T-NOTE, COMMODITIES E SWAP PRESSIONAM DI E DÓLAR, MAS PETROBRAS SUSTENTA BOLSA

Blog, Cenário
A forte elevação das taxas dos títulos do Tesouro americano direcionaram os mercados nesta segunda-feira, também marcada por tensões no cenário interno. A percepção do investidor é de que o anúncio do processo de retirada de estímulos pelo Federal Reserve está próximo e, ainda que em parte precificado, pode trazer surpresas. Dos três dirigentes do Fed que discursaram hoje, dois fizeram a defesa do debate do tema. Essas falas, somadas ao tom mais hawkish adotado pelo presidente da instituição, Jerome Powell, na semana passada, deram mais gás aos juros dos Treasuries e ao dólar. O retorno do papel de 10 anos, referência do mercado internacional, subiu a 1,485%, maior nível em três meses. Internamente, esse movimento acabou encontrando um cenário ruim para a renda fixa e o câmbio. O quadro inflacionário brasileiro segue incomodando, com mais uma elevação da projeção para o IPCA em 2021 e 2022 na Focus. A subida dos preços de commodities hoje azeda o humor adicionalmente, pelo risco de contaminação ainda maior nos preços. A expectativa ainda com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser divulgada amanhã cedo, reforça posições conservadoras nos DIs. Além disso, parte do mercado leu a antecipação do anúncio, pelo Banco Central, dos leilões extras de swap para suprir o overhedge como um sinal do desconforto da autoridade monetária com o cenário de maior pressão sobre os preços e sobre a Selic. No câmbio, ao longo do dia, o alívio com a operação extra do BC foi dissipado e a moeda escalou a R$ 5,3788, alta de 0,65%. Ao largo desta piora, o Ibovespa subiu aos 113.583,01 pontos, ganho de 0,27%. Ainda que os impasses com as reformas sigam pesando, o salto da Petrobras - acompanhando o petróleo e a reafirmação da política de preços - levou o índice às máximas perto do fim da sessão, além de tirar um pouco da pressão no câmbio. Os papéis da estatal, aliás, fecharam com elevação de 1,56% (ON) e 0,89% (PN).
  • MERCADOS INTERNACIONAIS
  • JUROS
  • CÂMBIO
  • BOLSA
MERCADOS INTERNACIONAIS A escalada dos juros longos dos Treasuries, com a proximidade do "tapering" do Federal Reserve, continuou hoje e pesou nas ações do setor de tecnologia, cujas empresas são mais sensíveis a uma piora nas condições de financiamento. Com isso, o índice acionário Nasdaq fechou em queda em Nova York. O Dow Jones, por outro lado, foi beneficiado por papéis de petroleiras e conseguiu se manter em alta. As restrições de oferta da commodity energética nos EUA continuaram a impulsionar os preços e levaram o petróleo a registrar ganhos pelo quinto pregão consecutivo, com o Brent acima de US$ 79 o barril pela primeira vez desde 2018. No mercado cambial, o dólar se valorizou contra os pares, beneficiado pela inclinação da curva de rendimentos dos EUA e em meio à ênfase dada ao processo de redução das compras de ativos em discursos de dirigentes do Fed. Na Europa, o avanço das ações do setor de energia garantiu um pregão de ganhos para as principais praças. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,17%, a 7.063,40 pontos, com ganhos de 3,47% e 4,36% nos papéis das petroleiras BP e Royal Dutch Shell, respectivamente. No Velho Continente, investidores ainda digeriam a vitória apertada do Partido Social-Democrata (SPD) nas eleições para a sucessão de Angela Merkel e o crescimento do Partido Verde. Em Nova York, o Dow Jones avançou 0,21%, a 34.869,37 pontos, com alta de 2,36% nas ações da Chevron. O subíndice de energia do S&P 500 teve ganho de 3,43%, mas o índice como um todo fechou em queda de 0,28%, a 4.443,11 pontos. O Nasdaq, por sua vez, recuou 0,52%, a 14.969,97 pontos. Na avaliação do analista-chefe de mercados da CMC, Michael Hewson, o que impactou os papéis de tecnologia foi o fato de o juro da T-note de 10 anos ter operado brevemente acima do nível de 1,5% pela primeira vez desde junho. Isso porque as techs são algumas das empresas mais afetadas por rendimentos mais altos, que encarecem a tomada de crédito para investimento. Perto do horário de fechamento dos mercados em NY, o retorno da T-note de 2 anos operava estável em 0,279%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,485% e o do T-bond de 30 anos tinha