.

Na visão dos agentes, enquanto persistir o cenário de incertezas fiscais e de ruídos políticos, alívios como o visto hoje na curva tendem a ter vida curta, aparecendo vez ou outra no meio de muita volatilidade. No balanço da semana, a inclinação avançou de 346 pontos-base na última sexta-feira para 396 pontos hoje, considerando o diferencial entre os contratos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027.

Com a virada das taxas para cima à tarde, os DIs voltaram a precificar 106 pontos-base de alta para a Selic no Copom de maio, ante 101 pontos registrados pela manhã. Ou seja, a curva fecha a semana projetando 76% de probabilidade de aumento de 1 ponto porcentual e 24% de chance de 1,25 ponto. (Denise Abarca – [email protected])

17:27

Operação   Último

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 2.66

Capital de Giro (%a.a) 5.73

Hot Money (%a.m) 0.64

CDI Over (%a.a) 2.65

Over Selic (%a.a) 2.65

BOLSA

Após ter ensaiado estender os ganhos de ontem, retomando o nível de 115 mil pontos no melhor momento desta sexta-feira, o Ibovespa chegou a se curvar à pressão do dólar, que foi a R$ 5,7568 na máxima de hoje, lançando então o índice de ações da B3 a terreno negativo. Ao fim, mostrava alta de 0,91%, a 114.780,62 pontos, acumulando perda de 1,24% na semana, após ganho de 1,81% no intervalo anterior – nas últimas cinco semanas, sem interrupção, tem alternado perdas e ganhos, refletindo grau maior de incerteza associado à pandemia, à extensão do distanciamento, às iniciativas de mitigação de danos econômicos e sociais, e, no exterior, a pressão sobre os rendimentos dos Treasuries.

No mês, faltando três sessões para o encerramento de março, o Ibovespa acumula ganho de 4,31%, colocando as perdas do ano a 3,56%. O giro financeiro desta sexta-feira ficou em R$ 33,2 bilhões. Com abertura a 113.750,08 pontos, o Ibovespa alcançou na máxima do dia os 115.415,60 pontos, com mínima, à tarde, a 113.305,43 pontos, enquanto o dólar à vista ia às máximas da sessão.

“Esse dólar estourando reflete cenário fiscal que vem se estrangulando, pressionado pela crise do coronavírus, que resulta em apelo por mais gastos públicos, mais auxílio, mais medidas populistas, sem perspectiva ainda de alguma retomada econômica, o que se reflete em especial nas ações com exposição à mobilidade, como as administradoras de shoppings e as empresas do setor de educação”, diz Gustavo Akamine, analista da Constância Investimentos. Heloïse Sanchez, analista da Terra Investimentos, observa em nota que a aprovação do Orçamento para 2021, ontem, com emendas que elevam gastos, contribui para manter o real entre as moedas emergentes mais pressionadas.

Assim, o peso do câmbio chegou a deixar em segundo plano o que de positivo emergiu nesta sexta-feira, como o anúncio da vacina própria do Butantan, em dia favorável no exterior, com boa leitura sobre a confiança do consumidor nos EUA e a reiteração, nesta semana, de viés ainda estimulativo para a política monetária americana. “Em ambiente de juros muito baixos lá fora, as ações de commodities refletiam isso, especialmente mais cedo, com o prosseguimento do ‘reflation trade'”, diz Akamine, chamando atenção também para o atraso na desobstrução do canal de Suez, que manteve o petróleo em alta acima de 4% nesta sexta. Em Nova York, os três índices de referência mostravam ganhos acima de 1% no fechamento, dando suporte ao segundo ganho consecutivo do Ibovespa, apesar das incertezas domésticas.