ganho a 2,002%. "A ação de preço desta segunda-feira foi uma ilustração, em um nível muito limitado, da dinâmica que esperamos ocorrer ao longo do quarto trimestre", diz o analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets. "Os rendimentos foram empurrados para um território mais alto, levando a oscilações nos ativos de risco (ações domésticas neste caso)." O Citi explica, em relatório enviado a clientes, que essa inclinação da curva de juros americana é a continuidade do movimento visto desde que o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a redução das compras de ativos pode ser anunciada oficialmente em novembro. Hoje, em maior ou menor medida, dirigentes como John Williams (Nova York), Charles Evans (Chicago) e Lael Brainard também sinalizaram que o "tapering" pode começar em breve. "Se esse aumento nos rendimentos nos EUA puder ser sustentado, é mais um fator positivo para o dólar a ser considerado", diz o banco de investimentos Brown Brothers Harriman (BBH). Hoje, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra seis pares, fechou em alta de 0,38%, a 93,383 pontos. Mesmo com a valorização do dólar, o petróleo registrou ganhos pelo quinto pregão consecutivo, impulsionado ainda pela restrição de oferta gerada no Golfo do México pela passagem do furacão Ida. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro subiu 1,99%, a US$ 75,45 o barril, enquanto o Brent para dezembro avançou 1,93% (+US$ 1,49), a US$ 78,72 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ao longo da sessão, o Brent chegou a alcançar a marca de US$ 79 o barril pela primeira vez desde outubro de 2018. "Por enquanto, as restrições de oferta dos EUA continuarão a fornecer alta aos preços do petróleo, uma vez que as interrupções relacionadas ao Ida ainda afetarão a oferta dos EUA no primeiro trimestre de 2022", diz a analista de energia Louise Dickson, da consultoria norueguesa Rystad Energy. Após a revelação de que os presidentes regionais do Fed Eric Rosengren (Boston) e Robert Kaplan (Dallas) negociaram ações e outros ativos em 2020 enquanto tomavam decisões de política monetária, o banco central americano anunciou hoje a aposentadoria de ambos. Rosengren deixará o cargo em 30 de setembro e Kaplan, em 8 de outubro. (Iander Porcella - [email protected]) JUROS A semana começou com juros em alta, principalmente nos trechos intermediário e longo, que subiram mais que a ponta curta, configurando aumento no nível de inclinação numa curva já bastante empinada. A exemplo dos últimos dias, as taxas continuaram alinhadas à escalada do rendimento dos Treasuries, em especial da T-Note, hoje com reforço da alta do dólar e das commodities, que alimentam as preocupações com os rumos da inflação. Não se descarta que a antecipação do anúncio, pelo Banco Central, na sexta à noite, dos leilões extra de contratos de swap cambial tradicional para suprir o overhedge tenha como pano de fundo o desconforto da autoridade monetária com o cenário de maior pressão sobre os preços e sobre a Selic. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 8,969% no ajuste de sexta-feira para 9,04% e a do DI para janeiro de 2025 encerrou em 10,16%, de 10,055%. A taxa do DI para janeiro de 2027 terminou em 10,56%, de 10,453%. A aversão ao risco prefixado responde a fatores externos e domésticos, num quadro de assimetria bastante negativa para posições vendidas. Profissionais na área de renda fixa destacam que as curvas em moeda local pelo mundo todo vêm abrindo depois que o Federal Reserve sinalizou que o tapering pode começar em novembro e o aperto nos juros americanos pode ter início no ano que vem, espelhadas na trajetória dos Treasuries. O retorno da T-Note de 10 anos subiu de 1,3% para quase 1,5% em menos de 15 dias. O economista-chefe do Banco Original, Marco Antonio Caruso, destaca que hoje há pouquíssimos títulos no mundo fechando taxas, mas alerta também para a influência do câmbio e commodities sobre a curva brasileira. "Temos hoje essa puxada do dólar, petróleo e minério, esse kit inflação afetando o DI", disse. Os preços do petróleo subiram hoje perto de 2%, sendo que o barril do Brent superou os US$ 79 pela 1ª vez desde 2018. A trajetória da commodity alimenta preocupações com o descolamento ante os preços internacionais e, consequentemente, o risco de ingerência política sobre a Petrobras e de nova paralisação de caminhoneiros. "A boca do jacaré vai abrindo de novo", diz Caruso. A companhia convocou uma entrevista coletiva de última hora hoje para falar justamente sobre o assunto. "Não há nenhuma mudança na política de preços dos combustíveis", afirmou o presidente General Luna e Silva, admitindo que o nível do Brent "indica necessidade de algum movimento" de preço. Com petróleo em alta, dólar acima de R$ 5,30, deterioração das estimativas de IPCA e Selic, chamou a atenção que o BC tenha antecipado para ainda no terceiro trimestre a realização dos leilões extras de swap para aplacar o impacto do overhedge sobre o mercado de câmbio. Em 2020, as operações foram realizadas somente no fim do ano. "O BC, historicamente, diz que uma coisa não tem a ver com a outra, mas o fato é que tudo entra no modelo", diz Caruso, lembrando que no comunicado do Copom a mensagem foi de quem quer "acomodar o ritmo de alta da Selic". Nesse contexto, dada a pouca disposição do BC para acelerar o ritmo de aperto monetário, se os leilões extra conseguirem domar a taxa de câmbio - o que hoje não aconteceu -, o BC ganha um aliado para melhorar as expectativas de inflação que cada vez mais parecem fora de controle. Na Pesquisa Focus de hoje, subiram tanto a mediana de IPCA para 2021 (8,35% para 8,45%) quanto a de 2022 (4,10% para 4,12%). Nas atualizações dos últimos cinco dias úteis, a projeção para 2021 já está em 8,52% e para 2022, em 4,14%. As expectativas para 2021 estão bem acima do teto da meta para este ano, de 5,25%, e as de 2022, além do centro da meta de 3,5%. Nesta terça-feira, o mercado de juros já começa o dia com as atenções voltadas à ata do Copom e pode também responder ao leilão de NTN-B do Tesouro. A instituição divulgou hoje seu relatório mensal da dívida pública de agosto, mês que teve a menor emissão de títulos desde abril de 2020, de apenas R$ 70,2 bilhões. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, antecipou que os dados de setembro também vão mostrar o Tesouro com o freio de mão puxado nas emissões, dado o cenário de maior aversão a risco. O órgão informou ainda que o colchão da dívida fechou o mês passado em R$ 1,227 trilhão, posição suficiente para fazer frente a 10,5 meses de vencimentos. (Denise Abarca - [email protected]) 17:36 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 6.23 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 6.15 Over Selic (%a.a) 6.15 CÂMBIO O dólar à vista inicia a semana em alta, flertando com o patamar de R$ 5,40, diante de um ambiente externo desafiador, marcado pela proximidade da redução de estímulos monetários nos EUA, crise energética e cautela com os problemas de solvência da incorporadora chinesa Evergrande. No front doméstico, ainda pesa sobre o mercado a preocupação com o andamento da pauta econômica do Congresso, em meio à tramitação da PEC dos precatórios e da reforma do Imposto de Renda, essenciais para pôr em pé o Auxílio Brasil. Afora uma queda expressiva na primeira hora do pregão, em resposta ao leilão extra de swap cambial do Banco Central ligado ao overhedge dos bancos, o dólar trabalhou em alta durante toda a sessão, renovando máximas ao longo da tarde. Houve certa apreensão nas mesas de operação em meio ao anúncio inesperado de entrevista coletiva da Petrobras, às 16h30, para falar de preços de combustíveis. Mas o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, descartou qualquer mudança na política de preços, o que ajudou o Ibovespa a ganhar tração e arrefeceu um pouco a pressão sobre a taxa de câmbio no fim dos negócios. Com mínima de R$ 5,3084 (-0,66%) e máxima a R$ 5,3883 (+0,83%), o dólar encerrou o dia em alta de 0,65%, a R$ 5,3788 - maior valor de fechamento desde 23 de agosto (R$ 5,3820). Em setembro, a moeda americana já acumula valorização de 4%. No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - operava em alta de quase 0,40%, na casa dos 93,387 pontos. Entre as moedas emergentes, o dólar subia 0,20% em relação ao peso mexicano e trabalhava ao estabilidade na comparação com o rand sul-africano, ambos considerados pares do real. A moeda americana recuava em relação à lira turca (que se depreciou bastante na semana