Em São Paulo, o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) anunciou hoje a prorrogação do estado emergencial no Estado até o dia 11 de abril. Segundo ele, as medidas são necessárias devido à “insistência do crescimento da pandemia, apesar de todas as medidas adotadas”. O Estado de São Paulo registrou nesta sexta-feira 2.392.374 casos de contaminação pela covid-19 e 70.696 mortes pela doença. Entre ontem e hoje, foram contabilizados 21.489 novos casos, aumento de 0,91% em 24h, e 1.193 novas mortes, alta de 1,72% e recorde para único dia, superando a marca da terça-feira, de 1.021 óbitos.

Em meio ao pior momento da pandemia, as ações do setor de saúde estiveram entre as perdedoras do dia. “Os investidores estão vendo uma sinistralidade mais alta com a volta das consultas e procedimentos eletivos, o que reduz sua lucratividade. Esses procedimentos tinham ficado represados por muito tempo, mas foram retomados desde o final do ano passado. Vale ressaltar que a Rede D’Or, que é um player de grande porte e bem capitalizado, tem estrategicamente aumentado sua participação na Qualicorp, o que a ajuda a monitorar o que está acontecendo no mercado”, diz Bruno Komura, estrategista-chefe da Ouro Preto Investimentos.

Na ponta negativa do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para queda de 4,51% na ação da Cogna, à frente de Qualicorp (-3,42%) e de JHSF (-3,02%). No lado oposto, Pão de Açúcar subiu 5,90%, com Bradespar em alta de 5,69% e Gerdau PN, de 5,26%. No pior momento do dia, Petrobras chegou a zerar ganhos, mas ao fim da sessão mostrava alta de 1,12% na PN e de 1,48% na ON, enquanto Vale ON subia 3,34%. As ações de bancos chegaram a mostrar desempenho misto, mas ao fim se firmaram em alta, com destaque para Santander (+3,46%).

A expectativa positiva para as ações no curtíssimo prazo arrefeceu no Termômetro Broadcast Bolsa, mas, ao mesmo tempo, também a previsão de perdas, enquanto a de variação neutra ganhou bastante terreno. Com 12 participantes, a pesquisa mostra que 66,67% esperam que a próxima semana será de ganhos para o Ibovespa e 8,33%, de perdas. Os que acreditam em estabilidade são 25,00% do total. No Termômetro anterior, a perspectiva para a Bolsa esta semana era de alta de 72,73%; de queda para 18,18%; e de variação neutra para 9,09%. (Luís Eduardo Leal – [email protected] e Fabiana Holtz – [email protected])

17:21

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 114780.62 0.90613

Máxima 115415.60 +1.46

Mínima 113305.43 -0.39

Volume (R$ Bilhões) 3.31B

Volume (US$ Bilhões) 5.81B

17:27

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 114650 1.00432

Máxima 115535 +1.78

Mínima 113165 -0.30

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam em alta de mais de 1%, ganhando fôlego na hora final, com recorde de fechamento do S&P 500, após o Nasdaq ter oscilado entre perdas e ganhos diante de baixas em algumas das chamadas big techs, como Alphabet. O setor financeiro mostrou mais força no mercado acionário americano, após ontem o Federal Reserve (Fed) anunciar que liberará a recompra de ações e a elevação de dividendos dos bancos no segundo semestre. A força de papéis ligados à energia também colaborou, em dia de salto de mais de 4% no petróleo, novamente apoiado pelo navio encalhado que atravanca o fluxo de transporte da commodity no Canal de Suez. O governo americano disse que ofereceu ajuda ao Egito para desbloquear o canal, enquanto alguns analistas previam que o impacto do fato deve ter vida curta. Entre os Treasuries, os juros longos voltaram a subir, e no câmbio o dólar oscilou ante outras moedas principais, com viés negativo. Investidores demonstravam certo otimismo com a retomada global, em meio a indicadores positivos nos EUA e na Europa, mas a covid-19 e seus impactos continuavam no radar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o fato de que nas últimas cinco semanas ocorreram altas consecutivas nos casos da doença pelo mundo. Nos EUA, a força-tarefa da Casa Branca demonstrou otimismo com o avanço da imunização, mas alertou para alta nos casos do vírus nos últimos sete dias.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE) veio contido nos EUA, o que reforçou a expectativa de que o Fed não precisará ter pressa no aperto futuro da política monetária. O Goldman Sachs afirmou que a inflação segue “benigna” nos EUA e que, após os dados do dia, mantém sua projeção de crescimento de 7,5% no primeiro trimestre no país. Já o Morgan Stanley apontou para revisões em alta em alguns números de janeiro e para dados de balança comercial e de estoques, elevando sua estimativa de crescimento dos EUA no mesmo período de 8,7% para 10%.