passada) e ao rublo. Anunciada na sexta-feira, após o fechamento do mercado, a oferta extraordinária de swap cambial agradou o mercado, já que pode ajudar a conter a volatilidade e suavizar a trajetória da taxa de câmbio. Mais do que o instrumento escolhido e o volume ofertado (US$ 700 milhões por leilão, sempre as segundas e quartas), chamou a atenção, contudo, o 'timing' da intervenção do BC, que era esperada inicialmente apenas no fim do ano. Na avaliação do gerente da mesa de derivativos financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie, uma das hipóteses para esse adiantamento seria o desejo do BC de tentar arrefecer a alta do dólar e, por tabela, amenizar as pressões inflacionárias. "O que vimos neste primeiro dia de oferta adicional foi que o efeito sobre a taxa de câmbio durou muito pouco. Precisamos ver se essa atuação vai conseguir realmente suavizar as pressões sobre o dólar", afirma Alessie, para quem a moeda brasileira deveria estar mais perto de R$ 5,10 por conta do movimento de aperto monetário, mas acaba sofrendo com as questões políticas e fiscais domésticas. No primeiro leilão extra, o BC vendeu hoje pela manhã a oferta total de 14 mil contratos de swap cambial (US$ 700 milhões). Além disso, houve a rolagem de outros 15 mil contratos (US$ 750 milhões) com vencimento programado para dezembro. Para o economista chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, o mercado já esperava que o BC atuasse para atenuar tanto a volatilidade quanto uma depreciação maior do real, que pode respingar na inflação. "O mercado parcialmente entendeu que o BC interveio não só para o 'overhedge', mas também porque quer ser cauteloso na alta de juros, dado o cenário de crescimento menor no mundo", afirma Miraglia, para quem o câmbio nominal, dado efeito da inflação passada, mudou de patamar e dificilmente ficará abaixo de R$ 5. Miraglia chama a atenção para o ambiente externo desafiador, com a questão da energia na China e na Europa e as pressões inflacionárias disseminadas, em meio à disrupção das cadeias produtivas por conta da covid-19. "Isso afeta muito a dinâmica do nosso câmbio. Além disso, os nossos desafios internos continuam, com a questão dos precatórios e do orçamento", afirma. Por aqui, o relator da reforma do IR no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou - após reunião com o ministro da Fazenda, Paulo Guedes - que seria irresponsabilidade apresentar um relatório com rapidez e que é inaceitável que estados e municípios percam receita. Taxação de lucros e dividendos e a extinção dos Juros sobre Capital Próprio, disse Coronel, são os "pontos mais sensíveis". O governo conta com a reforma do IR e a aprovação da PEC dos precatórios para bancar o Auxílio Brasil no ano que vem. "O mercado tinha a expectativa de que o swap pudesse conter o avanço mais agressivo do dólar, mas não é o que estamos vendo hoje", afirma a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli, ressaltando o quadro político interno ainda ruim, com a percepção de que a agenda econômica não avança no Congresso. Na B3, o dólar futuro para outubro subia 0,74, a R$ 5,3830, com giro na casa de US$ 13,6 bilhões (Antonio Perez - [email protected]) 17:37 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.37880 0.655 5.38830 5.30840 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5385.000 0.77664 5392.000 5311.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5410.000 1.80655 5412.000 5365.500 BOLSA O aceno do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, de que não há mudança em curso na política de preços da empresa, contribuiu para a última mudança de sinal do Ibovespa, no fim da tarde, em direção à alta de 0,27%, aos 113.583,01 pontos, no encerramento de sessão ao longo da qual oscilou entre leves perdas e ganhos. Na máxima do dia, com as declarações de Luna, chegou aos 114.432,23 pontos, saindo de mínima a 112.360,24 e abertura aos 113.282,89 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,7 bilhões na sessão. Ao fim, o desempenho negativo das ações com exposição à economia doméstica, especialmente varejo, pressionado pela alta da inflação e dos custos de crédito, acabou ofuscado pelo de grandes bancos, positivo, e em geral favorável também nos setores associados a commodities e demanda externa, em dia no qual o Brent foi negociado a US$ 79 por barril pela primeira vez desde 2018. Destaque também para recuperação do minério de ferro na China, em alta pouco acima de 7% nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa cede agora 4,38%, colocando as perdas do ano a 4,57%. Assim, em dia misto para os índices de Nova York, a contribuição de Petrobras (ON+1,56%, PN +0,89%) e Vale (ON +1,43%) e especialmente a de bancos, segmento no qual os ganhos chegaram hoje a 3,78% (Unit do Santander) entre as maiores instituições, foram decisivas para contrabalançar a percepção negativa sobre a economia local, em meio a constantes revisões, para cima, nas projeções de juros, câmbio e inflação, em paralelo a menores para a expansão do PIB, especialmente no próximo ano. "O cenário externo é construtivo: após o pico na retomada global no segundo trimestre, o quarto trimestre deve ser de recuperação bem distribuída entre Ásia, Europa e Estados Unidos, com a reabertura da economia na Ásia. Há muitos sinais, nos dados econômicos, de que o crescimento (global) vai reacelerar, com a variante Delta em movimento de 'fading' (desaparecimento). O desempenho das commodities e do yield de 10 anos (americano) é bom presságio de crescimento (econômico), assim como se vê, hoje, no desempenho do Dow Jones (em alta) e do Nasdaq (em baixa), típico de rotação" , diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, antevendo mais apetite por risco em ativos fora do EUA, nos mercados desenvolvidos. No Brasil, avalia Attuch, Vale tende a se recuperar em reação aos preços do minério de ferro, cujo ponto mais baixo possivelmente tenha ficado para trás, na prolongada correção observada em boa parte de setembro - hoje, em Qingdao (China), a tonelada fechou em alta de 7,17%, a US$ 119,31, após ter sido negociada recentemente abaixo de US$ 100. "A China tomou medidas sobre a produção de aço para melhorar as condições ambientais, tendo em vista a realização das Olimpíadas de Inverno, em fevereiro de 2022. Depois do Ano Novo Lunar, a tendência é de que a economia chinesa volte a acelerar, com retomada também na produção de aço", acrescenta. Em outro desdobramento sobre o reaquecimento das commodities, Attuch chama atenção para os preços do gás natural na Europa, que já preocupam alguns governos, como os de Itália, Espanha e Grécia, os quais já sinalizaram subsídios ao consumidor. Por outro lado, a perspectiva para Brasil segue pressionada pelas revisões, em baixa, para o PIB, e o mercado mantém a percepção de que o governo tenta "comprar popularidade" para o desafio eleitoral do ano que vem, em soluções como a dos precatórios, o que deixa o desempenho do fiscal sob escrutínio. "É preciso ver até onde irão essas revisões do PIB, quando se estabilizarão", acrescenta. "Os destaques do Focus nesta semana tiveram a ver com inflação e PIB, principalmente. A inflação já vem sendo revisada há algum tempo pra cima, tanto pra este ano como para o ano que vem, com IPCA a 8,45% para 2021 e de 4,12% para 2022, na visão do mercado. E o PIB continua a ser revisado para baixo, com recuperação lenta e gradual da economia - nesta leitura do Focus, estável para 2021, a 5,04%, mas para 2022 constantemente revisado para baixo, agora a 1,57%", diz Cristiane Quartaroli, economista do banco Ourinvest. "O mercado continua apostando no aumento das expectativas de inflação: foi o 25º aumento consecutivo para o ano, no Focus desta semana. Ainda há muita pressão dos combustíveis e da energia elétrica, e isso acaba contaminando outros setores também, causando esse aumento constante de projeções", diz Bruno Mansur, especialista da Valor Investimentos. Na ponta negativa do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Méliuz (-5,18%), à frente de Via (-4,71%) e de Magazine Luiza (-3,97%). Na face oposta, Marfrig (+7,15%), BRF (+7,00%) e PetroRio (+5,09%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 113583.01 0.26512 Máxima 114432.23 +1.01 Mínima 112360.24 -0.81 Volume (R$ Bilhões) 3.07B Volume (US$ Bilhões) 5.74B 17:37 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 113630 -0.11428 Máxima 115100 +1.18 Mínima 112355 -1.24
Gostou do post? Compartilhe:
Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?