Na Europa, o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha superou a expectativa, ao subir em março a 96,6, na máxima desde junho de 2019. Para alguns analistas, o dado deve ser matizado, já que não captaria restrições mais recentes ante a covid-19 no país, porém o Commerzbank interpretou os números com otimismo de que a economia local se recuperará “de modo forte quando o lockdown terminar, talvez no fim de maio”.

A expectativa de retomada econômica era apontada como apoio ao bom humor hoje, mas a pandemia continua a preocupar. A Alemanha emitiu alertas de viagem para França, Áustria, Dinamarca e República Checa, reforçando restrições para viajantes desses países. Em coletiva, a OMS alertou para o quinto avanço semanal consecutivo nos casos de covid-19 pelo mundo. Apenas nos EUA, a força-tarefa da Casa Branca para enfrentar a crise de saúde notou aumento na média móvel dos últimos sete dias, ante a semana anterior, e reforçou a necessidade de medidas como uso de máscaras e distanciamento social, mesmo que o país avance na imunização. Os EUA pretendem agora aplicar 200 milhões de vacinas nos 100 primeiros dias do governo Joe Biden. A Casa Branca disse hoje que, para a meta do presidente ser cumprida, é preciso manter o ritmo atual de 2,5 milhões de vacinas por dia. Na Europa, que ainda luta para acelerar o processo de imunização, o regulador da União Europeia aprovou três novas fábricas de vacinas, de AstraZeneca, Pfizer/BioNTech e Moderna.

Em Nova York, bancos estiveram entre os destaques, após o Fed relaxar restrições ao setor, como o pagamento de dividendos a partir do segundo semestre, e companhias ligadas ao petróleo também se saíram bem. O Dow Jones fechou em alta de 1,39%, em 33.072,88 pontos, o S&P 500 subiu 1,66%, a 3.974,54 pontos, e o Nasdaq ganhou 1,24%, a 13.138,73 pontos, após cair em parte do pregão.

O petróleo WTI para maio fechou em alta de 4,12%, em US$ 60,97 o barril, na Nymex, e o Brent para junho avançou 4,26%, a 64,43 o barril, na ICE. O bloqueio do Canal de Suez voltou a influir, com a Casa Branca informando que ofereceu ajuda ao Egito no caso. A Capital Economics comenta que o impulso para os preços com o fato deve ser temporário e nota em relatório que há temores sobre a demanda futura do óleo, diante de uma vacinação “lenta” e de extensões em lockdowns na Europa.

Entre os Treasuries, os retornos não tiveram sinal único, mas subiram na maioria. O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, previu um “salto” na inflação em 2021, mas ressaltou que ela não deve sair do controle, projetando que ficará em “cerca de 2,1%” em todo este ano. Harker ainda considerou que o avanço recente dos Treasuries não deve afetar decisões de consumo e pode ser visto de forma positiva, por indicar expectativa de recuperação econômica. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos operava estável, a 0,136%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,675% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,371%.

No câmbio, o TD Securities viu o dólar pressionado pelo quadro em geral de maior apetite por risco. Após oscilar durante a sessão, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, caiu 0,05%, a 92,766 pontos. O dólar ainda subia a 109,68 ienes, o euro tinha alta a US$ 1,1798 e a libra avançava a US$ 1,3785. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])




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